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  • O Lado da Razão
    Iniciado por Arghallad
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   Nesse dia chegou tarde a casa. Antes, passou no escritório onde encontrou Sérgio e discutiram os contornos do caso que Sérgio tinha em mãos e a conversa que tinha tido com a sua mais recente cliente.
   - Ok Sérgio. Uma vez que temos agora a certeza que os nossos casos estão ligados, quero por favor que investigues as mortes dos Drs. Carlos Infante e Aurélio Sampaio.
   - Quem são eles?
   - O primeiro é o falecido esposo da minha cliente e o segundo o seu colega que foi encontrado assassinado na sua casa de férias em Sintra. Não sei como o primeiro morreu, mas no caso do segundo, houve um relatório policial feito, em que chegaram á conclusão que foi um assalto que correu mal.
   - E não houve testemunhas? Mais vítimas? Que raio estava o homem a fazer sozinho na casa de férias?
   - É isso que não compreendo. Não tenho conhecimento da existência de testemunhas, e não existem mais vítimas. Ele encontrava-se sozinho na casa, enquanto a esposa se encontrava na residência oficial do casal em Cascais.
   - Também em Cascais?
   - Sim. É para lá que vou amanhã. Mas primeiro, vou passar na Universidade. Quero falar com o director da Universidade e fazer-lhe algumas perguntas acerca do estudo que o Dra. Noémia e o Dr. Aurélio estavam a levar a cabo. Quero também interroga-lo acerca do relacionamento entre a minha cliente e o esposo. Este tipo de coisas costuma não ser segredo entre colegas, e muito menos numa Universidade.
   - Está bem. Mas vê lá se não tens nenhuma surpresa desagradável.
   - Porquê?
   - A tua ex-mulher fartou-se de ligar para aqui. Chegou a um ponto em que eu pedi á Patrícia para me transferir a chamada e falei com ela.
   - Sim, já sei. Eu falei com ela ao telefone, depois de falar contigo.
   - Então já sabes que ela voltou para a Universidade?
   - Desculpa? Repete lá isso?
   - Sim. Ela voltou a dar aulas de Direito.
   - Ainda bem que avisas. A ver se vejo onde meto os pés. Não me apetece pisar trampa.
   - Deixa-te disso Pedro. – disse Sérgio com tom reprovador. – Tu ainda a amas.
   - Isso não desculpa o que ela me fez. E nem tentes desculpá-la.
   - Não o estou a fazer.
   - Bem, vou para casa. Estou cansado e amanhã depois da Universidade, tenho de ir a Cascais falar com a viúva do Dr. Aurélio. Tem de haver algo que a Dra. Noémia não me disse. Algo que ela não sabe e que a viúva do falecido possa saber. Vou pedir á Patrícia para investigar o falecido Dr. e tentar encontrar a morada da senhora.
   - Fazes bem. E eu fico com os contornos das mortes dos Drs. Ainda não me explicaste foi o porquê.
   - Porque algo aqui não faz sentido. Não é normal termos duas mortes ligadas a uma pessoa. Principalmente, com contornos tão obscuros e desconhecidos. Bem Sérgio, até amanhã. Preciso de dormir.
   - Tu e eu. Até amanhã.
Já em casa, no seu apartamento em Alcântara, encontrava-se na varanda, sentado numa confortável cadeira de vime, a reflectir no caso com a ajuda de um copo com um líquido de cor âmbar. O forte sabor e o calor provocado pelo brandy ajudava-o a reflectir calmamente em tudo, e a recordar melhor os pormenores do dia. Algo em tudo isto não fazia sentido. De alguma forma, em tudo o que a sua cliente lhe havia dito, parecia-lhe que ela estava a esconder algo. Mas como é que ele tinha chegado a essa conclusão? Toda a sua postura era normal e descontraída. Falou num tom de voz normalíssimo, estava sentada de forma relaxada na poltrona, olhava para ele de forma provocadora. Os olhos. Era isso. O olhar era provocador, mas por trás disso notava-se que ela lhe estava a esconder algo. Passou-lhe pela cabeça uma ideia que não era desprovida de senso. No dia seguinte, na Universidade, talvez conseguisse tirar essa dúvida. Mesmo que os colegas da sua cliente não tivessem conhecimento de nada, os alunos eram dados a rumores e mexericos. Era um tiro no escuro, mas talvez acertasse na mosca.
***
Lisboa - Cidade Universitária, 09:30

   Estava no gabinete do Director da Universidade, a aguardar pacientemente que este chegasse para o atender, como lhe havia sido dito pela secretária. A espera não foi grande, pois minutos depois o Director fez-se apresentar no gabinete. Era um homem gordo, de cabelo já cinzento, vestido de forma apresentável e respeitável, de fato e gravata, com um ar olhar bondoso, que fazia par com um rosto afável, mas que poderia tornar-se duro e austero. Não havia mudado nada nos últimos vinte anos, á excepção da proeminente pança e do cabelo grisalho. Começou por ser ele a abrir as conversações.
   - Detective Pedro, presumo?
   - Sim senhor. O próprio. – Pedro respondeu, levantando-se da cadeira e estendendo a mão.
   - Não mudaste nada, rapaz. – O director  respondeu, apertando a mão estendida. – Talvez apenas com um rosto mais duro, talvez devido aos mais recentes acontecimentos? Por favor, senta-te.
   - Obrigado, Director Vitor. E sim. Pode-se dizer que me tornei mais duro.
   - Por favor Pedro. Nada disso. Já não és um aluno aqui a estudar psicologia criminal. Agora, falamos de igual para igual. Diz-me, a que devo a tua visita?
   - Directo ao assunto, como sempre. Bem, vim cá fazer-lhe umas perguntas relacionadas com um caso no qual ando a trabalhar.
   - É acerca de professores ou alunos da Universidade? Conheces as regras do sigilo Pedro.
   - Sim conheço. No entanto, uma vez que o caso está directamente relacionado com a Universidade, preciso dessas respostas.
   - Pois bem, então. Pergunta lá.
   - Tem aqui uma senhora chamada Noémia Infante a trabalhar, correcto?
   - Sim tenho. Uma mente brilhante, mas temo que se possa estar a perder.
   - Como assim?
   - O esposo dela, Dr. Carlos Infante, também professor aqui, faleceu recentemente. Foi um duro golpe para ela. Logo a seguir, ela perdeu também o colega de trabalho, Dr. Aurélio Sampaio. O pobre foi encontrado assassinado na sua casa de férias em Sintra.
    - Já tive conhecimento disso, da boca da própria Dr. Noémia.
    - Mas ela encontra-se em sarilhos?
    - Não creio que esteja. No entanto, gostaria de saber ao certo qual era o trabalho em que a Dra. Noémia e o Dr. Aurélio estavam envolvidos.
    - Algo que eu não acreditava ser possível existir. Eles encontravam-se ambos a investigar e a estudar um cadáver de uma espécie humanoide. Vieram a descobrir que o ser não era humano, e tampouco pertencia ao nosso planeta. Fizeram experiências, estudaram o cadáver, fizeram tudo o que estava ao alcance deles, mas poucas informações conseguiram. Apenas algumas coisas mais básicas. Depois, após a morte do Dr. Carlos, a Dra. Noémia ficou obcecada com o estudo destes seres, mas já nos tínhamos desfeito do cadáver. Tinha sido completamente dissecado e o próprio Dr. Aurélio mandou os restos mortais da criatura para que fosse cremado. No entanto os estudos ainda levaram bastante tempo. O Dr. Aurélio andou a estudar todos os relatórios e a verificar duas e três vezes todos os resultados.
   - E durante todo este tempo, onde esteve a Dra. Noémia?
   - Esteve de licença de viuvez. Aliás, ainda se encontra. Ela e o Aurélio de vez em quando encontravam-se para discutir alguns aspetos técnicos da investigação, mas ela não vinha ao laboratório. Depois disso, o Dr. Aurélio teve aquele fim trágico, e isso deitou a Noémia completamente por terra. Eles eram muito próximos.
   - Diga-me uma coisa Vitor. Sabem qual foi a causa da morte do esposo da minha cliente?
   - Não. Foi uma morte súbita. Um qualquer malefício fulminante que lhe roubou a vida. É a única explicação que encontro. O Carlos era saudável. Era novo. Tinha apenas 35 anos. Ainda hoje me pergunto como é que a vida pode ser tão cruel. Uma mente brilhante. Um homem magnífico. Tinha sempre um sorriso para toda a gente e não se deixava abater por nada. Posso contar pelos dedos as vezes que faltou por doença. Foram apenas duas. Parece que é verdade. À terceira é de vez.
   - Muito bem. Já tenho o que desejava saber. Muito obrigado Vitor. Agora, se me dás licença, tenho de ir embora. Ainda preciso de passar noutros sítios.
   - Ena. Tanto secretismo. – O director riu-se. – Eu sei, eu compreendo. Tens trabalho para fazer. Já agora, sabes que a Sara voltou? Já a viste?
   - Duas perguntas, duas respostas. Sim sei. Não, não vi e prefiro não ver.
   - Vá lá rapaz. Não sejas assim. A Sara está um autêntico caco. Ela ama-te. E tu sabes que não encontras mulheres como ela em todo o lado.
   - Consigo encontrar uma em qualquer bar da cidade.
   - Bem, pelo menos não disseste "esquina de um prédio". Acho que te devo agradecer por isso. Lembras-te de há uns anos me teres pedido uns conselhos para o futuro? Pois agora tenho outro para ti. Vai falar com a Sara com calma. Se não for hoje, pelo menos em breve. Tu podes não ver ou não querer ver isso, mas por muito que ela te tenha magoado, tu ainda a amas e precisas dela. Qualquer um consegue ver isso.
   - Isto dito por um homem divorciado por duas vezes.
   - Sim, e viúvo uma. Vai por mim Pedro. Não te desejo mal. Sabes disso.
   - Sim, eu sei Vitor. – Ele disse, expirando profundamente. – Obrigado pelo conselho.
   - De nada rapaz. Vai com Deus. – O Director despediu-se. "Ou com o Diabo" pensou Pedro, ao sair do gabinete.

(CONTINUA)
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

Antes de mais parabéns arghallad
Dona sara minha ex mulher?
I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"

Eu, incrivelmente, só descobri esta história agora!!!
E estou a adorar, ja me estou a imaginar, no meu sofazinho com a minha mantinha e isto, em forma de livro, pela noite dentro... Ehehe

Está muito bom, e que curiosa que eu estou para saber mais!! :)

Este, em forma de livro, não vai dar. Ou talvez dê. Não sei. Mas este estou mesmo a pensar em fazer algo pequeno. Mas o outro, podes muito bem vir a ler em formato de papel. Quem sabe. Obrigado pelo apoio pessoal. Agora é pensar um pouco mais no desenvolvimento e para onde ir a partir daqui.
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...o outro?
Estou a gostar bastante deste...  :)

O "outro" é mais ao estilo de Tolkien. Mais o meu tipo de coisa.
Chegasteis até aqui,
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Tens aqui alguma coisa para eu ler? :)

Cada vez melhor mano :3

Ruivas, olhos verdes, detetives, extra terrestres e homicidio.
So faltam as motas e eu propria arranjo uma editora se fizeres livro ;D

Ja agora o nome da secretaria é muito giro :P
http://esotericbjarkan.blogspot.pt/
"Men have enslaved each other... since they invented gods to forgive them for doing it."
"Compassion for animals is intimately associated with goodness of character, and it may be confidently asserted that he who is cruel to animals cannot be a good man."

Obrigado maninha. Sabia que de alguma forma ias gostar. Motas... Posso tentar meter isso pelo meio.  ;D
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O Cody chama-se Pedro. ;D :laugh: :laugh: :laugh: :laugh: :laugh: :laugh:
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ah, pois é...  ::) oh céus.
um dia fazemos todos um teatro desta história

Shelly, desculpa, não te respondi. Sim, tenho outros dois contos aqui postados. Estão ambos nos Desafios Literários. Podes lê-los lá.
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Então sara?!!???!! Não te lembras do meu nome? Não me digas que não te lembras da minha alcunha?
Tou a brincar mas fogo com uma sara e uma patrícia que posso mais eu desejar?! ::)
I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"

.......

Nunca mais vou olhar para esta história da mesma maneira  .........