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  • O assassino veste negro
    Iniciado por Anasus
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Hoje partilho algo diferente, gostava muito de ler a vossa opinião sff.
O que vão ler é meu, original nunca lido antes ou publicado!


É cedo ainda... Mais uma noite que não consegui dormir.
A falta de descanso deixa-me mal humorada, pessimista, pensativa demasiado pensativa.
Isso não é bom... Hoje vai ser um dia pesado! Tomara que passe rápido e que eu passe invisível, tipo zombie invisível. Que acham? Alguém me vai reconhecer? Nah.... (risos)
A chuva que teima em não partir, o vento que não para de se queixar...
O meu sentido de humor à muito que morrera, agora só resto eu e o Oreu.
Ainda não vos apresentei o Oreu é o meu companheiro o meu guardião ele apareceu do nada numa manhã de frio ainda a aurora não tinha aparecido, já Oreu latia desesperadamente na porta de entrada. Aparentava ter cerca de cinco anos, estava bem cuidado, não tinha coleira ou identificação, estava perdido ou foi abandonado. Fiz um apelo na rádio coloquei panfletos na rua, mas nada, ninguém procurou pelo Dálmata. Ele precisava de um nome, mesmo sem o saber já tinha sido adotado, e não foi difícil chegar a um, mesmo eu sabendo que ele já teria um antes de nos conhecermos. Era e ainda é guloso! Não resiste a uma bolacha Oreu creme duplo.
Agora cuidado! Há um novo membro cá em casa, Oreu... o vigilante.
Tivemos que nos adaptar à nova rotina, já não estou sozinha nesta casa Nº 65 da Rua Nove de Junho no Bairro antigo da Cidade.
E um Bairro antigo mas de cara lavada, não há muros, não há cercas não há separações de betão apenas arbustos ou arvoredos que circundam quase todas as moradias.
Há canteiros de flores que sorriem na Primavera esquilos que espreitam das árvores no Outono e até árvores que se maquilham de branco no Inverno...
E sobretudo um bairro vivido, agradável, quente no Verão e frio no Inverno...
Eu gosto do conforto da minha casa deste sofá preto e frio, do sossego quando o Oreu medita no pequeno e peludo tapete azul, enquanto o meu cérebro barulhento absorve as minhas músicas preferidas e a minha visão percorre as palavras dos livros...
Na rua não se passa nada! Os vizinhos são reservados as crianças recolhem-se cedo e depois das 21horas parece um deserto... uma rua completamente vazia de seres vivos... Isso deixa-me apreensiva e pensativa, porquê!
Talvez porque em tempos houve um assassinato macabro aqui bem perto, nunca se soube ao certo o que aconteceu.
Hoje sinto-me cansada.
Mal consigo abrir os olhos que outrora falavam por si. Dizem que são: Belos, brilhantes olhos felinos que mais se parecem com duas amêndoas, agora cansados, com olheiras acentuadas quase profundas de quem já não dorme oito horas à muito, muito tempo.
A culpa é do barulho ensurdecedor na janela, rouba-me o sossego noturno.
Mas só me rouba a mim, porque o Oreu, já saltava de um lado para o outro ansioso por comer os seus cereais tricolor com formato de ossos que ele adora, e se lambuza quando termina a refeição.
Agora está na hora de colocar a trela e fazer a nossa corrida matinal, são 7h e nada se passa a esta hora da manhã. Depois do vento assustador que esteve durante a noite, agora tudo está mais calmo as árvores estão sossegadas o mar dorme como um bebé.
Estamos no Outono há folhas no chão e as árvores estão despidas da cintura para cima. Sinto que corro mais que os outros dias a adrenalina o stresse falam mais alto. Mas eu não posso parar, se parar não terei mais forças para continuar. Oreu corre ao meu lado como um guardião não me larga por nada ou ninguém, como se ele estivesse aqui, simplesmente para me proteger, nada se passa no Bairro muito menos na Rua nove de Junho.
Não passava. Parece que temos um madrugador ou uma no bairro. Não consigo ver bem, veste todo de negro e usa um casaco de capuz. Ui... quem será?
.... continua...