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  • Conversas C. XI- Natureza da religião humana/Evolucionária
    Iniciado por César Pedrosa
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O estudo da religião humana é o exame da fossilização dos substratos sociais das idades passadas. Os costumes dos deuses antropomórficos são um reflexo verdadeiro da moral dos homens que inicialmente conceberam tais deidades. As religiões antigas e a mitologia retratam fielmente as crenças e as tradições dos povos, perdidas há muito na obscuridade. Essas antigas práticas de culto perduram junto com os novos costumes econômicos e as evoluções sociais e, claro está, parecem grosseiramente incoerentes. Os remanescentes do culto apresentam um verdadeiro quadro das religiões raciais do passado. Lembrai-vos sempre de que os cultos não são formados para descobrir a verdade, mas para promulgar as crenças dessa verdade. A religião tem sido sempre, antes de tudo, uma questão de ritos, rituais, observâncias, cerimônias e dogmas. Geralmente ela se encontra contaminada por aquele erro que provoca discórdias
persistentes: a ilusão do povo escolhido. As idéias religiosas cardinais ? encantamento,
inspiração, revelação, propiciação, arrependimento, expiação, intercessão, sacrifício, prece,
confissão, adoração, sobrevivência pós-morte, sacramento, ritual, resgate, salvação, redenção,
aliança, impureza, purificação, profecia, pecado original ? remontam todas aos tempos iniciais do
temor primordial dos fantasmas.
A religião primitiva é nada mais e nada menos do que um prolongamento da luta pela existência
material, estendida para além-túmulo. Assim, a observância de um credo representou a extensão
da luta pela automanutenção, no domínio de um mundo imaginado, de espíritos-fantasmas. Mas,
quando fordes tentados a criticar a religião evolucionária, sede cuidadosos. Lembrai-vos de que
isso é o que aconteceu; é um fato histórico. Lembrai-vos, ainda, de que o poder de qualquer idéia
repousa não na sua certeza ou verdade, mas na força da sua sedução sobre os homens.
A religião evolucionária não toma providências para assegurar as mudanças ou a revisão;
diferentemente da ciência, ela não se prepara para a sua própria correção progressiva. A religião
que evoluiu impõe respeito, porque os seus seguidores acreditam que ela seja A Verdade;"a fé
que uma vez foi entregue aos santos" deve, em teoria, ser tanto definitiva quanto infalível. O culto resiste ao desenvolvimento, porque é certo que o progresso verdadeiro irá modificar, ou destruir, o próprio culto. Portanto, a sua revisão deve sempre ser imposta. Apenas duas influências podem modificar e elevar os dogmas da religião natural: a pressão dos costumes que mudam lentamente e a iluminação periódica pelas revelações feitas para toda
uma época. Não é estranho que o progresso tenha sido lento, pois, outrora, ser progressista ou inventivo significava ser levado à morte como feiticeiro. O culto avança lentamente, em gerações históricas e ciclos que duram idades, mas continua sempre indo para a frente. A crença evolucionária em fantasmas lançou as bases para uma filosofia de religião revelada que, finalmente, irá destruir a superstição que é parte da sua origem. A religião tem limitado o desenvolvimento social de muitas maneiras, mas, sem a religião, não teria havido uma moralidade e uma ética duradouras, nem uma civilização que valesse a pena. A religião foi a mãe de grande parte da cultura não religiosa: a escultura originou-se na moldagem dos ídolos, a arquitectura, na construção dos templos, a poesia, nos encantamentos, a música, nos cânticos para os cultos, o drama, nos ritos para se guiar os espíritos, e a dança, nos festivais sazonais de adoração. Contudo, ao mesmo tempo em que se chama a atenção para o facto de que a religião foi essencial para o desenvolvimento e a preservação da civilização, deveria ficar registado que a religião natural tem contribuído em muito para limitar e paralisar essa mesma civilização que, por outro lado, ela fomentou e manteve. A religião tem estorvado as actividades industriais e o
desenvolvimento econômico; tem sido imprevidente quanto ao trabalho e tem desperdiçado o capital. Ela não tem sido sempre útil à família; não tem fomentado adequadamente a paz e a boa vontade; algumas vezes, negligenciou a educação e atrasou a ciência; tem empobrecido, indevidamente, a vida, pretendendo enriquecer a morte. De facto, a religião evolucionária, de
origem humana, tem sido culpada por todos esses erros e por muitas outras faltas e desacertos; todavia, ela manteve a ética cultural, a moralidade civilizada e a coerência social, e tornou possível à futura religião revelada compensar muitas dessas imperfeições evolucionárias.
A religião evolucionária tem sido a instituição mais dispendiosa do homem, mas é incomparavelmente a mais eficaz. A religião humana pode ser justificada apenas à luz de uma evolução da civilização. Se o homem não fosse um produto ascendente, de evolução animal, então esse curso seguido pelo desenvolvimento religioso não teria a menor justificativa. A religião facilitou a acumulação do capital e fomentou algumas espécies de trabalho. O lazer dos sacerdotes promoveu a arte e o conhecimento. E toda a raça, afinal, ganhou muito em
consequência de todos esses erros iniciais da técnica ética. Os xamãs, honestos e desonestos, foram terrivelmente dispendiosos, mas eles valeram tudo o que custaram. As profissões eruditas e a própria ciência emergiram de sacerdócios parasitas (solitários). A religião fomentou a civilização e assegurou a continuidade da sociedade; tem sido a força de policiamento moral de todos os
tempos. A religião cuidou para que a disciplina humana e o autocontrole tornassem a sabedoria possível. A religião é o açoite eficiente da evolução, que retira impiedosamente a humanidade indolente e sofredora do seu estado natural de inércia intelectual, impelindo-a para a frente e para cima, elevando-a até aos níveis mais altos de razão e sabedoria. Como herança sagrada de ascendência animal, a religião evolucionária deve continuar a ser sempre enobrecida pela censura constante da religião revelada, e deve ser sempre refinada no
crisol abrasador da ciência genuína. A revelação é evolucionária, mas é sempre progressiva. Ao longo das idades da história do mundo, as revelações da religião estão sempre em expansão e são, sucessivamente, sempre mais elucidativas. É missão da revelação selecionar e censurar as religiões sucessivas da evolução. Mas, se a revelação deve exaltar e elevar as religiões da evolução, então essas visitações divinas devem retratar ensinamentos que não estejam muito distanciados do pensamento e das reações da época na qual elas são apresentadas. Assim, a revelação deve manter-se sempre em contacto com a
evolução, e assim ela o faz. A religião da revelação deve sempre ser limitada pela capacidade do homem para recebê-la. Mas, a despeito das relações ou das suas origens aparentes, as religiões de revelação são sempre caracterizadas por uma crença em alguma Deidade de valor final e em algum conceito da
sobrevivência da identidade da personalidade, depois da morte. A religião evolucionária é sentimental, não é lógica. A reação do homem é acreditar em num mundo hipotético de espíritos-fantasmas – é o reflexo da crença do homem, excitado pela percepção e pelo medo do desconhecido. A religião reveladora é proposta pelo verdadeiro mundo espiritual; é a resposta do cosmos supra-intelectual à sede dos mortais de acreditar nas Deidades (Trindade) universais e de contar com elas. A religião evolucionária é o retrato do caminhar em círculos viciosos que a humanidade faz para a busca da verdade; a religião reveladora é essa verdade em si mesma.

פֵהֵל PeHeLa guardião da religião, moral, e teologia Divina te Saúdo na Paz e na Luz Daquele que tudo realiza e te digo... A Paz do Eterno vos envolva
(como pedido assim é feito)  

Bem hajam na luz e com a Luz  
P.S. todos os post's que têm por titulo "Conversas Contigo" ou "Conversas no Silêncio" são por mim formatados e inseridos. Esta é a parte que me cabe em reconhecimento de Autoria.
Que a LUZ que nos une prevaleça sobre as trevas que nos afastam.
Bem Hajam