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  • [Insólito]Carlos Castro assassinado em hotel de Nova Iorque
    Iniciado por Sofiaa
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Citação de: Marlene em 10 janeiro, 2011, 14:03
Agora estasse a fazer de tolinho a ver se escapa...
Ora é sempre o que alegam. Cometeram homicidio porque "ouviram vozes" ou porque "teve uma reacção que nem compreendem"..entre outras coisas. é como os que lançam fogo nas matas, são sempre pessoas com problemas mentais...mas suficientemente espertos para fugirem assim que o ateiam...
"só se desilude, quem se ilude"


Este assunto é tão rico do ponto de vista de alguns aspectos, que mesmo que queira começar a dissertar nem sei por onde começar. Por isso acho que vou deixar aqui algumas notas soltas:

1) Um rapaz de 20 não se apaixona por um homem de 65 anos.
2) Um homem de 65 anos já tem idade para ter juízo e devia ser mais cauteloso.
3) Carlos Castro era, efectivamente, jornalista. Quem diz que não era só por preconceito à crónica social, por favor que vá ler o art. 1º do Estatuto do Jornalista.
4) A prova de que a democracia é perigosa atesta-se nas caixas de comentários, cheias de mensagens homofóbicas sem controlo de qualquer filtro. Fiquei atónito com o teor de mensagens como "ainda bem que a Renata lhe cortou as bolas, menos uma bixa pedófila" (note-se até a associação incrível de homossexualidade com pedofilia).
5) As pessoas adoram fazer julgamentos precipitados quando ainda nem se conhecem todos os pormenores do caso.
6) Os complexos de inferioridade do povo português expressam-se pelos comentários nas publicações on-line dos jornais norte-americanos onde faziam disto uma questão de orgulho nacional,ainda para mais com um inglês terrível e cheio de erros.
7) A igreja católica, mais uma vez no seu auge, promovendo missas e cordões humanos de apoio a um rapaz da terra, que alegadamente já confessou  ter assassinado uma pessoa, cometendo assim um dos pecados capitais que dão direito ao inferno.
"For the night is dark and full of terrors"

Um rapaz de 21 anos não se apaixona por um homem de 65? Já ouviram falar em gerontofilia?
C'est dans l'air.

Citação de: Gens em 16 janeiro, 2011, 01:48
Um rapaz de 21 anos não se apaixona por um homem de 65? Já ouviram falar em gerontofilia?

Eu não conheço nenhum caso de uma relação de sucesso (sobretudo homossexual) com pessoas que têm 44 anos de diferença. Além disso, para haver gerontofilia neste caso, era preciso que o alegado homicida fosse realmente homossexual. Ao que tudo indica, ele não era.
"For the night is dark and full of terrors"

Citação de: Cernunnos em 16 janeiro, 2011, 02:07
Eu não conheço nenhum caso de uma relação de sucesso (sobretudo homossexual) com pessoas que têm 44 anos de diferença. Além disso, para haver gerontofilia neste caso, era preciso que o alegado homicida fosse realmente homossexual. Ao que tudo indica, ele não era.

Segundo um professor meu de psiquiatria ele não era heterossexual, atendendo aos dados fornecidos pela comunicação social, sublinhe-se. Há indícios de que haveria uma crise de identidade sexual. Para além disso, poderia haver ligação afectiva sim, há muitos casos de pessoas que procuram em companheiros ou companheiros com muito mais idade uma mãe ou um pai que nunca tiveram. E este rapaz teve um pai ausente, segundo disse a própria mãe... no meio desta discussão toda ainda ninguém falou em bissexualidade, estranho... e com os dados apresentados tudo indica que esse Renato seria bissexual, e não lidaria bem com isso, talvez pela educação católica que teve, contexto social e cultural em que foi criado, etc.
C'est dans l'air.

Permitam-me: mais do que um crise identitária eu creio que o que moveu o Renato foi a ambição não só pela fama mas também pelo dinheiro. Ele viu todo um novo mundo de possibilidades caminhando ao lado do Carlos.

Porque não considerarmos apenas que o rapaz recalcou a sua heterossexualidade a favor da sua ambição? Pode ser perfeitamente a razão pela qual ele depois toma o acto, não só de matar mas também de castrar o senhor. Na prática a castração aqui teve imenso de simbólico. E esse simbolismo pode representar muito sobre o caso...
"A minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite."

Citação de: Gens em 16 janeiro, 2011, 02:40
Segundo um professor meu de psiquiatria ele não era heterossexual, atendendo aos dados fornecidos pela comunicação social, sublinhe-se. Há indícios de que haveria uma crise de identidade sexual. Para além disso, poderia haver ligação afectiva sim, há muitos casos de pessoas que procuram em companheiros ou companheiros com muito mais idade uma mãe ou um pai que nunca tiveram. E este rapaz teve um pai ausente, segundo disse a própria mãe... no meio desta discussão toda ainda ninguém falou em bissexualidade, estranho... e com os dados apresentados tudo indica que esse Renato seria bissexual, e não lidaria bem com isso, talvez pela educação católica que teve, contexto social e cultural em que foi criado, etc.
A questão de ele procurar o pai que nunca teve não tem necessariamente a ver com a questão sexual. O teu Professor tem essa opinião mas há quem defenda uma opinião bem contrária, nomeadamente os psicólogos que têm sido entrevistados no jornal da SIC. Segundos eles, o comportamento do Renato pode ter sido despoletado por uma simulação de comportamento sexual (fazer-se passar por homossexual), quando na verdade ele é, presumivelmente, heterossexual.

Acontece que a repetição de um comportamento contrário à natureza dele, acrescido de valores morais e cristãos, e de um eventual assédio que eu acredito que tenha havido por parte do Carlos Castro, e que é remotamente confirmado numa entrevista que um amigo dele deu ao jornal "i", podem ter despertado este acto psicótico.

Fica aqui o link para a entrevista: http://www.ionline.pt/conteudo/98679-carlos-castro-sabia-que-o-renato-nao-era-homossexual

Destaco este excerto:

Citação
P: Ou seja, o Renato não era homossexual.

R: Ele era a tal componente heterossexual, e este caso não foi diferente de outros que o Carlos teve: sabia que o Renato tinha namorada mas ignorava isso. Achava que o facto de ter uma mulher era uma forma de atirar poeira para os olhos. Queria muito que ele fosse homossexual. O Carlos era uma pessoa complicada.

P: Acha que ele estava ciente da sua orientação sexual?

R: Ele sabia que o rapaz não era homossexual e que nunca tinha tido uma experiência do género. Tinha a certeza disso. Sem ser muito efeminado, em termos sexuais o Carlos era uma mulher. O rapaz, sendo heterossexual, jogou com ele. Era o homem, o elemento activo, e isso não afectaria a sua masculinidade. Eu sempre lhe disse que aquilo não tinha pernas para andar e que o melhor era aproveitar enquanto durasse. Mas isso não lhe chegava. "O rapaz passa a vida a dizer que me adora, acho que isto é para o resto da vida", dizia-me ele. "Tens de o conhecer." E fartava-se de receber mensagens dele.

P:Leu alguma?

R: Sim, ele mostrou-me algumas na noite de Natal: "Já tomaste o teu leitinho? Reparei agora nas horas, mediste a tensão? Sei que estou a ser chato, mas sabes que te adoro". E o Carlos acreditava em tudo isso. Quando está apaixonado, deixa-se deslumbrar. Mas eu achava que a única coisa que ele via no Carlos era a oportunidade, o protagonismo, a carreira, alguém que lhe podia abrir as portas.
"For the night is dark and full of terrors"

#23
Não liguei muito a essa entrevista do Guilherme de Melo porque é um senhor com 80 anos, que cresceu num contexto cultural no qual havia um conceito de homossexualidade diferente do nosso, o homossexual era o elemento feminino da relação, ou como hoje se diz, o passivo. Actualmente, tem-se uma visão diferente da homossexualidade, e considera-se que o elemento masculino, ou o activo, o que penetra, também pode ser homossexual. Hoje em dia considera-se que um homossexual é aquele indivíduo no qual predomina a atracção física e emocional por indivíduos do mesmo sexo. O que o Guilherme de Melo descreve é um conceito de homossexualidade que existia há décadas, mas que já caiu em desuso.

De resto, parece-me sensacionalista e provinciana esta cruzada para provar que esse Renato era hetero, ou bi ou homossexual, o importante é que houve um crime muito violento, e quem o cometeu deve ser severamente punido. Na América toda a gente na comunicação social está preocupada com os contornos bárbaros do crime, por cá parece que se quer endeusar o «menino inocente», que na realidade era um homem bem adulto, que matou o «paneleiro» velho. Parece que não saímos dos tempos do Estado Novo, onde se abafavam os casos de mortes de p*t*s e pan*l*ros, como se estes fossem cidadãos de segunda categoria.

PS:

Esta é a minha opinião pessoal, um heterossexual não envia mensagens «fofinhas» a outro homem, nem vai para a cama com ele, quando quer subir tem a predisposição para engatar um quarentona ou uma cinquentona. Mas o que ele faz na cama não me interessa, nem deveria interessar a ninguém, o importante é que quem cometeu o crime seja severamente punido, foi uma vida humana que se perdeu de forma muito violenta. Se ele não queria dar caminha ao Carlos Castro, saía do quarto de Hotel, não estava alegadamente uma hora a espancar e a mutilar o senhor.
C'est dans l'air.

OK, mas a entrevista do Guilhermo de Melo não tem a ver com o conceito de homossexualidade no tempo dele, não é esse o propósito da entrevista. É mesmo perspectivar a relação que o casal tinha e que explica a teoria de que o Renato forçou um comportamento sexual que não correspondia ao seu, com uma pessoa provavelmente atiradiça e que muito provavelmente lhe causava asco.

Vou só mais uma vez realçar alguns pontos muito importantes:

CitaçãoDá a sensação de que este romance tem uma componente psicológica muito forte.

O facto de o Carlos ser muito ciumento fazia com que se descontrolasse. Ele criava fantasias: quando percebia que a paixão não era correspondida, entrava em depressão, pensava em suicídio. Era uma pessoa de extremos. Houve uma violência psicológica muito forte de ambos.

Mas daí a haver um crime destes vai um passo de gigante.

Acho que o rapaz usou o corpo que tinha, a virilidade e, sobretudo, o que tinha entre as pernas. Quando o Carlos o viu trocar contactos com umas raparigas no hall do hotel, fez uma cena de ciúmes enorme. Por outro lado, o rapaz, que tinha sido acólito em Cantanhede, tinha a cabeça cheia de preconceitos. A discussão que tiveram no restaurante - que levou alguns clientes a queixarem-se à gerência - fez com que o Renato caísse em si: passou a ver no Carlos o objecto do seu ódio, daí a tortura a que o submeteu, para o livrar dos "demónios". Acho que foi nessa altura que percebeu que se tinha envolvido, e que não havia forma de voltar atrás.

O Carlos sempre se envolveu com pessoas mais novas. Porquê?

Um dos factores mais importantes para ele era a beleza. E, meu querido amigo, só se é belo e deslumbrante entre os 20 e os 30 anos.

Só aqui conseguimos detectar alguns pontos:

1) O Carlos era uma pessoa extremamente desequilibrada emocionalmente que oscilava entre o estado de graça total e as tentativas de suicídio. Além disso, era "extremamente ciumento".
2) O rapaz tinha "a cabeça cheia de preconceitos" e só queria fama e sucesso. Forçou um comportamento sexual que não correspondia ao seu, e quando podia cortava isso, como aconteceu quando deu o seu número a umas raparigas. Depois o Carlos queria pular a cerca e puxar um lado homossexual que não existia. E se ele o via como um "pai", então viu-o como um pai que o assediava.

A teoria deste Guilherme corrobora a teoria dos psicólogos e a minha também que já explicitei. Mas pronto, eu também só publiquei a minha opinião em relação a este assunto porque acho que ela transcende já a prática do crime (que por sinal sim, é bem horrendo e absolutamente injustificável).
"For the night is dark and full of terrors"

Chegámos a um ponto em que os dados acabam por ser muito parciais, tanto para um lado como para o outro, o que contará como certo, para mim, serão os relatório de psicologia e psiquiatria forense, aí sim saberemos mais alguma coisa sobre a personalidade do Renato. Não sei se ele fingiu ser gay, se é bissexual ou se é mesmo gay, aliás, ninguém o pode afirmar com certezas, o Ricky Martin tinha fama de ter muitas namoradas giras e afinal parece que há umas semanas ou meses disse na Oprah que era gay.

O que fica no meio disto tudo é uma mensagem para todos os jovens e pais, cuidado com as redes sociais e com a ambição desmedida, sexo, paixão, dinheiro e fama sempre foram combinações explosivas.
C'est dans l'air.

Citação de: Magda_Costa em 10 janeiro, 2011, 16:09
Ora é sempre o que alegam. Cometeram homicidio porque "ouviram vozes" ou porque "teve uma reacção que nem compreendem"..entre outras coisas. é como os que lançam fogo nas matas, são sempre pessoas com problemas mentais...mas suficientemente espertos para fugirem assim que o ateiam...
Estará sem dúvida a fazer-se mais tolo que aquilo que é, mas só terá de exagerar um pouco, ou queres acreditar que uma pessoa que fez o que ele fez é minimamente equilibrada psicologicamente?  :P
O possível faz-se, o impossível demora mais um bocado.

Este caso está todo ele envolto em delicadezas e suposições.

Mas eu reparei numa coisa muito interessante...

Visto que, o próprio Carlos Castro dizia que queria morrer em NY, já me passou pela cabeça que isto pode ter inicialmente sido tambem uma espécie de eutanasia, onde o Renato aproveitou a deixa para faze-lo sofrer imenso antes de morrer, como uma especie de vingança. Uma possibilidade, apesar de ridicula, é plenamente possivel devido ao estado emocional de ambos na altura.

Outra, como referiram muito bem, o Renato mata-lo devido a um acesso de raiva pelo Castro não lhe mimar com prendas ricas e viagens de luxo (uma bem plausivel visto que custa-me acreditar na possibilidade que um modelo bem parecido querer andar com um velho emocionalmente instavel cheio de dinheiro pela sua bela cara e personalidade, quando tinha homens e mulheres mais novas e mais bem parecidas a caça-lo que nem lebre, mas ha gostos para tudo, se formos bem a ver).

O ulimo ponto pode ser uma quebra por parte do proprio Renato. A maneira como ele matou o Carlos, aquilo é uma mensagem. Tenhamos que admitir, quem conhecia o Carlos, sabia que ele era extremamente ciumento e assediava imenso, então, aqui ha tambem a possibilidade de ele estar farto que lhe façam coisas contra a vontade dele. Tipo "Ah queres isto? Então antes fazes-me isto." ou forçar o rapaz a relacçoes sexuais, por exemplo.

Eu interpreto a mensagem da seguinte maneira: ao cortar-lhe os genitais, tirou-lhe a possibilidade de abusar quem abusava (a ele), de exercer os seus desejos libidosos. Ao arrancar o olho do Carlos, foi tambem uma mensagem que poderia ser interepretada no sentido de "comestes olhos desejaste e observaste, com esta cabeça planeaste e abordaste (visto que foi morto com pancadas na cabeça) e com os teus genitais, exerceste as tuas necessidades carnais.

Mas aqui a questão volta ao "Então mas porque é que o Renato andava sempre com ele?!" a resposta "Dinheiro e reconhecimento socio-mediático". Ele é culpado, mas não deve ser o unico nesta historia, o Carlos tem culpa no cartório tambem. Agora o motivo do Homicidio, agora só o Renato é que realmente sabe.
A vida é efémera, a morte inevitável mas a palavra é eterna...

O Hotel vai ficar conhecido como Assombrado. A lenda de Castro... Cuidado com o saca-rolhas.  :angel:
"Im on the Hype Train to Awesome City!! Choo Choo Motherfuckers!"

Citação de: Fallen Phoenix em 16 janeiro, 2011, 12:16
O Hotel vai ficar conhecido como Assombrado. A lenda de Castro... Cuidado com o saca-rolhas.  :angel:

Aquele quarto era bom para um EVP.
C'est dans l'air.