Faculdade de Letras da Universidade do Porto - Campo Alegre, Porto

Para quem não conhece a famosa "praça de touros" aqui fica uma foto:



Já sei que vai haver muita gente de pé atrás, mas leiam até ao fim.

Fui aluno da FLUP de 1994 a 2002 e andei no curso de História. Só em 1995 é que passamos para o edifício novo, que na altura ainda estava na fase de acabamentos e era normal termos de ir buscar cadeiras e mesas à faculdade velha. Durante estes primeiros tempos não houve nenhum acontecimento digno de nota mas as coisas começaram a mudar nos anos seguintes. Em 1998/1999 começaram a surgir histórias umas atrás das outras e chegou-se a um ponto em havia professoras que se recusavam a ir sozinhas para os respectivos gabinetes das torres, tendo que ser acompanhadas por seguranças. E o que mudou nesses anos? Morreram dois professores carismáticos e muitas pessoas começaram a dizer que os espíritos deles assombravam o local.

Como eu tinha um grupo de amigos interessados no assunto, passamos algum tempo a "investigar" e a recolher relatos de várias pessoas, nomeadamente funcionárias (não me lembro do nome da senhora, mas era uma funcionária do nosso andar, muito tagarela, sabia a vida de toda a gente) e seguranças da SOV (aqui é que me falta a memória...tivemos a SOV e a Prosegur nessa altura, mas penso que eram os primeiros).

Alguns dos relatos foram: portas que se abriam e fechavam sem que ninguém estivesse lá, especialmente na zona do Conselho Directivo. Ora quem conhece a FLUP sabe que apesar do ventinho que por lá se sente, as portas são pesadas e ainda para mais naquela altura, em que eram quase "novas".

Outra história que nos foi contada - e com várias entrevistas, feitas a diferentes pessoas - é que durante uma festa realizada no bar, vários alunos viram um vulto negro a passar por aquele passadiço que passa por cima do dito bar e que é normalmente utilizado pelos membros dos júris dos Doutoramentos. Essa porta encontra-se trancada pelo lado do conselho e só é aberta quando é precisa. No entanto, pelo menos 3 pessoas diferentes juram a pés juntos terem visto um vulto negro, algo parecido com uma sombra - a atravessar o passadiço, parar a meio e depois desaparecer no nada. É claro que como o bar estava com a iluminação meia cortada não descartamos a hipótese de ter sido algum engraçadinho trajado a pregar uma partida aos mais incautos.

Outro problema que atormentava muita gente, especialmente quem ficava lá até mais tarde eram os elevadores do átrio principal - o melhor é chamar-lhes monta-cargas - que andavam constantemente descontrolados. Abriam e subiam sem ninguém os chamar, faziam montes de barulho, etc. Quando o edifício estava silencioso era normal ouvi-los a andarem sozinhos. Sei que lhes fizeram montes de inspecções mas depois desistiram e eles acabaram por ir ao sítio.

As histórias mais "chocantes" foram-nos contadas por um segurança da SOV (quem andou lá na altura deve lembrar-se dele - era um loiro, que andava sempre a cravar tabaco e a beber cervejas no bar) com quem nos dávamos muito bem. Ele contou-nos que durante uma noite, ele e um colega (normalmente só ficavam 3 seguranças durante a noite) estavam a fazer a ronda quando começaram a ouvir bater fortemente numa daquelas portas de entrada junto do bar. Os dois foram a correr para lá enquanto que o outro colega lhes perguntava pelo rádio o que se estava a passar, que ele estava do outro lado - junto da AE - e ouvia o barulho a ecoar. Quando chegaram às portas, viram que a do meio abanava como se estivem alguém do outro lado a bater, mas não se via ninguém (eles têm uma janela redonda a meio). Cheios de medo abriram uma das outras portas ao lado e foram espreitar, altura em que ecoou uma última batida e estas pararam. Como seria de esperar, ninguém estava lá. O colega do segurança nosso amigo, pirou-se pura e simplesmente. Bazou dali, deixou os dois colegas sozinhos. No dia seguinte pediu para ser transferido para o Shopping do Bom Sucesso e a empresa não teve problemas em fazer isso. Ainda cheguei a falar com ele no Bom Sucesso e ele nem sequer se queria lembrar dessa noite. Por motivos profissionais convivo com muitos elementos da SOV e os mais velhos ainda se lembram das histórias da FLUP, em que ninguém queria ficar lá a fazer a ronda da noite.

Para terminar, a história da biblioteca. Num dos pisos inferiores, dos professores, há uma sala que até há pouco tempo permanecia fechada (isto consegui confirmar há coisa de 5 anos, com um amigo meu que trabalha na biblioteca). A sala em questão era de um dos professores que morreu. Acontece que quando foram abrir a sala para a limparem, a senhora que o fez arrependeu-se profundamente. Para começar a sala estava gelada, apesar de não ter o ar condicionado ligado. E depois a porta teimava em fechar-se e não abria por dentro, trancando a senhora da limpeza lá dentro por várias vezes. Segundo a funcionária que nos contou a história, a empregada acabou por desistir de limpar a sala, pediu em voz alta para sair, altura em que a porta se abriu. Como seria de esperar, recusou-se terminantemente a voltar lá e a sala ficou fechada.

E pronto, isto foi o que conseguimos descobrir. Na altura em que andava a fazer meia dúzia de cadeiras lá (2001/2002) já nem se falava muito do assunto. Só o pessoal mais velho é que se lembrava. A única novidade que me contaram é que o terreno onde a faculdade foi construída era uma quinta que foi vendida contra a vontade do dono, pelos filhos. Quando ele morreu, os filhos venderam aquilo. E a maldição do homem continuou em efeito, que o riacho que existe por baixo faz com que a torre da biblioteca se esteja a afundar lentamente. Agora se ele também assombra ou não a  FLUP, isso já não sei.

Gostei muito de ler este relato,muitíssimo interessante

Muito interessante mesmo... Alguém consegue uma autorização para a Team Anormal realizar uma investigação lá?

Cumprimentos,

Team Anormal

Para ser sincero, não acredito que alguém vá oficialmente aceitar que se faça uma investigação. Já na altura era um assunto tabu, poucos funcionários falavam abertamente disso.

E o único local que ainda poderia ser investigado com algum método seria a sala fechada na biblioteca, partindo do princípio que ela realmente continua fechada (o que levanta problemas logo aí, pois as coisas estariam como ele as deixou antes de ir para as suas fatídicas férias - com artigos pessoais dele e tudo) e que por acaso alguém vos dava autorização para entrar lá.

Então por isso é que o curso me está a correr tão mal, é a maldição!

Fora de brincadeiras, o relato é muito interessante, sou da geração mais recente da FLUP, por isso nunca tinha ouvido estas histórias, mas vou passar a prestar mais atenção quando voltar lá em Setembro.

Então por isso é que o curso me está a correr tão mal, é a maldição!

Fora de brincadeiras, o relato é muito interessante, sou da geração mais recente da FLUP, por isso nunca tinha ouvido estas histórias, mas vou passar a prestar mais atenção quando voltar lá em Setembro.

Deixa lá, eu fui um "fantasma", andei lá dois anos a arrastar só duas cadeiras, lol. Estava a ver que nunca mais me livrava daquilo.

Olha, não sei se ainda há aquela sala de computadores da associação de estudantes, junto do anfiteatro pequeno. Se ainda existir, possivelmente ainda deve trabalhar lá uma rapariga brasileira chamada Patrícia (já cota, cabelo vermelho, meia   gótica ). Se tiveres confiança com ela, fala-lhe disso, deve lembrar-se.

Acho estranho o edifício começar a mostrar fenómenos logo depois de ser construído, mas pronto...

Depois de alguns anos é normal as histórias acumularem-se, e começa o ciclo de esquecimentos das histórias antigas, e novas histórias a aparecerem...

Seguranças noturnos e gente a ser corrida acontece também na minha ex escola, a Rodrigues de Freiras em Cedofeita, onde os guardas noturnos duravam nunca mais do que 3 dias, até que entrou um completamente desvairado e maluco e por lá ficou, cada dia mais desvairado e maluco...

Conheço muita gente da FLUP e nunca tinha ouvido nada, mas já ao autor do post, achei de alguma falta de respeito, pôr-se os nomes dos professores catedráticos que faleceram, e são agora acusados de lá pairarem... Aconselho que veja bem o que está a insinuar...



Meu caro, cut the crap...

Vamos por pontos para não nos perdermos:

1. Os meus conhecidos de lá, são ainda mais velhos que tu.

2. Sei das teorias que dizem que é possível a pessoa ficar "presa" a um local querido, e não foi isso que disse... Disse que é estranho terem ficado apegados ao novo edifício...

3. O problema dos nomes reais, não é o fórum... Ao olhos de alguém que não acredite no que aqui a maioria acredita (eu incluído), o que tu naquele relato fazes é difamação dos mesmos professores, insinuando que estão a assombrar a faculdade, ou seja, os moderadores são o menos dos teus problemas. Eu alertei para processos criminais civis... Mas como há quem se ache mais do que os outros, não é preciso ligares...

4. Investigações a sério? Meu caro, a tua "investigação" baseia-se no diz que disse e nos relatos de pessoas, que como pessoas que são, não são provas fiáveis já que podem inventar "factos"... Nunca te esqueças dos antigos que diziam "Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto"...

Não precisas alongar a "discussão"... Afinal de contas, nem estás num fórum...

Uma ou mais mensagens foram apagadas deste tópico.
Obrigado.

Os nomes já foram retirados. Quem quiser informações específicas sobre a investigação, pode contactar-me por PM.

Os meus agradecimentos ao DiogoM pela ajuda ao editar o tópico e um pedido de desculpas público ao Morgriff por a situação ter chegado ao ponto onde chegou.

Já dizia o Nietzche:  "Aquele que luta com monstros deve acautelar-se; para não tornar-se também ele um monstro". Morgriff, confundi-te erradamente com um troll e acabei por me tornar num 

Gostei do relato, o qual se debruça sobre "anomalias" que seriam ventiladas pela FLUP, quer por parte dos alunos, quer por professores, funcionários e seguranças, e cujos factos despertaram a curiosidade do autor deste post e de colegas dele, então ali estudantes.

Não vejo aqui qualquer matéria ofensiva do bom nome, honra ou consideração devidas à memória dos falecidos professores, cujos nomes são referidos. Não só porque a referência aos nomes surge no contexto da relação faculdade/fenómenos; quer pelo facto do autor do poste não afirmar, em momento algum, que tais perecidos professores assombram o local, limitando-se a informar aquilo que, então e segundo ele, era a versão veiculada na FLUP, em que as pessoas associariam o surgimento dos fenómenos aos ditos falecimentos.
Acredito que o autor deste post está de boa fé e aqui se limitou a expressar os acontecimentos invulgares então em discussão, contemporâneos dele, dando uma informação o mais alargada possível, como é conveniente e aconselhável, e deixando os factos para análise e conclusões a quem as quiser tirar de forma séria e responsável.

Assim, no meu entendimento, não faz sentido falar-se em responsabilidade civil e muito menos criminal.

Não há necessidade de polémicas. Todos aqui foram bem intencionados. Se houve algum mal-entendido, terá sido fruto de alguma involuntária precipitação.

Bom dia a todos.

Concordo em absoluto com o Arph. E, depois, nós aqui também abordamos temas em que a prova, crucial no direito,  é altamente improvável!!!. Temos de nos limitar ao ouvir dizer, na maioria das vezes, estar de boa fé e acreditar,  ou não,  nestes assuntos estranhos muitas vezes e que, no domínio do paranormal,  como no outro, os  há aos montões.

Insondáveis mistérios do universo, é o que é!!!

Os nomes já foram retirados. Quem quiser informações específicas sobre a investigação, pode contactar-me por PM.

Os meus agradecimentos ao DiogoM pela ajuda ao editar o tópico e um pedido de desculpas público ao Morgriff por a situação ter chegado ao ponto onde chegou.

Já dizia o Nietzche:  "Aquele que luta com monstros deve acautelar-se; para não tornar-se também ele um monstro". Morgriff, confundi-te erradamente com um troll e acabei por me tornar num 

Predator, mostraste ser um bom homem mal me mandaste PM a explicar o mal entendido Todos podemos enganar-nos, e tu tiveste o acto agradável de pedor desculpa, apesar de não ser necessário

Até sempre Irmão!

Conheço esse lugar muito bem. Já fui a festas nesse lugar, e passo quase todos os dia por aí, para ir para a minha casa.

Boas,
pode-se dizer que eu também sou da geração mais recente da Faculdade de Letras e conheço pessoas que já andam lá há uns bons anos e nunca ouvi nenhum tipo de relato sobre a faculdade estar realmente assombrada. E concordo com o que algumas pessoas disseram acerca de ser estranho sentir-se assombrações logo após a construção da actual Faculdade de Letras.
No entanto, é uma questão de se ir perguntando a umas tantas pessoas, apesar de que isso era basearmos-nos apenas em relatos, em palavras, pois tenho praticamente a certeza que não permitiriam uma investigação.

Cumprimentos

Bom, eu também sou aluno lá e por acaso nunca tinha ouvido nada. Inclusive tenho professores que leccionam desde sempre na FLUP, e com os quais me dou MUITO bem e nunca soube de nada. Todavia vou ficar mais atento, quem sabe abrindo os olhos vejo mais do que até aqui

Mas é curioso que quando entrei para a FLUP senti uma estranheza muito grande mesmo em relação ao edifício, às paredes, mas que, felizmente, acabou por passar com o tempo. O que ainda hoje me resta, e não sei bem porque razão, é um mau-estar enorme sempre que vou à biblioteca. Por isso evito sempre ir lá. Mas bom, pode ser apenas uma cisma minha com tanto livro junto...