Excepções à regra do celibato

Os casos de abusos sexuais e os casos de padres com amantes e filhos têm levado a muitos debates sobre os porquês da imposição do celibato e se essa imposição faz ou não sentido.
A igreja católica tem lá as suas explicações floreadas para defender esse assunto, por isso foi com surpresa que ontem vi esta notícia:

Vaticano propõe exceções à regra do celibato para padres

Um documento do Vaticano sugere que homens casados "de virtude comprovada" possam ser considerados para padres, em áreas remotas da Amazónia, de modo a superar a escassez de clero na região

Em 1075, o Papa Gregório VII impediu os sacerdotes casados de exercer o ministério, uma medida que foi formalizada quase meio século depois. Agora, uma das propostas a ser considerada pelo Vaticano diz respeito à ordenação de homens casados em comunidades específicas, e abre o debate poderá dar força aos defensores do relaxamento da regra do celibato. O próprio Papa Francisco afirmou anteriormente que estaria disposto a aceitar que homens casados fossem ordenados em áreas onde há escassez de sacerdotes, mas mantendo a exigência de que a maioria dos sacerdotes continuasse a ser celibatários.

A recomendação será discutida num sínodo de bispos da Amazónia que acontecerá no Vaticano em outubro. Segundo o documento oficial em que é discriminada a ordem de trabalhos do evento, está prevista a discussão da possibilidade de ordenar "viri probati" - latim para "homens de virtude comprovada". "Ao mesmo tempo que se afirma que o celibato é uma dádiva para a Igreja, tem havido pedidos para que, nas áreas mais remotas da região, seja discutida a possibilidade de conferir a ordenação sacerdotal a homens idosos", uma vez que, "as comunidades têm dificuldade em celebrar a Eucaristia frequentemente por falta de sacerdotes. Por isso, em vez de deixar as comunidades sem a Eucaristia, os critérios de seleção e preparação dos ministros autorizados a celebrá-la deveriam ser mudados", pode ler-se.

A igreja luta contra a escassez de sacerdotes há décadas, particularmente na Europa e na América do Norte, que sofreram fortes quedas no número de fiéis, bem como escândalos devastadores de abuso sexual. Em alguns lugares, os sacerdotes foram transferidos da África subsariana e da Ásia, onde a igreja continua próspera, para preencher vagas.

Segundo o relatório, os candidatos a sacerdotes devem ser "preferencialmente indígenas, respeitados e aceites nas suas comunidades" e podem até ter uma "família estabelecida e estável, para assegurar os sacramentos que acompanham e sustentam a vida cristã". Também foi recomendado que o sínodo, que acontece de 6 a 27 de outubro, discuta a possibilidade de dar às mulheres da Amazónia um papel maior na Igreja Católica. O Vaticano considera que dentro da Igreja "a presença feminina nas comunidades nem sempre é valorizada".

Esta proposta surge na sequência de um aumento exponencial, durante a última década, da pressão para que os homens casados possam ser considerados para sacerdotes. Na Irlanda, por exemplo, onde o número de párocos caiu quase 17% nos 10 anos, a Associação de Párocos Católicos já tinha proposto a ordenação de homens casados para combater a "crise vocacional" e, segundo um inquérito realizado pela associação em 2012, quase nove em cada dez católicos irlandeses gostariam que os padres pudessem se casar.

Alguns argumentaram até que a exigência do celibato pode contribuir para o abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis, levados a cabo por padres, embora outros sublinhem que muitos pedófilos e abusadores não são celibatários.

(em visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2019-06-19-Vaticano-propoe-excecoes-a-regra-do-celibatopara-padres)

Noutros credos os sacredotes podem escolher o que querem fazer da vida em relação ao casamento. Os católicos sempre fizeram questão de se distinguir neste aspecto, falando em "sacrificio" e "oferecer o seu tempo e a sua vida a deus", dizem que é a igreja ou Jesus o esposo do sacerdote e é a eles que o sacerdote tem de se dedicar de corpo e alma.
Dizem eles que não é dogma, é algo que faz parte da "identidade do sacerdote católico".

Se é assim, como é que se vai ignorar estas coisas apenas porque... estão com falta de padres? Ou o celibato  é importante ou não é importante. Não pode ser importante nuns casos e noutros casos ser algo a que podemos fechar os olhos porque nos dá jeito.

Só há "homens casados de virtude comprovada" em lugares remotos como a Amazónia?? E o que irão pensar outros padres, ou homens que estejam a pensar seguir esta via, ao constatarem que a esses é dada a liberdade de escolha, só porque estão numa zona remota, mas a eles é imposta uma restrição que afinal não deve ser assim tão importante como isso?

Talvez esta seja a oportunidade de a igreja pensar seriamente sobre o assunto, mas que o faça de forma equilibrada e justa para todos os seus sacerdotes.

Os casos de abusos sexuais e os casos de padres com amantes e filhos têm levado a muitos debates sobre os porquês da imposição do celibato e se essa imposição faz ou não sentido.
A igreja católica tem lá as suas explicações floreadas para defender esse assunto, por isso foi com surpresa que ontem vi esta notícia:

Vaticano propõe exceções à regra do celibato para padres

Um documento do Vaticano sugere que homens casados "de virtude comprovada" possam ser considerados para padres, em áreas remotas da Amazónia, de modo a superar a escassez de clero na região

Em 1075, o Papa Gregório VII impediu os sacerdotes casados de exercer o ministério, uma medida que foi formalizada quase meio século depois. Agora, uma das propostas a ser considerada pelo Vaticano diz respeito à ordenação de homens casados em comunidades específicas, e abre o debate poderá dar força aos defensores do relaxamento da regra do celibato. O próprio Papa Francisco afirmou anteriormente que estaria disposto a aceitar que homens casados fossem ordenados em áreas onde há escassez de sacerdotes, mas mantendo a exigência de que a maioria dos sacerdotes continuasse a ser celibatários.

A recomendação será discutida num sínodo de bispos da Amazónia que acontecerá no Vaticano em outubro. Segundo o documento oficial em que é discriminada a ordem de trabalhos do evento, está prevista a discussão da possibilidade de ordenar "viri probati" - latim para "homens de virtude comprovada". "Ao mesmo tempo que se afirma que o celibato é uma dádiva para a Igreja, tem havido pedidos para que, nas áreas mais remotas da região, seja discutida a possibilidade de conferir a ordenação sacerdotal a homens idosos", uma vez que, "as comunidades têm dificuldade em celebrar a Eucaristia frequentemente por falta de sacerdotes. Por isso, em vez de deixar as comunidades sem a Eucaristia, os critérios de seleção e preparação dos ministros autorizados a celebrá-la deveriam ser mudados", pode ler-se.

A igreja luta contra a escassez de sacerdotes há décadas, particularmente na Europa e na América do Norte, que sofreram fortes quedas no número de fiéis, bem como escândalos devastadores de abuso sexual. Em alguns lugares, os sacerdotes foram transferidos da África subsariana e da Ásia, onde a igreja continua próspera, para preencher vagas.

Segundo o relatório, os candidatos a sacerdotes devem ser "preferencialmente indígenas, respeitados e aceites nas suas comunidades" e podem até ter uma "família estabelecida e estável, para assegurar os sacramentos que acompanham e sustentam a vida cristã". Também foi recomendado que o sínodo, que acontece de 6 a 27 de outubro, discuta a possibilidade de dar às mulheres da Amazónia um papel maior na Igreja Católica. O Vaticano considera que dentro da Igreja "a presença feminina nas comunidades nem sempre é valorizada".

Esta proposta surge na sequência de um aumento exponencial, durante a última década, da pressão para que os homens casados possam ser considerados para sacerdotes. Na Irlanda, por exemplo, onde o número de párocos caiu quase 17% nos 10 anos, a Associação de Párocos Católicos já tinha proposto a ordenação de homens casados para combater a "crise vocacional" e, segundo um inquérito realizado pela associação em 2012, quase nove em cada dez católicos irlandeses gostariam que os padres pudessem se casar.

Alguns argumentaram até que a exigência do celibato pode contribuir para o abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis, levados a cabo por padres, embora outros sublinhem que muitos pedófilos e abusadores não são celibatários.

(em visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2019-06-19-Vaticano-propoe-excecoes-a-regra-do-celibatopara-padres)

Noutros credos os sacredotes podem escolher o que querem fazer da vida em relação ao casamento. Os católicos sempre fizeram questão de se distinguir neste aspecto, falando em "sacrificio" e "oferecer o seu tempo e a sua vida a deus", dizem que é a igreja ou Jesus o esposo do sacerdote e é a eles que o sacerdote tem de se dedicar de corpo e alma.
Dizem eles que não é dogma, é algo que faz parte da "identidade do sacerdote católico".

Se é assim, como é que se vai ignorar estas coisas apenas porque... estão com falta de padres? Ou o celibato  é importante ou não é importante. Não pode ser importante nuns casos e noutros casos ser algo a que podemos fechar os olhos porque nos dá jeito.

Só há "homens casados de virtude comprovada" em lugares remotos como a Amazónia?? E o que irão pensar outros padres, ou homens que estejam a pensar seguir esta via, ao constatarem que a esses é dada a liberdade de escolha, só porque estão numa zona remota, mas a eles é imposta uma restrição que afinal não deve ser assim tão importante como isso?

Talvez esta seja a oportunidade de a igreja pensar seriamente sobre o assunto, mas que o faça de forma equilibrada e justa para todos os seus sacerdotes.

É uma tamanha parvoíce e anti-natura.

Depois assistimos ao que recorrentemente ouvimos e vemos, padres com filhos não reconhecidos... com relações mais que sabidas mas não assumidas.

Mas "esta gente" acha que por servir a Deus está imune da natureza humana?

É uma tamanha parvoíce e anti-natura.

Depois assistimos ao que recorrentemente ouvimos e vemos, padres com filhos não reconhecidos... com relações mais que sabidas mas não assumidas.

Mas "esta gente" acha que por servir a Deus está imune da natureza humana?

Segundo o que disse um responsável da Igreja Católica num debate televisivo na TVI, acerca deste assunto, logo que um padre prevarique só às vezes não há mal nenhum.
Sim disse isso, porque eu vi e ouvi e fiquei estupefacto...ou talvez não, até porque se o Deus da Igreja católica é hipocrita, decerto que compatua com esse tipo de afirmações.

Eu gostaria de saber onde o Vaticano vai buscar essas regras...
Um homem casado será menos sério nas missas que um homem solteiro?
Onde está escrito na Biblia que um homem não pode ser casado e constituir familia?
Dizem que o "JC" foi casado e teve filhos, porque o Vaticano não fala disso?

Enfim, religiões...

O Vaticano sabe muito bem onde as vai buscar. A Igreja Católica integrou no seu seio muitas tradições de diferentes tendências, integrou paganismo celta, judaísmo e muitas coisas do Médio Oriente e Egipto. Existe um fundamento oculto por detrás do celibato e sim, é uma técnica dos ascetas, uma entre muitas. Contudo sendo a Igreja tão vasta parece-me absurdo que o celibato seja imposto, seja obrigatório. Há muito tempo que a Igreja deveria ter reservado o celibato para algumas ordens religiosas e para os Altos cargos. Nos padres deveria ser opcional, teria certamente prevenido os escândalos dos últimos tempos.

Boa noite

O Vaticano exigindo o celibato não estará a contrariar o criador?

Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra

O motivo pelo qual os padres não podem casar é bastante mais mundano, mas claro que a igreja tinha de arranjar motivos religiosos e santos para o justificar.

Como disse o Gens, há casos em que o celibato é uma técnica que auxilia num determinado caminho, mas querer fazer crer que esse caminho é indicado para todos os padres é não ter noção que isso não é para todas as pessoas.

Dizem que o "JC" foi casado e teve filhos, porque o Vaticano não fala disso?

Porque o Vaticano afirma categoricamente o contrário, sendo que o "facto" de Jesus não ter sido casado é um dos motivos pelos quais afirmam ser o celibato absolutamente necessário.
É aquela coisa de seguir o exemplo de Cristo.

A não ser que estejamos a falar da Amazónia, claro... aí basta ter virtude comprovada.

O Vaticano exigindo o celibato não estará a contrariar o criador?

Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra

Mais ou menos... vejamos:

Segundo o que disse um responsável da Igreja Católica num debate televisivo na TVI, acerca deste assunto, logo que um padre prevarique só às vezes não há mal nenhum.

Suponho que nessas algumas vezes, se o padre fizer filhos também não deve haver mal, não pode é saber-se!

Mas "esta gente" acha que por servir a Deus está imune da natureza humana?

(modo irónico: ligado)
A natureza humana é coisa do povo, aqueles a quem eles chamam de rebanho. Como rebanho que o povo é, a ele é que se aplica essas coisas da natureza e da multiplicação e tal.

As regras para os pastores são diferentes, é outro pedigree, outro degrau da escala evolutiva da moral. Um degrau mais elevado, claro!