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  • O mistério dos relacionamentos
    Iniciado por Marta149
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O relacionamento é um mistério. E, por existir entre duas pessoas, depende de ambas. Sempre que duas pessoas se encontram, um novo mundo é criado. Justamente pelo encontro, um novo fenômeno vem à existência – o qual não existia antes, o qual nunca existiu. E através desse novo fenômeno, duas pessoas são mudadas e transformadas. Não-relacionado, você é de um jeito; ao se relacionar, imediatamente fica diferente. Uma coisa nova aconteceu.

O relacionamento é criado por você, mas, por sua vez, ele também o cria. Duas pessoas encontram-se, isto significa que dois mundos se encontraram. Não é algo simples – é muito complexo, é o que há de mais complexo.

Cada pessoa é um mundo em si mesma – um complexo mistério com um longo passado e um futuro eterno. No começo, apenas as periferias se encontram. Mas, se o relacionamento cresce intimamente, se fica mais próximo, mais profundo, então, pouco a pouco, os centros se encontram. Quando os centros se encontram, isto é chamado de amor. Quando apenas as periferias se encontram, há uma familiaridade. Você toca a pessoa pelo lado de fora, só o contorno, então, fica familiarizado. Muitas vezes, você começa a chamar essa familiaridade de amor. Então, entra numa ilusão. Familiaridade não é amor.

O amor é muito raro. Encontrar uma pessoa em seu centro é passar por uma revolução em si mesmo, porque se você quiser encontrar o centro do outro, terá de permitir que o outro também chegue ao seu centro. Terá de tornar-se vulnerável, absolutamente vulnerável, aberto. É arriscado. Permitir que alguém chegue ao seu centro é arriscado, perigoso, porque nunca se sabe o que essa pessoa fará. E quando todos os seus segredos forem conhecidos, quando o que está oculto tornar-se visível, quando você tiver se exposto completamente, o que essa outra pessoa fará, nunca se sabe. O medo surge. Eis porque nunca nos abrimos. Basta uma familiaridade, e pensamos que o amor aconteceu. As periferias encontram-se, e pensamos que nós é que nos encontramos. Você não é a sua periferia. Na verdade, a periferia é o limite onde você termina, apenas a cerca ao seu redor. Não é você! Até mesmo os maridos e esposas que viveram juntos por muitos anos, podem ser apenas familiares. É possível que não tenham conhecido um ao outro. E quanto mais você vive com alguém mais se esquece de que os centros continuam desconhecidos.

Portanto, a primeira coisa a ser compreendida é:

Não tome a familiaridade por amor. Você pode fazer amor, pode estar sexualmente relacionado, mas o sexo também é periférico. A menos que os centros se encontrem, o sexo é apenas um encontro entre dois corpos. E um encontro entre dois corpos não é um encontro. O sexo também permanece na familiaridade – física, corporal, mas ainda familiar. Você só permite que alguém entre em você, em seu centro, quando não está com medo, quando não está temeroso. Portanto, eu lhe digo que existem dois tipos de vida. Uma orientada pelo medo; a outra, orientada pelo amor. A vida orientada pelo medo não pode nunca levá-lo a um relacionamento mais profundo. Você permanece no medo e não aceita o outro – não pode aceitar que penetrem em seu âmago mais profundo. Até um determinado ponto, você aceita o outro; além desse ponto, o muro vem e tudo estaciona.

A pessoa orientada pelo amor é uma pessoa religiosa. A pessoa orientada pelo amor é aquela que não tem medo do futuro, aquela que não tem medo dos resultados e consequências, não fica calculando ou manipulando – é aquela que simplesmente vive aqui e agora.

Osho

#1
Grandes reflexões que dão muito que pensar. Osho tem toda a razão, só existe dois sentimentos, o Amor e o medo e tudo o resto deriva desses. O Amor é bom em tudo, o medo é bom porque evita que façamos loucuras, mas tambem é uma das chagas da humanidade. O medo leva-nos avareza, ao ciume, a maldicencia, a inveja. Por isso o melhor é Amar. Amar sem esperar do companheiro/a o mesmo que lhe damos a ele/a. É dificil, mas tenta-se :P
Abençoado seja o seu santíssimo nome em favor de todos nós Deus nosso Pai.

Oh pá, agora vou parecer um pouco demodé, mas não resisto... por isso é que eu admiro aquelas mulheres que tratam o marido por você :)
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334


É verdade Marta, sabe que entre eles parece existir mais "respeito", sei lá...não sei explicar. Conheço alguns casais, ainda novos (na ordem dos 30 e 40) e elas tratam-nos por você, do tipo: "já pensou naquilo que lhe falei hoje de manhã?"... lol mesmo!!!
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

Optimo texto, adorei Marta :)

Para mim, aceitar o outro é tremendamente fácil. O que me assusta é não ser aceite pelo outro.

Ninguém é perfeito e não é fácil, ás vezes lidar, com as imperfeições de cada um... Há quem ame e há quem goste e quem ama de verdade aceita, compreende e ajuda a ultrapassar as dificuldades e os medos. Quem gosta ás vezes confunde com amor e depois, perante as dificuldades, é mais fácil "descartar-se".

sofiagov
Citação de: SaraRS em 14 setembro, 2015, 22:00
Optimo texto, adorei Marta :)

Para mim, aceitar o outro é tremendamente fácil. O que me assusta é não ser aceite pelo outro.
Não diria tremendamente fácil. Mas amar alguém certamente é amar a o outro como um todo e não pela metade ... :)

Citação de: Marta149 em 14 setembro, 2015, 22:14
Ninguém é perfeito e não é fácil, ás vezes lidar, com as imperfeições de cada um... Há quem ame e há quem goste e quem ama de verdade aceita, compreende e ajuda a ultrapassar as dificuldades e os medos. Quem gosta ás vezes confunde com amor e depois, perante as dificuldades, é mais fácil "descartar-se".

:-\

#8
Citação de: Marta149 em 14 setembro, 2015, 22:14
Ninguém é perfeito e não é fácil, ás vezes lidar, com as imperfeições de cada um... Há quem ame e há quem goste e quem ama de verdade aceita, compreende e ajuda a ultrapassar as dificuldades e os medos. Quem gosta ás vezes confunde com amor e depois, perante as dificuldades, é mais fácil "descartar-se".

Eu acho que o relacionamento é uma construção. Quando entramos num novo emprego procuramos agradar aos colegas, às chefias e fazer bem o nosso trabalho. Com o tempo, vamos descobrindo coisas que não gostamos, pessoas com quem não gostamos de trabalhar, que não têm que ver connosco, etc... e mesmo assim, temos que encontrar formas de chegar a bom porto... senão acabamos por vir embora. O mesmo acontece nos relacionamentos. Vamos vendo coisas que gostamos e outras que não gostamos... o problema é que hoje em dia, logo na primeira dificuldade ouvimos sempre dizer, é melhor cada qual ir para o seu lado. Ou seja, desistem antes de começar alguma coisa :( Por isso costumo dizer que antes de entrarmos numa relação temos mesmo que nos conhecer bem para depois começarmos a conhecer o outro. Se ambas as partes fizerem isso... as coisas funcionam. O problema é que é quase sempre apenas uma das partes a fazer isso... é como se um remasse para um lado e o outro ou não rema, ou rema para um lado diferente. Amar é os dois olharem na mesma direção e não um para o outro!

O bom senso nos relacionamentos é algo que não existe hoje em dia. Nem imagina a quantidade de pessoas que tenho tido e que vivem momentos de amargura por causa dos relacionamentos. Acho que as pessoas estão a viver de costas viradas para si próprias... à procura de um "ideal" de relação que não existe, a não ser nas novelas e nos filmes.

Tudo de bom para si!
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

#9
Concordo plenamente com a Faty Lee.
O problema é sem dúvida a falta de esforço, de luta e de visão. É preciso alguma inteligência emocional para ver as coisas com clareza, perceber onde estão os problemas e onde é preciso investir mais tempo para que a relação se continue a construir de forma saudável.
A questão é que há pessoas que são flexiveis e há outras que são completamente impenetráveis, como um cavalo com palas nos olhos, incapazes de mudar um pormenor em prol da relação, porque 'são assim e pronto'. Quando isto acontece, o que não é raro, acabam por haver sempre os mesmos problemas e a relação vai se desgastando.

É preciso bom senso, sim...mas muita capacidade de mudança.
Contos de fada não existem mas por vezes, algo muito bonito é estragado por simples pormenores que podiam ter sido contornados e não são pela falta de flexibilidade do outro. E um floco de neve acaba por se tornar numa bola de neve gigante.

Será que isto acontece atualmente porque as pessoas se recusam a viver na "realidade" e preferem a "ilusão"?

Não deixa de ser interessante compreender o que se está a passar ao nível dos relacionamentos... eu sinto tudo isto com uma sensação enorme de "estranheza"... pois acho que tudo está muito diferente mesmo.
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

sofiagov
#11
Diz-se que Deus criou os amigos precisamente para os que não tem muita sorte no amor...
Sendo a amizade a base sólida e podendo ser ponto de partida para um amor ou não.

Obviamente que tem que haver construção numa relação, e quem pensa o contrário não pensa sequer....
A capacidade de mudar tem de partir de cada um de nós , de dentro e não importa impor ...se assim for mais tarde ou mais cedo a relação desmorona-se, porque dependente sempre de um para terminar.

Simples pormenores não deviam beliscar um amor :-\, mas infelizmente isso acontece por factos externos que não são resolvidos de forma interna quer entre os dois quer em nós próprios.
Em suma quando se "aventura" numa relação que seja com corpo e alma, e acha que não consegue continuar por múltiplos factores sejamos então "grandinhos" para terminar com essa relação com a alma e corpo de forma sóbria.
Bem haja

Não vale a pena procurar o amor porque há um segundo na vida, em que, simplesmente, acontece. Ele é tão profundo que não deixa dúvidas e acontece uma única vez na vida. Basta saber esperar por esse segundo e não andar a tentar amar.

Quanto mais se procura menos se encontra....
Abençoado seja o seu santíssimo nome em favor de todos nós Deus nosso Pai.

Citação de: Faty Lee em 14 setembro, 2015, 19:04
É verdade Marta, sabe que entre eles parece existir mais "respeito", sei lá...não sei explicar. Conheço alguns casais, ainda novos (na ordem dos 30 e 40) e elas tratam-nos por você, do tipo: "já pensou naquilo que lhe falei hoje de manhã?"... lol mesmo!!!

Eu trato o meu namorado por você lol tenho 29 anos :P
"Raramente conhecemos alguém de bom senso, além daqueles que concordam connosco."  François La Rochefoucauld