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  • Exu Mirin
    Iniciado por Lancelot
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Exu Mirin


Texto de Lila Menezes

Na religião de Umbanda existe uma linha muito pouco comentada e compreendida, sendo por isso mesmo muitas vezes deixada "de lado" dentro dos centros e terreiros. É a linha de Exu Mirim.

Tabu dentro da religião, muitos poucos trabalham com essas entidades tão controvertidas e misteriosas, chegando ao ponto de, em muitos lugares, duvidar – se muito da existência deles.

Na verdade, Exu Mirim é mais uma linha de esquerda dentro do ritual de Umbanda, trabalhando junto com Exu e Pombagira para a proteção e sustentação dos trabalhos da casa. Não aceitar Exu Mirim é proceder como em casas que não aceita Exu e Pombagira, mas que a partir do astral e sem que ninguém perceba, recebem a sua proteção. Afinal, "se sem Exu não se faz nada, sem Exu Mirim menos ainda".


Não nos chega dentro da cultura dos Orixás (nagô) um culto a uma divindade ou "Orixá Exu – Mirim", assim como não nos chega a existência de um "Orixá Pombagira". Apesar disso, sabemos da existência de um Trono responsável pela força e vigor na Criação (Exu/Mehor Yê), assim como existe uma divindade – trono responsável pelo estímulo em toda a Criação (Pombagira/Mahor Yê). Sendo assim, também existe uma divindade fechada e não revelada, que sustenta a força da linha de Exu – Mirim. Seria o "Orixá Exu – Mirim" responsável por criar meios ou situações para o desenvolvimento do intelecto e o amadurecimento das pessoas (fator complicador). Dessa forma, enquanto Exu vitaliza os sete sentidos da vida e Pombagira estimula – os, Exu – Mirim traz situações e "complicações" para que utilizando o vigor e estimulados possamos vencer essas situações e evoluirmos como espíritos humanos.

Dentro da Umbanda não acessamos nem cultuamos diretamente o Orixá – Mistério Exu, mas sim o ativamos através de sua linha de trabalho formada por espíritos humanos assentados a esquerda dos Orixás. Também assim fazemos com o mistério Exu – Mirim, pois o acessamos através da linha de trabalho Exu – Mirim, formada por "espíritos encantados" ligados a essa divindade regente.

Os Exus Mirins (entidades) apresentam – se como crianças travessas, brincalhonas, espertas e extrovertidas. Não são espíritos humanos, pois nunca encarnaram, são "encantados" vivenciando realidades da vida muito diferentes da nossa.

Apesar de serem bem "agitados", sua manifestação deve estar sempre dentro do bom – senso, afinal dentro de uma casa de luz, uma verdadeira casa de Umbanda, eles sempre manifestam – se para a prática do bem sobre comando direto dos Exus e Pombagiras guardiões da casa.

Podemos dizer que os Exus e Pombagiras estão para os Exus – Mirins como os Pretos – velhos estão para as crianças da Linha de Cosme e Damião.

Trazem nomes simbólicos análogos aos dos "Exús – adultos", demonstrando seu campo de atuação, energias, forças e Orixás a quem respondem. Assim, temos Exús – Mirins ligados ao Campo Santo: Caveirinha, Covinha, Calunguinha, Porteirinha, ligados ao fogo: Pimentinha, Labareda, Faísca, Malagueta, ligados a água: Lodinho, Ondinha, Prainha, entre muitos e muitos outros, chegando ao ponto de termos Exús – Mirins atuando em cada uma das Sete Linhas de Umbanda.
Quando respeitados, bem direcionados e doutrinados pelos Exus e Pombagiras da casa, tornam – se ótimos trabalhadores, realizando trabalhos magníficos de limpeza astral, cura, quebras de demandas, etc. Utilizam – se de elementos magísticos comuns à linha de esquerda, como a pinga (normalmente misturado ao mel), o cigarro, cigarrilhas e charutos, a vela bicolor vermelha/preta, etc.

Uma força muito grande que Exu – Mirim traz, é a força de "desenrolar" a nossa vida (fator desenrolador), levando todas as nossas complicações pessoais e "enrolações" para bem longe. Também são ótimos para acharem e revelarem trabalhos ou forças "negativas" que estejam atuando contra nós, "desocultando -as" e acabando com essas atuações.

A Umbanda vai além da manifestação de espíritos desencarnados, atuando e interagindo com realidades da vida muitas vezes inacessíveis a espíritos humanos. Exu – Mirim muitas vezes tem acesso a campos e energias que os outros guias espirituais não têm.

Lembrem – se que a Umbanda é a manifestação de "espírito para a caridade" não importando a forma ou o jeito de sua manifestação.

Para aqueles que sentirem – se afim com a força e tiverem respeito, com certeza em Exu – Mirim verão uma linha de trabalho tão forte, interessante e querida como todas as outras.

#1
     Devo dizer que o ter frequentado um terreiro de Umbanda em Braga, foi uma experiência que me deixou boas marcas e saudades.

    Já lá vão quase 20 anos. Estive em todas as giras e gostei especialmente de falar com o Sr. Zé Pelintra, com o pai João e das noites com o Sr. Sete Encruzas, assim como gostei de todos os outros. Nunca bebi tanta cachaça nem fumei tanto charuto na minha vida. Ele topou que eu não gostava de partilhar do dele e mandava que me dessem um charuto. Chegou mesmo a dar-me um, tratado por ele, que eu deveria acender e tirar duas passas enquanto o chamava, caso precisasse de ajuda.

    Gostei de conversar com o Pai João pela sua honestidade e bons concelhos. A uma pergunta que eu lhe fiz sobre todos aqueles rituais, danças e batuques ele respondeu-me: - Tu sabes muito bem, meu filho, que estas pessoas ainda precisam das danças e dos batuques para se acreditarem em algo e conseguirem ser curadas. Se lhes tirarmos as danças, os batuques e os banhos elas não se vão acreditar em nada e dessa forma também não se vão curar. Tu sabes bem porquê!

    Aquele que é o meu guia conheceu-me no terreiro de Umbanda em Braga.

F.Leite

#2
Velhos tempos meu caro. Também já lá vão alguns anos.

Demasiadas confusões em coisas simples. Nem sempre um bom espetáculo é sinônimo de um bom trabalho.

#3
Citação de: F.Leite em 02 maio, 2017, 23:34
    Devo dizer que o ter frequentado um terreiro de Umbanda em Braga, foi uma experiência que me deixou boas marcas e saudades.

    Já lá vão quase 20 anos. Estive em todas as giras e gostei especialmente de falar com o Sr. Zé Pelintra, com o pai João e das noites com o Sr. Sete Encruzas, assim como gostei de todos os outros. Nunca bebi tanta cachaça nem fumei tanto charuto na minha vida. Ele topou que eu não gostava de partilhar do dele e mandava que me dessem um charuto. Chegou mesmo a dar-me um, tratado por ele, que eu deveria acender e tirar duas passas enquanto o chamava, caso precisasse de ajuda.

    Gostei de conversar com o Pai João pela sua honestidade e bons concelhos. A uma pergunta que eu lhe fiz sobre todos aqueles rituais, danças e batuques ele respondeu-me: - Tu sabes muito bem, meu filho, que estas pessoas ainda precisam das danças e dos batuques para se acreditarem em algo e conseguirem ser curadas. Se lhes tirarmos as danças, os batuques e os banhos elas não se vão acreditar em nada e dessa forma também não se vão curar. Tu sabes bem porquê!

    Aquele que é o meu guia conheceu-me no terreiro de Umbanda em Braga.

F.Leite
Ola Fleite, esse terreiro ainda existe? Confesso que tenho alguma curiosidade em conhecer um terreiro de Umbanda, e como sou de Braga, se ainda existe gostaria de la ir.
"Um dia eu lhe disse para esconder o seu coração... Você deveria ter escutado"

Citação de: moonchild em 04 maio, 2017, 18:12

Ola Fleite, esse terreiro ainda existe? Confesso que tenho alguma curiosidade em conhecer um terreiro de Umbanda, e como sou de Braga, se ainda existe gostaria de la ir.

     Existe sim. Tenho pessoas amigas que lá vão, embora já não seja próximo do quartel de Cavalaria como era antes.

     Como não se pode dar moradas aqui no fórum, eu vou saber o nome da rua e depois arranjo forma de lhe enviar a direcção certa.

Citação de: F.Leite em 04 maio, 2017, 21:23
     Existe sim. Tenho pessoas amigas que lá vão, embora já não seja próximo do quartel de Cavalaria como era antes.

     Como não se pode dar moradas aqui no fórum, eu vou saber o nome da rua e depois arranjo forma de lhe enviar a direcção certa.

Podes enviar Mensagem Pessoal. (é o ícone do bonequinho com um balão de conversação, por baixo do avatar do utilizador que pretendes contactar) :)

Citação de: F.Leite em 04 maio, 2017, 21:23
     Existe sim. Tenho pessoas amigas que lá vão, embora já não seja próximo do quartel de Cavalaria como era antes.

     Como não se pode dar moradas aqui no fórum, eu vou saber o nome da rua e depois arranjo forma de lhe enviar a direcção certa.
Agradeço :)
"Um dia eu lhe disse para esconder o seu coração... Você deveria ter escutado"