Psicopompos

Psicopompos

Psicopompo é a palavra que tem origem no grego psychopompós, junção de psyché (alma) e pompós (guia), designa um ente cuja função é guiar ou conduzir a percepção de um ser humano entre dois ou mais eventos significantes. Guia interior, o psicopompo pode ser de natureza humana, (Ariadne), animal (coelho de Alice no País das Maravilhas) ou espiritual (Hermes, Daimon).

Arquétipo presente na maioria dos registos mitológicos, sonhos, filmes e contos populares, ele surge espontaneamente e assume a tarefa de revelar um símbolo ou sentido orientador, necessário para a continuidade da trajectória individual de quem o encontra.

Segundo o Dicionário Crítico de Análise Junguiana: "A figura que guia a alma em ocasiões de iniciação e transição: uma função tradicionalmente atribuída a Hermes no mito grego, pois ele acompanhava as almas dos mortos e era capaz de transitar entre as polaridades (não somente a morte e a vida, mas também a noite e o dia, o céu e a terra)" (Dicionário Crítico de Análise Junguiana, Psicopompo) Na Antiguidade, o estado de consciência de Yesod era representado por Hades, o Reino Subterrâneo. Como tal, podia ser acessado apenas pelos seres chamados Psychopompos ("Condutores das Almas"), que eram apenas cinco: Hermes, Hecate, Caronte, Morpheus e Thanatos. Cada um deles descreve exactamente os estados de consciência que habitam o Plano Astral.


Comecemos por Morpheus, o senhor dos sonhos e o nome do Personagem de Lawrence Fishburn como condutor de Neo (que representa nossa consciência crítica que deve ser trabalhada até nos tornarmos "o Escolhido").

Morpheus é o senhor dos sonhos, indicando que uma das maneiras de acessarmos o Plano Astral é durante o sono, quando conseguimos atingir os estados de ondas teta e alfa, necessários para atingirmos a chamada superconsciência (ou meditação profunda, ou transe, dependendo para quem você pergunta).

A segunda Psychopompos é chamada de Hecate, deusa dos Templos Lunares. Ela representa os aspectos da consciência atingidos através do Ajna Chakra (o sexto chakra). Hecate representa as danças sagradas, o sexo mágico, o tantra, o despertar da kundalini, os oráculos (tarot, runas...) e todos os Templos que lidam com a energia lunar/feminina dentro da magia. Hecate também é conhecida como a "Deusa Tríplice" (Trinity).

O terceiro deus condutor de almas é Caronte. Caronte é o barqueiro que conduz os viajantes até os Reinos de Hades. A lenda de Caronte deriva das histórias do Barco de Ísis e das antigas iniciações egípcias onde os sacerdotes e iniciados eram colocados em transe nas pirâmides e tinham sua alma liberta do corpo para que vissem a si mesmos deitados aos pés dos outros sacerdotes e tomassem consciência de que eram espíritos habitando temporariamente um corpo físico.

Quando fazemos Viagens Astrais induzidas, a sensação de se desligar do corpo no momento em que saímos do Plano Material é muito semelhante ao deslizar que sentimos quando estamos dentro de um barco. Desta maneira, Caronte representa as Viagens Astrais Conscientes. Tanto a lenda de Orfeu quanto a de Hércules (e também Dionísio, Psique e Enéias) representam iniciados em cultos Dionísicos e o despertar da consciência. Os Barcos Espirituais (tanto de Caronte quanto de Ísis) estão representados na forma dos Hovercrafts.

Hermes representa o Templo Solar, a magia actuando sobre a Luz Astral. Hermes representa o mensageiro dos Deuses, aquele que domina o caduceu (kundalini) e trabalha com a imaginação de maneira racional. Ele representa os grandes magos e conjuradores, os grimórios que lidam com a conjuração de espíritos, o contacto consciente entre os que estão no Plano Material e os que estão no Plano Astral. Assim como Salomão, Eliphas Levi e Crowley, Hermes representa todos os iniciados e médiuns capazes de estabelecer contactos entre o Plano Material e o Plano Espiritual.

O Caduceu e os Chakras representam a porta de entrada e o controle sobre as energias que atuam sobre Yesod e o Plano Astral. Hermes aparece no filme Matrix na forma de "Mercúrio", como o espelho que engloba Neo e o guia através da jornada que fará o despertar final.

Por fim, temos Thanatos, Deus da morte. Irmão de Hypnos (o sono), Thanatos representava a morte e os espíritos dos mortos, que eram transportados por ele até o Reino Subterrâneo. O Reino dos Mortos. Thanatos está representado na máquina que descarta Neo nos esgotos assim que ele desperta e Thanatos o reconhece como não pertencente àquele local.

A partir destas alegorias, podemos compreender que o Plano Astral é habitado por diversas criaturas, objectos, egrégoras, seres e entidades que possuem uma complexa e intrincada estrutura de organização, a partir das quais explicam todas as lendas, contos e bases de muitas religiões e filosofias espiritualistas.

fonte: ponte oculta

Gostei muito desta tua postagem;bem elucidativa e,criteriosa.

Obrigada =)

Olá!

Psicopompo é também uma das funçoes do Shaman nas culturas arcaicas.
É a ele que cabe ir á floresta,ao monte ,ao rio metamorfoseado de passaro,salmão,ou outro animal,procurar a "alma" que foi perdida de um paciente.
As lendas Celtas e e dos Altaicos são pródigos nestes contos,vejas-se a historia de Taliessin.
Eis porque os animais coajudantes são importantes,porque são metasteses do shaman.
É a ele realmente,ao shaman,na função de psicopompo consultar os ancestrais,ou acompanhar um defunto ao mundo desses mesmos ancestrais.

DE uma próxima vez,falarei como  cristianismo pegando nestes contos ,lhes inverteu o sentido,mas mantendo a mesma estrutura,através de um seu célebre herói.

Agora só um reparo,não ao autor do post mas do artigo.
Existem ali varias imprecisões,uma por exemplo é a menção á barca de isis,
A barca,não é uma barca mas uma urna em que jaz,Osiris senhor do submundo para os egipsios.
Ele foi lá encerrado por Set seu irmão e lançado á agua...

Até lá.

"Osíris tinha como barca sagrada a nechemet, na qual as Ísis e Néftis eram representadas ocupando respectivamente a proa e a popa."
"Em Abido realizava-se uma procissão todos os anos durante a qual a barca do deus era transportada, celebrando-se a vitória do deus sobre os seus inimigos. Nesta cidade o antigo túmulo do rei Djer seria identificado como o túmulo de Osíris."
Fonte:Wikipédia.

Olá!

E está certo.!Provavelmente o que escreveu no seu post refere-se ás liturgias.
Eu refiro a morte de Osiris,senhor do submundo e condutor de almas.

O mito refere que seu irmão Set o matou e  espalhou seu corpo por vários cantos do pais
Outros que o encerrou numa urna,mas sempre sua Irmã/Esposa o encontrou.

Uma delas foi encontrado numa árvore perfumada,e levado por Isis para o Egipto.

Este mito é muito profundo ,e não posso analisa-lo em poucas linhas.

De qualquer maneira um ritual litúrgico é sempre a recordação de um evento,e a reconstrução de uma condição original,uma encenação de um evento acontecido "in illo tempore"

Olá!

E está certo.!Provavelmente o que escreveu no seu post refere-se ás liturgias.
Eu refiro a morte de Osiris,senhor do submundo e condutor de almas.

O mito refere que seu irmão Set o matou e  espalhou seu corpo por vários cantos do pais
Outros que o encerrou numa urna,mas sempre sua Irmã/Esposa o encontrou.

Uma delas foi encontrado numa árvore perfumada,e levado por Isis para o Egipto.

Este mito é muito profundo ,e não posso analisa-lo em poucas linhas...

Boas a todos.

Não é outro mito, é a continuação do mesmo, set primeiro enganou osiris com uma urna\sorcofago que tinha construido, que foi posteriormente lançado á agua, mais tarde encontrado por isis, e depois sim cortado em pedaços por set, ainda assim, isis recolheu as peças e devolveu a vida a osiris, que apesar do seu penis não ter sido recuperado, ( um peixe comeu-o, segundo reza a história ), isis fez um de ouro ou vegetais, varia a ideia, e devolvendo-lhe a vida tiveram relações e conceberam horus...

Assim osiris foi a primeira mumia, de acordo com a tradição, e tomou depois o lugar de anubis no reino dos mortos, ou duat se preferirem, tendo ficado horus como deus vivo na terra.

Resumindo, no texto inicial do post o barco não têm relação com a tal urna, são diferentes episodios da mesma saga, e como devem saber o mito do barqueiro que leva as almas atravês do rio foi adoptado por outras mitologias, como a greco-romana e até certo ponto na cristã.

Ja faz parte do inconsciente colectivo digamos.

A mitologia egipcia têm muito que se lhe diga

Olá!

....Eu sei que é assim,por isso é que disse ser complicado por ser extenso todo o mito.

A solução é por pequenos textos e depois quem quiser investigue.

Este e outros mitos do Egipto,vêm bem explícitos no "O poder do mito" de Joseph Campbell e "Egipto antigo" da colecção Mitos e Lendas.

Estas são as minhas fontes,existem outras e numa delas Osiris é Crucificado como Cristo proferindo quase as mesmas palavras,para min a semântica é a mesma.

Boas, o que tu disseste foi...

"Agora só um reparo,não ao autor do post mas do artigo.
Existem ali varias imprecisões,uma por exemplo é a menção á barca de isis,
A barca,não é uma barca mas uma urna em que jaz,Osiris senhor do submundo para os egipsios.
Ele foi lá encerrado por Set seu irmão e lançado á agua..."


Sem problemas, só estava a fazer uma pequena correção como o user mateiro já tinha feito, a urna\sorcofago era uma coisa, o barco que o texto refere é outra, e foi herdado para outras tradições religiosas, quer o barco quer o barqueiro.



Também te referiste a osiris como senhor do submundo, e ele so tomou esse papel depois da epopeia da concepção de horus, como referi, até lá era o deus vivo do mundo.

Só insisti nesse ponto por ser bem diferente o episodio da urna e o do atravessar o rio dos mortos, nada mais, fica bem

Olá!

....Eu sei que é assim,por isso é que disse ser complicado por ser extenso todo o mito.

A solução é por pequenos textos e depois quem quiser investigue.

Este e outros mitos do Egipto,vêm bem explícitos no "O poder do mito" de Joseph Campbell e "Egipto antigo" da colecção Mitos e Lendas.

Estas são as minhas fontes,existem outras e numa delas Osiris é Crucificado como Cristo proferindo quase as mesmas palavras,para min a semântica é a mesma.

Acerca de livros que abordam correctamente e com profundidade temáticas egípcias recomendo: Antigo Egipto Mistérios desvendados de Simon Cox, e para uma leitura muito mais profunda ainda das tradições Keméticas, a história da criação (referente á parte inicial da obra, o Book of Nun) entre muitas outras coisas belas, recomendo a Asetian Bible de Luís Marques.

Evidentemente, existe uma barca que é muito referida na tradição egípcia. A barca simbólica da travessia para o "after life" depois da vida. Uma das formas da alma chegar ao Duat (sobremundo) cuja existência real foi sendo muito debatida, tendo-se inclusive chegado a dizer que o mesmo se situa na zona da Via Láctea fisicamente (sendo isto ideias referentes a tradições espirituais muito antigas do Egipto).

Conforme é dito, e muito sucintamente não me querendo eu alargar em pormenores, Seth, Osíris, Aset, Nephtys eram 4 irmãos. Osiris e Aset, formavam um casal, e Nephtys e Seth outro. Nephtys cedo manifestou o seu desejo de criar descendência a Seth, contudo o mesmo não concordou. Dessa forma, Nephtys, fez-se passar por Aset (uma vez que ambas eram gemeas) e envolveu-se com Osiris, gerando assim um filho deste (Anput/ Anubis).

A urna/caixão refere-se ao "engodo" que Seth criou com sucesso de forma a conseguir encerrar o Deus Osíris, Senhor do Submundo dentro dele, de forma a se tentar livrar do mesmo pois Seth sabia que Osiris era Imortal, logo nunca iria conseguir mata-lo, apenas podia tentar faze-lo "desaparecer". O "engodo " consistia no seguinte então: Para uma festa/banquete, Seth mandou construír um ataíde (caixa) em ouro cravejado de pedras preciosíssimas. A mesma, continha as medidas exactas do corpo de Osíris, contudo o mesmo não sabia de tal facto. E numa festa, Seth fez então a oferta: quem coubesse dentro da caixa, poderia então ficar com ela para si. Outros tentaram, mas não couberam dentro dela. Heis que então o plano de Seth avança para a concretização quando Osiris decide tentar. No exacto momento em que o mesmo se pões lá dentro, os sethianos trancaram-no, colocando-o após isso no Grande Rio.

Aset, parte á procura do seu Grande amor vestida como uma viúva, e acaba efectivamente por encontra-lo descobrindo o corpo preso nos ramos duma árvore na zona que recebe o nome de Byblos. Conseguiu encontra-lo, graças aos seus enormes poderes mágicos, pois efectivamente Aset sempre dominou as artes mágicas em todo o seu esplendor. Chegada a Byblos, persuadiu a rainha a ajuda-la, conseguindo após isso regressar ao Egipto já transportando o corpo do seu amado Divino, escondendo-o dos olhos materialistas de Seth.

(nota -a árvore aqui = metáfora da Árvore da Vida)

Contudo, Seth acabou por encontrar  a caixa, decidindo então esquartejar em 14 pedaços o corpo, que espalha por todo o Egipto.

Aset, determinada com a ajuda da sua irmã gémea Nephtys partiram em busca dos pedaços do corpo de Osiris. Cada vez que recolhiam um dos pedaços do corpo físico de Osiris, erguiam um altar aos Deuses, como agradecimento. Quando conseguiram recolher todos os 14 pedaços, Aset fez de Osiris a primeira múmia, fazendo uso dos Seus infindáveis dotes mágicos, tentou reviver o corpo de Osiris. Como tal não foi possível, Aset colocou um pénis em ouro em Osíris, conseguindo reanima-lo (por assim dizer) originando-se aqui o milagre da geração do primeiro filho de Aset. Hórus.

Nesta altura, Osiris (e uma vez que o mesmo era dotado duma Alma Imortal) tornou-se o Senhor do Submundo (que anteriormente a ele era Anput).


Yin e Yang, dualidade amor e complemento entre estes seres sagrados. Aset e Osíris.

Olá!

"Também te referiste a osiris como senhor do submundo, e ele só tomou esse papel depois da epopeia da concepção de horas, como referi, até lá era o Deus vivo do mundo"

Mas era ai mesmo que eu queria chegar.Osiris,tamuz,mitra,Dionísio,jesus,pertencem a uma classe de divindades a quem George Fazer,no "Ramo de Ouro" classificou de "deuses da vegetação" porque anulamente,dai a liturgia que é a recriação dinâmica do mito,morrem e renascem.

Outros pormenores,para quem conhece o mito,são pouco relevantes.Digamos que a globalidade traz o sentido.Quem não conhecer...pois.. e eu conheço bem o mito,logo pessoalmente  prescindo,mas como disse contando pedaços do mito,é fácil cair na descontextualização e isso é importante porque corta muito da sequência,dando lugar á confusão.

Quanto á barca,ao rio,isso outra historia que prometi desenvolver,mas ainda não.

Quanto ao inconsciente Colectivo,a que Jung já no final da vida alterou para "Psique Objectiva".Nela nada de novo se forma,é a origem estrutural dos conteúdos da nossa cultura,sempre lá estiveram,são "áprioris".Ao contrario dos arquetipos de Platão que são imagens eternas fixas,Jung nas suas concepçoes dizia que os arquetipos irrompiam na consciência dos povos,impeliam á acção em tempos de crise sejam pessoais ou dos povos.

Como acham que Obama ganhou as eleições?Porque as pessoas como vivem mal,precisam de um Herói.E ele serviu de cabide para essa projecção.O arquetipo do herói/Messias.

Heróis populares como o super homem,homem aranha,surgiram no tempo de Alcapone,quando a policia de Los Angeles não tinha controlo sobre os "vilões".
Dai que os mitos só são parcialmente copiados,e não servem de modelos uns dos outros.

Espero que a moderadora não leve a mal este pequeno desvio pois o tema é o psicopompo

Todos os pormenores no mito são importantes, sobretudo para quem sabe ler nas entrelinhas, e para quem sabe todos os seus pormenores com exactidão.

Olá!

Claro Andreia,o tema da arvore é importante.

Ygdrasill,a arvore de bodi,quem leu Sidarta de herman hesse têm lá inteirinho a imagens da arvore,do barqueiro,do rio.

O tema da arvore da vida,o axis mundi,é universal.


"Ja faz parte do inconsciente colectivo digamos",foi uma pequena citaçao aproposito desta frase do user azien


"Todos os pormenores no mito são importantes, sobretudo para quem sabe ler nas entrelinhas, e para quem sabe todos os seus pormenores com exactidão".Certissimo.

Árvore da vida, analogia com o mundo em estado vegetal primeiramente, teoria de strings... etc

Fica prometido um post acerca do Duat 

Árvore da vida, analogia com o mundo em estado vegetal primeiramente, teoria de strings... etc

Fica prometido um post acerca do Duat 

Observo a preocupação da Missivista em Responder de Forma Clara e Objetiva.
Salutar posicionamento de quem  procura Iluminar-se, oferecendo sua propria Luz aos que dela procuram guarita para também se iluminarem.
Paz Sempre, Andreia.