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  • Um milagre ocorrido na terra santa dos 'Mullahs'
    Iniciado por Ghost.Hunter
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Um milagre terá acontecido à britânica Lauren Booth quando, em Setembro, visitou o santuário xiita de Fátima al-Masumeh na cidade dos mullahs."Era uma terça-feira, ao fim do dia. Sentei-me ali e senti este choque de morfina espiritual, esta sensação absoluta de beatitude e felicidade", contou Booth aos participantes da Conferência Unidade e Paz Global, que se realizou este mês em Londres, e a quem comunicou ter-se convertido ao islão, uma religião que lhe deu "serenidade".

Conta a tradição islâmica que, no ano 816, Fátima partiu em viagem para visitar o seu irmão, o imã Ali ibn-Musa Reza. A doença, porém, atacou-a quando se encontrava por alturas de Sava, uma pequena urbe a noroeste de Qom. Foi nesta cidade nas margens do rio Qom e paredes meias com o deserto de sal, que Fatima acabou por morrer e ser sepultada. O santuário construído para receber os seus restos mortais cedo se tornou local de peregrinação. A explicação para tal feito encontra-se na própria tradição islâmica, segundo a qual quando perguntaram ao imã Reza - um dos 12 imãs que sucederam ao profeta Maomé no islão xiita - se teria valor a peregrinação ao túmulo da sua irmã, ele terá respondido que quem o fizesse teria o paraíso assegurado.

A existência do santuário de Fátima - "a infalível" - , onde também estão sepultadas três filhas do nono imã, transformou Qom, situada 156km a sudoeste de Teerão, na segunda cidade santa xiita do Irão e hoje o maior centro mundial dos intelectuais e estudiosos do xiismo. Ali se encontra a maior universidade teológica do Irão, com 50 mil estudantes e professores oriundos de 70 países; é ali também, à sombra do imenso santuário, que estão sediados os clérigos conservadores, os mullahs. Ali planeou o ayatollah Khomeini a revolução de 1979; ali se legitima o poder de Teerão.

O santuário de Fátima, que registou grandes peregrinações nos séculos IX e X, foi alvo de várias destruições posteriores e à medida que a cidade foi também invadida e destruída, como aconteceu, por exemplo, no século XIII com a invasão mongol. Mas foi no século XVII, com o xá Abbas I, que se deu a construção do grande complexo que é o santuário. Uma decisão tomada não só para honrar a familiar do imã Reza mas para evitar que os xiitas fossem em peregrinação aos santuários de Najaf e Kerbala, então no Império Otomano.

Hoje, e após os melhoramentos realizados no século XIX e em 2000, o santuário é um complexo de uma beleza extraordinária. Numa área de 38 mil quilómetros quadrados, existe a imensa mesquita "minuciosamente coberta com telhas azuis e verdes e com mosaicos espelhados que brilham na noite", com as suas três cúpulas e seis minaretes dentro da qual se encontra o túmulo de Fátima; há ainda três imensas salas de oração e três amplas esplanadas com os seus espaços verdes, a água corrente, típicas, aliás, de qualquer santuário islâmico. No centro do interior do templo, perfeitamente imaculado, encontra-se a urna de Fátima devidamente protegida numa espécie de jaula cúbica de metal à volta da qual, e no sentido inverso dos ponteiros do relógio, os peregrinos avançam enquanto tocam o metal pedindo benções ou agradecendo as graças já recebidas. Lá fora, não muito longe deste local de oração, uma montanha terá sido esburacada para construir uma central nuclear secreta para enriquecimento de urânio. Um milagre não de Fátima mas da técnica.

Fonte: DN
Ghost Hunter PT
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