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  • Espiritismo e Perturbação Obsessivo-Compulsiva
    Iniciado por Faty Lee
    Lido 6.401 vezes
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Sob o ponto de vista científico:

Nos dias de hoje, são cada vez mais as pessoas diagnosticadas com uma Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC). Trata-se de uma perturbação clínica psiquiátrica caraterizada por:

- Pensamentos obsessivos e compulsivos – a mente é constantemente invadida por pensamentos automáticos involuntários, repetitivos e incontroláveis. Esses pensamentos podem ser de natureza diversa ou podem decorrer de situações específicas e serem muito concretos. Eles impedem que a pessoa tome consciência da sua própria realidade interior, dos seus impulsos e emoções.

- Comportamentos compulsivos – que levam a pessoa a agir, de forma ritualística, cerimonial, com fórmulas, com imagens arquetípicas perturbadoras, etc... são de tal ordem intensos que a sua concretização visa uma catarse da ansiedade.   

O caráter obsessivo leva a que a pessoa se mostre sistemática, apresente rigidez de pensamento e de comportamento, se tornem demasiadamente exigentes. Surgem, normalmente, em pessoas que se sentem obrigadas, desde cedo, a reprimir emoções e sentimentos, tornando-se ambivalentes e perdendo o controlo facilmente das situações.



Exemplos:
•   Lavagem de mãos inúmeras vezes ao dia.
•   Lavagem de roupa imediatamente após terem sido usadas fora de casa, mesmo que limpas.
•   Trocar excessivamente de roupa.
•   Tomar banhos demorados, esfregando-se demasiadamente com o sabonete ou outro utensílio. 
•   Usar sistematicamente álcool para desinfetar mãos e corpo.
•   Lavar caixas de leite, garrafas de refrigerantes e outras, antes de guardá-las.
•   Limpar com pano ou papel as louças ou talheres num restaurante.
•   Utilizar desinfetantes, sabão ou outro de forma excessiva.
•   Medos supersticiosos exagerados – não adormecer sem ler a Bíblia, não passar debaixo de uma escada, etc...
•   Realização de verificações constantes (e.g., se o fogão está desligado, se as torneiras estão fechadas, reorganizar números das matrículas dos carros).
•   Rituais próprios como saltar apenas os degraus ímpares, não calcar os traços pretos das passadeiras, separar toda a comida do prato para não as misturar, etc.
•   Organizar tudo com base nos números e por ordem alfabética.
•   Verificar mentalmente textos lidos ou decorados, repetir incansavelmente cenas ou imagens ocorridas, rever conversas tidas anteriormente com todos os detalhes para não se esquecer de nada...



Sob o ponto de vista espiritual :

Estas pessoas vivem, claramente, num inferno, num sofrimento sem tréguas...

Que interpretação espiritual pode ser dada nestes casos?
Que tratamentos espirituais podem ser realizados nestes pacientes?


Fonte: Triunfo Pessoal – Psicografado por Divaldo Franco
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

Puca
Na minha opinião as pessoas que sofrem deste problema, são vitimas de uma série de regras e imposições sociais e familiares desde tenra idade, reprimidas pelos medos de falhar, de não terem comportamentos correctos, de serem rejeitadas ou excluídas. Medos esses de tal dimensão que procuram obsessivamente rotinas que lhes transmitam alguma sensação de controle e segurança criam a sua própria prisão e não conseguem livrar-se dela. Imagino-as como aquele passarinho que só conhece a sua gaiola e quando se abre a porta para a liberdade, não sai, fica ali com medo de perder as suas referências, com medo do desconhecido.

Energeticamente interpreto estas situações com uma grave disfunção do Chackra raíz e do Umbilical, ou seja problemas relacionados com a sobrevivência, a noção de liberdade e com a capacidade de sentir prazer. Como se mantivessem "de castigo" por não aceitarem as suas vulnerabilidades e incapacidade de controlar todos os aspectos das suas vidas. Pode ser de origem Karmica, imaginem alguém que numa vida passada usou e abusou do poder que tinha sobre os outros, por exemplo uma explorador de escravos, nesta vida pode vir pagar isso sendo ele próprio escravo dos seus próprios medos.

Puca o que disse em termos energéticos é muito interessante. Consegue associar esta perturbação com, por exemplo, aquilo que é visível nos escritos espíritas de "espíritos obsessores"? Ou seja, será possível que as pessoas com esta perturbação tenham um "espírito obsessor" que as "obrigue" aos rituais para se livrarem do sofrimento? Como é que vê esta explicação?
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

Puca
Se bem que não conheço muito bem a área do Espiritismo, parece-me uma explicação que faz sentido, uma entidade exterior que ocupa aquela pessoa, energeticamente frágil, como a sua "casa" fazendo com que revele algum tipo de comportamento dessa entidade obsessora. O que não compreendo muito bem é porque uma entidade se torna obsessora, qual é o impulso que provoca isso? Familiaridade? Vingança?

Pois isso também desconheço, apesar de ter lido já algumas coisas. Ainda me faz alguma "confusão" compreender que tipo de relação física/espiritual é tão forte que leva o sujeito a deixar de ser "ele próprio" para fazer aquilo que o obsessor lhe transmite. Eu falo disso, porque tenho tido alguns casos estranhos relativamente à POC. O desespero dos sujeitos é tal ordem grande que eu fico intranquila. Se bem que os fármacos ajudam em alguma coisa, mas não resolvem o problema. Esta pessoa de que falo, concretamente, inclusivamente com a idade que tem, já ponderou seriamente o suicídio pela incapacidade de viver uma vida que, tal como ele diz "não me pertence". Daí a minha pesquisa e o tentar procurar explicações para além da ciência sobre este quadro clínico.

Uma das hipóteses inicialmente levantadas, seria que a obsessão é reflexo do próprio carma do sujeito, tal como referiu e muito bem. Pela análise de vidas passadas, foram encontradas algumas "vidas" em que o suicídio esteve presente e também algum desconforto em falar de outras vidas... tendo por isso sido necessário fazê-lo regressar... Ou seja, o que se "encontrou" foi pouco elucidativo na compreensão do caso.

Vamos ver se surgem mais opiniões que me possam ajudar a compreender.
Obrigada de qualquer forma pelos seus comentários. :)
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Membro nr. 34334

Eu tenho TOC (transtorno.obsessivo compulsivo).
I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"

Esta é uma questão capaz de pôr a mais tranquila e pacata das mesas a rodopiar desenfreadamente.
Será que podemos de algum modo tentar justificar o transtorno ou perturbação com qualquer factor espiritual?
Como causas ''prováveis'' e se é que elas existem para este tipo de distúrbios concordo com esta parte da primeira resposta:

Citação de: Puca em 02 fevereiro, 2015, 16:46
Na minha opinião as pessoas que sofrem deste problema, são vitimas de uma série de regras e imposições sociais e familiares desde tenra idade, reprimidas pelos medos de falhar, de não terem comportamentos correctos, de serem rejeitadas ou excluídas.

Acreditando na eventualidade da reencarnação, até poderia ser uma parte remanescente da personalidade de uma vida anterior a manifestar-se na actual, mas é uma hipótese relativamente ''improvável''.
Caso a situação referida da propensão ao suicídio esteja também ligada a vidas anteriores, tendo em conta que supostamente os indivíduos que o fazem são obrigados a voltar ao plano físico para o cumprimento da sua missão de vida, até que atinjam a idade estabelecida para a passagem ao plano espiritual, também não vejo grande lógica na manutenção da tendência derivar do karma.
Creio que a resposta passará pela análise da personalidade e dos contextos familiares, sociais e profissionais a que esta está sujeita. Acredito que esta se desenvolva, molde ou adapte em função destas variáveis.
Tempus fugit!

Citação de: cody sweets em 02 fevereiro, 2015, 19:57
Eu tenho TOC (transtorno.obsessivo compulsivo).

TOC ou POC é igual - TOC é mais usual na terminologia brasileira. Mas estamos no âmbito da mesma situação. 
Cody, não quero entrar em pormenores da sua vida, pois sei perfeitamente o que esta situação aporta para a pessoa que a detém. Mas alguma vez, ao longo da sua vida, tentou explicar essa situação com questões espirituais? Se sim, que resultados obteve? O que é que já encontrou?

Rabugento:
Claramente que se trata de uma questão ancorada em raízes familiares que acaba por se estender para os contextos adicionais (e.g., sociais e profissionais). Até aqui tudo bem e inclusivamente há tratamentos muito desenvolvidos nos EUA, realizados pela equipa do Dr. Phil... mas esta é a questão científica. 

A minha questão pretende ir mais longe e se a componente espiritual é, na verdade, uma componente que faz parte do ser humano, tal como a própria definição de saúde da OMS contempla, pretendo indagar que explicações "espirituais" poderão servir para a compreensão desta perturbação?

Na minha perspetiva, vidas passadas é para mim uma hipótese, uma vez que se sabe que há resquícios que de outras vidas e que influenciam a nossa vida atual. Veja, a título de exemplo as múltiplas investigações realizadas por Ian Stevenson com crianças com marcas atuais decorrentes de anteriores reencarnações.

Porque razão considera a hipótese das vidas passadas "improvável"?
E porque razão retira daqui a hipótese cármica? Com base em quê é que chegou a estas conclusões?
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Membro nr. 34334

Eu tenho TOC, mas já tive outras doenças psicológicas como Transtorno dissociativo de personalidade e Sindrome de Tourette.
A razão pela qual as tive nunca considerei espiritual.
Acho que neste tópico explica mais ou menos a razão das mesmas.

https://portugalparanormal.com/index.php/topic,30220.0.html
I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"

Citação de: cody sweets em 02 fevereiro, 2015, 20:59
Eu tenho TOC, mas já tive outras doenças psicológicas como Transtorno dissociativo de personalidade e Sindrome de Tourette.
A razão pela qual as tive nunca considerei espiritual.
Acho que neste tópico explica mais ou menos a razão das mesmas.

https://portugalparanormal.com/index.php/topic,30220.0.html

Cody, já li o seu tópico. Sabe o que lhe digo, não se prenda aos rótulos clínicos, porque eles valem o que valem... apenas são nomenclaturas que os clínicos inventaram para colocar lá as pessoas....nada mais! Nós usamos um "calhamaço" que se chama DSM- onde constam todas as doenças psiquiátricas e todos os critérios de consideração... Se você abrir esse livro e começar a ler os descritores das patologias todas que existem.... você vai-se identificar com quase todas as patologias... o limite entre o normal e o patológico ainda tem muito que se lhe diga... a título de exemplo, este "calhamaço" já teve algumas revisões e algumas delas muito polémicas... inicialmente a homossexualidade era tida como uma patologia....:(

O despoletar de muitas das "perturbações" decorrem de problemas vivenciais muito concretos e, no seu caso em concreto, de um processo de luto doloroso e de um sentimento de "não pertença" à nova situação que lhe foi conferida. Quando o processo de luto assenta nestes marcos vivenciais durante a infância podem despoletar "mecanismos" que apenas têm como intuito fazer com o sujeito "sobreviva" aos traumas vividos... Naturalmente que poderão encontrar-se algumas caraterísticas associadas como o isolamento interpessoal, a autoestima, etc.. etc...

Mas como é uma pessoa que compreende a espiritualidade, nunca lhe passou pela cabeça justificar a sua situação com uma componente "cármica" ou de "vidas passadas"? 

Deixe-me ainda dizer-lhe que é preciso ter "coragem" para fazer um tópico como você fez. Dou-lhe os meus parabéns, porque eu defendo que quando a nossa "dor" é partilhada o processo terapêutico já se inicia. Você é, na verdade, um "guerreiro" nesta vida! (obrigada pela partilha).
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Membro nr. 34334

Nunca pensei nisso dessa maneira, uma componente "cármica" ou de "vidas passadas" acredito que muito provavelmente seja pois acho que ninguém merece assim tantos castigos na vida sem não ter feito algo muito mau previamente.

Obrigado :)

P.S Por favor trate-me por tu
I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"

Puca
A tua situação tem uma explicação muito real Cody, mas pelo que conversámos parece-me que os passinhos para a recuperação vão sendo dados e tu tens consciência disso e estás determinado no teu percurso. Como diz a Faty, não ligues a rótulos médicos, tu não és os teus problemas mas um ser Espiritual capaz de superar os obstáculos que lhe surgem no caminho e isso vai ser a tua grande etapa evolutiva nesta vida. Deus não coloca á nossa frente desafios que não somos capazes de ultrapassar e acho que está a fazer isso com grande mestria. Pode ser Karma também, mas podem apenas ser lições para a Alma, quanto mais sabedoria tem, maiores serão os testes. :)

Obrigado Puca, gostei muito das tuas palavras :)
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Citação de: cody sweets em 02 fevereiro, 2015, 21:23
Nunca pensei nisso dessa maneira, uma componente "cármica" ou de "vidas passadas" acredito que muito provavelmente seja pois acho que ninguém merece assim tantos castigos na vida sem não ter feito algo muito mau previamente.

Obrigado :)

P.S Por favor trate-me por tu

Castigo? Porquê castigo? Porque dizes tu que isto é um castigo? É uma grande aprendizagem!! Sabes, eu amo uma frase: Nada darei aos meus filhos que eles não possam suportar.... E sabes que isso é verdade? Tu só poderias ter uma "aprendizagem" deste tamanho (grande) porque tu és "grande" também... Ele sabe que tu és capaz... se Ele confia em ti... porque é que tu não confias em ti?

Sei que não é fácil... mas tudo depende da visão e da perspetiva que queres ter... se abrires a tua mente... verás que nada é por acaso.. e eu acredito, sinceramente, que a tua mãe é tua protetora! Ela certamente, que te quer mais é ver-te sorrir e feliz com a vida! É isso que uma mãe, quando parte, deseja dos seus filhos!

Eu acredito, que muitas das perturbações psiquiátricas podem ter uma outra explicação. Talvez seja eu que sou uma pessoa curiosa e com uma base muito científica... mas penso que temos que esgotar todas as hipóteses, para depois cruzarmos os braços e nos rendermos aos pés da ciência, entendes?
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Membro nr. 34334

Oh Faty :'( .... Será que é assim? Será que não é um castigo?

Eu sei que eles olham por mim e sabes qual é a coisa que mais me orgulho na vida? Ter chegado onde cheguei sozinho e poder mostrar aos meus pais que se podem orgulhar de mim, depois das tretas que já fiz na vida.

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