Bem-vindo ao Portugal Paranormal. Por favor, faça o login ou registe-se.
Total de membros
19.428
Total de mensagens
369.474
Total de tópicos
26.918
  • Passeios da minha alma!!!!!
    Iniciado por Edhelar
    Lido 4.300 vezes
0 Membros e 1 Visitante estão a ver este tópico.
Esta noite estava mesmo a precisar disto!!!!  - Disse pensando para mim. Os cheiros da cidade invadiam os sentidos, o barulho dos carros com as suas pressas corriam como agitados por alguma catástrofe. O cheiro a suor e perfume invadia o nariz a cada pessoa que passava na sua pressa de algo.

Ninguém anda com calma! - Pensava enquanto olhava a Lua. Mesmo com todas as luzes da cidade estava brilhante e pungente num céu negro e profundo.

Olhando em frente, encarava de novo as pessoas que conversavam, presas nos seus mundos, calmas e confiantes. Os olhares dividiam-se uns arrogantes, outros com desprezo outros procuravam a sedução de um olhar ou uma aceitação. Todos sozinhos e perdidos.
Lentamente fui correndo as ruas, olhando e lendo os olhos de quem passava. Até que cheguei. Aquela porta não indicava nada do que lá se passava. Não fosse o som daquela música com altas batidas nunca o teria descoberto. Aquele ar de capela com corpos semi nus sempre foi o ar mais agradáveis do que as das manhas de Domingo com o Padre.
O amontoado de pessoas no balcão, faz-me suscitar um sorriso! Nunca percebi o fascínio pelo álcool. Reparo então nas pessoas. Corpos esfregando-se involuntariamente. Arquétipos de "Femme fatal", com corpos semidesnudados, que são pequenos gatos para o matadouro.
O cheiro feromonas invade-me os sentidos. Sem palavras os gestos falam de um desejo que nasce no fundo da mente e invade o corpo ao som de um ritmo quase tribal.
Ela esta lá! Era difícil não reparar naquela pele morena, naquele cabelo encaracolado caindo sobre os ombros.

-Carolina! Você não é a Carolina!!!  - Disse eu querendo brincar, mas na esperança que me desse uma tampa.

-Não! Sou a Inês! Mas quem é essa Carolina!!! - Atrevidamente replicou.

Seus olhos envolviam num misto de gata pedindo mimo ou chateando para ser colocada de castigo na casa de banho. Meus pensamentos me responderam que ela estava lá para mim. Seus olhos eram negros e sua tez morena. Corria vida naquela alma que era difícil encontrar. Seu cheiro corria pelas minhas narinas, não o do seu corriqueiro perfume, mas o da sua pele.
-Alguém muito especial! Alguém como você!!! - Senti logo as feromonas a subir. Ambos sabíamos o que queríamos e nem perdemos tempo a disfarçar.

-Vamos para a rua beber um copo! Está muita gente aqui! - Diz ela. Eu anuo com a cabeça.

Vejo um braço de uma amiga, com olhar de preocupada a segurá-la. Com a cabeça faz um gesto a indicar perigo. Ela aproximou-se e ao ouvi murmura qualquer coisa. Agarra a minha mão e puxa. Deixei-me guiar como cordeiro.
Quando chegamos ao balcão pedimos. Um Vodka Limão para mim, ela um Martini rosato.
Não sei qual o prazer do álcool, mas o ácido do limão sempre me deu prazer, como se alguma coisa ainda me fizesse sentir que algo tem gosto.

Ficamos sentados num degrau, quase ao pé da porta, a desligar do mundo e deitar conversa fora por um bocado.
Nisto do nada, o beijo chegou!!! Ambos sabíamos que viria, mas mesmo assim nenhum avançava. O contacto dos lábios molhados fez despertar o desejo que ardia latente. Aquela sede renasceu e finalmente relembrei o que me trouxe ao movimento da rua.
O lábio dela rompeu lentamente! O sangue fluía da sua boca para a minha! Um sabor doce misturado com o travo da inocência da sua presença. Não era só o sangue que me alimentava mas aquela energia de um desejo que fluía naquele ímpeto. Aquela vida que eu saciava mais e mais! Aquele sangue que eu sugava fugazmente com um desejo que ardia no coração e me dava mais força!

Fomos interrompidos! As suas amigas tinham presença, mas não tinham alma. Foram a brincar com a vitória da sua conquista. Ela queixando-se que se sentia zonza, saiu desviando-se na noite, sem perceber o que lhe tinha acontecido.
Mas a ânsia de sangue e vida que me tinha enchido estava saciada. Podia prosseguir a caminhada sem me preocupar, pois até os cheiros daquela rua já só tresandavam ao álcool.
Homem!... Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses.»

Sim senhor

Que bela surpresa este teu texto.

Ainda vou ter de o reler.

Muito bem!

Margarida
Sou como sou, quem gosta, muito bem.
Quem não gosta, paciência!
Viva a liberdade de escolha!


Peço desculpa pelo português que estava no texto, nem tinha reparado!!!!

Obrigado pelo aviso Templa!!!! :-[ :-[ :-[ :-[
Homem!... Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses.»

Citação de: Edhelar em 12 setembro, 2010, 20:18
Peço desculpa pelo português que estava no texto, nem tinha reparado!!!!

Obrigado pelo aviso Templa!!!! :-[ :-[ :-[ :-[


Não precisavas de pôr aqui a nu as nossas conversas em privado!!! >:D

beijinho
Templa - Membro nº 708

Fiquei mesmo embaraçado com a quantidade de erros básicos que tinha!!!

Nem me lembrei de te responder em privado!!! Este Alzheimer esta cada vez pior! ;D ;D ;D
Homem!... Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses.»

#6
Eu sou mais meiga comigo, Chamo-me de disléxica ;) ;) ;), chega muito bem!!!

Beijinho
Templa - Membro nº 708

Hoje estou perdido!!! A minha cabeça vagueia por sítios perdidos do seu próprio espaço...até as sombras ganham vida! Vagueando algures entre a cama e o sofá, olho o espelho! Vejo perdido a imagem de alguém que não reconheço, mas que soa a familiar!
Das sombras saem os vultos dos fantasmas do meu passado. Lentos emergem de uma dança dantesca de medos, sonhos e ilusões. São os corpos dos que, existindo sem mais os ver, evocam o sangue dos pecados passados. Vêm a mim cobrar as promessas feitas de risos e lágrimas de um dia de verão, onde um coração inocente fala sem nunca dizer uma palavra.
Sento-me! Olho a linha de um horizonte perdido, que os olhos já se esqueceram de observar e de entra a dança surgem os vultos daqueles que o meu pensamento procura.
Estou perdido mas meu coração continua a insistir em bater! Tento ignorar a conversa mas ela atinge-me como um murro. Consegui evitar todo o dia, mas cansa esconder de nós a impotência de uma acção ou a palavra que não demos quando o outro grita.
As lágrimas correm pela cara... não preciso mais esconder. Quero deixar tudo sair, mas são tantos os sentimentos que não consigo.
As lágrimas correm... mas as vozes continuam a dizer das sombras "Tens que saber separar as águas!", "Tens de ser profissional!!!"
As lágrimas correm... A dor da impotência doí mais quando se é idealista.
O corpo surge lento e calmo, num fumo baço. Tenta consolar-me, ajudar a superar a minha dor... mas a culpa persiste em aferroar o coração.
Não quero, mas lembro... Era uma manhã de outono, estranhamente solarenga. Entro para as minhas rotinas e encontro-a na cama. Um rosto jovem, mas pálido, já marcado pela dor. Os olhos sempre vermelhos de reter as lágrimas que hoje sei que devia ter chorado. Só consigo pensar que tem a minha idade e o destino selado.
Nunca me esqueço, sempre virada para cima, a olhar o tecto... e a esperar! sem nunca poder sair daquela cama.
E como ela esperou...Foram quase 10 meses de espera, antes que se lembrassem de terminar o sofrimento!
Tento dizer qualquer coisa. O silêncio do momento deixa-me nervoso. Não sei o que digo, falo de tudo...não digo nada. Hoje vejo a parede que criava para não ter de lidar comigo.

-Vamos por isto para ajudar um pouco!!!
-Não há nada a fazer por mim! só me resta ir!!!
-Isso não é connosco, Deus lá sabe! - Digo numa defesa que já sabia inútil.
-Já só me resta a Morte! Mas porque é que ela demora tanto!!!

As palavras mais uma vez batem-me na alma. Tenho a minha cota de asneiras, mas nenhum murro me doí tanto. O silencio a seguir e a fuga cobarde ainda aumentam a dor que me sufoca.
As lágrimas correm... mas não correm a chorar a morte dela. Ela morreu suportando o peso de uma morte anunciada a alguém que nos seus 22 anos estava a viver intensamente.
As lágrimas correm... mas correm por mim. Pelos momentos cobardes em que não consegui estar lá, por não querer sofrer. Pelos momentos em que o falar foi o esconder da fúria de não perceber o porquê. Pela minha revolta, "porque só os velhos morrem". Pela minha impotência de ver sofrer e saber que nem uma mão estendida ajuda.
As lágrimas correm...por nunca lhe ter pedido desculpa pela minha cobardia!!!
As lágrimas correm...e eu, enroscado num canto do sofá, finalmente adormeço com parva certeza que tudo vai correr bem!!!
Homem!... Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses.»

Olá

Que belo texto o teu, li e reli
Tentei responder umas 4 vezes mas a net só prega partidas,

Será desta?

Não vou arriscar, depois falo mais do teu texto.
Sou como sou, quem gosta, muito bem.
Quem não gosta, paciência!
Viva a liberdade de escolha!

Sim, que belo texto. Excelentemente literário. Parabéns.


beijos, que eu fico morta por mais.
Templa - Membro nº 708