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  • Hannah Baker [Human] A História!
    Iniciado por MMFH
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http://www.youtube.com/watch?v=QVu4rUabSYs

A famosa história de Hannah Baker,

Hannah não gostava de rosas, achava-as um clichê, mas Hannah também as amava por serem um clichê; o clichê que representava algo que ela buscava. Porque eram as rosas que o pai dava à mãe que lhe mostravam que, sim, existiam homens decentes, existia amor, existia uma possibilidade de felicidade. O ódio de Hannah às rosas era por ver no clichê uma farsa, uma ideia que lhe foi vendida e que a sua vida foi lhe mostrando, a cada nova relação, como inalcançável. Essa ambiguidade fazia parte de Hannah, como tantas outras. Como as ambiguidades que constituem o que sentimos pelas pessoas, por nós mesmos, pelo mundo em que vivemos.

Thirteen Reasons Why, está longe de ser uma série que representa a busca de uma jovem pela morte. De facto, ela representa uma busca autêntica pela vida, pela sua beleza. É o amor de Hannah pela vida que a faz odiar a vida (a vida tal como lhe foi dada a viver), como era o seu amor pelas rosas que a fazia odiá-las. É a entrega de Hannah às pessoas, ingénua e franca, que a torna, relação após relação, uma pessoa destroçada e fechada, até o ponto de a sua incapacidade de se relacionar com a única pessoa que durante o tempo todo esteve disposta a reconhecê-la como uma pessoa plena, tal como ela quisesse ser e mostrar-se.

Clay Jensen, amou Hannah sem jamais poder ultrapassar as suas barreiras e defesas, busca motivos na morte de Hannah, precisa ter um sentido para que ele possa viver. E as cassetes são um sentido que Hannah deu a quem quisesse ouvir, são um manifesto de que a dor não nasce pronta, de que ninguém vem ao mundo como um "suicida" e nem deseja a morte antes de ter procurado por todos os caminhos a retribuição do amor que dedicou à vida.

Mas afinal, de quem é  a culpa? Da tradição de uma sociedade que se atribui de forma nada modesta do rótulo de "a mais livre do mundo", onde todos são responsabilizados individualmente por acertos, erros, fracassos e sucessos não deixa margem para dúvidas. A judicialização da vida acerta as responsabilidades de cada um diante dos seus crimes, e é essa a resposta que os Baker procuram para expiar a sua dor diante do incomensurável luto pela perda da sua filha.

As opressões, explorações, coisificação das relações, individualismo extremo, competitividade e pragmatismo ,entre outras marcas das ações dos jovens levam Hannah a construir a sua trajetória rumo à morte; não são características típicas dos jovens, ou das escolas, ou do bullying. São estruturais da sociedade capitalista, expressam uma ideologia que se alimenta dele e lhe perpetua as suas ideias e formas de comportamento.

O peso de uma sociedade patriarcal, machista e misógina estão na linha de frente das treze razões de Hannah. Tratada como objeto sexual, Hannah vê-se reduzida nos corredores da escola, nas redes sociais, no imaginário daquela comunidade a uma não-pessoa, tirada da condição de sujeito por um suposto comportamento sexual.

O que está aqui em jogo neste caso não é meramente a "crueldade adolescente" em espalhar boatos, "destruir reputações", estigmatizar. O que está aqui colocado é o peso brutal de uma moral que quer impedir a todo custo que as mulheres sejam sujeito da sua própria sexualidade, que a exerçam livremente como, quando e com quem lhes pareça melhor.

E é assim que se resolvem as coisas numa sociedade que produz a morte de milhares de Hannah´s, massivamente, continuamente. Não se buscam as causas, mas sim a prevenção eficaz, imediata e silenciosa dos sintomas. Mas o que se reprime, tanto psiquicamente como socialmente, sempre voltará à tona com uma violência fectida.
Amor incondicional é aquele que quer o bem do outro, independente do seu "eu" individual

#1
És de uma sensibilidade que às vezes tenho dificuldade em descrever. Vi a série contigo, 🙂 captaste a mensagem da Hannah e descreveste-a de uma maneira tão bonita e emotiva. Deste-lhe voz e justiça. ❤️
Consegues ver através dos olhos dos outros, admiro-te tanto por isso, pela capacidade de te colocares no lugar do outro e de sentires tudo com tanta emoção é apaixonante sentir as tuas palavras.
Foste capaz de ver para além do que o comum dos mortais vê, vês com alma e coração.

Tenho a certeza que muitos passaram por este post e como era demasiado extenso nem se deram ao trabalho de o ler. É uma canseira e pelo título é apenas mais uma história... Que aflição que isso me faz. Dás "pérolas a porcos" os sensíveis podem criticar a minha opinião, não me faz confusão, faz-me mais confusão ver que o mundo continua igual e as pessoas estão cada vez mais centradas nelas próprias, por essa razão ainda há muitas histórias como a da frágil e vulnerável Hannah!

AMO-TE como todo o meu ser Peaches. ❤️ És das pessoas mais especiais, delicadas, afetivas e empáticas que tenho o privilégio de conhecer. 🙏❤️😘 Um beijo enorme nesse coração gigante echeio de amor ❤️😘😍

Meu amor ❤️, não fiz nada demais, não sejas exagerado, limitei-me a expor a minha visão sobre um assunto que me tocou particularmente... Foi só isso, não me importo se as pessoas ligam a isso ou não, o que realmente me importa são as atrocidades que são cometidas diariamente a tantas Hannah's e que as fazem desistir da própria vida, isso é que para mim é importante e enquanto eu tiver voz vou tentar dar-lhes justiça!

Obrigada pelas palavras, já me emocionei, patego! ❤️
AMORO-TE 😘❤️😍
Amor incondicional é aquele que quer o bem do outro, independente do seu "eu" individual