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  • Serial Killers-Capítulo 1-Jack,o estripador
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Jack, o Estripador (em inglês: Jack the Ripper) foi o pseudónimo dado a um assassino em série não-identificado que agiu no miserável distrito de Whitechapel em Londres na segunda metade de 1888. O nome foi tirado de uma carta, enviada à Agência Central de Notícias de Londres por alguém que se dizia o criminoso.

Suas vítimas eram mulheres que ganhavam a vida como prostitutas. Duas delas tiveram a garganta cortada e o corpo mutilado. Teorias sugerem que, para não provocar barulho, as vítimas eram primeiro estranguladas, o que talvez explique a falta de sangue nos locais dos crimes. A remoção de órgãos internos de três vítimas levou oficiais da época a acreditarem que o assassino possuía conhecimentos anatómicos ou cirúrgicos.


Os jornais, cuja circulação crescia consideravelmente durante aquela época, deram ampla cobertura ao caso, devido à natureza selvagem dos crimes e ao fracasso da polícia em efectuar a captura do criminoso — que tornou-se notório justamente por conseguir escapar impune.

Devido ao mistério em torno do assassino nunca ter sido desvendado, as lendas envolvendo seus crimes tornaram-se um emaranhado complexo de pesquisas históricas genuínas, teorias conspiratórias e folclores duvidosos. Diversos autores, historiadores e detectives amadores apresentaram hipóteses acerca da identidade do assassino e de suas vítimas.


Antecedentes

Em meados do século XIX, a Inglaterra experimentou um rápido influxo de imigrantes irlandeses, que incharam a população de desfavorecidos tanto no interior quanto nas principais cidades inglesas. A partir de 1882, refugiados judeus, escapando dos pogroms da Rússia czarista e do leste europeu, aumentaram ainda mais os índices de superpopulação, desemprego e falta de moradia. Londres, particularmente nas regiões do East End e Whitechapel, tornou-se cada vez mais sobrecarregada, resultando no desenvolvimento de uma imensa sub-classe económica. Esta situação de pobreza endémica levou várias mulheres à prostituição. Em Outubro de 1888, a Polícia Metropolitana de Londres estimou a existência de 1,200 prostitutas de "classe muito baixa" vivendo em Whitechapel e em aproximadamente 62 bordéis. Os problemas económicos vieram acompanhados por uma elevação contínua das tensões sociais. Entre 1886 e 1889, manifestações de famintos e desempregados eram uma constante nas ruas londrinas.


Os assassinatos geralmente atribuídos a Jack o Estripador ocorreram na metade final de 1888, apesar da série de mortes brutais em Whitechapel persistirem até 1891. Parte dos assassinatos envolveram actos extremamente pavorosos, como mutilação e evisceração, narrados em detalhes pelos media. Rumores de que os crimes poderiam estar conectados intensificaram-se em Setembro e Outubro, quando diversos órgãos de imprensa e a Scotland Yard receberam uma série de cartas perturbadoras de um remetente ou vários, assumindo responsabilidade por todos ou alguns dos assassinatos. Uma carta em particular, recebida por George Lusk do Comitê de Vigilância de Withechapel, incluía metade de um rim humano preservado. Principalmente devido à natureza excessivamente brutal dos crimes e a cobertura mediática dos eventos, o público passou a crer cada vez mais em um único assassino em série a aterrorizar os moradores de Whitechapel, apelidado de "Jack o Estripador" após a assinatura de um cartão-postal recebido pela Agência Central de Notícias. Apesar de as investigações não terem sido capazes de conectar as mortes posteriores aos assassinatos de 1888, a lenda de Jack o Estripador já havia se consolidado.


Vítimas conhecidas

Os arquivos da Polícia Metropolitana mostram que a investigação teve início em 1888, eventualmente abrangendo onze assassinatos ocorridos entre 3 de Abril de 1888 e 13 de Fevereiro de 1891. Além destes, escritores e historiadores conectaram pelo menos sete outros assassinatos e ataques violentos a Jack o Estripador. Entre as onze mortes investigadas activamente pela polícia, chegou-se a um consenso de que cinco foram praticadas por um único criminoso, vítimas que são conjuntamente chamadas de "cinco canónicas":

* Mary Ann Nichols (nome de solteira: Mary Ann Walker; apelido: Polly), nascida em 26 de Agosto de 1845 e morta em 31 de Agosto de 1888, uma sexta-feira. O corpo de Nichols foi descoberto aproximadamente às 3:40 da madrugada no terreno em frente à entrada de um estábulo em Buck's Row (hoje Durward Street). Sua garganta sofreu dois cortes profundos, e a parte posterior do abdómen foi parcialmente arrancada por um golpe intenso e irregular. Haviam também diversas incisões pelo abdómen, e três ou quatro cortes similares no lado direito causadas pela mesma faca. Nichols foi descrita como tendo uma aparência bem mais jovem do que seus 43 anos sugeriam.


* Annie Chapman(nome de solteira: Eliza Ann Smith; apelido: Dark Annie), nascida em Setembro de 1841 e morta em 8 de Setembro de 1888, um Sábado. O corpo de Chapman foi descoberto aproximadamente às 6:00 da manhã no quintal de uma casa em Hanbury Street, Spitafields. Assim como Mary Ann, sua garganta foi aberta por dois cortes, um mais profundo que o outro. O abdómen foi completamente aberto, e o útero, removido.


* Elizabeth Stride (nome de solteira: Elisabeth Gustafsdotter; apelido: Long Liz), nascida na Suécia em 27 de Novembro de 1843 e morta em 30 de Setembro de 1888, um Domingo. O corpo de Stride foi descoberto próximo à 1:00 da madrugada, no chão da Dutfield's Yard, na Berner Street (hoje Henriques Street), em Whitechapel. Havia uma incisão directa no pescoço; a causa da morte foi perda excessiva de sangue, a partir da artéria principal no lado esquerdo. O corte nos tecidos do lado direito foi mais superficial, estreitando-se próximo à mandíbula direita. A ausência de mutilações no abdómen lançaram incerteza sobre a identidade do assassino, além de sugerir que ele pudesse ter sido interrompido durante o ataque.


* Catherine Eddowes (usava os nomes "Kate Conway" e "Mary Ann Kelly", com os apelidos tirados de seus dois ex-maridos, Thomas Conway e John Kelly), nascida em 14 de Abril de 1842 e morta em 30 de Setembro de 1888, no mesmo dia da vítima anterior, Elizabeth Stride. Seu corpo foi encontrado na Mitre Square, na Cidade de Londres. A garganta, assim como nos dois primeiros casos, foi aberta por dois cortes, e o abdómen aberto por um corte longo, profundo e irregular. O rim esquerdo e grande parte do útero foram removidos. Os media e moradores de Londres se referiram ao episódio como "evento duplo" (The Double Event).


* Mary Jane Kelly (passou a usar o nome "Marie Jeanette Kelly" depois de uma viagem a Paris; apelido: Ginger), supostamente nascida na Irlanda em 1863 e morta em 9 de Novembro de 1888, uma sexta-feira. O corpo terrivelmente mutilado de Kelly foi descoberto pouco depois das 10:45 da manhã, deitado na cama do quarto onde ela vivia na Dorset Street, em Spitalfields. A garganta foi cortada até a coluna vertebral, e o abdómen quase esvaziado de seus órgãos. O coração também foi retirado.


A autenticidade desta lista baseia-se não apenas na opinião dos pesquisadores, mas também em anotações feitas em particular por Sir Melville Macnaghten enquanto chefe do Departamento de Investigação Criminal no Serviço Metropolitano de Polícia, em papéis que só viriam à tona em 1959. As notas de Macnaghten reflectiam apenas opiniões policiais da época, embora ele só tenha se juntado ao esquadrão um ano após os assassinatos, e suas anotações continham diversos erros factuais sobre os possíveis suspeitos. Os escritores Stewart P. Evans e Donald Rumbelow alegam que as "cinco canónicas" seria um "mito do Estripador", e que o provável número de vítimas pode variar de três (Nichols, Chapman e Eddowes) a seis (as três citadas mais Stride, Kelly e Martha Tabram). Os palpites de Macnaghten sobre quais crimes teriam sido cometidos pelo mesmo assassino não era compartilhada por outros oficiais investigadores, como o inspector Frederick Abberline.

Com exceção de Stride, cujo ataque pode ter sido interrompido, as mutilações nas cinco vítimas foram tornando-se cada vez mais sérias a medida que os crimes progrediam. Nichols e Stride não tiveram nenhum órgão removido, mas o útero de Chapman foi retirado, e Eddowes teve seu útero e rim levados, além de ser deixada com mutilações faciais. Apesar de somente o coração de Kelly ter sido removido da cena do crime, o restante de seus órgãos internos foram retirados e deixados em seu quarto.


Os cinco assassinatos citados foram geralmente cometidos na escuridão, nas últimas horas da madrugada e sempre perto ou do final do mês ou de uma semana. Ainda assim cada caso diferia deste padrão de alguma maneira. Além das diferenças já citadas, Eddowes foi a única a ser assassinada na cidade de Londres, embora próxima dos limites de Whitechapel. Nichols foi a única vítima encontrada em rua aberta, apesar de ser uma via escura e deserta. Muitas fontes indicam que Chapman foi morta depois do nascer do sol, embora esta não tenha sido a opinião da polícia e dos legistas que examinaram o corpo. A morte de Kelly pôs fim a seis semanas de inactividade do assassino (uma semana havia se passado entre as mortes de Nichols e Chapman, e três entre Chapman e o "evento duplo").


Investigação

Os arquivos policiais sobre os assassinatos em Whitechapel fornecem uma visão detalhada dos procedimentos investigativos da era vitoriana. Uma ampla equipe de policiais conduziu investigações casa-a-casa, listas de suspeitos foram formuladas, e muitos deles interrogados, e material forense colectado e examinado. Uma leitura detalhada da investigação demonstra o processo básico de identificar suspeitos, rastreá-los e decidir a necessidade de examinar seus passos ou riscá-los da lista. Este continua sendo o padrão da maioria das investigações actualmente.

A investigação foi inicialmente conduzida pela Whitechapel (H) Division C.I.D., chefiada pelo Inspetor-Detective Edmund Reid. Depois do assassinato de Nichols, os Inspetores-Detetives Frederick Abberline, Henry Moore e Walter Andrews foram designados pelo Escritório Central da Scotland Yard para acompanharem as investigações. Após o assassinato de Eddowes, que ocorreu nos limites da Cidade de Londres, a Polícia Metropolitana sob a chefia do Inspector-Detective James McWilliam também foi engajada no caso.

Apesar disso, a direcção geral dos interrogatórios foi atrasada e confundida pelo fato de o novo chefe do Departamento de Investigação Criminal, Sir Robert Anderson, encontrar-se em viagem à Suíça entre 7 de Setembro de 15 de Outubro, período no qual Chapman, Stride e Eddowes foram assassinadas. Isto levou o Comissário Chefe, Sir Charles Warren, a indicar o Superintendente Donald Swanson para a coordenação dos interrogatórios feitos pela Scotland Yard. As notas de Swanson sobre o caso sobreviveram, tornando-se uma fonte valiosa de detalhes sobre a investigação.


Devido em parte à insatisfação quanto aos esforços policiais, um grupo de cidadãos londrinos do East End passou a patrulhar voluntariamente as ruas de Londres em busca de indivíduos suspeitos. Chamados de Comité de Vigilância de Whitechapel, eles exigiram que o governo oferecesse uma recompensa por informações sobre o assassino, e contrataram detectives particulares para interrogar testemunhas em paralelo ao trabalho da polícia. O comité foi liderado por George Lusk, e posteriormente por Albert Bachert.

A principal dificuldade em definir quem foi ou não uma vítima do Estripador foi o fato de ocorrer um número espantoso de ataques contra mulheres naquela mesma época. A maioria dos especialistas apontam o corte profundo na garganta, a mutilação do abdómen e dos genitais, a remoção de órgãos internos e a gradual intensidade das mutilações faciais sofridas pelas vítimas como o modus operandi do assassino.


As cartas

Durante o curso dos assassinatos, a polícia e os jornais receberam centenas de cartas sobre o caso. Algumas eram de pessoas bem-intencionadas oferecendo informações para a captura do criminoso; a maioria delas, entretanto, foram consideradas inúteis, e posteriormente ignoradas.

Talvez o mais interessante foram as diversas mensagens que clamavam terem sido escritas pelo assassino (o apelido "Jack o Estripador" foi cunhado a partir de uma dessas mensagens); a grande maioria não passava de falsificações. Muitos especialistas afirmam que nenhuma delas era verdadeira, mas entre as citadas como provavelmente genuínas, tanto por autoridades da época quanto actuais, três em particular se destacam:

* A carta ao "Caro Chefe", datada de 25 de Setembro. Carimbada pelo correio e recebida em 27 de Setembro de 1888 pela Agência Central de Notícias, foi encaminhada à Scotland Yard em 29 de Setembro. Inicialmente foi considerada uma farsa, mas quando o corpo de Eddowes foi encontrado com um ferimento na orelha, a promessa da carta de "arrancar as orelhas das senhoritas" ganhou notoriedade. A polícia publicou-a em 1 de Outubro esperando que alguém reconhecesse a grafia, não obtendo resultados. O nome "Jack o Estripador" foi usado pela primeira vez nesta mensagem, tornando-se conhecido mundialmente depois de sua publicação. A maioria das cartas seguintes copiavam o tom desta. Após o fim dos assassinatos, os oficiais de polícia afirmaram que a carta era uma falsificação feita por um jornalista local.


* O cartão-postal do "Insolente Jack" , carimbado e recebido em 1 de Outubro de 1888 pela Agência Central de Notícias, tinha um estilo similar à carta "Caro Chefe". Ele menciona que duas das vítimas – Stride e Eddowes – foram assassinadas num intervalo de poucas horas: "evento duplo desta vez". Foi discutido que a carta teria sido mandada antes da divulgação dos assassinatos, fazendo pouco provável a hipótese de que um farsante teria tais conhecimentos do crime (embora ela tenha sido carimbada pelo correio mais de 24 horas depois do ocorrido, bem depois de os detalhes já serem conhecidos pelos jornalistas e moradores da área). Os oficiais de polícia afirmaram depois ter identificado o jornalista que foi o autor tanto desta quanto da carta anterior.


* A carta "Do Inferno", carimbada em 15 de Outubro e recebida por George Lusk, do Comitê de Vigilância de Whitechapel, em 16 de Outubro de 1888. Lusk abriu uma pequena caixa e encontrou a metade de um rim humano, mais tarde confirmado por um médico como tendo sido conservado nos "espíritos do vinho" (álcool etílico). Um dos rins de Eddowes fora retirado pelo assassino, e um médico afirmou que o órgão mandado para Lusk era "bastante similar àquele removido de Catherine Eddowes", embora suas descobertas tenham sido inconclusivas. O autor da carta afirmava ter "fritado e comido" a metade ausente do rim.


Algumas fontes citam outra carta, datada de 17 de Setembro de 1888 como a primeira mensagem a usar o nome de Jack o Estripador. Especialistas acreditam que esta é uma falsificação actual inserida nos arquivos da polícia muito tempo depois dos assassinatos ocorrerem. Eles notaram que a carta não traz nem o selo oficial da polícia, que confirmaria a data em que ela foi recebida, nem as iniciais do investigador que a teria examinado se aquela fosse mesmo uma evidência em potencial; ela também não é mencionada em nenhum documento oficial da época, e algumas das pessoas que tiveram a carta em mãos afirmam que ela foi escrita com uma caneta esferográfica, que só seria inventada pelo menos cinquenta anos depois dos crimes do Estripador.

Grafitis na Rua Goulston

Depois do "evento duplo" na madrugada de 30 de Setembro, a polícia vasculhou a área em torno da cena do crime na tentativa de localizar suspeitos, testemunhas ou alguma evidência. Aproximadamente às 3:00 da madrugada, o agente Alfred Long descobriu uma peça de roupa ensanguentada perto de um sobrado na Gouldon Street. A peça seria posteriormente confirmada como sendo um avental pertencente à Eddowes.

Havia uma pichação feita a giz na parede em frente ao local onde o avental fora encontrado. Não se sabe ao certo o que estava escrito porque alguns oficiais de polícia relatam que a inscrição era "The Juwes are the men That Will not be Blamed for nothing" (Os Juwes são os homens que não levarão a culpa sem motivo), enquanto outros relembraram a mensagem de forma diferente: "The Juwes are not The men That Will be Blamed for nothing" (Os Juwes não são os homens que levarão a culpa sem motivo). A dúvida nunca foi sanada porque a inscrição foi apagada sem ao menos ser fotografada.

O Superintendente de Polícia Thomas Arnold viu a pichação ao visitar o local e ordenou que fosse removida. Não se sabe se Arnold acreditava que "Juwes" fosse o mesmo que "Jews" (judeus) grafado de forma errada pelo assassino, ou se ele próprio não percebeu que se tratava de uma palavra diferente. Ele temia que com o nascer do sol e o começo do expediente comercial a mensagem seria vista e o sentimento anti-semita, já então amplamente aflorado, aumentasse ainda mais entre a população. Desde o assassinato de Nichols, rumores começaram a circular no East End sobre os crimes serem de autoria de um judeu chamado Avental-de-Couro. A tensão religiosa já se encontrava em níveis insuportáveis, tendo ocorrido inclusive alguns confrontos.


Enquanto o grafite foi encontrado no território da Polícia Metropolitana, o avental era de uma vítima assassinada na cidade de Londres, que possuía uma força policial em separado.

Alguns oficiais não concordaram com a ordem de Arnold, especialmente os que representavam a Polícia da Cidade de Londres, que considerava a pichação como parte da cena do crime - que deveria ter sido pelo menos fotografada antes de ser apagada, mas a ordem de Arnold foi cumprida assim mesmo pelo Comissário da Polícia Metropolina Sir Charles Warren. A inscrição foi retirada aproximadamente às 5:30 da manhã.

Com o passar tempo, a decisão de Arnold provou-se equivocada. Actualmente, estudiosos do caso levantam a hipótese de que "Juwes" na verdade seriam os maçons.

Media

Alguns acreditam que o apelido do assassino foi inventado por jornaleiros, na esperança de que uma história mais interessante aumentasse suas vendas. A prática tornar-se-ia um costume ao redor do mundo, com inúmeros criminosos apelidados e tornados famosos pela imprensa.

Mas os assassinatos do Estripador marcaram uma etapa importante na vida moderna britânica. Embora não tenha sido o primeiro assassino em série, Jack o Estripador foi o primeiro a criar um frenesim mundial da media em torno de seus crimes. O surgimento em massa de jornais baratos na Inglaterra a partir de 1855 fez do Estripador o beneficiário de uma publicidade até então sem precedentes. Isto, combinado ao fato de ninguém ter sido acusado formalmente pelos assassinatos, criou uma mitologia investigativa que eclipsaria completamente outros criminosos do tipo que surgiram mais tarde.

Os miseráveis do East End eram há muito ignorados pela influente sociedade, mas a natureza dos crimes e de suas vítimas forçosamente chamou atenção para as condições em que viviam. Esta atenção significou que os reformistas sociais da época finalmente puderam ser ouvidos pelas classes altas, convencendo-as de que algo deveria ser feito para ajudar os pobres. Uma carta de George Bernard Shaw para o Star trazia comentários sarcásticos sobre o interesse repentino da imprensa pelo assunto:


CitaçãoEnquanto nós Democratas Sociais perdemos nosso tempo com educação, agitação e organização, algum génio independente tomou a questão em suas próprias mãos, e simplesmente por matar e esquartejar quatro mulheres, converteu a imprensa capitalista numa espécime inepta de comunista.

Teorias e Suspeitos

Apenas em 1929 é que surgiu a primeira teoria séria sobre o caso: Leonard Matters suspeitava de que o criminoso fosse um médico inglês que matava e degolava mulheres por desejo de vingança, pois seu único filho tinha morrido de sífilis contraída numa relação com prostitutas de Whitechapel. Um médico da família real, Sir William Gull, também ficou como suspeito dos crimes ao obedecer às ordens do primeiro-ministro para que assassinasse estas prostitutas (as mulheres estavam chantegeando os membros da realeza por saberem de um relacionamento ilícito de um parente da rainha Vitória como uma plebéia). Uma parteira também foi colocada no rol de suspeitos: sendo ameaçada pela polícia para parar o seu trabalho, ela mataria suas mais frequentes freguesas. Outras teorias já dizem que Jack não existiu: as prostitutas assassinadas já eram decadentes, com excepção da bela e nova Mary Jane Kelley, e teriam sido alvo de policiais revoltados com o aumento da prostituição em Londres - havia mais de 1.800 prostitutas na época. Até no criador de Sherlock Holmes, Arthur Conan Doyle, recaíram suspeitas: ele estaria montando um quebra-cabeça para a polícia da mesma forma que fazia em seus textos do famoso detective.


A teoria mais polémica (e, talvez, a mais acreditada) recaí sobre um membro da família real, o duque de Clarence (Albert Victor Christian Edward), neto da rainha Vitória e herdeiro do trono britânico, que seria sifilítico e homossexual, e famoso pela vida mundana que levava nos bordéis londrinos. Para justificar suas habilidades em dilacerar suas vítimas, argumentou-se que ele teria treinado para tal nas fazendas reais na Escócia. Por ser alguém tão importante a polícia, estrategicamente, silenciou-se. A morte pouco esclarecida do duque, provavelmente em decorrência dos problemas oriundos da sífilis, exactamente pouco tempo depois do fim dos crimes em Whitechapel, parece confirmar tais suspeitas. Recentemente a culpa foi dada a um artista alemão, sendo que a pesquisadora utilizou-se de técnicas novas para comprovar suas teorias - inclusive exame de DNA em vestígios guardados ainda da época
Mas são suspeitas apenas - ainda hoje existe o mistério de quem seria Jack, o Estripador.

Jack, o estripador na cultura popular

Jack o Estripador já foi apresentado em diversas obras de ficção e cultura popular, ou como personagem principal ou em papéis secundários.

Na época dos assassinatos, uma versão teatral do livro Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. hyde teve um romance com Robert Louis Stevenson estava sendo apresentada. O tema central, sobre horríveis assassinatos nas ruas de Londres, chamou bastante atenção, fazendo inclusive com que o astro da peça fosse acusado por algumas pessoas de ser o próprio Estripador, embora esta teoria nunca tenha sido levada a sério pela polícia.

Em 2006, Jack o Estripador foi escolhido pela revista BBC History Magazine e seus leitores como o pior bretão da história.

A lenda do Estripador continua sendo divulgada no East End de Londres, com várias visitas guiadas nos locais dos crimes. O The Ten Bells, um pub Vitoriano na Comercial Street que era frequentado pelas vítimas de Jack o Estripador, foi o foco de tais visitas por muitos anos. A fim de lucrar em cima disso, os proprietários mudaram seu nome para "Jack the Ripper" na década de 60, mas depois de protestos por feministas e outros grupos, o pub voltou ao seu nome original.


Fonte: wikipedia e qmundoestranho
"Detesto, de saída, quem é capaz de marchar em formação com prazer ao som de uma banda. Nasceu com cérebro por engano; bastava-lhe a medula espinal" A.Einstein

Raedon
Bom post pipoca  ;)

Esta lenda do Jack, o Estripador sempre foi algo que me interessou, não sabia certas coisas que ai foram faladas!
Cumprimentos

é a historia que mais me fascina, desde pequena   :D
"O futuro está oculto atrás dos homens que o fazem."


AndreiaLi
Este assassino sempre me "cativou" e interessou também.

''A tradição é a personalidade dos imbecis"

Jack The Ripper é realmente um dos assassinos mais conhecidos de toda a história britânica.

"Uma descoberta é ver o que toda a gente viu e pensar o que ninguém pensou..."

este Jack faz-me lembrar um outro Jack que para aí anda  ::)
eheheh  :laugh:
"O futuro está oculto atrás dos homens que o fazem."

Citação de: TeresaV em 15 junho, 2010, 21:50
este Jack faz-me lembrar um outro Jack que para aí anda  ::)
eheheh  :laugh:

Teresa Teresa...ai ai hahaha  :laugh:


Muito bom post!! Gostei mesmo muito! ;) Aliás tenho muita coisa impressa devido a uma pesquisa que fiz por curiosidade...  :)
"Rise and rise again until lambs become lions." - Robin Hood (2010)

#9
Hoje vi um programa sobre alguns dos suspeitos e eles chegaram a conclusão de facto quem foi esse maníaco..e pelas conclusões e provas também concordo que Jack o Estripador era Francis Tumblety.
________________
Francis Tumblety (1833–1903) americano, ganhou uma considerável fortuna trabalhando como médico embora com diploma falso, trabalhou nos Estados Unidos e Canadá. Casado, diz ter descoberto que sua esposa era prostituta e passou a nutrir um verdadeiro ódio pelas mulheres, principalmente por prostitutas.
Quando um de seus pacientes morreu, Tumblety fugiu para a Inglaterra para escapar de um julgamento.
Em 1865, de volta aos Estados Unidos, ele foi preso como cúmplice na trama do assassinato de Abraham Lincoln, mas acabou solto por falta de provas. Tumblety retornou para Inglaterra em 1888, e no dia 7 de novembro foi preso por actos homossexuais depois de se envolver com quatro jovens.
Enquanto aguardava julgamento, ele conseguiu fugir para a França e de lá para os Estados Unidos.
Procurado nos Estados Unidos, acabou preso e nessa época começaram a ligá-lo aos crimes de Jack, o Estripador, que coincidiu justamente a época enquanto esteve em Londres, inclusive onde esteve hospedado ficava próximo ao local onde os crimes ocorreram. A Scotland Yard tentou extraditá-lo, mas a polícia de Nova York disse que não haviam provas suficientes para isso.
Tublety morreu em 1903 de complicações cardíacas.
Em 1913, Tumblety foi mencionado como um dos principais suspeitos de ser Jack, o Estripador pelo Inspector Chefe John Littlechild da Polícia Metropolitana numa carta ao jornalista e escritor George R. Sims.

____________________
O que foi dito no programa sobre Tumblety para ser ele considerado o principal suspeito de ser Jack

- histórico violento;
- misógino, por inúmeras vezes declarou odiar as mulheres e principalmente prostitutas;
- apesar de não ser médico formado, tinha alguns conhecimentos de medicina, o que prova os cortes cirúrgicos embora mal feitos em suas vítimas;
- estava hospedado próximo onde os crimes ocorreram, podendo ir a pé em todos esses locais e retornar a pé em pouco tempo;
- colecionava úteros, e uma de suas vítimas Annie Chapman, teve o útero removido;
- o período que esteve em Londres coincidiu com os crimes e a pausa entre eles coincidiu com o tempo que foi detido por práticas homossexuais;
- a carta deixada pelo suposto Jack Estripador, conhecida como carta do Inferno, tida como sendo a única legítima enviada pelo assassino, uma especialista em Grafologia comparou essa carta com outras de Tumblety e as letras coincidiam em vários pontos;
- essa mesma especialista em Grafologia disse que algumas das palavras usadas na carta era de alguém vindo da Irlanda ou com alguma ascendência irlandesa, o pai de Tumblety era irlandês;
- os crimes pararam depois da fuga de Tumblety.