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  • Conto de Sinuhe e a história Moisés
    Iniciado por chacalnegro
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chacalnegro
O conto de Sinué ou Sinuhe foi uma das histórias mais populares do Antigo Egipto. Escrito provavelmente durante o Império Médio, depois de 1971 a.C., foi amplamente copiado durante mais de mil anos, existindo cerca de 20 manuscritos do império Novo. O manuscrito mais antigo a relatar esta história é do reinado de Amenemhat III (c. 1800 a.C.). Trata-se do equivalente a um livro de viagens, repleto de aventuras contado pela personagem principal, Sinuhe. Ele havia sido um importante oficial da corte de do faraó Amenemhat I que partiu em campanha ao deserto da Líbia com o príncipe Sanuseret. Entretanto, o faraó morre durante quando regresavam do deserto e os príncipes recebem a notícia, pertindo de seguida para a capital. Sinuhe ouve uma conversa que o deixa bastante assustado e, temendo a anarquia e disputas dinásticas, decide fugir do Egipto em direcção à Palestina.
Uma vez no Sinai, debate-se entre a vida e a morte por não ter levado mantimentos suficientes para a jornada. Aí é salvo por um beduíno e prossegue para onde é hoje o Líbano, onde se coloca ao serviço do rei local, granjeando a sua admiração.

Deixo aqui o um resumo da história retirado da wikipedia, com mais detalhes:

"As Aventuras de Sinué conta a história de um funcionário da rainha Neferu, filha do rei egípcio Amenemhat I e esposa de Senuseret I, da sua partida do Egipto e da sua vida na região da Síria-Palestina antes de regressar ao seu país natal.

A obra abre com uma enunciação dos títulos que Sinué detinha e com a notícia da morte de Amenemhat I.

O seu filho, Senuseret, encontrava-se no caminho de regresso de uma campanha militar no deserto líbico quando uns emissários reais comunicam-lhe a morte do pai. Senuseret parte rapidamente para a capital.

Os outros irmãos de Senuseret também faziam parte da expedição e receberam também mensagens de emissários. Sinué ouve parte de uma conversa (cujo teor não é revelado no texto) e fica aterrorizado.

Temendo pela sua vida face à possível anarquia que se instalaria no Egipto após a morte do rei Amenemhat, Sinué decide fugir, encaminhando-se no sentido da fronteira oriental do país, onde se achava a "Muralha do Soberano", mandada construir para evitar as invasões do Asiáticos.

Uma vez que não tinha levado suficientes mantimentos para a viagem, quase morre de sede e de fome na travessia do deserto do Sinai. Um beduíno salva-o e Sinué atravessa a Síria-Palestina.

Sinué trava conhecimento com o líder do Retenu Superior (Líbano), Amunenchi, que lhe entrega a sua filha mais velha em casamento e lhe oferece uma terra para governar. Esta terra, denominada Yaa, é descrita como rica em mel, em frutos e em gado. Sinué fixa-se neste local, tem vários filhos que se tornariam chefes de tribos e lidera as tropas de Amunenchi contra os ataques dos estrangeiros ao Retenu.

Um dia achava-se Sinué na sua tenda quando foi desafiado por um homem para um duelo. Este homem era um guerreiro bastante forte que tinha derrotado todos os guerreiros do Retenu e que invejava a posição de Sinué. No dia do duelo, e apesar da inferioridade das suas armas, Sinué consegue derrotar o adversário, apoderando-se dos seus tesouros.

Chegado à velhice, Sinué decide regressar ao Egipto, onde desejava ser sepultado. Decide escrever ao rei, Senuseret, que lhe envia presentes e pede-lhe que regresse, oferecendo-lhe a construção de um túmulo. Antes de partir, Sinué fez do seu filho mais velho chefe da tribo. Chegado ao Egipto, Sinué foi convidado a se apresentar ao palácio real.

Uma vez no palácio, Sinué prostra-se perante a presença do rei, que se dirige a ele num tom afável. A rainha, surpreendida com a notícia de Sinué ter regressado, não o reconhece devido ao facto deste ter uma barba e de estar vestido como um asiático.

Lavado, com cabelo cortado e barba feita, Sinué recebe do rei uma casa no campo e torna-se seu amigo. O rei assegurou igualmente a construção de uma pirâmide de pedra que serviria como túmulo quando Sinué morresse."


O que esta história tem de interessante (para além do próprio conteúdo, claro), é em grande medida assemelhar-se à fuga de Moisés do Egipto, ao período em que vive entre os madianitas (beduínos) e ao seu retorno ao Egipto onde não é reconhecido pelos seus pares. Obviamente, a partir daí os relatos são divergentes, uma vez que servem propósitos diferentes. É possível que esta história tenha servido de modelo à parte correspondente do livro do Exodo.

Deixo também o link para a cópia em hierogífico (com transliteração e tradução) do texto da história de Sinuhe.

http://www.egiptomania.com/jeroglificos/practica/sinuhe01.htm

Fenrir
Se não me engano, a história de Moisés (bebê), é baseada na história de Sargão da Acádia.

chacalnegro
Sim, é possível, na parte que toca ao nascimento de Sargão e Moisés a história é coincidente:

"Minha mãe foi uma alta sacerdotisa, meu pai eu não conheci. Os irmãos de meus pais amavam as montanhas. Minha cidade é Azupiranu, que se situa às margens do Eufrates. Minha mãe, alta sacerdotisa, me concebeu, em segredo me pariu. Colocou-me numa cesta de juncos, e selou-o com betúmen. Colocou-me no rio, que se elevou sobre mim, e me carregou a Akki, o carregador de água. Akki, o carregador de água, me aceitou como seu filho e me criou. Akki, o carregador de água, me nomeou como seu jardineiro. Enquanto eu era um jardineiro, Ishtar me concedeu seu amor, e por quatro e [...] anos eu exerci o reinado." (relato do nascimento de Sargão de Acádia).

No entanto já não coincide para o restante da vida.