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  • Agressividade combatida com agressividade no “ringue espiritual”
    Iniciado por Yesterdays Soul
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Devia ter uns 12 anos e levava à mão uma bicicleta por uma estrada de terra batida, enquanto acompanhava um amigo e ambos conversávamos sobre fantasmas. Ele contou-me uma história pessoal, que poderia perfeitamente ter caído no esquecimento. Dizia ter um espírito em casa que queria fazer mal à sua família, que lhe partia a louça da casa, abria as torneiras da água durante a noite e até já tinha deixado o gás aberto no fogão, durante uma tarde. Tudo isso podia ter caído no esquecimento, mas não caiu por um único motivo. Aparentemente a família tinha contactado uma médium, que lhes teria dado um conselho: "Digam asneiras! Quando sentirem a presença do espírito digam asneiras bem alto que ele foge. Eles não gostam de asneiras". Foi esse conselho estranho que fez esse episódio permanecer na minha memória.
 
Os anos foram passando e foram-me ensinando precisamente o contrário. Na espiritualidade, o adágio "opostos atraem-se" não se aplica. As vibrações negativas sentem-se atraídas por vibrações similares. Emoções negativas, como o medo ou a raiva, apenas alimentam entidades mal-intencionadas. A melhor forma de nos livrarmos de uma entidade mal-intencionada, é tentar ajudá-la. Quem não quer ser ajudado, foge da ajuda a sete pés. Quem está receptivo a ser ajudado, ao sê-lo, deixa de incomodar. Nesse processo comunicativo, a intencionalidade devia ser firme como cimento, autoritária, se necessário, mas nunca confrontativa - no lado negativo do termo – pois nesse caso tornar-se-ia contraproducente.
Até porque, em vários casos, os acontecimentos podem ser interpretados como agressivos (devido aos sustos inerentes, à sugestão, ao barulho e outros estímulos mais veementes), mas na realidade não passarem de uma mera chamada de atenção. Também nesse caso, a confrontação seria contraproducente, pois poderia apenas amplificar o volume dessas chamadas de atenção. O que daria ainda mais força à interpretação errónea de uma atitude agressora. E por aí segue o ciclo vicioso. Segue o tempo que for preciso, sendo que para um dos "lados da barricada" não existe sequer a noção de tempo como a concebemos. O que para nós pode ser interpretado como um martírio interminável que se prolonga na nossa vida, pode ser percepcionado como um ápice para quem está numa dimensão não algemada às nossas concepções e aos ponteiros que inventámos para medir um mero movimento astronómico.

Cada vez que lia, conversava, estudava ou experimentava esta temática, lembrava-me desse episódio de infância. Um momento aparentemente vulgar torna-se fresco na minha mente, tudo por causa daquela frase. "Coitados, para além de ludibriados por uma charlatã, provavelmente incendiaram mais as coisas, se é que a explicação para o que se passava era de facto paranormal..." pensava sempre. Estava convicto que era um episódio isolado, um mero folclore provavelmente inventado e vendido pela senhora, pois durante muitos, muitos anos nunca ouvi nada semelhante. Até esta semana.

Uma pessoa que conheci recentemente, resolveu partilhar comigo um fenómeno que a apoquentava, enquanto conversávamos sobre cinema. Aparentemente, há anos que é apoquentada pela visão de uma idosa com aspecto agressivo. Aparece-lhe com frequência em vários momentos, sempre com a mesma expressão. Por vezes consegue vê-la fugazmente mas de forma nítida no reflexo de um espelho. Noutras, percepciona as suas feições com a sua visão periférica. Aparece-lhe nos sonhos. Na rua. Aparece-lhe quando menos espera. Sempre a mesma expressão. Lancei a pergunta da praxe: "sendo uma coisa tão recorrente, já tentaste estabelecer contacto e averiguar o que ela pretende?"

Foi a resposta dela que motivou este tópico.

"Não, fui aconselhada a insultá-la. Uma pessoa entendida disse-me que devia gritar-lhe, insultá-la, fazê-la sentir-se indesejada no meu espaço".
O resultado, pelo que percebi, é que aparentemente esse acto atenua as experiências por uns tempos, mas elas regressam sempre com um novo fôlego. Até hoje.

Essas palavras foram como um choque para mim. Aparentemente o tal "conselho" não era um acto isolado. Aparentemente, ele será mais vulgar do que eu pensava. As situações ocorreram em dois distritos afastados geograficamente e com um espaçamento de duas décadas. De certeza que não falaram com a mesma pessoa. Qual será a verdadeira dimensão desta "prática"?

Como estou curioso em ter a resposta para essa questão, gostaria de vos perguntar três coisas:

Já receberam esse tipo de conselho de alguém ou conhecem alguém que já o recebeu?

Qual a vossa opinião sobre a proficuidade desse conselho?

Caso a resposta à primeira questão seja positiva, em que distrito ouviram esse conselho?
(de forma a tentar perceber se as raízes dessa crença são localizáveis geograficamente ou se estão massificadas pelo país todo)

Agradeço antecipadamente a paciência de terem lido isto tudo e a vossa colaboração. Obrigado a todos. ;)

"What we do in life echoes in eternity"

Bom dia,

o conselho que refere já ouvi mencioná-lo várias vezes por pessoas da Zona das Beiras.

Obrigado Oculto. Por acaso os casos que mencionei são na Beira Alta (Viseu) e na Beira Litoral (Aveiro). 
"What we do in life echoes in eternity"

já há alguns anos atrás e depois de ouvir várias vezes baterem á porta sem lá estar ninguém, fui aconselhado a gozar com as entidades respondendo sempre que ouvisse isso " não está ninguém, volte mais tarde..."
:laugh: ;D
É na aceitação incondicional da perfeição da Vida, tal como é, que encontramos a eternidade e a paz.
boas energias ;D

Citação de: Yesterdays Soul em 09 outubro, 2014, 02:36

Qual a vossa opinião sobre a proficuidade desse conselho?






Para mim é um conselho que não faz sentido algum.

Tenho uma amiga que quando era pequena via o espírito de uma senhora na antiga casa dela. A verdade é que o espírito nunca foi propriamente agressivo com ela, mas como era uma criança na altura, o facto preocupou os pais que chamaram uma médium lá a casa e que os aconselhou a usarem termos menos bonitos para afastar a entidade.
Como seria de esperar,  o resultado foi eles terem que mudar de casa.
Isto aconteceu no Porto...

Citação de: TOMANE20 em 13 outubro, 2014, 14:53
já há alguns anos atrás e depois de ouvir várias vezes baterem á porta sem lá estar ninguém, fui aconselhado a gozar com as entidades respondendo sempre que ouvisse isso " não está ninguém, volte mais tarde..."
:laugh: ;D

Essa está gira, Tomané20! ;D

Realmente, a prática é provavelmente bem mais comum do que inicialmente pensava. Obrigado a todos pelas partilhas.
"What we do in life echoes in eternity"