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  • Casamento no Egipto
    Iniciado por AndreiaLi
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AndreiaLi
Os Egípcios eram, na sua maioria, monógamos. As heranças passavam de pais para filhos, mas sem seguirem padrões muito rígidos, e as propriedades da família eram definidas por um acordo de casamento - de que apenas existe documentação a partir do 3º período intermediário - e por escrituras de transferência feitas quer entre os vivos, quer sob a forma de testamentos. Em tudo isto o papel da mulher era importante, embora não fosse igual ao do marido. A mulher trazia para o casamento uma parte da propriedade que era, teoricamente, uma nova casa e não um prolongamento da dos pais, e tinha alguns direitos sobre ela em caso de divórcio. Podia também fazer um testamento e deixar os seus bens a quem o desejasse, embora não se conheça a amplitude desta liberdade.

É quase surpreendente que não tenhamos quaisquer testemunhos, quer de cerimónias de casamento, quer de qualquer tipo de processo judicial de divórcio. Mesmo assim, o estatuto legal de um homem e uma mulher vivendo em comum era diferente do de um casal. Houve mesmo um caso em que um homem foi condenado por ter tido relações com uma mulher que vivia com outro homem sem ser casada, o que poderia parecer não constituir ofensa. Apesar destas instituições relativamente livres, o adultério por parte de uma mulher era, pelo menos em teoria, uma ofensa séria. Para além de gradações deste tipo, a mortalidade e a frequência dos divórcios provocaram situações complicadas no que respeita à propriedade e à herança. A esperança de vida era, possivelmente, de 20 anos, e, por isso, era comum um homem ou uma mulher ficarem viúvos várias vezes.

Uma escritura do Médio Império ilustra a complexidade do sistema de herança. Um homem reforma-se e passa o seu cargo a seu filho, deserdando ao mesmo tempo a mãe deste deixando o resto dos seus bens aos filhos (que podem ainda não ter nascido) de outra mulher, não sendo, ao que parece, nenhuma das mulheres casada com ele.

Muito pouco se sabe acerca das circunstâncias sociais do casamento. Era possível parentes bastante próximos casarem-se, inclusive, por vezes, meio-irmãos, mas não se conhece a definição precisa de parceiros permitidos e proibidos. Na família real havia, por vezes, casamentos entre irmão e irmã, mas esta prática pode ter tido lugar como contraste intencional com as pessoas comuns. No Egipto do período greco-romano tais casamentos encontram-se bem testemunhados entre a população grega. A nossa principal dificuldade em compreender este quadro reside nos termos de parentesco egípcios, que eram muito poucos. Uma mesma palavra podia significar irmão, irmão de mãe ou filho do irmão (e, com certeza, ainda mais), o mesmo acontecendo com outras palavras deste tipo. Tal significa que as genealogias reconstituídas raramente podem ser verificadas.

Não se sabe a idade de qualquer dos parceiros. Algumas árvores genealógicas mostram que, ocasionalmente, os homens tinham filhos com frequência antes dos 20 anos, mas os casos mais claros encontram-se na família real, que pode também não ter sido típica. No primeiro casamento, as mulheres eram certamente mais jovens que os maridos, mas isso podia não suceder em casamentos posteriores.
   
Fonte: Templo de Apolo