Respostas Hormonais e Neurovegetativas durante Estados Modificados Consciência

É importante conhecer os estudos e as investigações que nos meios académicos se vão fazendo sobre áreas normalmente atribuídas à parapsicologia e ao paranormal.

Cada vez mais há quem esteja a romper a marginalidade a que foram remetidas as «forças psíquicas da mente» e a apresentar trabalhos e a publicar artigos em revistas científicas de prestígio.

É isso que pretendo, sempre que for possível e em português, trazer aqui para enriquecimento do conhecimento e do debate em torno do paranormal. Espero que apreciem.



Respostas Hormonais e Neurovegetativas durante Estados Modificados de Consciência

LG Sobrinho*, M Simões**, JF Raposo* e L Barbosa***


INTRODUÇÃO


Considera-se que existe um estado modificado de consciência sempre que existe uma modificação na experiência subjectiva ou no funcionamento psicológico, reconhecida pelo próprio ou por um observador em relação a certas normas gerais para um determinado indivíduo (Kokoszka, 1987).

Os estados de consciência são pessoais e por isso subjectivos, sendo as experiências assim vivenciadas, específicas desse mesmo estado.

Nestes estados modificados de consciência (EMC), nos quais, aliás, nem sempre existe obnubilação da consciência, não são respeitados os paradigmas da lógica formal, nomeadamente da continuidade espaço-tempo e da contradição, nem os da causalidade ou da psicologia da consciência do Eu.

Apresentam características próprias dos estados oníricos ou crepusculares - "twilight states" (Budzynski, 1986). Geralmente têm uma duração de minutos ou horas o que os diferencia de doenças psiquiátricas.

Diferentes do habitual e das explicações usualmente aceitas como realidade: alucinações, sinestesia e vivências interpretadas como telepáticas...) e os Estados Alterados de Consciência (EAC) são descritos em todas as civilizações de todas as eras, constituindo-se elementos importantes na história das sociedades. Apesar disso, têm recebido pouca atenção da comunidade científica, ou são abordados de forma pouco rigorosa.

As EA e os EAC podem ser estudados sem que se compartilhem as crenças envolvidas, sendo possível investigá-los enquanto experiências subjectivas e, como tais, correlacionados com quaisquer outros dados.

Neste artigo, procurou-se apresentar algumas directrizes metodológicas para um estudo rigoroso do tema, entre elas: evitar uma abordagem preconceituosa e a "patologização" do diferente, a necessidade de uma teoria e de uma revisão exaustiva da literatura existente, utilizar diversos critérios de normalidade e patologia, investigar populações clínicas e não clínicas, desenvolvimento de instrumentos adequados para avaliação, cuidados na escolha dos termos e no estabelecimento de nexos causais, distinguir entre a experiência vivenciada e suas interpretações, considerar o papel da cultura, avaliar a confiabilidade e a validade dos relatos, por fim, o desafio gerado pela necessidade de criatividade e diversidade na escolha dos métodos.


NOVAS ABORDAGENS

As Experiências Anómalas, inúmeras vezes, desafiarão nossos conhecimentos e engenhosidade científica. Frequentemente las poderão não ser adequadamente investigadas pelos desenhos tradicionais dos estudos (Berenbaum, 2000).
Sem perder o rigor científico e o senso crítico, será necessário desenvolver novas abordagens. A tarefa de criar novos paradigmas metodológicos é a empreitada daqueles que se aventuraram por um caminho ainda pouco trilhado.


* Endocrinologista
** Psiquiatra
*** Psicóloga


LG Sobrinho, M Simões, JF Raposo e L Barbosa
Respostas Hormonais e Neurovegetativas durante Estados Alterados de Consciência
Rev. portuguesa psicossomática, 1999, vol.1, n.1, Jan-Jun pp. 53-62. ISSN 0874-4696 e em
http://redalyc.uaemex.mx/pdf/287/28710107.pdf

Bom tópico, Damiano. Parabéns.
Nada como trazer método e objectividade científicos a este Fórum, para que se perceba, na sua mais abrangente dimensão, a fenomenologia dos assuntos aqui tratados.

Obrigado pelo tópico.

Informação interessante. Parabéns Damiano

5 ***** muito bom