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  • A quinta - directamente para o Morgriff e em resposta a uma pergunta que ele fez
    Iniciado por Templa
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A ideia surgiu-me depois de o meu grupo de discussão virtual ter andado de dicionário na mão, a procurar significados para as palavras casal e casar, quando duas cidadãs quiseram consorciar-se, nas coisas triviais dos trapos íntimos, que pretendiam lavar, estender e enxugar ao sol da sociedade, onde queriam ser legal e legitimamente aceites como par conjugal.
Daqui, da minha janela sobre o mundo e nas minhas cogitações sobre o assunto, peguei no âmago da conversa e, a partir de discorrências várias, surgiu-me uma espécie de teorema sobre a temática, tendo também chegado a algumas conclusões sobre a questão.
Há, nas várias línguas, a palavra matrimónio, de que se poderiam utilizar derivações, com razoável hipótese de êxito, para a resolução do problema. Em meu entender, deveria fazer-se a distinção entre as duas situações em que haja consórcio: um e uma e dois ou duas, em suma, ele/ ela, ele/ele, ela/ela...
Pois, digo  eu e  proponho, na minha modesta opinião, ficaria o "casar" para os homossexuais e o "matrimoniar" para os heterossexuais...
Desta forma, quando alguém dissesse vou-me casar, toda a gente sabia que eram dois eles ou duas elas a querer dar o nó, e que seriam os dois a tratar da casa, da quinta ou do casal e tudo o mais, incluindo ter filhos a dois, com a ajuda de terceiros apetrechados para os fazerem, quero eu dizer, com tudo no sítio, se não quisessem enveredar por domínios artificiais.
Quando alguém referisse que se iria "matrimoniar", era evidente que se estava perante um ele e uma ela, em que, por sua vez, ela tomaria conta da cozinha, continuariam ambos a fazer meninos, sendo que pari-los ficaria a cargo do elemento feminino, decisivamente. Ele, marido, quantas vezes ficaria no sofá a fazer zapping, tipo foca, enquanto ela, mulher, se desdobrava na cozinha a fazer as panquecas e a chorar lágrimas de cebola,  por causa dos estrugidos.
Ora, então, todos contentes, teríamos assim duas famílias:
a "família natural", ainda que já não pudesse haver rebentos devido à idade dos intervenientes, a que a lei, enquanto super-estrutura intelectual daria, como dá, todas as ajudas que pode, sem outras discussões que não as travadas no seio do lar, para não dizer nas mamas da casa.
No contraponto, haveria então a "família artificial unigénero" engendrada pela mesma super-estrutura, e com a consequente ausência das figuras marido e mulher, o tal pressuposto básico e natural da família redundantemente natural.
Mas...
Diz o conservador para o par, duas elas, que acabavam de dar o nó:
− Eu vos declaro...
− Casadas! − exclamou uma delas, perante a dificuldade do conservador em proferir as palavras sacramentais  − Marido ou mulher, é uma questão que se resolve em casa!...
-Tem razão!... − retorquiu circunspecto e algo encabulado o celebrante − O noivo(a) pode beijar a noiva(o)...
E o arroz, da cabeça do enlace, resvalou para o chão, enquanto um bando de pardais se aperaltava para a boda e desejava muitas felicidades à nova "quinta" que, diz o dicionário, é um casal.

Porto, 6 de Fevereiro de 2006
Templa - Membro nº 708

Muito fixe!

Tá giro! lol... Gostei do "essa parte resolve-se em casa!" hahahah!!! 

Realmente, gostei! Deu para ter uma parte séria e outra em que pomos em causa qual será a activa por debaixo dos lençois com cheiro a lavado da cama do casal!

Beijo
लोखा समस्ता सुखिनो भवन्तु
LOKHAA SAMASTAA SUKHINO BHAVANTU
Que todos os Seres de todos os mundos sejam Felizes!

Templa - Membro nº 708