Aconteceu ontem!

Aconteceu ontem!
Estava chegando a casa, eram 19h e 30m, não tinha lugar para estacionar o carro, e, por isso dei a volta e fui estacionar na parte de trás da praceta onde moro. Este sitio,  tem uma estrada feita de buracos, que dá para uma ravina
bastante ingreme, e por ter tantos buracos, há sempre lugar para estacionar.
Estacionei junto dos prédios e de frente para a ravina. Quando saía do carro, depois de o trancar ia já a dirigir-me para casa quando ouvi chamar:
- Fátima!
Como não me chamo assim, não liguei, mas a voz insistiu:
- Fátima!
Olhei para trás, e para meu espanto, lá estavam os meus encapuçados, como que pairando sobre a dita ravina. Fiquei estática. Olhei em volta não
havia mais ninguém.
Erónicamente perguntei:
- Ah! Agora sou Fátima? Já não sou Édia?
- Mansamente respondeu-me a voz, sim porque eu só via aqueles vultos envoltos num manto de cor indefinida, não via rostos, só os capuzes caidos
sobre o que eventualmente deveriam ser rostos,só ouvia a voz.  Eras Édia noutra vida, e nesta que te vou mostrar eras Fátima.
E continuou:
Estamos aqui, para te dizer, que estás a evoluir, estás a aprender a aceitar
as perdas, mas tens muito caminho ainda para andar.
Olha á tua volta!
Para meu espanto, vejo-me numa espécie de gruta, sei que o tecto e o chão eram de terra, junto de mim, estavam mais pessoas, mas com uma aparência indefinida, como que meio translucidas, eu estava a chorar, e havia um rapaz, talvez duns vinte anos, que me abraçava, e dizia:
- Vamos não chores, eu tenho de ir. Temos de deter estes abutres!
Reparei então que ele tinha uma espingarda na mão. Percebi então que haveria uma guerra, e que ele ia combater de alguma maneira, resistência talvez.
O mais curioso, é que falavamos numa língua que eu desconheço, mas na altura, percebia perfeitamente o que se dizia. Que coisa estranha.
Ele partiu, e eu fiquei em alto choro. Completamente desesperada. Penso agora que ele seria meu filho. Sentia uma raiva e uma revolta, como nunca pensei que alguém pudesse sentir.
A voz  continuou, dizendo, foi mais uma perda que tiveste de enfrentar, e fizeste com o coração cheio de amargura e revolta. Nessa altura, não aprendeste nada.
Ouvi então outra voz:
- Olha agora á tua volta!
E lá estava eu,  desesperada a chorar, vendo uma casa a arder. Não sei o que era, mas sei que chorava, porque o meu filho era bombeiro, e estava
Perdido entre as chamas. Aí o meu choro, era de aflição, mas não sentia raiva, nem revolta, apenas a dor e o desespero de nada poder fazer.
Apenas disse no entrecortado do meu choro, ele escolheu ser bombeiro
para ajudar quem precisasse, mas era tão novinho ainda. Só me resta aceitar e chorar. Mas como devem imaginar a minha dor era enorme.
Perguntei então:
- Mas será que eu vou viver cem vidas, e nelas vou perder sempre um filho?
- Tem calma, responde a 3ª voz, estás a melhorar. Nesta vida actual. Já sofreste muitas perdas, e, aceitaste com fé e resignação. Evoluíste!
Aprendeste que a vida não é só isto que vives e vês, existe muito mais
para além dela, passaste nesta vida outra prova de fogo, perdeste outro filho.
E lá comecei de novo a chorar...desta vez era eu, eu aqui e agora quem chorava.
Foi uma prova de fogo, passaste sem te chamuscar, aceitaste! Mas, não foi uma aceitação total. Só esperamos que, te mantenhas com essa força, e não sofras mais perdas. Deixamos-te apenas esta mensagem:
Tem Fé! E procura não te desesperares, o teu filho está bem, ele veio sempre para te por á prova.
Voltaremos , fica bem.
Tive a sensação de acordar dum pesadelo. Estava atordoada. Se fosse de noite diria que teria sido um sonho, mas eram 19h e 30m e eu estava bem acordada.
E pronto foi isto, contado um pouco resumidamente
Beijinhos
Lylybety

Parece um mini conto.

Para além de muito estranho, um pouco assustador. Não disse de que cor  eram as vestes ou como estavam vestidos esses seres. E o seu suposto filho? Pelo que vestiam, talvez pudesse verificar um elo de ligação no tempo. Reconheceu o local da casa que ardeu? Talvez se reconhecesse o local, pudesse indagar por essa Fátima que pressupostamente foi numa outra vida.

Isso foi um sonho ou uma visão?   

muito interessante.
ja te aconteceu muitas vezes estas visões?

O!,  lylybty, os seus relatos são sempre arrebatadores. Fico fascinada.

Beijinho

Resposta para todos.
Foi uma visão, já anteriormente tive uma com os mesmos
encapuçados. Como estavam vestidos? Pareciam frades capuchinhos
com umas vestes claras mas de cor indefinida.
Não reconheci a casa em chamas, mas julgo que terá sido
durante a guerra, só não sei se foi da 1ª se da 2ª
Foi tudo muito rápido, e eu fiquei confusa. Se leram bem o que
relatei, eu vinha a chegar a casa, eram 7,30 da tarde, e foi na rua.
Da 1ª vez que vi os encapuçados, fiquei na dúvida se seria sonho
porque foi durante a noite, mas desta vez ainda era dia.
Penso que respondi a todas as perguntas.
Beijinhos
Lylybety

nossa que coisam kkkkk