Caixinha de música

Tenho uma estupidez errónea dentro de mim.
Estupidez essa que me aperta, consome e queima.
Aperta mais do que consome e queima,
Pois ao me apertar eu ainda existo,
Mas existo em esforço.

Não sei que aperto é este.
Não sei porque me aperta tão forte,
Nem porque aqui tenho espaço para sentir esse aperto absurdo.
Aperta-me num espaço vazio que sinto falta,
Desde os dias em que o criei sem saber.
Como uma caixinha de música, delicada,
Com tantas memórias só lembradas
Pelos estilhaços espalhados nos ladrilhos gastos.

Quase sou eu esse aperto, essa estupidez...
Estupidez essa que me assiste incrédulta, numa raiva futura.
E todo esse fenómeno peculiar que me mata em momentos escassos ininterruptos
Torna-se eu mesmo.

Não sei ser eu sem me sentir estúpido,
Destruído por algo que não existe,
Nem existirá mas que mesmo assim é suficiente
Para esmagar cada estilhaço, cada luzência da alma,
Cada tentativa de não sentir o que sou.

SaraRS

estupendo Sara...adorei simplesmente.
continua sempre...

Ai Sara... até me dá uma coisinha... fabuloso! Identifiquei-me aqui. Fantástico! Aplaudo-te de pé!

Obrigada às duas
Fico contente que te identifiques cepticooucrente... como diz a música dos xutos e pontapes "não, não sou o único..."

Não somos as únicas a olhar o céu...!

Lindo!

Parabéns Sara

Gostei muito

Obrigada veio da alma.

Obrigada veio da alma.

E que grande Alma!

Concordo Faty

Muito bonito. Onde vais buscar tanta inspiração?

Aos meus sentimentos e à minha (exagerada) sensibilidade

Quem me dera algum dia ter a sensibilidade que tu tens, quem me dera mesmo...

Tu tens...
Não é só a sensibilidade...é uma certa capacidade de expressar e a criatividade.