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  • Santa Quitéria
    Iniciado por Callendulla
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Callendulla
Gostaria de saber se alguém tem informações sobre a Santa Quitéria!  Curiosidades, orações e se conhecem alguém que tenha como guia espiritual esta Santinha!

#1
História de Santa Quitéria

Nove irmãs gémeas. Nem menos. Os seus nomes cristãos foram-lhes dados por um dos primeiros bispos de Braga, Santo Ovídio, que as baptizou por Quitéria, Genebra, Vitória, Marinha, Marciana, Germana, Basília, Liberata e Eufémia. Um baptizado atribulado e clandestino. Porque o destino destas crianças à nascença deveria ter sido outro: mortas por afogamento. Passemos, com base na lenda e tradição, a explicar:

Corria em Braga o ano 120 quando o governador romano, o pagão Lúcio Atílio Severo, se ausentou da cidade para acompanhar o imperador Adriano numa das suas viagens. É durante a sua ausência que a esposa dá à luz nove gémeas. Por vergonha de tal aberrante e estranho facto, ou então porque o nove era considerado um número agoirento, a mãe ordena à sua criada Cita que, protegida pela noite, leve as crianças e as afogue no rio Este, nas proximidades de Braga.

Acontece porém que Cita era cristã e não conseguiu cumprir cabalmente as ordens recebidas. Levou as crianças mas não as matou, entregando-as aos cuidados do arcebispo Santo Ovídio que, durante os anos seguintes, cuidou da sua protecção, alimentação e educação. Conhecedoras, desde cedo, da sua história e de como haviam sido salvas graças aos sentimentos e às atitudes cristãs, as nove irmãs decidem, com dez anos de idade, viver juntas e dedicar a sua vida ao cristianismo. Criaram, deste modo, e com a autorização de Santo Ovídio, como que um pequeno convento.

Decorria e incentivara-se, entretanto, a perseguição aos cristãos por parte das autoridades romanas. E assim não demorou muito tempo que, denunciadas como cristãs, fossem algemadas e conduzidas até à presença do governador Atílio Severo... seu pai. Desconhecedor de toda a história das filhas o romano é surpreendido pela revelação que estas então lhe fazem. E num rápido interrogatório à esposa e à criada confirma a veracidade do que as jovens lhe afirmavam.

O governador Severo fica, no entanto, contente com a descoberta, prometendo às filhas todas as felicidades e futuros casamentos com belos jovens, ricos e nobres. Teriam, no entanto, que renunciar à sua clandestina religião e abraçar o culto aos ídolos e deuses do Império Romano. Se recusassem o governador justificaria o seu nome e, severamente, teria que as punir, com a morte se necessário. Quitéria e as irmãs pedem, então, para ficarem sós durante algum tempo para em conjunto decidirem qual a sua opção. Mas a decisão, todas elas o sabiam, estava há muito tomada. Assim, e pela última vez, despedem-se umas das outras e fogem precipitadamente do palácio do pai.

A perseguição que o governador enceta às filhas resultará apenas na prisão de Quitéria. Conduzida de novo à presença do progenitor, a jovem é informada de que dispõe de mais alguns dias para desistir da sua religião. Esgotado esse tempo o pai comunica-lhe que a havia prometido em casamento a Germano, um jovem pagão, rico e nobre. Procurando ganhar mais algum tempo Quitéria pede então mais alguns dias de reflexão, oportunidade que lhe é concedida e aproveitada para, na companhia de 38 donzelas cristãs, fugir e se refugiar no Monte Pombeiro, perto da actual cidade de Felgueiras, no topo do qual existiria uma capela dedicada a S. Pedro.

Não conseguiu, no entanto, aí permanecer em segredo durante muito tempo. Descoberta pelas autoridades romanas, recebe vários emissários de seu pai intimando-a a aceitar o seu noivo Germano. A resposta e opção são, contudo, inabaláveis: recusa as ordens do pai afirmando-se esposa mística de Cristo. Assim, e perante tais recusas e atitudes Severo acaba por ordenar a Germano que cerque o local e execute os cristãos, incluindo Quitéria, tarefa de que se encarrega o próprio noivo ao decepar-lhe a cabeça no amanhecer do dia 22 de Maio do ano 135. Tinha a mártir 15 anos. Desses momentos trágicos, segundo a lenda, resultou a imediata cegueira dos criminosos e o facto milagroso da santa ter avançado para a sepultura pelos seus próprios pés e segurando a cabeça que lhe havia sido cortada.

Não foi muito diferente, segundo a tradição, o destino das suas irmãs, também elas consideradas santas. Com efeito todas elas acabariam, igualmente, por morrer martirizadas. Um ano depois de Quitéria seria a vez de Genebra ser morta em Tuy, em Espanha. Não muito longe daí, em Orense, também Marinha seria degolada, aos 18 anos. A mesma idade com que foi morta, em Córdova, Vitória. Relativamente a Liberata e Germana desconhece-se a data e locais onde terão padecido o seu martírio. Já de Eufémia conta a lenda que, também ela, foi degolada na Serra do Gerês onde é, de resto, a padroeira da capela das termas aí existente. Basília terá sido martirizada perto do Porto, em Águas Santas. Quanto a Marciana, parece ter sido a que mais tempo sobreviveu, tendo sido morta aos 35 anos de idade em Toledo.

Ainda segundo a tradição a "história" de Santa Quitéria e a sua associação ao monte sobranceiro a Felgueiras quase desapareceu com o decorrer dos séculos, mantendo-se, no entanto, no cume da elevação uma velha e pequena capela dedicada a S. Pedro. Contudo, em 1715 uma mulher de Braga, condenada à morte por um cancro no peito, desloca-se ao monte solicitando o auxílio da santa. Poucos dias depois a devota estava completamente curada. Estava, deste modo, (re)lançada uma fortíssima devoção e veneração a santa Quitéria que resultou, logo no ano seguinte, na colocação de uma sua imagem na velha capela de S. Pedro e, em 1719, no início da construção no local de um novo e mais grandioso templo capaz de receber o número crescente de romeiros. Apenas em 1734 se daria por concluída tal construção.

Entretanto, e paulatinamente, a festa originária e mais antiga que se celebrava no monte – a dedicada a S. Pedro, padroeiro da velha capela aí existente -  passava a ser confundida com a de Santa Quitéria.

Fonte: www.joelcleto.no.sapo.pt

Alguma pessoas da minha família são devotas desta Santa.

Muita gente no final de Junho vão lá a pé, em promessa, inclusive eu, também já lá fui a pé.

Não conhecia a lenda, mas tudo tem um fundo de verdade .
Iei Or (faça-se luz)
Shalom Aleichem

Por acaso já fui a igreja da santa Quitéria, e achei-a bonita :)
Não tinha conhecimento da lenda e adorei lê-la.

Obrigado pela partilha :)
I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"

Não conhecia a história, muito interessante!

Obrigada pela partilha, Amunet :)

#5
É um bom local para se visitar, bonito e agradável.  :)