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  • Vi a minha avó
    Iniciado por Miguel Fernandes
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Olá , já há algum tempo que não vinha por aqui.
O que vou contar a seguir já tem mais de 2 anos, e decido agora escrever e passar o meu testemunho.
 Há cerca de 2 Páscoas atrás a minha avó ficou muito doente, após ter tomado a vacina anti-covid, apesar que também
tinha problemas em um dos rins. Depois se sair do hospital ela veio morar connosco, num quarto um pouco distante do nosso,
em que não tinha escadas, pois ela já mal andava e depois ficou até praticamente acamada.
 Era eu e uma tia minha que tratávamos dela, eu sabia que ela estava muito mal,
mas eu orava e fazia até rituais e pactos imaginários, para que ela vivesse, eu nem sabia bem o que fazia mentalmente,
eu só sabia é que tinha muita fé, e mentalmente usava tudo o que me visse a cabeça, fé, orações, energia, rituais , para mim
tudo era válido, desde que ela vivesse, usei aquilo que vcs podem chamar de católico, wicca, e umbanda, tudo junto.
 De vez em quando ela parecia melhorar, e isso dava esperança à nossa família,
mas as supostas melhoras eram de pouca dura, a verdade é que ela estava a partir aos poucos e poucos, com breves momentos
de supostas melhorias.
 Nos últimos dias de vida dela, começaram a acontecer coisas estranhas :
 há uns 4 ou 5 dias antes dela partir, eu ouvi o meu nome a meio da noite, e eu acordei, eu pensei que era a minha avó a chamar por mim, fui ter ao quarto dela, vi que ela estava a dormir, mas o soalho de madeira estalou debaixo dos meus pés e ela acordei, perguntei se ela me tinha chamado ? e ela : " não, meu filho .. "
 Na noite seguinte voltei a acordar com a mesma voz, voltei lá, e ela repetia que não me tinha chamado. A partir da noite seguinte a voz começou a ser mais insistente e bem mais próxima de mim, já não tão " distante " mas era uma voz meiga, carinhosa, mas decidida. Na terceira noite eu já não fui, eu sabia que não era a minha avó quem me chamava. Na penúltima e última noite em que minha avo ainda estava vida, acordei com o meu quarto iluminado, a voz a chamar por mim bem dentro do meu quarto, e percebi que era uma menina que me chamava, e a voz dizia " deixa-me partir , deixa-me partir " ou melhor : " deixa-a partir, deixa-a partir ... " no dia seguinte minha avó pediu me café com folar, eu sabia que ela não podia comer isso, mas na verdade ela já não comia era nada, já não conseguia digerir nada, ela vomitava e tinha diarreia, eu sentir para lhe fazer essa "ultima vontade" e ela comeu com satisfação, até deu gosto vela comer, a esperança de que afinal ia estar melhor voltava, mas não...essa foi mesmo a última refeição dela, e passado pouco tempo ela faleceu, comigo ali no quarto, eu e minha tia... quando vi que ela tinha mesmo falecido, eu senti para fazer uma coisa, abrir a porta toda e disse " vai...vai avó, se livre, vai para o meu avô , se feliz " claro que falei aquilo a chorar... mas eu entendi, eu não a podia prender mais aqui,
quando é chegada a hora, nada adianta...o melhor é deixar mesmo partir.

 Ela não me saia do meu mental, como se estivesse dentro da minha cabeça, parecia que a conseguia mesmo ver, era como se a visse mesmo no meu mental, ela estava numa espécie da campo florido e estava com meu avô , só achei um pouco estranho ela estar toda de preto, como se fosse roupa antiga e até os seus sapatos eu vi, aquilo para mim era roupa bem antiga que nunca tinha visto na minha vida, mas ela estava feliz, estava com meu avó, num sitio muito lindo e com paz, e ela estava sem dores nenhumas.
 Mais tarde quando veio o dono da funerária, em que iam vestir e etc, eu não queria lá estar, eu sei que ali ela já não estava , só o corpo , mas de repente pareceu me ouvir de novo alguém chamar por mim, eu pensei talvez uma das minhas tias precisasse de mim, então meio contrariado lá fui ao sítio aonde a estavam a vestir, chegando lá perguntei se alguém me chamara? " não .. " ninguém me tinha chamado, mas quando vi ela ali deitada na cama, eu acho que mudei de cor , ela estava vestida exactamente igual como a sentia no meu mental, eu quase me ri, e agradeci interiormente ( obrigado avó por me mostrares que o que vi é real, agora sei mesmo que estás bem ) um pormenor, ela ainda não estava calçada, mas pensei logo que deveriam ser os tais sapatos que tb tinha visto no meu mental, quando a calçaram eram exactamente iguais tb, para que não restassem dúvidas, o saber que ela estava bem, isso de certa forma deu me forças, eu sabia que ela não estava morta, mas viva do lado de lá e bem.

Passado poucas noites acordei e vi a minha avó, já não estava propriamente em carne e osso como era o seu corpo aqui na terra, era como se fosse meio espírito , meio luz, ela apenas me disse " já fui ao Canidelo " e foi embora, eu sabia que ela não podia ficar, o lugar dela não era mais aqui, mas ela quis me dar esse recado, eu não  lembrava o que era o " canidelo " fui ver ao google, uma praia na zona do Porto, mais uma vez me ri, mas com um sentimento de tristeza ao mesmo tempo ,
pois eu tinha planeado levar ela a ver o mar, ela tinha me pedido isso , que queria muito ver o mar, que nunca tinha visto,
e eu era para lhe fazer essa surpresa, mas infelizmente partiu antes que isso fosse realizado, ou melhor, ela viu, depois que
partiu, e fez o favor de mo dizer.

Apenas quis partilhar isto aqui neste grupo,
eu já há muito tempo não duvido da vida após a morte,
já tive várias provas,
mas esta foi sem duvida a pessoa que mais me custou ver partir, ela e a minha ex-noiva de alguns anos atrás.
A psicologia é um grão de areia. A espiritualidade a praia inteira.

Felicito-o pela partilha da sua experiência. É um relato impressionante que desafia as nossas conceções sobre a Vida e a Morte.
"NIEMAND BLEIBT HIER"

Por mais que pensamos que sabemos sobre algo,
mais cedo ou mais tarde pode acontecer algum tipo de experiência ou vivência
que nos faz deitar abaixo os mais sólidos pilares do suposto conhecimento.
Isso não acontece só no mundo da ciência, os cientistas de tempos a tempos têm
que reformular tudo o que pensavam conhecer até ao momento,
ultimamente os paradigmas até tem mudado bastante rápido, sobretudo com os novos telescópios que navegam pelo Universo.

Acontece também no próprio mundo da espiritualidade,
estou quase como o Sócrates, só sei que nada sei..
ainda assim, a probabilidade é bem grande,
de tudo ser muito maior do que aquilo que nos dizem ou que está escrito nos livros.
Talvez maior do que sonha a nossa vã filosofia.
A psicologia é um grão de areia. A espiritualidade a praia inteira.

Boa noite

Somos um "sopro" de vida projectado em átomos imaginados por algo ou alguém. Átomos que vibram e reagem na matéria densa, mas que um dia, evoluirão para uma outra realidade.

Cumprimentos
"Tudo aquilo que o homem ignora não existe para ele. Por isso o universo de cada um se resume ao tamanho de seu saber." - Albert Einstein