Mulher cega com multipla personalidade recupera a visão através de uma das suas "personalidades"

Um artigo do jornal  público de hoje.
Nada sensacionalista e de profundo cunho cientifico.
Mas que nos faz pensar na possibilidade de estarmos perante uma situação a que vulgarmente chamamos mediunidade e à qual a psiquiatria não encontra outra forma de classificar como  distúrbio de personalidade.

"Na sequência de um acidente traumático quando era nova, os médicos tinham-lhe diagnosticado uma "cegueira cortical", causada por lesões nos centros cerebrais do processamento visual. Portanto, arranjara um cão-guia e habituara-se à escuridão.
Para além disso, B.T. tinha de lidar com outros problemas de saúde – nomeadamente, mais de dez personalidades completamente diferentes que se disputavam o controlo do seu corpo. E foi enquanto procurava tratamento para a sua perturbação de identidade dissociativa que recuperou de repente a capacidade de ver. Mas não foi enquanto B.T., uma alemã de 37 anos, mas na "pele" de um rapaz adolescente que ela por vezes "vestia"."
In Público 14dezembro2015

http://www.publico.pt/ciencia/noticia/a-mulher-cega-que-mudou-de-personalidade-e-de-repente-conseguiu-ver-1717152?page=-1

Minha opinião após a leitura do artigo: fica claro que a cegueira da senhora era devido a um trauma psicológico, e não fisiológico. Diagnosticaram-lhe uma lesão cerebral que a senhora efectivamente não tinha.
Noutros tempos, um senhor chamado Freud chamar-lhe-ia "cegueira histérica". Freud teve oportunidade de estudar muitos casos de mulheres que eram tão reprimidas a nível emocional que começavam a manifestar sintomas físicos, como cegueiras ou paralisias.

Dado que a senhora desta notícia sofreu um trauma - que não sabemos qual terá sido - a sua mente escolheu como meio de defesa a cegueira e, arrisco eu, criar as outras personalidade que lhe permitiriam viver e interagir de forma mais "segura" ou diferente com a vida, com a realidade (na opinião dela, é claro), já que essas personalidades não tinham vivido o trauma. Foi a estratégia que a mente dela arranjou para sobreviver e lidar com o que quer que lhe tenha acontecido.

Poderá ser outra coisa?
Pode, mas dado existir uma situação traumática que desencadeou tudo isto, e sem haver outros indícios que levantem uma suspeita forte de que isto não são perturbações psicológicas derivadas do trauma, neste caso acho que me inclino mais para a explicação convencional.