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  • Poema: Entardecer de Outono por Heuller Pinson - Acolon
    Iniciado por Acolon
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Acolon
Entardecer de Outono
Loucura ou emoção, não importa a razão, a noite está próxima.

Por Heuller Pinson

Sente o cheiro?, não, já não se percebe mais, se esvazia, se esquece.

Sente-se a poltrona em um dia ameno, as folhas secas já começam a acumular sobre o chão e o gramado de um passado já vivido.

Consegues observar através da janela embaçada um futuro impróprio?, não, pois nada é impróprio ate que se prove o contrario.

Observa os relâmpagos não do céu, mas do interior de sua mente profana, trabalhando incansavelmente, incessantemente, em busca de uma luz tardia, ainda é tarde de outono.

Sonhos, doces sonhos, esperanças, mas parecem vazias, envelhecidas como o vinho que se acaba de adquirir na velha adega, aquela mesma adega localizada entre os becos escuros de um discutir individual a meia noite.

Inteligência, qual seria esta inteligência se não o livra de um porre doentio, já não sabe-se mais o que raciocinar, pensar, opinar, nem sobre si mesmo ou através de um espelho partido.

Anoitece no outono, poucas horas de duração para algo que parece abrir os olhos enquanto muitos os fecham, talvez seja esta a hora de acordar, aprender a enxergar e sentir, um estado, um lugar.

Esta escuro, doce, fresco, quase frio, mas fresco, a mente começa então a trabalhar, movimentar, em direção alguma a não ser o desconhecido.

O porque já não é mais assassinado a golpes do mesmo nome, preserva agora o coração da felicidade, intacto, como antes.

Entendimentos antes não observados, agora se tornam claros, os olhos estão abertos perceptivos, furtivos ao simples movimento mais sombrio, as brumas já não escondem mais seus segredos, estão agora estasiadas, amortecidas de prazer, entregues ao mais puro orgasmo que se conhece talvez este orgasmo seja a essência da vida Terrena, pois descobriu-se através dele seu verdadeiro significado e amor por si próprio em um mundo de realidades e ilusões da Mente.

Poesia doce poesia, por vezes autônoma, por vezes copiada, adorada, compreendida ou apenas satisfatória, ou talvez desabafo sem sentido para algo inexplicável e compreendido em poucos segundos ate que já se escapa na velocidade de um pensamento mundano.

Outono, doce e solitário outono, onde se encontra a razão e a felicidade?

Sim eu sei, não podes me responder a tal questão se não compreendo nem a mim mesmo com exatidão, mas o que é a exatidão se neste exato momento já provo o exato sem a resposta.

Vinho, doce vinho saboreado sob a luz do Fogo que arde logo em frente na lareira de Pedras antigas.

Toque doce e ardente toque, de suas mãos que percorrem meu Corpo, como se explorasse um novo mundo, o desconhecido.

A taça que reserva o restante do vinho que não terminou de beber me instiga, meus olhos brilham e ardem como fogo, é desejo e curiosidade de desvendar seus mistérios mais profundos.

Taça, taça de cristal, seguro com suavidade, despejando o restante de teu vinho sobre seu corpo deitado e nu, o liquido percorre seu corpo em caminhos aleatórios, assim como quase tudo na vida que ainda não se tem sentido lógico sem o objetivo não alcançado.

O liquido, o vinho como o sangue vai revelando em sua pele o que se pode saber e o que se pode ser desvendado, é outono, o preparo para o inverno, ahh o inverno, onde o masculino da lugar a supremacia feminina e ao mesmo tempo o equilíbrios das energias impostas e originadas pelo nascimento e renascimento terreno e além dele.

Já não quero mais desvendar, apenas sentir, e limpa-la para que sua pele possa voltar a cor original a que lhe foi destinada.

O segredo agora se perde ao passear de minha língua por seu corpo nu, cada espaço percorrido lentamente, cada pulsar de seu coração agora é sentido por minhas mãos que a seguram com segurança firmeza e leveza.

A pele arrepiada agora prevê o que esta por vir, os seios, símbolos do feminino assim como o ventre, agora se movimentam, por vezes se contraem em desejo e prazer de algo a mais.

Bruços, seu corpo nu de bruços, agora posso, conhecer o outro lado de seu corpo, outra energia a ser sentida, apreciada, o tempo agora já não existe.

Boca e língua agora passeiam por regiões diferentes, profanas, um sabor diferente, instigante, um amor animal, selvagem, liberto.

Expectativas, curiosidades, agora parecem se despedir, pois o outono retoma sua atividade, seu ciclo infinito.

A noite agora começa a dar lugar ao dia, outra etapa, outro ciclo infinito.

Mas, logo anoitecerá, e o tempo novamente não mais existirá, mas existirá o desejo e sentimento de encontrá-la mais uma vez em meus pensamentos e sonhos profanos.

Sente o cheiro? É chegada a hora, agora percebo o que não percebia, consegue enxergar as folhas caídas ao chão?

Agora começo a enxergar melhor de dia.








Acolon
Obrigado, fico feliz, vou postar mais vezes, muito bom escrever,,,

Tens toda a razão, escrever é muito bom, terapêutico até. O texto é muito bom e com um estilo muito próprio. Parabéns, continua a escrever. ;)

Acolon
Obrigado pelos elogios, com certeza escreverei mais,,, e já adianto que o próximo terá como título: Onde nascem os Anjos,,,, mais sombrio ainda, porém com mais vigor, instigante,,, espero que gostem, rsrsrs, fiquem ligados, logo logo postarei.