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  • O Lado da Razão
    Iniciado por Arghallad
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I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"

Sim tambem acho que sim xDDD

Cody eu estava a perguntar a definição de estranho ;D
http://esotericbjarkan.blogspot.pt/
"Men have enslaved each other... since they invented gods to forgive them for doing it."
"Compassion for animals is intimately associated with goodness of character, and it may be confidently asserted that he who is cruel to animals cannot be a good man."

queres mesmo que eu defina estranho?  ::)
I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"

Força ;D
Deve ser interessante
http://esotericbjarkan.blogspot.pt/
"Men have enslaved each other... since they invented gods to forgive them for doing it."
"Compassion for animals is intimately associated with goodness of character, and it may be confidently asserted that he who is cruel to animals cannot be a good man."

acho melhor não, a nao ser que me explusem do forum depois
I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"

Citação de: Arghallad em 14 outubro, 2014, 20:00
Shelly, desculpa, não te respondi. Sim, tenho outros dois contos aqui postados. Estão ambos nos Desafios Literários. Podes lê-los lá.

Obrigada. Vou ler sim senhor :)

#51
Depois diz-me o que achaste!

UPDATE [16/10/2014 - 10:55:32]
Estava já no estacionamento, a caminho do seu carro, quando uma voz feminina o chamou.
   - Pedro. Hey, Pedro. Espera aí. Quero falar contigo.
“Oh não. Tinha mesmo de ser hoje?” pensou o detective ao reconhecer a voz, sem se virar. Estava prestes a entrar no carro, quando sentiu uma mão a puxar-lhe levemente o braço.
   - Por momentos ainda pensei que estivesses com fones enfiados nos ouvidos. Agora que já vi que não, tenho a certeza que me ignoraste de propósito. – Ela disse com um sorriso.
   - Bom dia Sara. – ele respondeu com um meio sorriso forçado. – Desculpa mas estou com pressa. Tenho de estar num sítio o mais tardar á uma e meia da tarde.
   - Primeiro e antes de mais nada, bom dia para ti também. Segundo, continuas com sorrisos forçados horríveis. Terceiro, faltam 20 minutos para o meio-dia e estou com fome. Posso convidar-te para almoçar? Precisamos de conversar.
   - Olha Sara, desculpa, mas talvez noutro dia. Não me apetece mesmo nada chatear-me com conversas acerca do divór…
   - Não é acerca do divórcio. – Ela interrompeu – É acerca do caso que estás a resolver.
   - Como é que tu sabes… esquece. Foi o Vitor, não foi?
   - Foi. Ele mandou chamar-me assim que saíste do gabinete dele e disse-me que estavas aqui na faculdade e que o tinhas interrogado acerca da Noémia, do Carlos e do Aurélio.
   - Mas ele não sabe mesmo ficar de boca calada? Está bem, o que é que tens para me dizer que me possa ajudar?
   - Conto-te tudo, mas não aqui. Anda. Eu pago-te o almoço. Pareces um vagabundo. És só pele e ossos. – ela disse-lhe divertida, com um sorriso maroto. Ele não pôde deixar de sorrir perante a provocação dela. “Maldito sejas, Vitor. Odeio quando tens razão.” Destrancou a porta do carro e entrou, ligando a ignição enquanto ela entrava também.
   - Eu disse-te que tenho onde estar á uma e meia da tarde. Não te consigo trazer de volta.
   - Não te preocupes com isso. Depois do que te vou contar, acho que vais apreciar muito a minha companhia.
   - Já estou a apreciá-la demasiado. – ele resmungou baixinho.
   - O que é que disseste? – ela perguntou-lhe, olhando directamente para ele, enquanto ele se concentrava na estrada.
   - Nada. Não disse nada.
   - Bem me pareceu que não tinha sido nada. – ela retorquiu, com um sorriso a brincar-lhe nos lábios.
   - Não estás a pensar em tentar aproximar-te de mim sob o pretexto de me falares acerca do caso, pois não? – ele perguntou, enquanto conduzia nem ele sabia para onde.
   - Não. O que tenho para te dizer é suficientemente importante para ultrapassar qualquer tentativa da minha parte.
Eles foram conversando cordialmente acerca das coisas mais banais que podiam, sem nunca tocarem no assunto do caso no qual ele se encontrava a trabalhar ou na separação de ambos. Falaram do Benfica, paixão que ambos partilhavam, de notícias, de família, de amigos, de destinos de férias. De tudo um pouco. Durante esse tempo, riram juntos e Pedro sentiu-se novamente como na altura em que ambos estavam juntos e eram felizes. Olhou de relance para ela, numa altura em que durante uma gargalhada ela se inclinou e posou a sua mão no seu braço. Conseguiu ver que ela ainda usava a aliança. Lembrou-se de tentar esconder a sua mão, mas ela já tinha percebido que ele também ainda usava a sua aliança. Depois ele viu melhor o que já tinha visto no parque de estacionamento da Universidade. Que ela ainda continuava como de antes. Alta, com longo e liso cabelo negro, corpo esbelto e bem constituído, cujas roupas favoreciam, grandes olhos de um azul profundo no qual ele se havia perdido vezes sem conta, um sorriso capaz de derreter um glaciar em pleno Ártico. Voltou a olhar para a estrada e tentou concentrar-se em tudo, menos na mulher. Sim, porque até tudo estar terminado, ele e Sara ainda eram casados. Foi quase por surpresa que reparou onde estavam, depois de estacionar a viatura e sair. Estavam no restaurante favorito dela, e onde ele a levava sempre que lhe era possível. Aquele lugar tinha-lhe oferecido excelentes memórias. O problema, é que agora bem podia dizer adeus a estar em Cascais a falar com a viúva do falecido Dr. Aurélio á uma e meia da tarde. E isso, porque inadvertidamente, tinha levado ambos para Samora Correia. Ia tão entretido na conversa com ela, que nem se tinha apercebido de se ter enfiado na autoestrada, nem de atravessar a ponte de Vila Franca de Xira. Quando olhou para ela, reparou que tinha uma lágrima no canto do olho.
   - Que se passa Sara?
   - Nada. – ela respondeu rapidamente, usando a mão para limpar a lágrima – Não foi nada. Memórias apenas. Não esperava que viéssemos aqui.
   - Sinceramente, nem tu, nem eu. Não me apercebi de que estava a conduzir para aqui.
   - Se tivesses percebido, o que é que farias? Mudavas de rota?
   - Honestamente… não! Vamos entrar?
   - Mesma mesa?
   - Sim. Mesma mesa.
Eles eram já conhecidos no restaurante, e mesmo que houvesse novos empregados, o cozinheiro e o dono do estabelecimento reconheciam-nos facilmente. Assim que entraram, foram imediatamente recebidos pelo rechonchudo gerente, que também os reconhecera com facilidade.
   - Senhor e senhora Simões, sejam muito bem-vindos. Já faz alguns meses desde a última vez que nos visitaram. Receávamos que vos tivéssemos desagradado.
   - Isso é impossível, caro Sr. Paulo. – respondeu Sara, com um sorriso cordial. – As coisas têm estado apenas… complicadas.
   - Ah, compreendo, compreendo. Arrufos, todos os casais têm, não é verdade? Mas depois esquecem tudo e fazem as pazes. Se assim não fosse, não estariam aqui não é?
   - Mais ou menos isso. – respondeu Pedro.
   - A mesa do costume, deduzo? – perguntou de forma profissional o gerente.
   - Sim, por favor Sr. Paulo. – respondeu Pedro novamente.
   - Por favor, façam o favor de me acompanhar. Devo informar o Sr. Valles da vossa visita?
Sara olhou para Pedro, tentando procurar uma resposta, e este acenou-lhe que sim.
   - Claro que sim Sr. Paulo. Teremos todo o gosto de o ver, e ao cozinheiro também, o Sr. José.
   - Ah…sim… Quanto a isso… - o empregado gaguejou – O Sr. Valles falará convosco. Por favor sentem-se. Traremos já as entradas. Aqui está o menu. Volto já. – e afastou-se com ar apressado, para espanto do casal.
   - Que raio! – exclamou Pedro. – O Sr. Paulo nunca reagiu assim connosco. Que é que se terá passado agora?
   - Não faço a mínima ideia. Será que eu disse alguma coisa que não devia?
O dono do estabelecimento veio poucos minutos depois ao encontro deles. Aquando da sua chegada, ambos se levantaram de forma a cumprimentarem o homem.
   - Por favor sentem-se. Antes de mais nada, muito obrigado pela vossa visita. Temíamos que tivessem encontrado um estabelecimento melhor que o nosso. – ele disse, rindo alegremente. – Em segundo lugar, desejo pedir-vos desculpa pela reacção do Paulo, e entregar-vos os meus mais profundos sentimentos.
   - Profundos sentimentos? – perguntou Sara. – Sr. Valles, do que é que o Sr. está a falar?
   - Minha querida senhora, meu bondoso senhor, é com um profundo pesar que vos informo que o nosso fiel e grande amigo, José Afonso de Albuquerque, faleceu no passado dia 21, do mês anterior ao corrente. – Sara começou imediatamente a chorar ao ouvir a triste notícia. – Sei que eram ambos muito próximos ao nosso querido e magnífico amigo e cozinheiro, mas não tínhamos os vossos contactos de forma a podermos informar-vos.
   - Meu deus… - disse Pedro – Como foi que aconteceu?
   - Durante o sono, pelo que soubemos. Os médicos informaram que ele não sofreu. Como vocês sabem, o nosso querido amigo encontrava-se gravemente doente.
   - Cancro…era cancro, não era? – perguntou Sara, em lágrimas. – Lembro-me de termos falado nisso uma vez. Cancro no estômago…
   - Sim, Sra. Dona Sara. Era. Chegou a um ponto em que o Zé me veio dizer que já não tinha forças para lutar mais e que o demónio tinha vencido a batalha. Mas lembro-me do seu último pedido. Era relacionado convosco. Espero que lhe devolva o seu belo sorriso, Dona Sara. – ele disse, deixando uma carta fechada em cima da mesa, e afastando-se. A carta era dirigida “Ao Casal Simões”. Pedro abriu-a e leu em voz alta, a pedido da mulher. A carta dizia:

   'Caros Amigos,

Já cá ando há muitos anos, e nunca na minha vida tinha conhecido um casal como vocês. Sou, e pela altura em que lerem esta carta fui, muito feliz com a minha Alzira, mas nunca tivemos um romance como o vosso. Nunca me deu tanto prazer atender dois clientes como vocês me deram. Nunca antes a entrada de clientes neste restaurante me deu sorrisos tão resplandecentes. A beleza deste casal, e de cada um de vós individualmente, iluminava todas as paredes deste espaço, a partir do momento em que entravam por aquelas portas duplas. As vossas gargalhadas, os vossos sorrisos, as vossas trocas de olhares apaixonados atingiam cada um de nós, e isso dava-nos ainda maior vontade de vos servir bem, apenas para vermos mais disso mesmo. Lembro-me das nossas conversas, e lembro-me perfeitamente das anedotas que contávamos, das histórias que trocávamos (se bem que muitas eram minhas, talvez devido á idade). Lembro-me do dia em que vos apresentei a minha Alzira, por insistência da minha menina Sara. E quando o meu bom rapaz Pedro me trouxe a camisola do meu Glorioso, autografada por todos os jogadores e pelo grande Pantera Negra, ai que alegria a minha. Tive vontade de abraçar o meu menino e nunca mais o largar. Vocês foram os filhos que eu e a minha Alzira nunca tivemos. Vocês foram as pessoas que mais amei na vida, sem contar com a minha senhora. No entanto, não sou cego, e sei que algo não anda bem entre vós. Consegui ver isso na vossa última visita. E por isso, aqui deixo o meu pedido. Quando vocês se separarem, por favor, façam as pazes e lembrem-se do vosso amor um pelo outro, do nosso amor por vós, do vosso amor por nós. Lembrem-se dos momentos que passámos todos juntos dentro destas quatro paredes. Lembrem-se de tudo isso e esqueçam o mal que se abateu sobre vocês. Perdoem-se mutuamente e perdoem-se a vós próprios, e reconciliem-se. Nunca conheci um casal que se amasse tanto como vocês se amam, e olhem que se me tiram a minha Alzira, tiram-me a minha vida. Perdoem este velho idiota, mas sou um romântico inveterado, e morro por dentro ao ver o que vi e ao saber que vocês estão no ponto sem retorno. Mas lembrem-se, tudo tem retorno. Os nossos destinos não estão escritos. Somos nós que os escrevemos. E no vosso destino, no VOSSO, ainda vai correr muita tinta multi-colorida.

E agora para terminar, deixo-vos o meu bem mais precioso. Não, não é a minha Alzira. Ela é uma pessoa, não um bem. É a minha receita secreta. Sim, minha filha. Aquela que me pediste no primeiro dia em que aqui vocês jantaram. A da sobremesa que tanto adoraste e que te levou a entrar pela cozinha dentro só para me pedires a receita. Pois bem, é tua. Aqui a tens. Amo-vos do fundo do coração.

O vosso para sempre amigo,

José Afonso de Albuquerque.'


Quando Pedro terminou de ler a carta, deu-se conta de que estava a chorar. Á sua frente Sara chorava profusamente, gordas lágrimas a correr pela sua formosa face, enquanto Pedro lhe passava a receita secreta do Sr. José, da sua sobremesa favorita. Quando olhou em volta, viu alguns antigos funcionários em lágrimas, assim como outros mais recentes, o gerente Sr. Paulo e o dono Sr. Valles. Todos eles choravam. Foi então que num momento de loucura instantânea, Sara se lançou a seus pés a pedir-lhe por favor que a perdoasse pelo mal que lhe tinha feito, por todo o mal que tinha provocado na relação de ambos e rogou-lhe de joelhos para que voltasse para casa. Pedro ficou a olhar para ela atónito. Nunca tinha visto Sara a chorar daquela forma, nem sabia sequer de que ela era capaz de chorar de forma tão emotiva como aquela. Passaram-lhe pela cabeça mil e uma respostas, mil e uma hipóteses, mas fez o que o seu coração mandou. Ajoelhou-se de frente para ela, segurou-lhe a face com uma mão, enxugou-lhe as lágrimas com a outra e deu-lhe um suave e apaixonado beijo, ao qual ela correspondeu.
   - Pára. Chega. Não precisas de chorar. Eu perdoei-te a partir do momento em que entraste no carro esta manhã. Só que eu próprio ainda não o tinha percebido.

(CONTINUA)
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

#52
 ;D

Gostei! também é importante saber os pormenores... :)

Quais pormenores? Está-me a escapar alguma coisa, na tua opinião?
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

Não! A ver se me explico bem, esta parte não teve tanto a ver com o caso que ele está a investigar, foi mais focado na relação do Pedro com a Sara, acabam por ser pormenores da vida dele. Acho que não te está a escapar nada.lol
Certo?

Ah, sim. É isso mesmo. Estou a tentar escrever algo com pés e cabeça. Os personagens principais deste conto têm uma vida, têm histórias pessoais. Quero tentar pegar nisso e desenvolvê-las de forma a tornar a leitura mais fluida e menos enfadonha. Se me focar apenas e só no caso, a leitura torna-se enfadonha porque não existe mais nada. Assim, ao entrar em cenas mais do foro privado de cada personagem, ou pelo menos ao incluí-las no conto, consigo torná-lo mais leve, de leitura mais rápida e envolvente. Pelo menos, é isso que estou a tentar fazer. Mais lá para a tarde talvez escreva um pouco mais do conto. Achas que vais estar por cá para ler? E leste o conto desde o início? Tens estado a segui-lo? O que é que tens achado até agora?
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

Exacto, era isso mesmo a que me referia :)

Eu, honestamente, tenho a impressão que estou a ler um livro em formato digital.
Gosto da tua escrita, e acho que estás no bom caminho, para ter aqui uma história excelente.
E paras as cenas, exactamente no ponto que deixa a ansiedade de ler mais :)
So... dear friend, you're doing it right! :)  ;D

Citação de: ShellyTantrum em 16 outubro, 2014, 15:02
Exacto, era isso mesmo a que me referia :)

Eu, honestamente, tenho a impressão que estou a ler um livro em formato digital.
Gosto da tua escrita, e acho que estás no bom caminho, para ter aqui uma história excelente.
E paras as cenas, exactamente no ponto que deixa a ansiedade de ler mais :)
So... dear friend, you're doing it right! :)  ;D


Então nesse caso;

Thank you very much and thank you so very much. :) Enjoy.

Ainda vão haver aqui umas reviravoltas.
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

eh eh! ;D

Porreiro!

neste momento tenho é curiosidade em saber o que é que a moça sabe sobre o caso que ele anda a investigar... :D


Citação de: ShellyTantrum em 16 outubro, 2014, 16:02
eh eh! ;D

Porreiro!

neste momento tenho é curiosidade em saber o que é que a moça sabe sobre o caso que ele anda a investigar... :D



Depois vês. Espero que gostes.
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.