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  • O caso do médico
    Iniciado por Sulphuristical
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Nada na sua vida prepara o jovem médico para a extraordinária sensação de ver o seu próprio corpo de um ponto exterior a ele. O acontecimento foi tão inacreditável que, mesmo décadas decorridas, o médico preferia manter o seu nome no anonimato, por receio talvez de ser considerado excêntrico e indigno de confiança. No entanto, sabia que não estivera a sonhar nem a sofrer alucinações. O pormenor mais convincente da experiência do médico foi o facto de os edifícios do batalhão, os hangares e o posto médico situados na encosta não serem vísiveis do pequeno campo de aviação localizados em baixo, numa depressão revestida de ervas. Se tal não se verificasse, é possível que o jovem médico nunca se tivesse tornado médico consultor da Royal Air Force, membro do Royal College of Physicians e comandante da Ordem do Império Britânico. Assim, devido à localização dos hangares, o seu oficial superior pôde corroborar a sua história.

Na altura do incidente - Abril de 1916 - o sujeito em causa era um oficial médico colocado na 2ª Brigada do Royal Flying Corps em Clairmarais, França. Em resposta a uma chamada de urgência de outro campo de aviação, ele e um piloto haviam subido a um avião e iniciado de imediato uma descolagem.

Contudo, e antes de o avião ter ganho a altitude e velocidade adequadas, o piloto descreveu uma volta apertada, o aparelho perdeu o seu impulso ascendente e entrou em perda. Estranhamente desprendido e calmo, o médico deu por si a interrogar-se sobre qual das asas seria a primeira a bater no solo. E depois: "De repente estava a olhar para baixo, para o meu corpo caído no solo, 6 metros na vertical acima dele".

O médico fora projectado e jazia de costas, aparentemente inconsciente, embora se sentisse num estado de agradável  consciência. Viu o piloto incólume e dois oficiais superiores correrem na direcção do seu corpo e curvarem-se sobre ele. "O meu espírito, ou o que quer que lhe queiram chamar, pairava sobre a cena, interrogando-se sobre o motivo por que eles prestavam atenção ao meu corpo, e lembro-me nítidamente de desejar que o deixassem em paz."

Do seu ponto de observação bem acima da base aérea, o jovem médico viu a ambulância abandonar o seu hangar e parar, o condutor sair, dar à manivela e saltar de novo para o seu lugar, o médico de serviço sair a correr do posto médico do campo e saltar para a ambulância, a ambulância parar, enquanto o médico regressava a correr ao posto para ir buscar qualquer coisa de que aparentemente se esquecera, e o médico entrar de novo na ambulância, que prosseguiu  o percurso interrompido.

Tendo observado toda esta sucessão de cenas, o homem, ainda inconsciente, sentia-se - "e era eu sem qualquer sombra de dúvida, e nada mais" - afastar do campo de aviação a grande velocidade. Experimentava a sensação de se dirigir para uma cidade próxima, depois de ultrapassar e seguir na direcção do alto mar. Com a mesma despreocupação, interrogava-se sobre o motivo de uma viagem tão incrível. Ainda no decorrer de tais especulações, "verificou-se uma espécie de retracção" e ele encontrou-se de novo a pairar sobre o seu corpo. Com uma mudança brusca de ponto de observação, teve consciência de que o médico lhe vertia um estimulante pela garganta, e abriu os olhos para o seu mundo habitual.

Mais tarde, enquanto se encontrava paralisado no hospital, o jovem médico reflectiu na sua viagem. Qualquer um poderia ter imaginado a viagem rápida como o relâmpago em direcção ao mar, mas o que dizer sobre as actividades que parecia ter observado perto dos hangares? Confuso, embora impressionado pela clareza da cena recordada, transmitiu ao seu comandante um relato completo da sua experiência. Os inquéritos discretos a que o oficial procedeu acabaram por comprovar pormenorizadamente tudo quando o jovem médico dissera ter visto.

Sulphuristical,não te esqueças de colocar a fonte do texto ;)

Grande tópico ;)

Não conhecia mas é interessante
Iei Or (faça-se luz)
Shalom Aleichem


Ás vezes me espanta com exemplos destes, como é que o oculto ainda se põe em causa se existe ou não, é como se pequenos segredos fossem abafados...

Boa história...
Sempre fico fascinada com um pormenor recorrente nos relatos fora do corpo: O aparente desprezo que a vitima do acontecimento devota ao seu corpo fisico.

Como se fosse só uma roupa acabada de despir... :)

Sandrareginabr
Citação de: buterfly em 18 outubro, 2012, 15:38
Boa história...
Sempre fico fascinada com um pormenor recorrente nos relatos fora do corpo: O aparente desprezo que a vitima do acontecimento devota ao seu corpo fisico.

Como se fosse só uma roupa acabada de despir... :)

Não consigo ver as coisas desta forma. Se as pessoas passam por uma "quase morte" e retornam ao corpo, penso eu, é justamente por amá-lo, amarem a vida que têm nele, caso contrário permaneceriam fora dele...

Estive fora do meu corpo várias vezes, há vários relatos meus sobre isso, uma coisa que sempre me apavorou foi justamente a sensação de morte... o medo de não conseguir voltar e olha que no meu caso são simples efc's, nada comparado à eqm como o caso do médico. Acontece que ao sentir o astral, a paz que lá há, às vezes é complicado querer voltar... tudo é diferente, a luz, o som, o peso, lá podemos voar... pode ser que haja uma luta entre querer ir ou ficar, mas nunca pensei em desprezo...

Eu nunca estive fora do meu corpo(pelo menos conscientemente). Mas os muitos relatos que li quase todas as pessoas não queriam mesmo voltar apesar de amar a familia e outros aspectos da sua vida. E não sei se somos mesmo nós que escolhemos voltar. Pelo que me parece todos temos a hora certa. Por causa disso existem tantos espiritos presos ao mundo material. Esses decerto não queriam partir. Então concluo que não deve ser uma questão de escolha... ;)