Rock, o posto de observação assombrado, no Afeganistão

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O oficial Lima fala de um fuzileiro tomado de terror após ouvir vozes na noite

Os fuzileiros encontraram o osso quando cavavam uma trincheira rasa. Longo, seco, e sem dúvida, parte de uma perna humana, ele foi seguido por outros.

Eles reenterraram a maioria deles, mas também encontraram corpos. Três dos túmulos estavam juntos, em outro, um esqueleto ainda usava um óculos desgastado. Os fuzileiros cobriram o túmulo e disseram a seus sucessores para permanecerem longe dele.

O Posto de Observação Rock fica a poucas centenas de metros a sudoeste da Base de Patrulha Hassan Abad, onde uma companhia dos fuzileiros está estacionada nos últimos sete meses.

É um solitário posto avançado a 20 metros acima da paisagem, que ficou nas mãos da Otan desde que foi capturado do Talibã em 2008.

Grupos de fuzileiros são destacados para protegê-lo, geralmente por um par de meses de cada vez, e "The Rock" adquiriu uma reputação peculiar. As tropas americanas amplamente referem-se a ele como "O Posto de Observação Assombrado".

É difícil dizer o quanto os 38 graus de calor, as horas de guarda, e os meses vivendo em trincheiras procurando pontos de disparo, douraram a lenda do Posto de Observação Rock.

O tédio só é quebrado pelas revistas marcadas com dobras e um ginásio improvisado, tiros de armas de pequeno porte, ou ataques de foguetes do Talibã, geralmente nas manhãs de domingo.
Mas, como o sargento Josh Brown, 22, informou para o seu sucessor, quando um destacamento de homens da Companhia Golf foi trocado por um contingente da Companhia Fox, ele alertou para a atmosfera estranha e os fenómenos inexplicáveis que assolam o Posto de Observação.

"Os locais dizem que este é um lugar amaldiçoado", disse ele. "Você verá estranhas luzes aqui à noite." Outros na unidade haviam relatado sons estranhos. "É estranho o que se ouve e não se ouve por aqui", acrescentou.

Sucessivamente cada destacamento que guardou a "Rock" adiciona sua própria contribuição a lenda, que se espalhou através das unidades de fuzileiros estacionados no sul de Helmand.

Fala-se de membros do Talibã sepultados em cavernas abaixo; os corpos enterrados no cume seriam de soldados russos mortos na mal fadada invasão soviética.

A história do oficial Jacob Lima é a mais recente. Uma noite, ele foi despertado pelo som de gritos. Era o oficial Zolik, um fuzileiro naval, que já foi movido para uma unidade mais ao sul.

"Ele estava gritando e me pedindo para ir até o posto que ele estava guardando," disse o oficial Lima, 22, que pediu aos homens para assumirem seu lugar.
"Quando eu cheguei lá ele disse que estava sentado quando ouviu uma voz sussurrar algo em seu ouvido. Ele disse que soava como russo".

"Ele me pediu para ficar lá com ele até que fosse dispensado da guarda. Depois disso ele realmente não gostava de pôr os pés lá em cima. "

Os fuzileiros que os precederam, uma unidade da Guarda Galesa, produziu também contos inesperados. "Os britânicos afirmaram que viam coisas estranhas, ouviam barulhos," disse o oficial Lima.

"Muitos deles disseram que é assustador à noite, especialmente a partir da meia-noite até as 4. Você vê um monte de luzes inexplicáveis através dos óculos de visão nocturna. "

A elevação é claramente feita de rocha, uma posição defensiva natural durante séculos. Mas não é uma pedra, embora se assemelhe a uma.

Seteiras medievais e os restos de torres fortificadas em seu flanco oriental mostram que foi certa vez uma grande fortaleza de lama seca que desabou sobre si mesma e provavelmente foi reconstruída mais de cada vez.

O oficial Jabob Lima (direita) e outro fuzileiro no Posto de Observação Rock

Os moradores dizem que remonta a época de Alexandre o Grande, uma outra estrutura semelhante é visível a distância para o sul, parte de uma suposta linha de fortificações construídas em algum momento da história de invasão e guerra do Afeganistão.

Quando os fuzileiros americanos estavam no posto no verão passado, caiu uma bomba de 900 quilos de um lado, colapsando parte da estrutura, que era uma caverna, onde combatentes do Talibã estavam abrigados, alegam seus ocupantes actuais.

"Este lugar realmente é péssimo", disse o oficial Austin Hoyt, 20, pegando sua bagagem para retornar à base principal. "Os afegãos dizem que é assombrado".

"Cave em qualquer lugar e você vai encontrar ossos e pedaços de cerâmica. Este lugar devia estar na National Geographic - em frente há janelas estranhas para disparar flechas. Você sabe, dizem que russos foram executados aqui pelos Mujahedin ".

Ele olhou significativamente para os seus sucessores e se preparou para sair.
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Fonte: Arquivos do Insólito