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  • Despedimento por justa causa
    Iniciado por Moonlight_1998
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Olá a todos.

Trabalho num escritório há cerca de 1 ano e dois meses e há cerca de dois/três dias, tive uma discussão com a minha chefe, no que a levou a dizer, exaltada, que me iria despedir com justa causa porque, durante a discussão, eu mencionei que não era obrigado a fazer tudo o que ela queria.

Sou relativamente jovem (early twenties) e, sinceramente, nem pensei que ia aguentar tanto tempo num local que me faz tão mal psicologicamente. Durante um ano inteiro tive que aguentar calado ser chamado de burro, estúpido, imbecil, ter tudo aquilo que fazia contestado, receber 1,70€ de subsídio de refeição por dia (que me era retirado se, por algum motivo, a entidade empregadora assim o quisesse), receber o ordenado mínimo e ter que fazer coisas que não faziam parte da minha categoria profissional constantemente.

Há cerca de dois/três meses atrás, comecei a impor-me, e a minha chefe não gostou. Nunca lhe chamei nenhum tipo de nome, mas se fosse arrogante comigo, era arrogante de volta, e ela começou a perceber isso. No entanto, para a minha infelicidade, isso não a fez parar.

A minha única colega de trabalho, que é, também, a única testemunha dos ''horrores'' que passei naquele escritório, está do lado da minha chefe, por conveniência, escolha da qual não a condeno, até entendo, mas não concordo.

Já tive três ataques de pânico desde que lá trabalho, mas nunca revelei o motivo para o meu psiquiatra, dizia sempre que se tratava de fobia social.

Só quis vir aqui desabafar. Se forem visitar o meu perfil, vão encontrar outro tópico, muito mais antigo, no qual retrato o ambiente laboral deste mesmo emprego.

Só espero vir a conseguir algo melhor futuramente.


Podes denunciar o contrato... o código do trabalho é claro...A lei é a lei

Pior não terás... garanto
Como uma pedra na água, como um pássaro no céu, Como uma criança para o seu pai, tu nunca perguntas "porquê", apenas segues a corrente até morreres.

Boa noite,

Eu no seu lugar, passaria a gravar todas as conversas e caso se concretizasse esse despedimento, apresentaria queixa crime.
Tem aí vários argumentos que lhe poderiam dar uma bela indemnização.
"Tudo aquilo que o homem ignora não existe para ele. Por isso o universo de cada um se resume ao tamanho de seu saber." - Albert Einstein

Ela foi ontem falar com o advogado dela, provavelmente para ter uma noção do que fazer, penso eu. Em breve deverei receber em casa a carta de despedimento.

Estou triste por ser despedido desta forma, especialmente porque, devido aos factos, ela não tem grande razão, mas também sei que ela tem a faca e o queijo na mão - a minha colega está disposta a testemunhar a favor dela, mesmo que isso implique mentir e distorcer as minhas palavras.

A única coisa boa desta situação toda é mesmo sair dali, já não estava a aguentar, tenho depressão e ansiedade (que não foram causadas pelo trabalho, mas foram agravadas pelo ambiente profissional, sem dúvida).

Obrigado pelas respostas... espero que ninguém passe por esta situação.

#4
Boa tarde.
Defendermos o que são os nossos direitos e a nossa dignidade não é uma opção, é um dever que temos perante nós próprios, perante as gerações futuras e perante os nossos antepassados.
Não queremos que os direitos dos nossos filhos sejam esmagados.
E não aceitamos que os sacrifícios dos nossos antepassados tenham sido em vão...
Todas as almas dos que lutaram no passado mais ou menos remoto, para que hoje possamos viver em relativa liberdade e com direitos no trabalho, estarão de pé ao nosso lado quando lutamos por aquilo que é justo.
Tal como diz o poema do José Gomes Ferreira, musicado pelo Maestro Lopes Graça, "Porque nenhum de nós anda sozinho / E até mortos vão a nosso lado."
Falei no plano ético.
Agora num plano mais pessoal, o que há a fazer é pedir sempre que as orientações de trabalho sejam dadas por escrito, é um direito. E também é muito importante perceber que o despedimento por justa causa é para situações muito especificas de incumprimento dos deveres do trabalhador de forma injustificada... não me parece que isso tenha acontecido. Ainda a acrescentar que a Autoridade para as Condições de Trabalho (https://www.act.gov.pt/(pt-PT)/Paginas/default.aspx ) serve justamente para nos defender de situações como as descritas... Denuncie. Por escrito e guarde sempre copia.
Sob o ponto de vista emocional, lembre-se que o medo nos bloqueia e nos impede de progredir. Não tenha nunca medo de fazer o que está certo.
Também ao nível espiritual a mensagem que tenho para si é essa: lute! Lute, não se deixe apequenar e faça por si! porque se os seus guias e entidades que o acompanham o puseram nesse lugar foi por alguma razão... se está desconfortável lute! se calhar foi precisamente para aprender a lutar e a defender-se que o puseram aí... e aprendida essa lição, há progressão, há caminho aberto e haverão novas lições. Essa sua chefe é uma pessoa mesquinha que morre de medo quando for confrontada com os seus atos... Olhe-a nos olhos e quando o fizer pense: "eu não te quero mal... mas tu não tens força para me prejudicares..."
Fique bem
Fique em Paz
Existem as coisas que podemos mudar.
Existem as coisas que não podemos mudar.
Sabedoria é mudar o que pudermos mudar e adaptar-nos ao que tivermos que nos adaptar.

#5
Citação de: Mestre Juremeiro em 09 março, 2021, 14:15
Boa tarde.
Defendermos o que são os nossos direitos e a nossa dignidade não é uma opção, é um dever que temos perante nós próprios, perante as gerações futuras e perante os nossos antepassados.
Não queremos que os direitos dos nossos filhos sejam esmagados.
E não aceitamos que os sacrifícios dos nossos antepassados tenham sido em vão...
Todas as almas dos que lutaram no passado mais ou menos remoto, para que hoje possamos viver em relativa liberdade e com direitos no trabalho, estarão de pé ao nosso lado quando lutamos por aquilo que é justo.
Tal como diz o poema do José Gomes Ferreira, musicado pelo Maestro Lopes Graça, "Porque nenhum de nós anda sozinho / E até mortos vão a nosso lado."
Falei no plano ético.
Agora num plano mais pessoal, o que há a fazer é pedir sempre que as orientações de trabalho sejam dadas por escrito, é um direito. E também é muito importante perceber que o despedimento por justa causa é para situações muito especificas de incumprimento dos deveres do trabalhador de forma injustificada... não me parece que isso tenha acontecido. Ainda a acrescentar que a Autoridade para as Condições de Trabalho (https://www.act.gov.pt/(pt-PT)/Paginas/default.aspx ) serve justamente para nos defender de situações como as descritas... Denuncie. Por escrito e guarde sempre copia.
Sob o ponto de vista emocional, lembre-se que o medo nos bloqueia e nos impede de progredir. Não tenha nunca medo de fazer o que está certo.
Também ao nível espiritual a mensagem que tenho para si é essa: lute! Lute, não se deixe apequenar e faça por si! porque se os seus guias e entidades que o acompanham o puseram nesse lugar foi por alguma razão... se está desconfortável lute! se calhar foi precisamente para aprender a lutar e a defender-se que o puseram aí... e aprendida essa lição, há progressão, há caminho aberto e haverão novas lições. Essa sua chefe é uma pessoa mesquinha que morre de medo quando for confrontada com os seus atos... Olhe-a nos olhos e quando o fizer pense: "eu não te quero mal... mas tu não tens força para me prejudicares..."
Fique bem
Fique em Paz


Muito obrigado por essas palavras, Mestre Juremeiro. Estava mesmo a precisar... ando tão em baixo com tudo isto, parece que a minha vida está parada no fundo do poço e, por mais que lute, não consigo subir.
E, de facto, apesar de não gostar dela, nem das atitudes dela, não lhe desejo mal. Já desejei, inconscientemente, mas agora não. Tenho pena, porque é uma mulher com 60 anos de vida que se comporta, muitas vezes, como uma criança mimada. Ela até fala mal, constantemente, dos próprios netos, que têm 3 anos e 7 respetivamente.
Alguém assim é digno de pena, e não de ódio.

A sua vida não está parada. Está em movimento e cabe-lhe a si fazer por isso. Não baixe nunca a cabeça perante outras pessoas de carne e osso. Respeite mas exija respeito.
E pode ter a certeza de uma coisa, quando começar a mudar o mundo muda consigo!
Faça o que tem a fazer.
Se precisar de ajuda, peça.
Mas não desista nunca de lutar por ser feliz porque é para ser feliz que está neste plano a viver esta vida.
Fique bem.
Fique em Paz.
Existem as coisas que podemos mudar.
Existem as coisas que não podemos mudar.
Sabedoria é mudar o que pudermos mudar e adaptar-nos ao que tivermos que nos adaptar.

Moonlight

Isto é assedio moral. Provavelmente vai perder o emprego. Crie foco, na medida do possivel e peça proteção aos seus anjos da guarda e mentores. Comece a procurar outro emprego.
Boa sorte.
Iei Or (faça-se luz)
Shalom Aleichem

#8
Citação de: cleopatra em 09 março, 2021, 17:55
Moonlight

Isto é assedio moral. Provavelmente vai perder o emprego. Crie foco, na medida do possivel e peça proteção aos seus anjos da guarda e mentores. Comece a procurar outro emprego.
Boa sorte.

Sim, hoje tive uma consulta com o meu psicólogo e ele também referiu que o que ela me fez poderia ser considerado assédio moral, mas infelizmente não tenho provas. Ontem e hoje gravei as conversas no escritório mas, para a minha infelicidade, não consegui obter nada que me pudesse ajudar. Mas apanhei-as a fazerem comentários bastante desagradáveis nas costas de alguns clientes, o que, infelizmente, é comum naquele escritório... enfim.

#9
Qual a empresa onde trabalhas? Visto estares a usar um nickname e não tens imagem, podes divulgar à confiança. Tenho amigos no ACT e se o que dizes é verdade eles podem ajudar.

Citação de: Moonlight_1998 em 09 março, 2021, 23:26
Sim, hoje tive uma consulta com o meu psicólogo e ele também referiu que o que ela me fez poderia ser considerado assédio moral, mas infelizmente não tenho provas. Ontem e hoje gravei as conversas no escritório mas, para a minha infelicidade, não consegui obter nada que me pudesse ajudar. Mas apanhei-as a fazerem comentários bastante desagradáveis nas costas de alguns clientes, o que, infelizmente, é comum naquele escritório... enfim.
Atenção que gravações de conversas, mesmo que incriminatórias, sem autorização não tem validade em tribunal...

"Tudo aquilo que o homem ignora não existe para ele. Por isso o universo de cada um se resume ao tamanho de seu saber." - Albert Einstein

#11
Citação de: Sincro em 10 março, 2021, 11:30
Qual a empresa onde trabalhas? Visto estares a usar um nickname e não tens imagem, podes divulgar à confiança. Tenho amigos no ACT e se o que dizes é verdade eles podem ajudar.

Atenção que gravações de conversas, mesmo que incriminatórias, sem autorização não tem validade em tribunal...

Como disse no meu tópico anterior, há um ano atrás, é um escritório muito pequenino, somos apenas 2 empregados (contando comigo), e 2 chefes, se eu dissesse o nome, seria incrivelmente fácil de descobrirem quem sou e não quero arranjar confusões por causa disso.
Já liguei para o ACT e, apesar de a senhora que me atendeu ser muito simpática e esclarecedora, ela realmente disse que sem provas, seria muito difícil seguir com isto para o tribunal do trabalho...

Só venho dizer umas coisas importantes, sei que a situação é difícil mas sem provas nada feito, de resto a entidade patronal pode despedir quando quizer, ou justa causa se tiver motivos viáveis ou por vontade e paga os direitos, contudo, como há muita falta de emprego não metas os pés pelas mãos, aí tens ordenado garantido, despedido já não tens certeza se aparece.
Tudo pelo melhor, força.

#13
Citação de: _Indigo_ em 10 março, 2021, 11:43
Bom dia

Caro Sincro, em algumas excepções, como por exemplo "Legitima Defesa", essas provas podem ser utilizadas.

http://boletim.oa.pt/project/abr19-a-possibilidade-das-gravacoes-ilicitas-nao-autorizadas-servirem-ou-nao-para-prova-em-juizo-direito-a-privacidade-vs-prova-de-crime/
Não vejo no caso acima referencia a agressões. Cada caso é um caso obviamente e é sempre melhor ter provas do que não ter. Concordo

Citação de: Moonlight_1998 em 10 março, 2021, 13:39
Como disse no meu tópico anterior, há um ano atrás, é um escritório muito pequenino, somos apenas 2 empregados (contando comigo), e 2 chefes, se eu dissesse o nome, seria incrivelmente fácil de descobrirem quem sou e não quero arranjar confusões por causa disso.
Já liguei para o ACT e, apesar de a senhora que me atendeu ser muito simpática e esclarecedora, ela realmente disse que sem provas, seria muito difícil seguir com isto para o tribunal do trabalho...
A questão aqui é se queres ou não ser ajudado. É mesmo só isso... Que confusão vais arranjar? Ser duplamente despedido? Não percebi...

Citação de: mrpauloaguiar em 10 março, 2021, 14:32
Só venho dizer umas coisas importantes, sei que a situação é difícil mas sem provas nada feito, de resto a entidade patronal pode despedir quando quizer, ou justa causa se tiver motivos viáveis ou por vontade e paga os direitos, contudo, como há muita falta de emprego não metas os pés pelas mãos, aí tens ordenado garantido, despedido já não tens certeza se aparece.
Tudo pelo melhor, força.
Isto é conversa de patrão... Mesmo que te obriguem a comer merd@ como tens ordenado garantido mantém-te aí... É por isso que os gordos continuam a engordar. Perante injustiças só tem de ser apertados e levados à justiça

Isto tudo, claro. Não pondo em causa o que dizes. Pq muita gente vem contar coisas que não são verdadeiras

#14
Este tópico serviu mais para um desabafo, como expliquei logo ali em cima, e não um pedido de ajuda concreto, Sincro, embora agradeça a tua solidariedade nesse aspecto. O meu contrato de trabalho tem uma cláusula onde está bem esclarecido que: ''O segundo outorgante declara não fornecer ou divulgar, [...] conteúdos e informações [...] que, possam, de alguma maneira, pôr em risco, deturpar a imagem e bom nome, [...] do primeiro outorgante''. Então, não quero, de todo, estar aqui a expor o nome da empresa, se o fizesse, seria, certamente, com a ajuda de um advogado.

E eu também tinha essa mentalidade mrpauloaguiar, deixava que me chamassem de tudo, que me humilhassem e que me respondessem mal e aguentava, guardava tudo para mim, ficava calado, o que teve um peso notório na minha saúde mental. Com a ajuda do meu psicólogo, amigos e psiquiatra, comecei a entender que 1€ e qualquer coisa de subsídio de alimentação, dia sim e dia não, e o ordenado mínimo por mais de 8h por dia, não compensavam a deterioração da minha saúde e sanidade mental. Aliás, nenhum dinheiro compensa.
E não aconselho ninguém a ficar num trabalho onde é tratado abaixo de cão, porque a obediência tem limites, somos empregados, não somos escravos.