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  • Mistérios da Selva
    Iniciado por Arph
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Tal como vos prometi, aqui deixo o relato do que se passou com o meu irmão.
Isto que vos vou contar, passou-se em 2009 (2º semestre), na zona do Cachéu, Norte da Guiné-Bissau.
Os africanos estão ligados à magia duma forma mais profunda do que nós. Para eles tudo tem uma explicação mágica: a morte da pessoa, o acidente que sofreu, o animal que lhes morreu, o emprego que perderam, a chuva que não cai, o sol que não vem, o peixe que não pescam, etc, etc, etc.
Na Guiné-Bissau a maioria da população é animista, ou seja, acredita que tudo na natureza tem vida própria e pode interferir na vida das pessoas.
Para eles, uma das coisas mais sagradas é o Irã, que tanto pode ser os espíritos dos seus antepassados como os espíritos de outras criaturas (cobra, leopardo, etc), e mesmo criaturas fantásticas (seres parecidos com sereias que vivem nos lagos, rios e mar). Assim, para se puder manter um ser humano devidamente protegido deste exército de entidades sobrenaturais, ou com poderes sobrenaturais, torna-se necessário agradá-las, invocar a sua protecção e/ou participar em rituais.
O poilão (árvore de grande envergadura e secular), tornou-se na árvore por excelência onde os espíritos se recolhem, e onde os humanos lhes vão fazer as suas oferendas (vinho de palma, alimentos, etc.).
Qualquer pessoa que inicie um negócio tem que fazer um ritual e uma cerimónia aos irãs.

Bom, foi isto que o meu irmão foi encontrar na Guiné-Bissau. Um choque para um espírito ocidental, europeu, habituado a outras regras.
Assim, e pouco crédulo, foi um dia levado a uma tabanca (aldeia no meio da selva), onde vivia um homem já muito idoso (diziam ter mais de 100 anos), que era o chefe (Régulo) e, ao mesmo tempo, quem fazia as cerimónias de carácter religioso/iniciático.
Foi um encontro singular. O idoso, a quem se chama também de Homem Grande, pela sua idade e estatuto, falou-lhe do tempos dos portugueses, do tempo do Rei de Portugal, e mostrou-se uma pessoa muito afável, simpática e serena. Houve entre eles imediata empatia. O Homem Grande começou o seu ritual, com cantilenas, pondo vinho de palma na boca e borrifando, se seguida, o poilão. Depois teve três visões sobre os seus protectores, e no fim disso disse ao meu irmão que ele ia ter as "suas experiências", e que eram "três". E ainda lhe disse que lhe telefonasse (na Guiné-Bissau quase todos têm telemóvel) logo que tivesse cada uma delas, mas não lhas contasse.
O meu irmão saiu de lá mais com vontade de rir do que outra coisa.
Ao outro dia, ia por uma picada quando, de repente, se atravessa à frente do seu carro uma gazela branca, ainda nova, que ali ficou às voltas à frente do carro. O meu irmão parou de imediato e saiu do carro com dois acompanhantes e a gazela saltou-lhe para os braços.
As gazelas brancas são extremamente raras, e o facto daquilo lhe ter acontecido, e dela lhe ter saltado para os seus braços e não para nenhum dos outros, levou-o a pensar na cerimónia do dia anterior e telefonou ao Homem Grande, e este perguntou-lhe se lhe tinha aparecido uma gazela branca... o que deixou o meu irmão atónito.
No dia seguinte, ia ele também de carro pela selva quando à frente do seu carro, no caminho, uma cobra negra, enorme, começa a atravessar. O meu irmão, à semelhança da gazela, parou o carro, saiu e a cobra olhou para ele e continuou o seu caminho embrenhando-se no mato. Isto fez com que o meu irmão ligasse para o Homem Grande, pois já tinha visto muitas cobras por ali, mas nenhuma tão grande e daquela cor. Assim que o idoso o reconheceu, perguntou-lhe logo se não tinha visto a "cobra preta". Também isto impressionou o meu irmão.
Nesse mesmo dia, ia ele a pé, já ao cair da noite, na direcção do rio quando, à sua frente, vê um machado de fogo a abrir o ar, num grande golpe de alto-abaixo, o que o fez estremecer e dar um salto para trás, tendo ficado sem fôlego, tal o inusitado da experiência. Depois de recuperar o fôlego lembrou-se do que lhe disse o idoso e deduziu que aquilo só poderia ter sido a sua 3ª experiência. Daí que lhe telefonou, e ele prontamente lhe perguntou se tinha visto o "machado de fogo". Acertando pela terceira vez consecutiva.
Depois, explicou-lhe que aquelas 3 experiências eram as manifestações dos seus irãs protectores, e que ele teve sorte por ter parado o carro nas 2 ocasiões e não ter ferido nem a gazela, nem a cobra. Nada disse sobre a eventualidade do meu irmão as ter voluntariamente atropelado!

Foi esta a experiência pela qual ele passou, e que muito deixa que pensar.
Eu ainda lhe perguntei, na altura (ele telefonou-me a contar), se ele tinha ficado inconsciente algum tempo na cerimónia de modo a ser possível induzi-lo; mas ele disse-me que não, que sempre esteve consciente.



uau :o que história!!digna de um livro ;)

Citação de: Nita em 23 maio, 2010, 19:57
uau :o que história!!digna de um livro ;)
:laugh: É verdade que na guiné e praticamente em todos os países africanos os costumes e maneira de viver está muito ligado á magia e rituais que os europeus não compreendem e não estão abituados. Tambem é verdade que a maneira como descreveste esta história é "digna de livro".  :o
Não me trates por VOCÊ!!!
Respeito mais tratando-te por TU do que tu a tratares-me por VOCÊ!

Os africanos têm coisas magníficas, sem dúvida... O teu irmão é um homem afortunado. Nem todos recebem uma mensagem tão forte da Natureza.