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  • Crenças e histórias
    Iniciado por F.Leite
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     Honestamente dói-me no peito por ver que pessoas de bem, por serem vitimas de um conceito fanático de religião que lhes impede de criticar com lógica as suas ideias, dêem conselhos a quem sofre e pede ajuda para aliviar esse sofrimento, que mais não servem que para aumentar ainda mais esse sofrimento.

     Não o fazem por mal, mas sim porque os seus próprios medos, dificuldades em superar as amarguras da vida e infelicidade os levaram a acreditar-se em verdades não provadas mas que servem para aliviar de culpas que o seu intimo teima em não esquecer.

     Contudo essas verdades em que se acreditam podem não ser mesmo verdades, mas sim engodos para manter os humanos presos a ideias e ilusões. Vou explicar o que penso aproveitando a história do Pai Natal como exemplo.

      Todos sabemos que o Pai Natal não existe, mas nesta época natalícia não deixamos de ter uma certa admiração pelo personagem e isso acontece pela história que nos foi contada a respeito dele. Não nos disseram que ele era simplesmente um homem que trazia presentes no Natal, não senhor. Para aumentarem a nossa fascinação inventaram uma história mais complexa com uma Lapónia como morada e com duendes como ajudantes, assim como renas voadoras e o indispensável trenó para transporte das prendas. Conseguem dessa forma espevitar a mente das crianças e fasciná-las a ponto de se acreditarem em algo que não existe.

     Dissessem-lhes que as prendas era o pai que as punha no sapato e o natal não teria o mesmo encanto, mas seria a verdade pura e simples.

     Nestas coisas dos espíritos pode estar a acontecer a mesma coisa. Podem até ser somente as almas dos falecidos que se manifestam, mas sem um enredo credível à volta das causas e motivos para que o façam, não deixaria de ser somente isso, uma manifestação de almas desencarnadas e poucos valorizariam a sua presença e os seus motivos que não fosse pela cusquiçe e aproveitamento de favores.

     Como as coisas simples não chamam a atenção surge a necessidade de as complicar criando todo um relato maravilhoso à sua volta e para isso aproveita-se o que todos sabem e acrescenta-se o que dá jeito e que se quer que se torne verdade. É que as mentiras no meio das verdades fortalecem-se e tornam-se verdades também.

     Inventam-se então motivos e causas que possam justificar o que atormenta a vida de muitos homens e mulheres com mediúnidade e para que que tudo isso tenha um toque de verdade insinua-se o medo através de karmas e castigos futuros, deixando suspensa a liberdade de cada um decidir pela sua vida.

     Nenhuma religião seria verdadeira se não tivesse atrás de si um calhamaço de livros a atestá-la. Para que tais livros sejam escritos, se não houver nada para dizer há que inventar um conteúdo credível e ao gosto dos humanos. Se não houver sofrimento não será credível e se não houver um perdão ou beneficio final também não. As pessoas são assim, gostam de valorizar e falar mais do sofrimento do que das coisas boas.

     Se uma religião não exigisse normas de conduta e punições aos seus crentes nunca se conseguiria impôr, por isso em todas elas existem castigos para os renitentes ou duvidosos em aceitar os seus preceitos. Basta a uma pessoa se amedrontar com esses castigos para se tornar um fiel servidor de uma causa da qual desconhece a origem e os motivos dela existir.

     Tudo o que aqui se fala sobre espíritos pode estar sobre esse domínio, o domínio das falsas verdades, construidas como forma de subjugação humana. Podem ser simplesmente almas desencarnadas que não souberam regressar à origem e que por aqui andam perdidas e nada mais. Almas essas que se aproveitam de capacidades humanas para se manifestarem. Tao simples mas tão simples, que por ser tão simples ninguém se acredita que seja somente isso.

     Então tem que ter santos e anjos e luzes e deuses e escuridão a ditar normas e leis para que tudo se torne uma mentira verdadeira. E há que proibir pelo medo tudo aquilo que de alguma forma possa pôr em causa o que os livros que foram escritos dizem. Mesmo que isso custe a vida e a felicidade a milhões de seres humanos.

     Torna-se aquilo que é natural e hereditário num dom divino em que ninguém pode mexer e criam-se medos para que ninguém tente livrar-se dessa condição de médium. Dá-se um motivo espiritual a tudo aquilo que a mente humana possa criar que fuja aos padrões da generalidade dos outros humanos pois se se chegar à conclusão que algo de extraordinário que acontece tem razões fora do espiritismo, poderá levar à descoberta que outras falsas verdades têem também elas diferentes explicações que não implicam espíritos na razão de acontecerem.

     E as pessoas procuram descobrir e investigar e para isso, sôfregas, lêem os livros espíritas e não investigam nada. Simplesmente se deixam apaixonar pelo que lêem e fracassa-lhes a vontade que no inicio os motivou. Acontece porque no intimo quem procura é porque quer acreditar em algo porque se sente vazio na incerteza e esses livros são escritos de forma a apaziguar essas duvidas fornecendo mensagens que a mente anseia por ouvir da mesma forma que ansiamos por um ombro amigo para chorar as nossas dores. Nada mais fazem que aproveitarem-se das fraquezas da nossa mente e das nossas emoções.

     E os humanos simplesmente continuam a nascer, a crescer e a morrer, esquecendo-se de ser felizes enquanto vivem, porque ALGUÉM os coagiu a esquecerem-se de lutar pela felicidade impondo-lhes medo num futuro que ninguém pode provar como verdadeiro. E mais do que isso, conseguiu fazer de humanos bem intencionados os carrascos dessa felicidade, exortando-os a inibir os outros de lutarem por ser felizes.

     E tudo isto acontece apesar dos humanos se considerarem seres inteligentes e conscientes.