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  • Cavaleiros da Espora de Ouro - Cabeça
    Iniciado por Makawele
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Olá!

Visitei a aldeia de Cabeça na Serra da Estrela, concelho de Seia para realizar um percurso pedestre que se chama a Rota dos Socalcos, nessa rota encontrei alguns símbolos como o da foto e vi também uma ferradura, infelizmente só tirei mesmo essa foto. Fiquei cheia de curiosidade e agora estava a ler a história da aldeia de Cabeça e encontrei informação sobre uns Cavaleiros da Espora de ouro dos quais nunca ouvi falar que tem ligação à formação da aldeia mas também são conhecidos em Trás-os-Montes ( zona que visitei também por casualidade). Gostava de saber a vossa opinião ou se alguém conhece a zona. Acham que este tipo de símbolos pode ter algo que ver com os tais cavaleiros ou são mais recentes? acham que tudo não passa de uma lenda?



Retirei este troço de texto do site de Cabeça.


"Não existem dados seguros relativos à fundação de Cabeça. A tradição refere que os
primeiros povoadores eram originários de Casas-Figueiras, lugar da freguesia de Vide. Ter-se-ão
fixado «junto à Ponte do Porto e construíram a "Casa da Ponte", ainda hoje existente ao fundo da
encosta do Casal D'Além. Era um sítio recôndito, de vegetação frondosa, com água por perto,
propício a um refúgio natural seguro. Foram desbravando terras, construíram muros de suporte e
fizeram levadas para rega das leiras cultivadas. O local referido faz parte integrante da
denominada "zona histórica" do Casal D'Além, a parte mais rústica da povoação.»

Por seu lado, António Dias, refere a lenda da fundação de Cabeça por três cavaleiros das
Esporas de Oiro:
«Os Cavaleiros das Esporas de Oiro, foram, diz-se, os que fundaram a Cabeça. Eram três
homens estranhos, parece que de alta gerarquia que, perseguidos, tinham a cabeça a preço.
Vindos detrás da serra, perderam-se entre brenhas e com as sua riquezas e adornos, cavaram à
beira de água a sua casa, camuflaram-na de oliveiras e aqui só o céu os via, tão ínvios eram os
caminhos.
Viviam como Eremitas. A tristeza alongava-lhes os dias. Tinham deixado a sua terra e como
deveriam recordar o sol da planície, o horizonte vasto das alturas!
As feras rondavam-lhe a casa a todas as horas da noite. E de dia, quando as neves cobriam as
alturas, ficavam-se a olhar numa melancolia de dor. Um, em cada dia, tinha por obrigação
percorrer as veredas, em reconhecimento e raro lobrigavam viva alma!
Assim andaram durante muito tempo, em demanda do amor, até que um dia se puderam
aproximar duma povoação, disfarçados de pastores e porque ali eram formosas as mulheres, tão
belas como as estrelas que viam nos céus, quando alta noite, tudo era silêncio, cada um raptou
uma donzela. Cavalgaram para o seu refúgio onde as encheram de riquezas e de beijos.
E à volta da casa, da qual ainda hoje existem vestígios, outras mais se ergueram. Foram
procurar escravos que desbravaram os terrenos que criaram os rebanhos e fundaram então a
Cabeça, que ainda tem casas não superiores às das idades.»

Reitera-se a tradição das aldeias recônditas da Serra da Estrela como lugares de refúgio.
Estes cavaleiros das Esporas Douradas são muito cantados em lendas transmontanas, ligados
à tradição de Alfândega da Fé habitam o imaginário de muitos lugares, como é o caso de
Algozinho, onde nos foi narrada a relação da sua bela igreja românico com estes cavaleiros.
Disse Viterbo, no Elucidário, «não só em pinturas se tem visto, mas ainda dentro de sepulturas
se tem achado, esporas douradas e que sem dúvida faziam a distinção destes cavaleiros» que,
segundo a tradição zelavam pela segurança das populações cristãs no período da reconquista."