"Entre os milhares de peregrinos que todos os anos caminham até Fátima para cumprir promessa ou pedir protecção, há pelo menos um que o faz em nome de outros. Carlos Gil assume-se como um pagador de promessas.

Já perdeu as contas às vezes que preparou a mochila para caminhar até Fátima. Há 10 anos que o faz por outras pessoas. Para deixar a mulher, os filhos e o trabalho como agente imobiliário cobra 2500 euros por cada peregrinação.

Demora sete dias a chegar a Fátima, sempre pelo mesmo caminho, mas por intenção de clientes diferentes."



Já se sabe que Fátima está atolada de toda a espécie de negócios e penso que este negócio em particular é conhecido de todos. A notícia é antiga, mas continua actual. Um nome é citado mas há mais pessoas a caminhar para pagar as promessas alheias.

Opiniões?

Citação de: Cassandra em 29 abril, 2017, 23:34

Já se sabe que Fátima está atolada de toda a espécie de negócios

Acho que já disseste tudo nesta frase. É apenas mais um dos negócios de Fátima...

Dou valor a quem realmente o faz por fé ou promessa. A isto, chamo negócio e exploração da religião.

Absurdo.

Faz lembrar o velho negócio de pagar uma certa quantia para ser absolvido. Ou então o ir à igreja todos os domingos, comungar e estar "perdoado" para voltar cada um a fazer das suas.

Pagar a alguém para fazer promessas é surreal, a meu ver. Se alguém precisa de fazer algo, deve-o fazer por si só, com ou sem ajuda dos outros. No entanto a caminhada é só sua. E as escolhas, individuais, afetando ou não os outros.

     Se eu fosse a Maria das aparições pode crer que lhe tolhia as pernas por ele se andar a aproveitar da fé alheia para fazer dinheiro fácil. Havia de ter bolhas até no rabo.

    Eu não concordo com nenhum tipo de promessa que se faça aos ditos santos, mas por questão de honrar a palavra (embora creia que ela não faz milagre nenhum), é quem promete que deve pagar se entretanto tiver condições físicas para tal. Incumbir outros disso é negociar, mas é essa a imagem mais nua e crua da religião em Fátima.

    Mas pode crer que ela ri de prazer e gozo por causa destas coisas e de outras como esta.

Este é um bom tema para reflexão... sim senhor, cobra 2500 euros por peregrinação...como dizia um antigo professor meu "a minha alma esta parva e o meu espirito taralhoco". Não há duvida que o individuo lucra bem com a fé alheia...porque a dele só se for ao dinheiro, enfim, e assim vai o mundo, só lhe desejo a ele e assim outros tantos como ele "haveria de dar-lhe uma soltura tão grande que ficaria 15 dias a arrotar pipino" (citação de rouxinol faduncho).😎

Não há muito a acrescentar. Tudo no fim é negócio.
Uns negoceiam promessas,
Outros uns m2 do Céu,
Outros mediunidades,...

Enfim.

Penso que só se pode chegar a uma conclusão: aquele que se diz crente e faz isto não tem grande fé naquilo em que supostamente acredita. E quem é conivente com esta prática tem a mesma (des)crença.

"Pedi e cumpriu-se... bem, não acredito que fosse milagre, o médico era muito competente... Por via das dúvidas o melhor é fazer alguma coisa em relação ao pagamento, sabe-se lá se a senhora não existe mesmo e vem cobrar na hora da morte!"

E paga pelo eventual salvamento da alma.


É, pode-se tirar o homem da Idade Média mas não se pode tirar a Idade Média do homem...

Eu vivo numa zona de varios santuarios religiosos e faz-me muita confusão desde sempre, por exemplo aquelas pessoas a arrastar-se de joelhos pelo chão a dar umas 50 voltas á volta da igreja, porquê? Para quê? "Ah, fiz uma promessa, e como se cumpriu estou a  paga-la". Mas se se cumpriu, não ha necessidade martirizar os joelhos, se foi uma "graça" e segundo o ponto de vista religioso, não será pecado transformar uma "graça divina" num metodo troca por troca? 😎

Citação de: moonchild em 30 abril, 2017, 00:52
Eu vivo numa zona de varios santuarios religiosos e faz-me muita confusão desde sempre, por exemplo aquelas pessoas a arrastar-se de joelhos pelo chão a dar umas 50 voltas á volta da igreja, porquê? Para quê? "Ah, fiz uma promessa, e como se cumpriu estou a  paga-la". Mas se se cumpriu, não ha necessidade martirizar os joelhos, se foi uma "graça" e segundo o ponto de vista religioso, não será pecado transformar uma "graça divina" num metodo troca por troca? 😎

Realmente é uma ideia curiosa que as pessoas têm, que as graças se podem comprar - outra coisa que não faz sentido nenhum, mas pronto!

Pior é fazerem esses martírios à vista de um crucifixo onde está pendurado um homem que nunca pediu nada a ninguém para conceder a tal graça divina.

"A tua fé te salvou", dizia ele. A sinceridade da fé era o suficiente para Jesus, mas aparentemente não serve para os santos.

É uma profissão que existe como qualquer outra porque alguém paga, é caso para perguntar de quem é a culpa do prestador de serviço ou do cliente. As promessas de nada valem sem fé, não somente na fé da graça mas da fé em si mesmo. Num mundo aonde parece que está tudo errado e certo, preciso em cada fracção de segundo, como devia estar. O nível de consciência do indivíduo está muito aquém da sua verdadeira vivência. Deus não julga mas nós julgamos por ele.

O negócio da fé tem muito que se lhe diga. E como já foi referido aqui num comentário anterior se foi concedida uma graça porque o martírio de andar de joelhos etc. Estamos à dizer a Deus Santos o quê ouve lá se queres que eu faça um penitência em teu nome concede aí uma graça primeiro, a mim parece chantagem agora cada um chame o que quiser. Agradecer com já tivesse obtido isso é muito difícil, mas na realidade o único milagre possível.

Saudações

Já pensaram que há quem faça promessas em nome de outras pessoas?
Eu acho muito bem que haja estes "pagadores de promessas" que fazem estes trabalhos por quem não o consegue fazer ou não quer. Cada um é que sabe se pode ou deve usufruir destes serviços 

Como já disse, para mim estas negociatas são tudo coisas medievais sem sentido.
É mau quem oferece o serviço, é pior quem contrata, mas a negociata é um problema das consciências dessas duas partes.
Mas já que comecei o tópico, vou fazer de advogado do diabo (hum....?)

Citação de: hoopsy em 01 maio, 2017, 17:08
Já pensaram que há quem faça promessas em nome de outras pessoas?
Eu acho muito bem que haja estes "pagadores de promessas" que fazem estes trabalhos por quem não o consegue fazer ou não quer. Cada um é que sabe se pode ou deve usufruir destes serviços 

Enquanto andei a ler coisas para este tópico deparei-me com a posição de alguns homens de deus (padres e não só) precisamente sobre as duas questões que apontaste.
O que encontrei sobre isso:
- Não se deve fazer promessas em nome de outras pessoas - a promessa é pessoal, deve ser algo tratado entre o crente e deus (ou o santo).
Falando por mim e fora dos preceitos religiosos, se alguém fizesse promessas em meu nome bem podia pegar nele mesmo e tratar de ir cumprir aquilo que andou a prometer por mim. A minha palavra é minha, bem como a mente, o corpo, as convicções... Sou eu que decido o que é que dou, a quem e quando, era só o que faltava alguém andar a fazer promessas em meu nome...!

- Se alguém não consegue pagar uma promessa que fez, pode e deve trocá-la por outra que possa cumprir. Pode continuar a parecer estranho, mas faz mais sentido do que enviar outro para cumprir a palavra dada. O que interessa na promessa é o cumprir o compromisso que se assume.
Há exemplos dados na própria bíblia referentes a trocar a promessa no caso de impossibilidade de cumprir a promessa original.

Por fim, se a pessoa não quer cumprir o que prometeu devia ter pensado nisso antes de fazer a promessa. Mas lá está, se não quiser cumprir seja por que motivo for, é preferível trocar por outra que consiga cumprir do que mandar outros fazer aquilo que lhe compete.

Citação de: Cassandra em 01 maio, 2017, 18:40
Como já disse, para mim estas negociatas são tudo coisas medievais sem sentido.
É mau quem oferece o serviço, é pior quem contrata, mas a negociata é um problema das consciências dessas duas partes.
Mas já que comecei o tópico, vou fazer de advogado do diabo (hum....?)


Enquanto andei a ler coisas para este tópico deparei-me com a posição de alguns homens de deus (padres e não só) precisamente sobre as duas questões que apontaste.
O que encontrei sobre isso:
- Não se deve fazer promessas em nome de outras pessoas - a promessa é pessoal, deve ser algo tratado entre o crente e deus (ou o santo).
Falando por mim e fora dos preceitos religiosos, se alguém fizesse promessas em meu nome bem podia pegar nele mesmo e tratar de ir cumprir aquilo que andou a prometer por mim. A minha palavra é minha, bem como a mente, o corpo, as convicções... Sou eu que decido o que é que dou, a quem e quando, era só o que faltava alguém andar a fazer promessas em meu nome...!

- Se alguém não consegue pagar uma promessa que fez, pode e deve trocá-la por outra que possa cumprir. Pode continuar a parecer estranho, mas faz mais sentido do que enviar outro para cumprir a palavra dada. O que interessa na promessa é o cumprir o compromisso que se assume.
Há exemplos dados na própria bíblia referentes a trocar a promessa no caso de impossibilidade de cumprir a promessa original.

Por fim, se a pessoa não quer cumprir o que prometeu devia ter pensado nisso antes de fazer a promessa. Mas lá está, se não quiser cumprir seja por que motivo for, é preferível trocar por outra que consiga cumprir do que mandar outros fazer aquilo que lhe compete.

Olá, 

muito resumidamente e apontando para as tuas frases que evidenciei, eu explico o meu ponto de vista com uma situação.
Quando a minha mãe era pequena, tinha um grave problema de saúde e, a irmã da minha avó (a tia) ao que parece fez uma promessa de ir a pé a Fátima se a minha mãe ficasse boa.
Os anos passaram, a minha mãe ficou melhor mas sempre com algumas "problemátiquinhas" como diz o nosso amigo RAP  até que, já eu tenho uns 20 anos, essa tia morre.
Algumas coisas passaram a acontecer com a minha mãe e, uma vez que o tema e as situações eram frequentes, num acaso, a minha avó contou à minha mãe que essa tia tinha feito uma promessa em seu nome mas que nunca a chegou a cumprir....
Ora, a minha mãe nunca iria poder pagar a promessa da tia, nem a minha avó então teve que recorrer a um desses senhores para pagar a promessa. Sei que o valor não chegou nem a metade do que falam neste tópico mas, independentemente disso, todas as situações pararam depois da vela ter sido acesa ! 

Alô!,

Interessante a tua história hoopsy e percebo onde queres chegar.

Não vou continuar a fazer de advogado do diabo e dizer que "sim senhor" ou "não senhor, isso não se pode fazer" - isso são coisas para os homens de deus que ditaram as regras das promessas.

Acreditas que foi isso que curou definitivamente a tua mãe? O cumprimento da promessa?

Citação de: Cassandra em 04 maio, 2017, 17:29
Alô!,

Interessante a tua história hoopsy e percebo onde queres chegar.

Não vou continuar a fazer de advogado do diabo e dizer que "sim senhor" ou "não senhor, isso não se pode fazer" - isso são coisas para os homens de deus que ditaram as regras das promessas.

Acreditas que foi isso que curou definitivamente a tua mãe? O cumprimento da promessa?

Talvez não me tenha explicado bem....
Com o cumprimento da promessa, a minha mãe não ficou boa, mas as manifestações em casa dela é que pararam! Era isso que me estava a referir 
Por ter este caso bem perto na família, entendo e concordo com o porquê de, em determinadas situações, recorram a estes "serviços".