«A Santa Inquisição», tudo o que a Igreja Católica não quer que saibas!

Calma Chacalnegro. Não me estava a fazer valer de nada. Esse argumento é tão válido para mim como para ti quando dizes ter uma vantagem como historiador num post anterior. Mas não é isso que está em causa, nem tampouco estou numa de guerrilha "forense".
Vamos lá ver uma coisa; Que o canal tenha de vender é um facto. O que duvido é que os historiadores de renome mundial, professores de respeitáveis universidades etc coloquem o seu nome em causa para o canal vender. Isso perdoa-me mas não acredito. Tal como aceito que em Portugal esse tenha sido o método comummente utilizado.
Não consigo idealizar é um cenário diferente daquele que se formou durante esse período.
Depois nem a igreja desmente nem tão pouco se digna pedir perdão pelos actos cometidos. Acho que isso diz quase tudo. E atenção quando falamos de igreja, porque a bem ou a mal influência muitos meios de poder e a ser mentira, crispar-se-iam todos a desmentir aquilo que se afirma.
Acredito piamente que a verdade é bem pior do que aquela que sabemos, pois para eles não falarem disso é porque não querem que se remexa muito.

Mephisto, o facto de ter existido violência no passado não é problema para a Igreja, eles não se preocupam com isso nem sequer escondem. Eles preocupam-se é com coisas que possam abalar a ortodoxia e os dogmas fundamentais. Estás errado, o papa João Paulo II pediu desculpa pelos erros do passado entre os quais a actuação da Inquisição, retratou a Igreja da perseguição a Galileu, disse que alguns princípios do Comunismo eram bons. O papa João XXIII eliminou do ritual romano a expressão "perfidis judei", porque era injusta para com os judeus. Como é óbvio, isto não deixa de ser uma operação de "marketing", mas fez-se.

Relativamente a documentários e investigadores, faço-te a pergunta: o que achas de José Hermano Saraiva, sendo o bom comunicador que é?

Abraço

Em Tomar segundo me lembro não houve praticamente autos de fé, acho que foram 2 mas não tenho a certeza, alias o Infante D. Henrique tolerava bastante bem os judeus, a mais velha sinagoga da península ibérica esta em Tomar e é do tempo do infante.

Amigo Seth, não poderias ter mais razão. Sim, pouco reconhecimento, mas também por culpa dos próprios arqueólogos que tornam os resultados herméticos e inacessíveis ao público. Olha, diz-me uma coisa também és arqueólogo?

Infelizmente não sou.
Essa e outras áreas foram ... excluídas do meu horizonte, há bastante tempo 1 

Ainda assim, continua a ter um enorme interesse nelas ...

Em Tomar segundo me lembro não houve praticamente autos de fé, acho que foram 2 mas não tenho a certeza, alias o Infante D. Henrique tolerava bastante bem os judeus, a mais velha sinagoga da península ibérica esta em Tomar e é do tempo do infante.

Akasha, quando a Inquisição foi instituída em Tomar, o Infante D. Henrique já tinha morrido há muitos anos. A inquisição de Tomar funcionou durante pouco tempo, de 1541 a 1544, quando o papa mandou suspender todas as sentenças da inquisição portuguesa até que esta tivesse regimento. O facto de haver um tribunal em Tomar, acho que se deve a isso mesmo, à permeabilidade da população a pessoas de credo diferente. Por outro lado, sendo a Ordem de Cristo muito poderosa, interessava não só à Igreja, mas sobretudo à Coroa, vigiar a actuação dos seus membros. Vi vários processos de gente da Ordem de Cristo e há numerosos acusados de judaísmo e, sobretudo, sodomia.

De qualquer modo, o facto de se ter um credo diferente, foi tolerado em Portugal até 1496, quando D. Manuel fazendo cumprir uma clausula do seu acordo nupcial, se viu forçado a decretar a conversão forçada ou a expulsão dos judeus emouros do reino. O facto de este rei ser tão insistente nos pedidos de uma Inquisição para Portugal (que o papa nunca acedeu, porque já sabia o que a casa gastava, sobretudo a casa dos primos castelhanos), deve-se exactamente à incapacidade de aferir se os conversos eram-no ou não genuinamente. Não podendo haver uma confirmação oficial, não haveria confisco "legítimo" de bens aos ricos mercadores cristãos-novos.

Seth, se me permites a pergunta, porque motivo foram excluídas?

Seth, se me permites a pergunta, porque motivo foram excluídas?

Porque na "altura" em que podia continuar os estudos, parei, depois casei, depois vieram as dificuldades normais, depois as filhas. 
Ao longo dos anos, a escassez de tempo e a "comodidade", instalaram-se. 

Nesta altura seria "quase" impossivel regressar ... (digo eu) !

Porque na "altura" em que podia continuar os estudos, parei, depois casei, depois vieram as dificuldades normais, depois as filhas.  
Ao longo dos anos, a escassez de tempo e a "comodidade", instalaram-se.  

Nesta altura seria "quase" impossivel regressar ... (digo eu) !

Aproveita quando as tuas filhas forem crescidas, para experimentar. O que mais falta nesta profissão é gente que gosta do que está a fazer... Não digo que o faças profissionalmente, mas procura conhecer, nem que seja nos tempos livres. (Aqui tou eu a vender o meu peixe  )

Aproveita quando as tuas filhas forem crescidas, para experimentar. O que mais falta nesta profissão é gente que gosta do que está a fazer... Não digo que o faças profissionalmente, mas procura conhecer, nem que seja nos tempos livres. (Aqui tou eu a vender o meu peixe  )

Nunca se sabe ... conheçes algum lugar para amadores ?? ou há locais específicos ?

Nunca se sabe ... conheçes algum lugar para amadores ?? ou há locais específicos ?

Depende da tua região, mas há sempre escavações em regime de voluntariado no verão, onde podes aprender de forma descomprometida. Se não gostares tens a liberdade de ir embora.

Ok ..tenho de experimentar ... 

Obrigado

Akasha, quando a Inquisição foi instituída em Tomar, o Infante D. Henrique já tinha morrido há muitos anos. A inquisição de Tomar funcionou durante pouco tempo, de 1541 a 1544, quando o papa mandou suspender todas as sentenças da inquisição portuguesa até que esta tivesse regimento. O facto de haver um tribunal em Tomar, acho que se deve a isso mesmo, à permeabilidade da população a pessoas de credo diferente. Por outro lado, sendo a Ordem de Cristo muito poderosa, interessava não só à Igreja, mas sobretudo à Coroa, vigiar a actuação dos seus membros. Vi vários processos de gente da Ordem de Cristo e há numerosos acusados de judaísmo e, sobretudo, sodomia.

De qualquer modo, o facto de se ter um credo diferente, foi tolerado em Portugal até 1496, quando D. Manuel fazendo cumprir uma clausula do seu acordo nupcial, se viu forçado a decretar a conversão forçada ou a expulsão dos judeus emouros do reino. O facto de este rei ser tão insistente nos pedidos de uma Inquisição para Portugal (que o papa nunca acedeu, porque já sabia o que a casa gastava, sobretudo a casa dos primos castelhanos), deve-se exactamente à incapacidade de aferir se os conversos eram-no ou não genuinamente. Não podendo haver uma confirmação oficial, não haveria confisco "legítimo" de bens aos ricos mercadores cristãos-novos.

Obrigada pelo esclarecimento,não tinha isso claro... 

Mephisto, o facto de ter existido violência no passado não é problema para a Igreja, eles não se preocupam com isso nem sequer escondem. Eles preocupam-se é com coisas que possam abalar a ortodoxia e os dogmas fundamentais. Estás errado, o papa João Paulo II pediu desculpa pelos erros do passado entre os quais a actuação da Inquisição, retratou a Igreja da perseguição a Galileu, disse que alguns princípios do Comunismo eram bons. O papa João XXIII eliminou do ritual romano a expressão "perfidis judei", porque era injusta para com os judeus. Como é óbvio, isto não deixa de ser uma operação de "marketing", mas fez-se.

Relativamente a documentários e investigadores, faço-te a pergunta: o que achas de José Hermano Saraiva, sendo o bom comunicador que é?

Abraço

José Hermano Saraiva, o que acho? Exactamente isso. Um excelente comunicador. Bem formado, politico activo durante o Estado Novo, o que me faz admirá-lo, pois não deve ser fácil fazer o jogo de cintura na transição do fascismo para a democracia, conseguindo ser-se geralmente admirado no estágio da liberdade quando se fez parte daquilo que foi o Salazarismo em Portugal.
Creio saber onde pretendes chegar e vou responder-te numa única palavra aquilo que melhor o define; Patriota.
Isto sustenta toda aquela exuberância de discurso exultante em torno dos episódios da história de Portugal. Aquela paixão inflamada que lhe brota dos lábios enlevando figuras da nossa história e momentos críticos à condição de epopeia. Um patriota sem dúvida alguma.   

Mephisto, acho que te esqueceste do comentário, só apareceu aquilo que eu já tinha dito...
Abraço

Também não perdoas uma  Enganei-me. Já lá está 

Também não perdoas uma  Enganei-me. Já lá está 

Epa, calma foi uma questão de timming errado, não te dei tempo para modificares a mensagem.
Bom, não sei se pensaste que me estava a referir às opções políticas de José Hermano Saraiva... Mas não, não me referia a isso.

Referia-me ao facto de ele ser um celebrado "historiador", autor de numerosos documentários que todos nós conhecemos...
É sem dúvida um excelente comunicador e quem me dera ter tido professores que falassem tão vividamente nas aulas.

Mas tem um lado negro: é um embusteiro que inventa a maior parte das histórias que conta. Sabe os factos principais sobre o lugar onde está e a seguir inventa descaradamente o restante. Não é por falta de "histórias" interessantes dentro da História de Portugal, que mereçam ser contadas. Ele segue pela via do facilitismo, em vez de as investigar, inventa!!

Isto é só para que tenhas uma noção do que um "reputado investigador" pode fazer num documentário.

Epa, calma foi uma questão de timming errado, não te dei tempo para modificares a mensagem.
Bom, não sei se pensaste que me estava a referir às opções políticas de José Hermano Saraiva... Mas não, não me referia a isso.

Referia-me ao facto de ele ser um celebrado "historiador", autor de numerosos documentários que todos nós conhecemos...
É sem dúvida um excelente comunicador e quem me dera ter tido professores que falassem tão vividamente nas aulas.

Mas tem um lado negro: é um embusteiro que inventa a maior parte das histórias que conta. Sabe os factos principais sobre o lugar onde está e a seguir inventa descaradamente o restante. Não é por falta de "histórias" interessantes dentro da História de Portugal, que mereçam ser contadas. Ele segue pela via do facilitismo, em vez de as investigar, inventa!!

Isto é só para que tenhas uma noção do que um "reputado investigador" pode fazer num documentário.

Era ao meio académico que me referia 

Não Tina, os conhecimentos não iam ao encontro da religião, os conhecimentos iam de encontro ao que já havia sido escrito na Época Clássica. Por exemplo, quando Galileu e Copérnico são censurados pelo seu sistema heliocêntrico, são-o porque negavam o sistema geocêntrico de Cláudio Ptolomeu e de outros cientistas da Antiguidade.
Relativamente ao gótico, como é natural, sendo igrejas e catedrais feitas para albergar o máximo possível de pessoas, é natural que tivessem um aspecto majestoso e maior que os outros edifícios. Mas também tens grandes edifícios civis, basta olhar para o norte da Europa, nomeadamente para a Flandres. Por outro lado, não se constroem grandes edifícios sem haver dinheiro e capacidade de os financiar e, como é óbvio, não é a casa da gente comum que será o reflexo grandioso de um estilo arquitectónico.
Recuando até ao Império Romano, são os grandes templos e basílicas que ocupam a paisagem urbana, portanto não se trata de uma influência excessiva da Igreja, mas de uma tendência transversal a todas as épocas.

Se hoje nos é permitido criticar a Igreja, não é necessariamente porque tenhamos mais liberdade para o fazer, é porque já não precisamos dela enquanto caminho espiritual, dada a diversidade de opções de que hoje dispomos. Mas no passado não era assim. As pessoas não criticavam a Igreja da forma violenta com que hoje se faz (na maior parte das vezes com razão), porque a sua salvação dependia dela.

A música não é toda sacra, talvez 50% dela o seja. Por isso temos as Cantigas de Amigo, Amor, Maldizer, os Carmina Burana, as composições trovadorescas etc. Muitas delas chegaram com notação musical aos nossos dias, tendo sido até recriadas.
Em termos evolutivos, a Idade Média é como qualquer outra época. Evoluiu-se muitíssimo durante a Antiguidade, mas pelo facto de haver demasiado trabalho escravo, nenhuma dessas inovações foi posta em prática.
Outra coisa muito importante: durante a Idade Média tem-se mais liberdade do que a partir do Renascimento. Basta olhar para o caso português, em que cristãos, judeus e mouros coabitam em relativa harmonia. Coisa que foi impossível a partir do "ilustrado" Renascimento.
A sério, não olhem para a História sem a compreender primeiro. Maior parte do que se ensina no secundário não passam de mitos e preconceitos com décadas, e cujo programa ainda ninguém teve vontade de o mudar