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  • Norte de Portugal/ Galiza - Um Estado
    Iniciado por Antoine
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Abri este tópico acerca de um assunto que para mim é muito serio mas que por agora serviria apenas para constatar qual os pensamentos e ideais que os users deste forum têm em relação a uma possível junção entre a Galiza e o Norte de Portugal para a eventual formação de um estado soberano independente tanto de Espanha como de Portugal.

Quanto a isto gostaria desde já de deixar claro uma questão que se revela sempre primordial e que está relacionada com a capacidade, ou não, de uma auto-determinação de um Estado deste tipo. E quanto a isso durante estes últimos anos pude ler que um Estado que englobasse a Galiza e o Norte de Portugal seria mesmo auto-suficiente. É importante deixar isto claro porque se esta premissa não se realizar nem vale a pena considerar a hipótese.

Eu nunca fui um Patriota e nunca acreditei em Portugal como uma unidade politica e social isto porque politicamente Portugal sempre demonstrou um enorme desrespeito pela região a que pertenço e que venero,a região Norte. Aliás, politicamente isso é um problema que vem já desde D. Afonso II e com a sua luta contra os grandes senhorios do Alto Douro. Mas o que importa aqui ressalvar é mesmo tempos mais actuais e nisso foco principalmente a questão na absurda centralização do Pais que se estabeleceu com António de Oliveira Salazar e que inexplicavelmente foi seguida no pós- 25 de Abril.

Por outro lado, e focando o aspecto social, sempre nos foi vendida a ideia de um pais homogéneo e sem grandes divisões sociais onde a unidade social era ponto de ordem. Para isso serviu também o exemplo de Espanha onde claramente existem profundas diferenças sociais e nestes últimos tempos o caso da Catalunha tem sido um forte exemplo dessa situação. Contudo, e na minha visão da sociedade não acha que exista mesmo essa unidade social tão propalada e para isso basta ver que se por um lado a língua é igual em toda a nação por outro podemos ver que existem variações regionais que em alguns pode ter influencia na comunicação entre indivíduos. A gastronomia, as tradições populares e o património paisagístico e arquitectónico são para mim, também, aspecto onde se pode encontrar essas clivagens sociais e basta ver para isso a agricultura como aspecto económico no Sul e no Norte que são absolutamente dispares bem como a arquitectura predominante no Sul de Portugal que sofre influencias Muçulmanas.

Indo de encontro ao tema e àquilo que ele engloba pode dizer-se que historicamente a Galiza sempre teve muito maiores afinidades com Portugal do que tem por exemplo o Algarve, isto falando, está claro, nas origens de Portugal que remontam ao Condado Portucalense.

Por ultimo gostava de dizer também, e como forma de indignação, que um dos maiores exemplos da falta de respeito que o poder politico teve para com o Norte de Portugal foi a não implementação da regionalização que de resto está prevista na constituição e foi inclusive adoptada pelas nações mais desenvolvidas da Europa. Uma das justificações para esta não implementação foi o facto de , para muitos, isso iria motivar e impulsionar os famosos "tachos políticos". Essa justificação é completamente irrisória e ridícula porque quem a defende se calhar pensa que o Portugal politico, tal como está neste momento, é um mar de transparência e de bom funcionamento das instituições publicas.

PS: Esta é um pouco da minha visão quanto a este tema e gostava de saber as ideias e pensamentos dos users do forum quanto ao mesmo.

Isso nunca vai acontecer porque se a Galiza pertencesse ao norte de Portugal automaticamente a Galiza pertenceria a Portugal e a Espanha não iria permitir. Basta analisar a situação da zona Basca...
"Don't become a monster in order to defeat a monster" - Bono Vox U2

Citação de: Azarenta em 01 dezembro, 2012, 08:45
Isso nunca vai acontecer porque se a Galiza pertencesse ao norte de Portugal automaticamente a Galiza pertenceria a Portugal e a Espanha não iria permitir. Basta analisar a situação da zona Basca...

Não tenho duvidas que a Espanha seria um feroz e incansável opositor a esta situação e realmente a zona Basca é um exemplo disso. Por outro lado temos o exemplo da Catalunha que se quer tornar um Estado autónimo tendo a oposição do governo espanhol. O que eu pergunto é se Espanha terá força para impedir essa independência se realmente o referendo for favorável às intenções independentistas. Irá o Estado espanhol violar a democracia e a vontade de uma comunidade inteira, no caso a Catalunha? Quanto a isso e perspectivando cenários mais radicais gostaria de saber a posição das autoridades na Catalunha. Isto tudo para dizer que na minha opinião, apesar da vontade de Espanha ter bastante influencia numa eventual alteração do quadro politico essa vontade não poderá travar a força de uma comunidade inteira, ou pelo menos, se essa força for exercida até aos limites.

Citação de: Antoine em 01 dezembro, 2012, 08:52
Não tenho duvidas que a Espanha seria um feroz e incansável opositor a esta situação e realmente a zona Basca é um exemplo disso. Por outro lado temos o exemplo da Catalunha que se quer tornar um Estado autónimo tendo a oposição do governo espanhol. O que eu pergunto é se Espanha terá força para impedir essa independência se realmente o referendo for favorável às intenções independentistas. Irá o Estado espanhol violar a democracia e a vontade de uma comunidade inteira, no caso a Catalunha? Quanto a isso e perspectivando cenários mais radicais gostaria de saber a posição das autoridades na Catalunha. Isto tudo para dizer que na minha opinião, apesar da vontade de Espanha ter bastante influencia numa eventual alteração do quadro politico essa vontade não poderá travar a força de uma comunidade inteira, ou pelo menos, se essa força for exercida até aos limites.

Depende como for a dependência da Catalunha, a Espanha teria que se organizar num Estado Federal mas seria dependente de Espanha à mesma.
Mas com a crise acho que isso seria uma ideia louca porque tinham que gastar imenso dinheiro estar a mudar a organização e reestruturar o país. Acho que nem referendo deixavam fazer.
"Don't become a monster in order to defeat a monster" - Bono Vox U2

Citação de: Azarenta em 01 dezembro, 2012, 09:10
Depende como for a dependência da Catalunha, a Espanha teria que se organizar num Estado Federal mas seria dependente de Espanha à mesma.
Mas com a crise acho que isso seria uma ideia louca porque tinham que gastar imenso dinheiro estar a mudar a organização e reestruturar o país. Acho que nem referendo deixavam fazer.


Sim, no caso de Espanha se tornar um estado federal a Catalunha seria dependente de Espanha em certos aspectos. Quanto aos gastos monetários é óbvio que seriam avultados mas não te podes esquecer que actualmente o regime de impostos em Espanha é um absurdo e com a independência a Catalunha veria reposta a justiça nesse ponto. Ao final de alguns anos não tenho duvidas que a Catalunha se tornaria um estado muito mais forte que a Espanha e esta ultima perspectivo mesmo que poderia entrar em ruína sem a sua galinha de ovos de Ouro que é a região da Catalunha. Para Portugal poderia ser também benéfico a eventual criação do Estado da Catalunha no que diz respeito ao mercado externo abrindo outras portas.

Quanto ao referendo e depois das ultimas eleições onde se verificou uma esmagadora vitoria dos independentistas não tenho duvidas que o mesmo se irá realizar. Pelo menos isso é um acto de justiça.

Citação de: Antoine em 01 dezembro, 2012, 09:18
Sim, no caso de Espanha se tornar um estado federal a Catalunha seria dependente de Espanha em certos aspectos. Quanto aos gastos monetários é óbvio que seriam avultados mas não te podes esquecer que actualmente o regime de impostos em Espanha é um absurdo e com a independência a Catalunha veria reposta a justiça nesse ponto. Ao final de alguns anos não tenho duvidas que a Catalunha se tornaria um estado muito mais forte que a Espanha e esta ultima perspectivo mesmo que poderia entrar em ruína sem a sua galinha de ovos de Ouro que é a região da Catalunha. Para Portugal poderia ser também benéfico a eventual criação do Estado da Catalunha no que diz respeito ao mercado externo abrindo outras portas.

Quanto ao referendo e depois das ultimas eleições onde se verificou uma esmagadora vitoria dos independentistas não tenho duvidas que o mesmo se irá realizar. Pelo menos isso é um acto de justiça.

Isso é uma das razão que não dão dependência à zona Basca, se não me esgano é a zona mais rica do país, e para isso ser feito, todas as regiões teriam de ser suficientemente auto eficientes para que se pudesse dividir em estados, o que não acontece nem em Portugal nem em Espanha.

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Citação de: Azarenta em 01 dezembro, 2012, 09:28
Isso é uma das razão que não dão dependência à zona Basca, se não me esgano é a zona mais rica do país, e para isso ser feito, todas as regiões teriam de ser suficientemente auto eficientes para que se pudesse dividir em estados, o que não acontece nem em Portugal nem em Espanha.



Não tenho a certeza mas penso que a região da Catalunha é a mais rica de Espanha. O que tenho a certeza é que a Catalunha é a região com os maiores encargos fiscais. Mas sim, a região basca é bastante rica. Quanto à Catalunha foram feitos estudos aqui à uns anos que indicavam sem sobra de duvidas que essa região era auto-suficiente. Quanto ao tema do tópico li também que o Norte de Portugal em junção com a Galiza seriam também viável economicamente. Mas quanto a isso gostava de ler mais opiniões.

#7
Citação de: Antoine em 01 dezembro, 2012, 09:39
Não tenho a certeza mas penso que a região da Catalunha é a mais rica de Espanha. O que tenho a certeza é que a Catalunha é a região com os maiores encargos fiscais. Mas sim, a região basca é bastante rica. Quanto à Catalunha foram feitos estudos aqui à uns anos que indicavam sem sobra de duvidas que essa região era auto-suficiente. Quanto ao tema do tópico li também que o Norte de Portugal em junção com a Galiza seriam também viável economicamente. Mas quanto a isso gostava de ler mais opiniões.

Claro é por essas mesmas razões que não vão abrir mão, e deixar os outras regiões na miséria não faria sentido, sendo mesmo anti social. Não tem pernas para andar na minha opinião. É claro que certas regiões com a mania da supremacia se irá lixar mas isso é outro tema. No caso Galiza e Norte do Pais, envolve dois países o que torna mais difícil, embora sei por conhecidos na Galiza que não se importariam de se juntar a Portugal por se acharem ignorados pelo governo espanhol e Portugal em relação aos Galegos está melhor, pelo menos estava.
"Don't become a monster in order to defeat a monster" - Bono Vox U2

chacalnegro
Boas, Antoine, creio que essa pergunta deve ser feita aos galegos, não aos portugueses. Querem os galegos ser um país, junto com o Norte de Portugal?

Aproveito e faço ainda outra pergunta a qual Norte te referes, ao litoral, ao interior? É que se formos, por exemplo, para Terra Quente transmontana temos maiores afinidade com o Alentejo e com a Beira Baixa do que propriamente com Minho.
Se calcularmos o Norte até onde se plantam oliveiras, tens uma fronteira pouco acima de Braga e pouco a leste de Viana do Castelo.

É verdade que o Portugal homogéneo é artificial porque como vimos, as afinidades são transregionais e há uma gradação muito maior entre Litoral e Interior do que Norte e Sul. Se falarmos então nas zonas da raia quaxse toda a gente quer ser do país vizinho. Os de Chaves querem ser galegos e os barranquenhos querem ser extremeños.

Quer queiramos quer não, um minhoto terá sempre maior ligação a um algarvio do que a um galego e um algarvio terá sempre uma maior ligação a um minhoto do que a um marroquino.

Aquilo que dizes sobre o Norte ter sido esquecido também os alentejanos o dizem e não há ponto de maior uniformidade do que a auto-comiseração, falta de auto-estima e chauvinismo inverso que nos faz, por bem ou por mal, a todos ser portugueses.

E não, os galegos não querem ficar com o Norte de Portugal. Por mim era na boa, continuo a gostar muito de lá ir, mas o frio e a humidade dão-me cabo das articulações :laugh:

Citação de: Antoine em 01 dezembro, 2012, 08:34
Abri este tópico acerca de um assunto que para mim é muito serio mas que por agora serviria apenas para constatar qual os pensamentos e ideais que os users deste forum têm em relação a uma possível junção entre a Galiza e o Norte de Portugal para a eventual formação de um estado soberano independente tanto de Espanha como de Portugal.

PS: Esta é um pouco da minha visão quanto a este tema e gostava de saber as ideias e pensamentos dos users do forum quanto ao mesmo.

Formar um estado soberano com a Galiza e o Norte de Portugal, para ser mais especifica acho essa ideia um delírio.
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Ceinwyn


Sem querer ofender, mas uma vez que pediu a opinião dos users do PP, essa é das ideias mais absurdas que já ouvi nos últimos tempos...

Citação de: chacalnegro em 01 dezembro, 2012, 11:29
Boas, Antoine, creio que essa pergunta deve ser feita aos galegos, não aos portugueses. Querem os galegos ser um país, junto com o Norte de Portugal?

Aproveito e faço ainda outra pergunta a qual Norte te referes, ao litoral, ao interior? É que se formos, por exemplo, para Terra Quente transmontana temos maiores afinidade com o Alentejo e com a Beira Baixa do que propriamente com Minho.
Se calcularmos o Norte até onde se plantam oliveiras, tens uma fronteira pouco acima de Braga e pouco a leste de Viana do Castelo.

É verdade que o Portugal homogéneo é artificial porque como vimos, as afinidades são transregionais e há uma gradação muito maior entre Litoral e Interior do que Norte e Sul. Se falarmos então nas zonas da raia quaxse toda a gente quer ser do país vizinho. Os de Chaves querem ser galegos e os barranquenhos querem ser extremeños.

Quer queiramos quer não, um minhoto terá sempre maior ligação a um algarvio do que a um galego e um algarvio terá sempre uma maior ligação a um minhoto do que a um marroquino.

Aquilo que dizes sobre o Norte ter sido esquecido também os alentejanos o dizem e não há ponto de maior uniformidade do que a auto-comiseração, falta de auto-estima e chauvinismo inverso que nos faz, por bem ou por mal, a todos ser portugueses.

E não, os galegos não querem ficar com o Norte de Portugal. Por mim era na boa, continuo a gostar muito de lá ir, mas o frio e a humidade dão-me cabo das articulações :laugh:

Eu tive a oportunidade de conhecer a opinião de cidadãos galegos aqui à uns tempos e a opinião deles era generalizada quanto à vontade, ou preferência, de pertencerem a um estado juntamente com o Norte de Portugal e aqui Norte de Portugal englobo os territórios que vão até ao Mondego.

Esta vontade dos Galegos estava curiosamente relacionada com o facto de serem uma região muito menosprezado pelo governo Espanhol e aliás, apenas a titulo de curiosidade, muitos deles apoiavam a selecção portuguesa de Futebol nas provas internacionais.

A designação que faço do Norte de Portugal está também ligada ao plano histórico porque realmente foi a partir do Mondego que Afonso Henriques começou os seus panos de reconquista do Sul aos Mouros.

Claro que desde ai passaram já cerca de 900 anos e a consciência e tradições das populações sofreram diversas mutações pelo que é natural que tenha existido cada vez mais uma aproximação entre as diversas regiões de Portugal.

Eu concordo contigo quando dizes que as diferenças entre Litoral e Interior são maiores que as que existem entre o Norte e o Sul e isso também se compreende com a importância que o Estado português dá às regiões do interior.

Quanto ao Alentejo e admitindo a realidade desse esquecimento tenho no entanto que recordar as diferenças que existem entre o Norte e aquela região do Sul. O Alentejo, por assim dizer, nunca reuniu muitas condições para que lhes dessem tantas oportunidades de desenvolvimento. Digo isto considerando que o Alentejo é uma região com uma população predominantemente idosa que vive principalmente do sector primário, ou seja, nunca se preocuparam em criar condições sustentadas para criarem grandes centros urbanos.

Por outro lado no Norte podemos dar o exemplo da Invicta onde a Casa da Musica, o Museu de Serralves ou a Red Bull Air Race são apenas alguns dos exemplos da vontade dos Portuenses em fazer evoluir a cidade e compensar as diferenças que se foram verificando em relação à capital. Em Braga ou Aveiro a evolução na organização das Universidades tem conhecido uma evolução espantosa e essa evolução tem mesmo granjeado reconhecimento internacional. O berço da nação Guimarães foi este ano a Capital Europeia da Cultura e isso de certa foram também é prova da vontade dos governantes da Cidade junto da população.

Claro que este tema pode ser considerado, e isso eu sou o primeiro a considerar, um quanto tanto utópico porque as condições para uma situação desta envergadura se realizar não estão nem perto de se realizar. Para isso contribui o conservadorismo do poder militar que por estes tempos está mais preocupado em precaver as suas necessidades económicos do que em ser voz activa numa eventual mudança no paradigma da politica em Portugal. Ao mesmo tempo vemos um autentico desprezo dos portugueses pela politica em Portugal onde as elevadas taxas de abstenção nos processos eleitorais é exemplo. Na cidade do Porto essa realidade é, infelizmente para mim, gritante e quando Rui Rio é Presidente da CMP está tudo dito.

Mas o que eu acho realmente importante, e de certa medida foi a razão para criar este tópico, é que os Portugueses pensem em novas formas de criar mudança neste Portugal que na minha opinião está completamente gasto e corroído por uma rede de influencias que nunca irá permitir mudanças que realmente visem a evolução social em todo o Pais. As manifestações que se fazem, em relação aos cortes orçamentais no Pais, têm toda a razão de ser mas é preciso ver que esse é um problema de curto médio-prazo para a nação. Quando o estado de coisas se equilibrar outra vez é preciso perguntar aos Portugueses o que querem? O mesmo Portugal de sempre dominado pelas grandes famílias e que fazem de Lisboa a capital de um império podre e falido? É tempo do Norte, talvez pela voz da Invicta, mostrar a sua voz e a sua indignação a décadas e décadas de menosprezo por parte de Lisboa. Ou então nunca vamos sair da cepa-torta tal como diziam os emigrantes como justificação para a sua saída de Portugal.