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  • "melhoras da morte"
    Iniciado por VCris
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Boa tarde.

Não sei se já ouviram a seguinte expressão: "melhoras da morte".
Há situações, em que quando alguém está doente, nas horas antes de morrer tem melhoras significativas, no entanto, pouco depois acaba por morrer.
Há quem use essa expressão para definir esse estado!

Será que é mais uma crença popular ou fará algum sentido? Fazendo sentido, porque acontece?
(é apenas uma curiosidade como tantas outras de quem não entende muito -para não dizer nada - destes assuntos).

Obrigada!

Diz-se que é assim, o meu avô também "teve isso".

Penso que é apenas o desapego da alma e do corpo físico.
Como uma pedra na água, como um pássaro no céu, Como uma criança para o seu pai, tu nunca perguntas "porquê", apenas segues a corrente até morreres.

Citação de: darksmile em 20 abril, 2019, 17:51
Diz-se que é assim, o meu avô também "teve isso".

Penso que é apenas o desapego da alma e do corpo físico.

Olá Darksmile
Obrigada por teres contribuído com a tua opinião! :)
Não sei se será bem assim, é que há uns dias fui-me perdendo pelo paranormal em leituras por vários tópicos, e num deles era referido que o corpo e o espírito levariam até 3 dias para se separar. Foi esta a minha interpretação, julgo não estar a dizer nada errado, de acordo com o que li.
Se assim for, não fará sentido, que essas melhoras sejam relativas a esse desapego.. No entanto, também não sei se haverá explicação para isso. :)
Aguardaremos por outros contributos! :)


O que fica o espírito "a fazer" durante esses 3 dias? Agora fiquei curioso...

Citação de: trismegistus em 20 abril, 2019, 21:41
O que fica o espírito "a fazer" durante esses 3 dias? Agora fiquei curioso...

Olá!
Convido-te a dares uma vista de olhos no seguinte tópico:

https://portugalparanormal.com/index.php/topic,36432.105.html

:)

#5
Olá! :) Já assisti a muitas "melhoras da morte" na minha vida profissional.

De facto, às vezes acontecem. Biologicamente isso poderá ser explicado (sem certezas) como uma última tentativa do organismo sobreviver, libertando hormonas e outros estímulos que dão essas aparentes "melhoras". Na verdade, a pessoa não melhora. Fica mais reativa, acordada, até com vontade de comer e mais comunicativa. É como que se tivesse sido ativada uma pilha extra de curta duração.

O que tenho presenciado, ao longo de 11 anos, é que essas melhoras acontecem principalmente quando há uma proximidade dos familiares ou pessoas de referência. Gosto de pensar (mas isto é uma opinião pessoal) que essa última energia é um bónus para efetivar despedidas ou pequenos prazeres antes de morrer (saborear algo, ver alguém, ou simplesmente sentar num cadeirão..).

Não sei se este fenómeno tem alguma explicação a nível do espiritual. Há quem diga que é uma espécie de "manifestação da resistência ao inevitável desapego" às coisas deste mundo. Não sei.

O que posso confirmar é que as "melhoras da morte" fazem do momento do desenlace bem mais feliz para a pessoa que parte, porque se sente "bem", embora muitas delas saibam que não são "melhoras" efetivas.  Seja como for, penso que é uma oportunidade de aproveitar (ou fazer aproveitar) o máximo que se puder da vida que resta, para que se possa morrer bem :)
«Três velas que iluminam qualquer escuridão: a Verdade, a Natureza e o Conhecimento».
/|\ Antiga tríade irlandesa

Como se pode morrer bem? Para mim a morte é sempre triste. Já perdi alguém que gostava muito e foi o pior dia da minha vida.
Tópico muito interessante.

Quando falo em morrer bem, é no sentido da pessoa que morre estar controlada, em paz consigo e com os outros, como mínimo de sofrimento físico, emocional ou espiritual.
«Três velas que iluminam qualquer escuridão: a Verdade, a Natureza e o Conhecimento».
/|\ Antiga tríade irlandesa

Citação de: João Luís Aguiar em 21 abril, 2019, 00:55
Olá! :) Já assisti a muitas "melhoras da morte" na minha vida profissional.

De facto, às vezes acontecem. Biologicamente isso poderá ser explicado (sem certezas) como uma última tentativa do organismo sobreviver, libertando hormonas e outros estímulos que dão essas aparentes "melhoras". Na verdade, a pessoa não melhora. Fica mais reativa, acordada, até com vontade de comer e mais comunicativa. É como que se tivesse sido ativada uma pilha extra de curta duração.

O que tenho presenciado, ao longo de 11 anos, é que essas melhoras acontecem principalmente quando há uma proximidade dos familiares ou pessoas de referência. Gosto de pensar (mas isto é uma opinião pessoal) que essa última energia é um bónus para efetivar despedidas ou pequenos prazeres antes de morrer (saborear algo, ver alguém, ou simplesmente sentar num cadeirão..).

Não sei se este fenómeno tem alguma explicação a nível do espiritual. Há quem diga que é uma espécie de "manifestação da resistência ao inevitável desapego" às coisas deste mundo. Não sei.

O que posso confirmar é que as "melhoras da morte" fazem do momento do desenlace bem mais feliz para a pessoa que parte, porque se sente "bem", embora muitas delas saibam que não são "melhoras" efetivas.  Seja como for, penso que é uma oportunidade de aproveitar (ou fazer aproveitar) o máximo que se puder da vida que resta, para que se possa morrer bem :)


Olá João!

Obrigada pela tua explicação com base na tua experiência! Presumo que trabalhes na área da saúde. Sendo assim, e pelo que  experiencias no teu dia a dia, há a noção, por parte desses doentes, que a morte está a poucas horas? E nessas situações, as pessoas partem "em paz", ou demonstram algum tipo de "revolta" pela sua partida?
Desculpa as perguntas! :P

Quanto tempo leva o espírito a separar-se do corpo? Varia de acordo com as crenças: de haver um limite de tempo estabelecido até ser imediato, terminando na hipótese de que não se pode ir a locais como cemitérios porque os espíritos ainda lá estão, perto dos restos mortais dos seus corpos físicos.

Citação de: João Luís Aguiar em 21 abril, 2019, 00:55
O que tenho presenciado, ao longo de 11 anos, é que essas melhoras acontecem principalmente quando há uma proximidade dos familiares ou pessoas de referência. Gosto de pensar (mas isto é uma opinião pessoal) que essa última energia é um bónus para efetivar despedidas ou pequenos prazeres antes de morrer (saborear algo, ver alguém, ou simplesmente sentar num cadeirão..).
(...)
O que posso confirmar é que as "melhoras da morte" fazem do momento do desenlace bem mais feliz para a pessoa que parte, porque se sente "bem", embora muitas delas saibam que não são "melhoras" efetivas.  Seja como for, penso que é uma oportunidade de aproveitar (ou fazer aproveitar) o máximo que se puder da vida que resta, para que se possa morrer bem :)

Eu concordo com esta perspectiva. Muitas vezes não há hipótese de as pessoas se despedirem ou pelo menos terem uns últimos momentos mais calmos antes da morte.

Morrer bem é algo que devia ser preocupação de todos nós. Para muitas pessoas neste mundo, a morte não é necessariamente um momento triste ou angustiante, é apenas uma passagem, um interlúdio entre esta vida e a próxima. O único problema para quem tem estas crenças é o modo como se morre e o "morrer bem" é parte fundamental da história. Quando se morre bem esta passagem é feita sem percalços e com a maior suavidade possível. Já li relatos de pessoas que tinham estas crenças bem enraizadas em si que quando perceberam que estavam quase a morrer pediram até a familiares que estavam mais tristes e mais descompensados que saissem do quarto, para que essa tristeza não levasse o seu espírito a ficar apegado a este plano na hora de fazer a passagem.

Sobretudo, devemos ter em consideração que a morte não é sobre quem fica, a morte é sobre quem está a morrer. É nessa pessoa que devemos concentrar-nos independentemente dos sentimentos que possamos ter. Independentemente daquilo em que se acredita, o importante é ajudar a pessoa a alcançar um estado de tranquilidade mental e emocional.

Talvez as melhoras da morte sejam, de facto, o espírito da pessoa a querer ter um tempo para alcançar essa tranquilidade mental e emocional.
"Cedo ou tarde você vai perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho". 
(Morpheus, The Matrix)

Citação de: Cassandra em 21 abril, 2019, 13:11
Quanto tempo leva o espírito a separar-se do corpo? Varia de acordo com as crenças: de haver um limite de tempo estabelecido até ser imediato, terminando na hipótese de que não se pode ir a locais como cemitérios porque os espíritos ainda lá estão, perto dos restos mortais dos seus corpos físicos.

Eu concordo com esta perspectiva. Muitas vezes não há hipótese de as pessoas se despedirem ou pelo menos terem uns últimos momentos mais calmos antes da morte.

Morrer bem é algo que devia ser preocupação de todos nós. Para muitas pessoas neste mundo, a morte não é necessariamente um momento triste ou angustiante, é apenas uma passagem, um interlúdio entre esta vida e a próxima. O único problema para quem tem estas crenças é o modo como se morre e o "morrer bem" é parte fundamental da história. Quando se morre bem esta passagem é feita sem percalços e com a maior suavidade possível. Já li relatos de pessoas que tinham estas crenças bem enraizadas em si que quando perceberam que estavam quase a morrer pediram até a familiares que estavam mais tristes e mais descompensados que saissem do quarto, para que essa tristeza não levasse o seu espírito a ficar apegado a este plano na hora de fazer a passagem.

Sobretudo, devemos ter em consideração que a morte não é sobre quem fica, a morte é sobre quem está a morrer. É nessa pessoa que devemos concentrar-nos independentemente dos sentimentos que possamos ter. Independentemente daquilo em que se acredita, o importante é ajudar a pessoa a alcançar um estado de tranquilidade mental e emocional.

Talvez as melhoras da morte sejam, de facto, o espírito da pessoa a querer ter um tempo para alcançar essa tranquilidade mental e emocional.

Olá Cassandra!
Obrigada pelo contributo para este tópico!
Mas coloca-se a seguinte questão: se este estado pré morte serve de certa forma para trazer alguma paz e tranquilidade  ao moribundo, significa que aqueles que não passam por este estado não terão essa paz? Refiro-me a casos em que não haverá estas "melhoras da morte" (a existir), e aos casos em que a pessoa morre num acidente de viação, ou durante o sono... Por outras palavras, uma "morte anunciada" preparará melhor para este estado de paz, e consequentemente aceitação (do espírito)?

Mais uma vez obrigada a todos! :)

Citação de: VCris em 21 abril, 2019, 12:54
Olá João!

Obrigada pela tua explicação com base na tua experiência! Presumo que trabalhes na área da saúde. Sendo assim, e pelo que  experiencias no teu dia a dia, há a noção, por parte desses doentes, que a morte está a poucas horas? E nessas situações, as pessoas partem "em paz", ou demonstram algum tipo de "revolta" pela sua partida?
Desculpa as perguntas! :P

Olá outra vez!
Sim, na grande maioria das vezes há essa percepção da proximidade do fim, independentemente de haver ou não "melhoras da morte".

O partirem em paz ou não depende de todo o trabalho que essas pessoas fazem (e os que com elas lidam) e com o processo de aceitação da sua situação. Algumas pessoas permanecem num estado de revolta, desesperança e não-aceitação e aí, a meu ver, é um sinal de que quem as acompanha não está a dar o acompanhamento e a resposta adequados.

Há mortes bonitas. Há mortes terríveis. Claro que estamos a falar num contexto de doença, de um processo q se vai desenrolando. No caso de acidentes, homicídios, é evidente que não existem - fisicamente - "melhoras da morte".

O que não deixa de me fazer acreditar que, nessas situações, poderá haver um período de tempo em que a pessoa poderá experimentar, mesmo na sua inconsciência fisiológica, uma "oportunidade" de se reconciliar pelo menos consigo mesma.

Morrer nessa incapacidade/não querer a reconciliação pelo menos para consigo mesma, e permacener em estado de revolta é, para mim, a definição de "inferno". Mas isto já é uma reflexão pessoal.

Não é por acaso que estão "definidas" as coisas mais importantes de se dizer antes de morrer (não necessariamente textuais):

Gosto de ti,
Perdoo-te,
Perdoo-me,
Obrigado,
Adeus.

:)
«Três velas que iluminam qualquer escuridão: a Verdade, a Natureza e o Conhecimento».
/|\ Antiga tríade irlandesa

João :)

Permite-me apenas discordar com algo que referiste. Refiro-me concretamente a esta frase:
" Algumas pessoas permanecem num estado de revolta, desesperança e não-aceitação e aí, a meu ver, é um sinal de que quem as acompanha não está a dar o acompanhamento e a resposta adequados. "

Considero que isso poderá acontecer por não ter sido feito um trabalho interno do próprio moribundo ao longo da vida, e não propriamente de quem está à sua volta e o acompanha. Colocaremos a situação em termos de saúde, que poderão fazer os profissionais de saúde para diminuir esta revolta? Parece-me, e desde já peço desculpa se for um conhecimento erróneo da minha parte, que numa situações dessas não haverá nada que seja dito por outrem que afaste dessa revolta.

Obrigada! :)

Tema interessante.

É intrigante a experiência do João, porque eu também já trabalho há 11 anos com o fim da vida, e nunca assisti a melhoras antes da morte.

Mas há algo que já constatei, e muitas vezes tenho esta discussão com as famílias: morre-se como se vive. Ou seja, quem teve uma vida serena e em plena consciência, tem também uma morte serena. Se pelo contrário, viveram uma vida atormentada e na revolta, vivem os últimos suspiros tremendamente ansiosos, dolorosos.
DeepGirl

Citação de: DeepGirl em 21 abril, 2019, 18:33
Tema interessante.

É intrigante a experiência do João, porque eu também já trabalho há 11 anos com o fim da vida, e nunca assisti a melhoras antes da morte.

Mas há algo que já constatei, e muitas vezes tenho esta discussão com as famílias: morre-se como se vive. Ou seja, quem teve uma vida serena e em plena consciência, tem também uma morte serena. Se pelo contrário, viveram uma vida atormentada e na revolta, vivem os últimos suspiros tremendamente ansiosos, dolorosos.
O meu pai sofria do coração mas apesar da idade, vivia uma fase mais ou menos estável. Numa noite levantou-se porque se sentiu mal e ficou-se. Foi reeanimado pelo inem e o que nos disseram no hospital foi que foi embolia pulmonar. Ainda ficou 1 dia e meio no hospital e quando o iamos ver fazia barulho, respiração estranha , como se nos ouvisse chorar e falar