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  • Relíquias "sagradas"
    Iniciado por Cassandra
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Fui ver uma das 389 gravações que tenho na box (mais coisa menos coisa...) e escolhi ver um programa sobre relíquias católicas, mais concretamente relíquias ligadas à morte de Jesus Cristo.

Pedaços da cruz, os pregos, espinhos da coroa, sudários, até sangue recolhido na altura da crucificação, enfim, em 2000 anos muita "relíquia" surgiu e andou por aí a ser espartilhada, distribuída, vendida e tudo o mais.
Já se concluíu há muito tempo por pessoas que têm estudado o fenómeno que estas relíquias têm pouco de original. Lembro-me que no caso da madeira da cruz da crucificação, por exemplo, numa certa altura alguém se deu ao trabalho de fazer o levantamento de quantos pedacinhos havia espalhados pelo mundo e seu tamanho, tendo chegado à brilhante conclusão que aquela madeira toda junta dava para fazer uma floresta! - claro que isto é uma afirmação exagerada, mas serviu para que se compreenda que não é possível que todas as relíquias que andam por aí sejam originais - se é que alguma é...

Mas isso não é problema! Como se percebe facilmente pela história da igreja católica, eles são pródigos em arranjar justificações estapafúrdias para todo o non sense que têm produzido desde os seus primórdios.

Não lhes devemos levar a mal, eles fazem o que podem pelo negócio, só acredita quem quer.

Ora então a propósito do negócio das relíquias, vejamos o exemplo da pedra da unção. Reza a tradição que a pedra da unção é a pedra onde o corpo de Jesus foi preparado para ser sepultado. Esta magnífica pedra está na Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém.
E vi pessoas a tocarem na pedra a rezar, vi pessoas a esfregar coisas na pedra, coisas como dinheiro (!). Porque a pedra é santa. Porque a pedra faz milagres.

Nota 1: a pedra é falsa!
Nota 2: e toda a gente sabe disso!!

Na verdade, esta já é a terceira pedra da unção e não se faz propriamente segredo disso. Toda a gente sabe que já houve outras. Mas continuam a vir tocar na pedra como se fosse a original. E porquê?

É no "porquê" que está a beleza do mundo das relíquias: se um objecto banal tocar num objecto sagrado, os poderes e a sacralidade do objecto sagrado passam para o objecto banal. Portanto, a primeira pedra era verdadeira (dizem eles), a segunda tocou na primeira e adquiriu poderes por... transferência?; e finalmente, a terceira pedra tocou na segunda e mais uma vez os poderes passaram por... permuta, talvez.

Ora, o que é que pensa o povo? Se isso é assim, então se esfregarem qualquer coisa na pedra os poderes passam também para o objecto esfregado... certo? Cabecinhas pensadoras!

O que eu acho engraçado é a escolha dos objectos, nomeadamente a escolha de dinheiro. Já é suficientemente mau irem cultuar sítios e objectos em nome de uma figura que dizem que disse "Mas vem a hora (...) que os verdadeiros adoradores hão-de adorar o Pai em espírito e verdade; estes são os adoradores que o Pai deseja. Deus é espírito e quem o adora deve adorá-lo em espírito e verdade".
E seguindo estas indicações, adora-se deus em edíficios feitos para o negócio e recolha de "esmolas", olhando para estatuetas de santos inventados e objectos falsamente sacralizados... exacto, espírito e verdade!

Também foi este homem que dizem que disse "dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus", sendo que seguindo estas indicações, as pessoas vão esfregar o que é de César naquilo que supostamente tem a essência de deus (não esquecer que segundo os católicos pai e filho são a mesma "pessoa").

Mas é como disse em cima, não devemos levar a mal a igreja por tentar manter o negócio. As pessoas é que deviam pensar bem nas histórias que lhes contam.
"Cedo ou tarde você vai perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho". 
(Morpheus, The Matrix)

A Fé move montanhas.
Não interessa o tipo de Fé ou no que se tem Fé.
O que interessa é ter-se fé.

#2
Muito interessante.
A minha opinião é que toda a matéria é passível de ser sacralizada. Qualquer pedra pode ser sagrada se a cultuarmos como tal. E é esse sagrado produto do culto, da pratica ritualistica e da fé que depois passa a emanar do objecto.
As relíquias católicas, na minha opinião, porque muitas delas têm séculos de fé em cima, são muito mais sagradas do que os próprios dogmas da sua religião. E acho que são sagradas porque carregam em si mesmas devoção, espiritualidade e fé genuínas...
Como explicou o Einstein toda a matéria contem energia... Eu acredito que a energia que carregamos afecta a matéria em que tocamos...ainda não apareceu foi nenhum Einstein que criasse a equação que explicasse este fenómeno.
Fiquem bem.
Fiquem em Paz

Citação de: Lancelot em 09 maio, 2019, 20:43
A Fé move montanhas.
Não interessa o tipo de Fé ou no que se tem Fé.
O que interessa é ter-se fé.

Nem que seja ter-se fé em nós.
Não é demonstração de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente

É verdade que a fé move montanhas, e concordo que os objectos são passíveis de guardar uma memória energética, digamos assim, se forem o objecto de fé de uma ou mais pessoas.

Também é verdade que a energia não é, em si mesma, positiva ou negativa. Isso depende daquilo que se faz ou de quem o faz, ou do objectivo, ou de como o faz - vocês percebem, é tudo uma questão de intenção.

Aí reside o busílis da questão. A pessoa tem fé, a pessoa vai a um lugar de culto que é supostamente sagrado, protegido e seguro; a pessoa deposita a sua fé (isto é, a sua energia) num objecto que está nesse lugar.
- Se ao menos todos os ditos lugares de culto fossem lugares "limpos", não viria nenhum mal daí. Mas como não são, há muita gente cheia de boas intenções e de fé, que estão apenas a alimentar energeticamente as "pedras do dinheiro" que servem depois para alimentar outras coisas "menos limpas" que são acolhidas nestes locais, supostamente sagrados e protegidos.

Haja fé, sim. Mas fé com discernimento, fé com capacidade de distinguir aquilo em que vale a pena depositar fé do resto que só "come" e não retribuí. Capacidade de distinguir o bom ensinamento da farsa que só serve para manter as mentes toldadas e os corações presos.
...e a livre circulação do dinheiro dos bolsos dos crentes para as caixas de esmolas, não nos vamos esquecer dessa parte, porque é por causa desta parte que tantas relíquias foram inventadas durante estes dois milénios...
"Cedo ou tarde você vai perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho". 
(Morpheus, The Matrix)