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  • Aborto e Espírito
    Iniciado por Ligeia
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chacalnegro
 Não sou mulher, logo nunca vou perceber inteiramente a relação mãe-filho, que será única e só quem passou pela maternidade é que a entenderá em pleno. Mas acho que também depende da consciência da mãe. Há mães que pura e simplesmente não o deviam ser.

Há uns anos, li uma matéria espirita bem diferente do que aquilo que a maioria diz. Se bem me lembro diziam que os abortos aconteciam por "engano", pois eram almas que eram enviadas para encorpar um corpo mas por alguma razão suprema, eram obrigados a regressar ao mundo espirita e daí eles não condenarem quem os pratica.
"só se desilude, quem se ilude"

NOvo
#47
Citação de: Magda_Costa em 22 junho, 2012, 01:31
Há uns anos, li uma matéria espirita bem diferente do que aquilo que a maioria diz. Se bem me lembro diziam que os abortos aconteciam por "engano", pois eram almas que eram enviadas para encorpar um corpo mas por alguma razão suprema, eram obrigados a regressar ao mundo espirita e daí eles não condenarem quem os pratica.

Partindo do principio que estamos a falar de aborto voluntário,e então, por alguma razão suprema, a mãe foi influenciada divinamente a fazer o aborto. E já agora, por intervenção suprema,a população portuguesa votou favoravelmente para a despenalização  do acto. Porque é que não existiu antes uma influencia divina para usar preservativo na hora H , ou a pilula contraceptiva ?? Isso é a desculpa perfeita: "Foi deus quem me influenciou"

Podia-se por exemplo, arranjar uma maneira de isso acontecer mais vezes em Africa, por exemplo. Ver crianças viverem daquela maneira... aquilo sim é um engano.

Acho que não faz sentido....



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Ligeia
Olá NOvo, por favor utiliza o verificador ortográfico antes de submeteres os teus posts. Obrigada ;)

conheço senhoras que passaram por um ou mais abortos espontaneos e outras que o fizeram voluntariamente. è horrivel. Dizem que não se ultrapassa. Podem até adaptar-se mas a lembrança e o sofrimento ficam. Não critico quem faz essa escolha, mas sei que é dificil, não por experiencia propria mas pela das outras. Concordo com as explicaçõe acima expostas do chacal negro
Iei Or (faça-se luz)
Shalom Aleichem

Ligeia
Citação de: cleopatra em 22 junho, 2012, 22:35
conheço senhoras que passaram por um ou mais abortos espontaneos e outras que o fizeram voluntariamente. è horrivel. Dizem que não se ultrapassa. Podem até adaptar-se mas a lembrança e o sofrimento ficam. Não critico quem faz essa escolha, mas sei que é dificil, não por experiencia propria mas pela das outras. Concordo com as explicaçõe acima expostas do chacal negro

Quais abortos é que não se ultrapassam,Cleopatra, os espontâneos ou os voluntários? Concordo que estes últimos possam ser terríveis (apesar de serem - supostamente - fruto de uma decisão ponderada e consciente) mas discordo quanto ao não se ultrapassarem, já que isso implicaria contrariar intrinsecamente todos os pressupostos de tal opção. Actualmente um aborto voluntário é, medicamente, algo bastante simples e sem dramas. Já no caso dos abortos espontâneos, parece-me que dependerá muito do contexto e também do tempo de gestação...

TinaSol
Citação de: Ligeia em 22 junho, 2012, 22:47
Quais abortos é que não se ultrapassam,Cleopatra, os espontâneos ou os voluntários? Concordo que estes últimos possam ser terríveis (apesar de serem - supostamente - fruto de uma decisão ponderada e consciente) mas discordo quanto ao não se ultrapassarem, já que isso implicaria contrariar intrinsecamente todos os pressupostos de tal opção. Actualmente um aborto voluntário é, medicamente, algo bastante simples e sem dramas. Já no caso dos abortos espontâneos, parece-me que dependerá muito do contexto e também do tempo de gestação...

Entendo o teu ponto de vista Ligeia, mas sou de opinião que depende da consciência e do emocional da mãe.
Por exemplo, conheço em que as mulheres fizeram aborto porque o bebé viria com deficiências graves, pensamos que é o melhor para a criança, mas ainda assim não é fácil de ultrapassar, porque era aquele bebé, aquele.
Uma amiga conhece uma moça que fez por questão monetária, e nunca ultrapassou, mesmo que na altura não tivesse condições nenhumas, acho que se questiona sempre se realmente não podia ter tido.
Tenho uma vizinha que queria muito ser mãe, mas já teve uns 4 ou 5 abortos espontâneos, pediu ao marido para não terem filhos, que não queria mais ter que passar por aquilo outra vez. Acho que depende mesmo da pessoa.

Ligeia
Compreendo também a tua posição, TinaSol. Talvez o modo como interpelei o post da Cleopatra tenha passado uma mensagem "fria", crua e excessivamente directa...  :P Percebo que, pelos exemplos por ti dados, o aborto seja algo que deixa marcas profundas e dúvidas que perduram no tempo, mas - ainda assim - creio que num aborto voluntário, por muita dor que haja, esta pode ser ultrapassada e a vivência devidamente superada. Com ou sem ajuda de especialistas, familiares, amigos, etc - isso já dependerá da força interior e das circunstâncias de vida... Provavelmente digo isto por desconhecer directamente a realidade, é certo.
A dificuldade de superação em caso de aborto espontâneo apresenta-se-me mais assimilável por depreender que se trata de um ser amado/desejado (ainda que nalguns casos, inicialmente imprevisto), em que existe já uma relação que ultrapassa o meramente hormonal, em que se depreende alguma expectativa e projectos... Porém, agora que estive para aqui a pensar um pouco melhor (e aproveito para me retractar da superficialidade da minha intervenção anterior, principalmente pelos exemplos que deste), só se me afigura uma forma de perda deveras complicada, que são os nados-mortos que, frequentemente, resultam de abortos tardios (normalmente espontâneos ou fruto de acidentes). Daí ter mencionado que o tempo de gestação influiria no modo como a perda é gerida...
Opá, isto está a ficar pesado, ainda tens sangria?  ;D

Sou a favor da despenalização do aborto até ás 10 semanas pois acho que é tempo mais que suficiente para interromper uma gravidez inicialmente. Agora sou TOTALMENTE CONTRA que abortar seja usado como metodo contraceptivo e principalmente que se possa fazer gratuitamente. Isso é que não!
"só se desilude, quem se ilude"

TinaSol
Citação de: Ligeia em 22 junho, 2012, 23:44
Compreendo também a tua posição, TinaSol. Talvez o modo como interpelei o post da Cleopatra tenha passado uma mensagem "fria", crua e excessivamente directa...  :P Percebo que, pelos exemplos por ti dados, o aborto seja algo que deixa marcas profundas e dúvidas que perduram no tempo, mas - ainda assim - creio que num aborto voluntário, por muita dor que haja, esta pode ser ultrapassada e a vivência devidamente superada. Com ou sem ajuda de especialistas, familiares, amigos, etc - isso já dependerá da força interior e das circunstâncias de vida... Provavelmente digo isto por desconhecer directamente a realidade, é certo.
A dificuldade de superação em caso de aborto espontâneo apresenta-se-me mais assimilável por depreender que se trata de um ser amado/desejado (ainda que nalguns casos, inicialmente imprevisto), em que existe já uma relação que ultrapassa o meramente hormonal, em que se depreende alguma expectativa e projectos... Porém, agora que estive para aqui a pensar um pouco melhor (e aproveito para me retractar da superficialidade da minha intervenção anterior, principalmente pelos exemplos que deste), só se me afigura uma forma de perda deveras complicada, que são os nados-mortos que, frequentemente, resultam de abortos tardios (normalmente espontâneos ou fruto de acidentes). Daí ter mencionado que o tempo de gestação influiria no modo como a perda é gerida...
Opá, isto está a ficar pesado, ainda tens sangria?  ;D

Não achei que a resposta fosse fria, era mesmo para reforçar que depende da pessoa, mesmo nos exemplos que dei, as pessoas superam, seguem com a vida, mas de longe a longe vem aquela ideia ou talvez seja uma mágoa.
Quanto a nados-mortos, isso é outra história, quando tive o meu filho, houve uma senhora cujo filho morreu no parto e puseram-na a recuperar no meio das outras parturientes e bebés, acho que as mulheres falavam com as enfermeiras que aquilo devia ser uma crueldade para a senhora e acho que acabaram por transferi-la, mas até hoje guardo a imagem do rosto e dos olhos da senhora.
Ontem com a net a falhar, o que me valeu, foi o "restinho da vergonha " da sangria   ;D

Citação de: Ligeia em 22 junho, 2012, 22:47
Quais abortos é que não se ultrapassam,Cleopatra, os espontâneos ou os voluntários? Concordo que estes últimos possam ser terríveis (apesar de serem - supostamente - fruto de uma decisão ponderada e consciente) mas discordo quanto ao não se ultrapassarem, já que isso implicaria contrariar intrinsecamente todos os pressupostos de tal opção. Actualmente um aborto voluntário é, medicamente, algo bastante simples e sem dramas. Já no caso dos abortos espontâneos, parece-me que dependerá muito do contexto e também do tempo de gestação...

Sim é verdade que um aborto nunca se ultrapassa, é uma coisa que fica eternamente cravada no coração como uma mágoa. Quer seja voluntário ou não.
Pois por vezes o voluntário, sim foi por nossa escolha, mas houve razões que influenciaram essa opção.
Jessy Alvez

#56
Esta é a minha contribuição para este tema bem complicado.
Deixo aqui um áudio e um vídeo, do Saulo Calderon que é uma pessoa fantástica e com muito para ensinar, onde ele fala deste tema.

Audio: http://www.viagemastral.com/iva/aborto.mp3

Video:http://www.youtube.com/embed/ct2yV69DwlQ
Nota: No vídeo ele só começa a falar do tema a partir dos 12 minutos.

Espero ter ajudado
Muita Paz e Luz para todos
José Rodrigues



Bom, está na hora de deixar aqui a minha opinião mais séria sobre o assunto, começando por fazer uma afirmação que servirá de exemplo e suporte às minhas afirmações posteriores, quanto à despenalização da interrupção voluntária da gravidez feita......

Quando eu adquiro uma casa, é obvio que eu e o vendedor do bem estamos a laborar na área juridica do contrato de compra e venda.

Já na questão do aborto, prefiro pensar como boa a questão de que que no astral não é emitido um juízo de censura contra a mulher que faz um aborto voluntário.Esta ideia satisfaz-me, digo, porque nunca vi com bons olhos que uma mulher fosse condenada pela justiça por fazer um aborto quando, uma grande parte das vezes, o homem de quem ela engravidou, marido ou não, também tem a sua quota parte de responsabilidade na decisão final de ela abortar...

Nesta medida, a lei o que fez foi introduzir um pouco mais de justiça na questão e relativamente à mulher. De facto, o que a lei quis, e continua a querer, foi descriminalizar e não  penalizar a mulher que aborta em determinadas condições... e não legitimar o aborto. É este o espírito da lei, tão só. Além de que se pretendeu obviar as mortes de mulhres que se submetiam a abortos clandestinos.


É obvio que, nesta questão, há também  duas partes a mulher e o feto, tal como no contrato de compra e venda há o comprador e o vendedor. Uma coisa implica a outra. Só que no caso da compra e venda os benefícios das partes equivalem-se, ao passo que na questão do aborto há uma parte sacrificada, que é o feto. Claro que há abusos e muitos e  o aborto é praticado numa grande parte dos casos a tútulo de contraceptivo.

Depois, a maioria das opiniões aqui presentes é   a de que, para as mulheres que espontânea ou voluntariamente abortaram o trauma será perpétuo. Acredito que sim e se  elas se autopenalizam interiormente pelo acto, porquê inflingir-lhes mais uma pena de prisão?

Quanto à questão propriamente dita, aborto e espirito, a lei  não se socorreu nunca do elemento espiritual. Antes,  utiliza o argumento da personalidade jurídica do nascituro, fazendo-a regredir ao momento da concepção. O que encaixa perfeitamente na teoria de um feto concebido um espírito acoplado, ou encarnado, que nestas coisas não há certeza de nada

Confesso que me agrada mais a teoria do engano, mas pronto.

De resto, no referendo sobre a intrerrupção voluntária da gravidez, votei Sim, não contra o nascituro,  mas sim a favor da mulher, embora uma coisa implique necessáriamente o sacrifício de outra, para o mal dos nossos pecados

E, por agora, deixo-vos com a opinião que, na altura, tive oportunidade de manifestão no Blogue do Não sobre a interrupção voluntária da gravidez e que um apoiante do Não me confessou que, por muito que  tivesse rebuscado  na mente dele, não encontrou argumento capaz de rebater o meu argumento,  que abaixo vos deixo:

Quanto à interrupção voluntária da gravidez......., vou votar Sim. O resto fica onde sempre esteve, na consciência de cada um.

Templa


Templa - Membro nº 708

Ligeia
Citação de: josemapiro em 02 julho, 2012, 12:22
Esta é a minha contribuição para este tema bem complicado.
Deixo aqui um áudio e um vídeo, do Saulo Calderon que é uma pessoa fantástica e com muito para ensinar, onde ele fala deste tema.

Audio: http://www.viagemastral.com/iva/aborto.mp3

Video:http://www.youtube.com/embed/ct2yV69DwlQ
Nota: No vídeo ele só começa a falar do tema a partir dos 12 minutos.

Espero ter ajudado
Muita Paz e Luz para todos
José Rodrigues


Grata pelo contributo, José  :)

Bem só agora vi este post, e não querendo de alguma forma dar uma resposta a um tema ao qual não me sinto qualificada, posso apenas relatar a minha experiência pessoal...
Soube que estava gravida da minha segunda filha no hospital, depois de me ter dirigido para lá, já que cada vez que dava de mamar (nessa altura a mais velha tinha 3 meses, e tomava eu a cerazette) , parecia que tinha facas a trespassarem-me a barriga, e como tinha feito cesariana, pensei que pudesse ser algum ponto interno infectado ou algo assim. Após as análises o médico chamou-me ao gabinete e deu-me os parabéns, estava gravida. Após ter chorado como uma Maria Madalena, o médico disse-me, que se quisesse, podia interromper a gravidez, embora ele não o fizesse,e nessa altura disse-lhe que seria provavelmente a minha decisão. Fui fazer a eco, e nada nada de feto, nada de batimento cardíaco, nada de nada... um alivio imenso para mim, cara de chateado para o médico, hipótese de ser uma gravidez ectopica, uma gravidez que não seguiria para a frente por ela, ou uma gravidez muito inicial. Após uma semana, a fazer analises para medição de hormonas, volto á eco... o coração da minha princesa começou a bater, e eu ouvi... o médico perguntou, quer seguir para a frente? eu respondi claro que sim, embora fosse uma gravidez com riscos, após ter ouvido o coração da minha princesa a bater fiquei sem duvidas!
Se já tinha alma? não sei... mas sei que a ligação de uma mãe com o seu bebé não se inicia com o nascimento...