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  • Seria um Lobisomem?
    Iniciado por Arph
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Nessa minha aldeia sempre ouvi falar que um certo senhor era lobisomem.
Essa pessoa, na verdade, ainda é meu parente afastado, acho que primo em 3º grau.
É um homem casado, pai, trabalhador e duma honestidade extrema assim como pacífico. É daquelas pessoas que se metem só na sua vida, não andam em intrigas e quando lhe pedem ajuda está sempre pronto. Dir-se-ia um modelo de homem, e por isso mais intrigante se tornava o facto de "à boca calada" se falar que ele era lobisomem. Eu próprio o conheço e atesto que é do melhor que uma sociedade humana pode ter. E na aldeia ele é tido como exemplar e todos o elogiam...mas tem aquela aura de "lobisomem" que o persegue e que para mim o povo lha havia criado sem sentido. Cheguei a perguntar aos meus avós (parentes dele) o que se passava, mas eles riam e nada adiantavam e nunca lhes consegui arrancar nada sobre o assunto. Aliás, nem foi por eles que o soube, mas por colegas meus cujos pais numa distracção à mesa ou em outra descuidada situação se referiram ao assunto, mas mais nada se soube a não ser que " O Ti ... é lobisomem."
Claro que tudo isto acaba por ficar no esquecimento duma criança e foi preciso ter chegado já à idade adulta para, num momento despropositado e em que tais lembranças se encontravam sepultadas nos poeirentos cantos da minha memória, ser assaltado novamente por essa realidade.
Ter-se-á passado, o que vos vou contar, há uns 15 a 18 anos.
Era Verão. Numa noite em que tinha saído com uns amigos de infância e regressado já tarde, por volta das 3h da manhã, e depois de ter parado o carro ao pé da casa dum meu amigo e termos ainda continuado a nossa conversa sobre um assunto qualquer que me não recordo e para não incomodar os pais dele que dormiam, subimos a escada que dá para uma placa ao nível do 1º andar, e ali ficámos naquele terraço sentados sob uma noite amena, sem ponta de vento e com um céu magnífico, muito estrelado. Ainda hoje me recordo daquele céu fabuloso. Tenho quase a certeza que foi em Agosto.
Estávamos então na nossa conversa quando, subitamente, passa por nós o dito senhor, de bicicleta, que vinha dos lados da sua casa, a qual ficava a apenas uns 50mts dali, e seguia na direcção da estrada. Refiro, só para elucidar, que a casa do meu amigo ficava junto a um caminho que vinha da estrada e se prolongada muito para além da casa do dito senhor. Estávamos, pois, virados para esse caminho que servia de acesso à via principal às pessoas que ali habitavam e a veículos.
Retomando ao relato dos factos, ia, portanto, o dito senhor na sua bicicleta em grande velocidade. Como nos apercebemos do barulho da aproximação da bicicleta descobrimos muito antecipadamente a identidade do condutor, o que também ajudou a grande claridade dessa noite de lua cheia. Sim, era de lua cheia.
Assim que ele passou junto a nós cumprimentamo-lo de imediato com um "Viva Ti... então onde vai com tanta pressa. Passasse alguma coisa?"
Foram estas as minhas palavras, que ele nem as deve ter ouvido, pois nunca tirou os olhos do caminho e continuou sempre em grandes pedaladas. Ficámos intrigados, mas logo o meu amigo deu uma imediata explicação: Deve ter alguma vaca para parir!
Como sabem, nas aldeias as pessoas têm gado bovino que quando está em altura de parto os donos costumam ficar a pé durante a noite e madrugada, junto do animal, para ajudar no nascimento, não se vá a cria perder por um descuido. Pôs-se de imediato essa hipótese para explicar tão inusitado comportamento. Estávamos ainda nisto quando, subitamente, no silêncio da noite duma pacata aldeia, ouvimos um grande barulho, como se alguma coisa tivesse caído e andasse aos trambolhões, num grande aparato. Lembrámo-nos imediatamente do dito senhor e que teria caído pelo que nos levantámos num impulso para lhe acudir. Foi nesse preciso instante que um vendaval insólito se levantou e varreu todo aquele local, incluindo onde estávamos, ao mesmo tempo que todos os cães que ali existiam, incluindo o do meu amigo, começaram a uivar.
Acreditem que ficámos gelados, parados, petrificados sem conseguir reagir pois os nossos cérebros não conseguiam processar aqueles dados.
Assim como tudo começou, assim acabou... dum momento para o outro.
Mesmo assim, e quebrado o choque, descemos e fomos até junto da estrada para ver se se tinha passado alguma coisa com o senhor. Procurámo-lo, chamámos por ele e nem uma resposta.
Regressámos até à casa do meu amigo e entre nós dissemos o seguinte: Afinal ele é mesmo lobisomem!
Naquele momento compreendemos, porque assistimos a algo invulgar, ao que as pessoas mais velhas da aldeia queriam dizer quando referiam que o Ti... era lobisomem.
Ao outro dia encontrámos o dito senhor, sem beliscadura, e cumprimentámo-nos naturalmente como sempre fazíamos.
Nunca mais presenciei nada dele. Sei que é vivo e andará pelos seus 80 anos.
Uma coisa tenho absoluta certeza: Era uma noite amena e calmíssima de Verão, quase de certeza em Agosto, sem ponta de vento, de lua cheia e um céu estrelado e claro magnífico como vi poucos.
O que se passou? Apenas o que vos referi. Cada um tire as suas conclusões.

Àh!, um acrescento. Curiosos, ao outro dia perguntámos na aldeia se o Ti... tinha algum animal para parir e disseram-nos que não. É um aldeia pequena e ali todos sabem da vida de todos.
Onde teria ele ido tão tarde a pedalar como um desalmado??

o titulo foi alterado. Por favor não escrever títulos e mensagens em maiúsculas no fórum. Obrigada

panito
Ia comprar tabaco lol=)

Existem muitas histórias dessas,que ficaram sempre por explicar e que fazem principalmente parte de histórias das aldeias  ,nos tempos dos nossos avós.

Mas parece que foi o próprio Arph que presenciou esta situação...

Citação de: feiticeiraazul em 10 setembro, 2010, 11:44
Existem muitas histórias dessas,que ficaram sempre por explicar e que fazem principalmente parte de histórias das aldeias  ,nos tempos dos nossos avós.


#4
Sim, exactamente. Esta passou-se mesmo comigo.
Decerto que pode ter uma explicação racional, mas as coincidências e o insólito não são fáceis de explicar.
Àh, só mais esta. Não! Não estávamos bêbados ou outra coisa do género  ;D ;D

Provavelmente se não questionarem o senhor ou algum familiar mais chegado, nunca vão saber o que se passou ou quais os "poderes/ capacidades" que o senhor tem.

panito
LOL
Citação de: Arph em 10 setembro, 2010, 13:51
Sim, exactamente. Esta passou-se mesmo comigo.
Decerto que pode ter uma explicação racional, mas as coincidências e o insólito não são fáceis de explicar.
Àh, só mais esta. Não! Não estávamos bêbados ou outra coisa do género  ;D ;D

ninguem pensou em tal coisa ( só achei graça dizeres "Àh, só mais esta. Não! Não estávamos bêbados ou outra coisa do género  ;D ;D" )




Citação de: oculto em 10 setembro, 2010, 14:27
Provavelmente se não questionarem o senhor ou algum familiar mais chegado, nunca vão saber o que se passou ou quais os "poderes/ capacidades" que o senhor tem.

Panito, na boa  ;) ;D ;D Mas convém informar que não havia influência de álcool ou estupefacientes  ;D ;D

oculto, eu percebo-te e também tentei saber alguma coisa dos mais antigos. Os mais novos, malta que andará pela minha idade e na altura eram as crianças da aldeia e sabiam do "boato", hoje entre os 35/50 anos, nada sabem sobre os fundamentos. Os mais velhos, infelizmente, ou já faleceram (o caso dos meus avós) ou estão sem grandes faculdades mentais.
Aquilo é uma aldeia constituída originalmente por cerca de 3 a 4 famílias diferentes com laços de consanguinidade por força de casamentos recíprocos entre os seus habitantes. Pelo que todos acabam por serem familiares uns dos outros, em maior ou menor grau. Por isso se percebe a espécie de "pacto de silêncio" entre os mais velhos. Por isso eu percebo a minha reacção natural na altura em que presenciei isso: fiquei a ser uma espécie de "guardião do segredo"; passei também a fazer parte do grupo dos que "sabiam do segredo"; e que sabiam do segredo, não por lhes terem contado algo, como me fizeram em criança, mas por ter vivenciado um facto insólito a cuja causa atribui na altura a uma intervenção directa do próprio: fui testemunha, por assim dizer, da manifestação da sua singularidade.
Acho que, tal como outros no passado assistiram a outras manifestações suas e se calaram, também eu e o meu colega nos calámos e só falámos do caso no nosso círculo de amigos e sem que chegasse aos ouvidos do filho dele, que é nosso amigo também. Bem vês o melindre disto tudo. Ninguém quer ofender ninguém. Imagina a reacção do filho dele se alguém lhe chegasse perto e perguntasse: Olha lá, dizem que o teu pai é lobisomem, é verdade? Alguma vez viste algo de estranho com ele?
Bom, estás a perceber, isto não é bem o estilo de pergunta que se faça levianamente; fere susceptibilidades, causa incómodos, deixa estigmas. Por isso tudo entrámos no tal grupo de "guardiões de segredo" e tudo daqui não passou.
Agora admito do grande interesse em investigar esse homem; até porque me recorda aqui um outro caso, algures aqui postado e que nunca tinha ouvido falar (parabéns a este site!), de um homem que se "transformava", adquiria uma força excepcional e subia paredes, muros e árvores com uma destreza sobrenatural. Ao que parece foi estudado por cientistas, até estrangeiros, chegou a ir a África onde consta que andou fugido e chegou a atacar leões e a sobreviver.
Nós temos segredos invulgares e fantásticos escondidos em cada célula nossa... assim os descubramos  ;)

panito
Nós temos segredos invulgares e fantásticos escondidos em cada célula nossa... assim os descubramos 

Arph tens toda a razão...mas como isto anda ....ás vezes mais vale nem descobrir os vivos ferem mais que os "mortos"....

Sábias palavras as tuas, Panito  ;)

panito
=) Obrigado. Entendo prefeitamente o simbolismo do teu relato. "Guardião do Segredo" naquela altura era tanto obvio como necessário tanto por uma questão de RESPEITO como talvez não por medo.
É pena que o respeito nos dias que correm seja bastante raro...=(((((((((((((

Eu não perguntaria directamente ao filho se o pai era Lobisomem, Até porque esse vendaval pode ser sinónimo de qualquer outra capacidade/dom. Contar-lhe-ia o que aconteceu na época, comentando que talvez o pai tivesse o Dom de  provocar os elementos.

Obrigado Panito pela tua delicadeza.

Oculto, eu entendo-te perfeitamente, perfeitamente. Mas não conheces as pessoas em questão. Não são pessoas com a abertura de espíritos que nós todos aqui, nesta comunidade do PortugalParanormal, manifestamos. São pessoas completamente de costas viradas para estes temas de paranormalidade. Caso contrário, e nisso estou certo, o próprio filho mo contaria se algo de anormal tivesse presenciado ao pai. E estou certo que o terá presenciado, mas nada conta, nem a mim que cheguei a ser até aos meus 20 e poucos anos um dos seus amigos mais chegados, pois não é pessoa com essa abertura de espírito. Se algo presencia, ali fica e morre entre as paredes da sua casa.
Assim sendo, então imagina uma conversa minha, mesmo velada, tipo a não mostrar que quero a coisa, mas a querê-la; não ia dar em nada. Se tem poderes, ocultou-os durante toda a vida. Criou essa carapaça e soube aumentá-la e alimentá-la. Não a ia quebrar agora no fim da vida.
Acredita que não há condições para uma abordagem.

E falar com o pároco?

panito