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  • "Dejá vu"
    Iniciado por F.Leite
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     Como todos sabem, o dejá vu é a sensação de já se ter vivido a situação que se está a viver no momento presente. É caracterizado por uma sensação de "estranheza" difícil de explicar por palavras. Eu já vivi algumas dessas situações e muitos de vós também já o devem ter experimentado.

     Tudo o que se possa dizer sobre o dejá vu são puras teorias, mas que apesar disso devem ser discutidas e esmiuçadas. Uma das teorias diz que o que acontece nesses momentos é que o paciente está a viver uma situação exatamente igual à que viveu numa vida passada. Terá fundamento esta teoria?

     Vamos atentar num caso. Um individuo tem um dejá vu. Está a conversar com outros e a sensação é de que já teve aquela mesma conversa, inclusive consegue por momentos saber o que vai ser dito pelos intervenientes. As palavras e as imagens surgem na mente exatamente antes de serem ditas ou observadas e dá-se aquele momento estranho em que até parece que o tempo abranda e os segundos se arrastam, para logo de seguida tudo voltar ao normal restando a ideia de que "já vivi esta situação antes".

     No apogeu do dejá vu, momento em que a "sensação estranha" invade a mente, tudo é exatamente igual, a situação atual é o espelho da outra sendo impossível distinguir uma da outra. Isto obriga a uma reflexão: todos os intervenientes teriam que já ter vivido antes, teriam que ter morrido e de ter reencarnado mantendo exatas as mesmas características físicas, o que implicaria uma reencarnação quase simultânea dos intervenientes. Teriam também que se vestir exatamente da mesma forma que numa vida anterior e manter a voz exatamente igual à que antes possuíam.

     As probabilidades de todos estes factores se conjugarem temos que admitir que são nulas. Somos humanos gerados naturalmente e não clones uns de outros.

     Outras explicações há que poderão ser aqui debatidas, mas eu não me vou alongar de momento. Vou simplesmente expôr a minha teoria.

     Tudo o que eu já vi durante a minha vida, está na minha memória e foi lá guardado depois de ter sido visto, sentido ou escutado pelos meus órgãos físicos de uma forma consciente. Tem portanto o nosso cérebro uma mecânica organizada para reter memórias, em que tudo o que é visto no presente é comparado com o que está na memória, processo esse que embora rápido demora sempre uns micro-segundos.

     E se acontecer uma quebra nessa mecânica provocada por uma aceleração repentina da nossa mente? Vou tentar explicar. O que eu vejo é captado pelos olhos, o ponto"A" e é associado ao que captam os outros sentido no ponto "B" e é feita a critica do conjunto por comparação com o que está retido na memória, o ponto "C". Se nesse processo houver uma quebra e a informação seguir por dois caminhos diferentes, teremos uma informação que parte de "A" e segue diretamente para "C" onde é memorizada e a mesma informação que partindo de "A" continua a seguir por "B" e que ao chegar a "C" se vai deparar com a mesma informação acabada de memorizar micro-segundos antes.  Estaríamos a ver, não o que já tínhamos visto em tempos passados, mas precisamente a mesma situação, só que mentalmente processada a ritmos diferentes.

     A sensação estranha de que o tempo se altera teria explicação nesta forma de teorizar o fenómeno que, repito, não passa de uma simples teoria tal como tudo o que de momento qualquer um possa dizer sobre o dejá vu.

     A verdade verdadeira, essa, temos que a procurar observando o mundo que nos rodeia.

#1
Admiro muito o seu intelecto e pensamento respeitável F.Leite, como disse, " obriga-nos " a pensar, e isto dito de uma forma positiva.. dependendo dos casos, pois cada caso é um caso, não poderemos generalizar, há dejá vus, que serão sim puramente reminescências psicológicas, que não nos recordamos de forma consciente quando exactamente aquela situação aconteceu no passado, pode até ter sido na nossa infância, ter ficado gravado o acontecimento no nosso cérebro, mas não de forma consciência e dai a sensação de deja vu.
Mas há casos e casos, eu acredito e cada vez mais que nem tudo é psicológico, e nem tudo é racional ou cientifico, e isto dito por alguém que em adolescente era profundamente cético com tudo e mais alguma coisa, sempre arranjava ou até mesmo inventava argumentos lógicos para explicar o que outros diziam ser casos paranormais, e o que é certo é que ganhava muitas vezes, mas no fundo eu estava a ser um hipócrita, porque eu fartava-me de ler e pesquisar desde tenra idade, aliás entrei no curso de psicologia, e hoje mais do que nunca acredito que existe muita coisa que jamais poderá ser explicada, nem pelas mentes mais brilhantes, às vezes é melhor aceitar, mas repito cada caso é um caso, e a grande dificuldade é precisamente essa, separar o trigo do joio, nem sempre é fácil, e torna-se ainda muito mais difícil acreditar seja no que for, quando nascemos e crescemos em sociedades que tendem a ser altamente racionais e profundamente dogmáticas de que a ciência explica tudo, então só mesmo vendo para crer, não há outro jeito, a sociedade nos obriga a sermos céticos, pelo menos a nossa sociedade.

Grande abraço F.Leite
e lhe desejo tudo de bom sempre.
A psicologia é um grão de areia. A espiritualidade a praia inteira.