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  • O jogo das escondidas na casa nova
    Iniciado por Sofi_maluka
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Olá, o meu nome é Cristiana e tenho um interesse especial por matérias ligadas a factos sobrenaturais. Nunca vi nada, e por norma não estabeleço qualquer ligação intelectual com esse meio, a não ser algumas pesquisas. Já tentei fazer algumas experiências, mas não captei nada de grande constrangimento. Gostaria de fazer mais experiências, mas o tempo não me possibilita grandes oportunidades para tal. No entanto , escrevo para relatar um estranho acontecimento na época em que  eu ainda era criança, sensivelmente com uma idade próxima dos 10 anos. Todos os anos, desde pequenina, que passo ferias numa aldeia situada em trás-os-montes, a 6 km de distância da vila de Vinhais. A aldeia tem o nome de Vilar de Ossos. É um lugar pequeno, um pouco sombrio, pouco povoado, com a excepção das férias de verão, e sinistro. Existem algumas lendas sobre a aldeia e alguns habitantes que nela existiram, umas são credíveis, outras nem por isso. Contudo, tenho uma família bastante densa, digamos que sempre tive alguém com quem brincar, a maioria das minhas primas eram da mesma idade que eu. Normalmente era eu, a minha prima Cláudia,  a Sara e a Diana. Brincávamos sempre juntas, a Cláudia vivia em Lisboa , como eu, e estávamos sempre juntas a maior parte do tempo. A Sara e a Diana, viviam na aldeia. Numa altura dos nossos dias, o meu Tio, pai da Cláudia, decide comprar um terreno, perto da casa da minha avó, para construir uma vivenda. O terreno servia de campo de cultivação, e salvo erro, pertencia a um senhor, chamado João, que era muito amigo da minha avó. A casa projectada era espectacular, tinha rés do chão e primeiro piso, um quintal e uma piscina. Na parte de baixo tinha três quartos e duas casas de banho, a sala e a cozinha. Depois tinha uma escadaria que se ligava ao piso de cima, onde existia um quarto, uma despensa e um quarto muito pequeno e super baixo que provavelmente seria para colocar tralha.
Quando a casa ficou pronta, não ficou logo habitada, faltava ainda muita mobília, e por tanto ficávamos todos em casa da minha avó. No entanto, eu e as minhas primas costumávamos ir para lá brincar. Numa tarde em que tal se sucedia num jogo de escondidas , acontece algo bizarro, que ainda hoje atormenta as nossas mentes cada vez que recordamos. Estávamos todas a jogar ao esconde-esconde, eu era quem contava para depois procurar o sítio onde estavam escondidas. Acontece que senti alguém subir as escadas durante a contagem, e obviamente, foi a primeira coisa que me veio à cabeça , " Uma delas certamente que se escondeu lá em cima" , pois não senti ninguém descer. Ainda que fizesse devagar, não teria tempo e mais, aquelas escadas ouvem-se, mesmo estando descalças. E logo naquela altura , que a casa fazia um eco enorme. Bem, subi as escadas e estranhei, pois nenhuma delas estava lá escondida. Fiquei estranha, porque tinha a certeza que alguém tinha subido as escadas, e não ouvira ninguém descê-las. Desci até ao piso de baixo e quis parar o jogo. Elas saíram dos seus esconderijos e ficaram espantadas, porque pensavam igualmente que uma delas se escondera no piso de cima derivado ao facto de ouvirem o mesmo que eu. Foi aí que me apercebi que não era apenas eu que sentira alguém a subir as escadas durante a minha contagem. Se tivessem descido, teria que se ouvir duas vezes passar pelas escadas, mas não foi o sucedido. Quando elas se deparam todas escondidas no rés do chão, olharam umas para as outras e disseram; " então, qual de vocês foi para cima?", " antes da cristiana subir, alguém antes se escondeu lá, pois ouvi subir as escadas, e não tornei a ouvir descer". As quatro ficamos sem jeito com o sucedido. Naquele dia, não voltamos mais, tal era o medo. No entanto, os anos passaram, e nunca mais tivemos relatos dessa natureza lá em casa. Desde aquele dia, sempre ficamos lá em casa, sozinhas  de noite, e não captamos nada de estranho, foi apenas no dia do esconde-esconde que algo estranho se passou. Até chegar o verão deste ano. Uma noite, eu e a minha prima Cláudia, decidimos ir com os nossos amigos jogar cartas para casa dela, ( é a mesma casa que tenho estado a falar). Era muito tarde, e a minha tia já dormia, portanto, queríamos fazer o menos barulho possível. Decidimos ir para as masmorras, umas casitas que a minha prima tem nas traseiras da casa. Lá estão guardados equipamentos de obras e jardinagem. Era aí que iamos jogar, mas a lâmpada estava fundida e não havia luz nenhuma, ou seja, não se via nada. Fomos todos para dentro de casa, para a cozinha. Entretanto , a minha prima pede-me para ir buscar a mala dela às traseiras, tinha-se esquecido em cima de uma mesa super suja que lá estava. E fui. Ao chegar perto das casinhas a escuridão era reveladora, mas não era o que me intimidava, acontece que perto da entrada senti os meus pelos todos a levantarem-se e fiquei super arrepiada. Não entendo, não ia com medo de nada, nem sequer a pensar em coisas aterrorizantes, mas algo me impediu de avançar, não entendo o porquê, mas não consegui entrar nas casinhas, tive que voltar para trás. Disse à minha prima que não se via nada e que não conseguira achar a mala dela. Então, dois dos nossos amigos foram atá lá pegar a bolsa. Quando chegaram à cozinha, com a bolsa, disseram que a temperatura existente nas masmorras era muito mais baixa que a restante da casa, e que da primeira vez que lá estivemos, não era aquela a temperatura que se sentia. Alegaram que ,da segunda vez que lá tinham  ido, para buscar a mala, a temperatura diminuíra uns 10 graus. Tal como eu, eles também se arrepiaram, mas não bloquearam, como eu. Em fim, como disse,  nunca vi nada, mas já pressenti coisas estranhas. Algumas poderão ser por vezes devido ao medo, mas estas experiências não foram alucinações, foram factos reais que me aconteceram. O que seria, não sei, é um mistério!



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Relato interessante o teu. É curioso que para além de ti todas as tuas primas tenham escutado os passos de alguém a subir as escadas da casa. Quanto às casinhas e à baixa de temperatura que foi referida, crê-se que possa estar relacionada com a presença de espíritos.