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  • Cadeados do "amor"
    Iniciado por Cassandra
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Ando há muito tempo para deixar aqui esta história deprimente, mas faltava-me um clique qualquer para o fazer. Hoje li uma resposta da Raven num dos (milhentos!!!) tópicos sobre amarrações e lá senti o clique:

CitaçãoAs pessoas não compreendem, não querem compreender ou simplesmente não se importam com o verdadeiro significado de amarração. Querem tanto algo, que não medem os meios para atingir os fins. E pessoalmente faz-me mais impressão quando dizem que amam muito a outra pessoa (o que não é o caso, mas acrescento a título de desabafo). Como se costuma dizer, quem ama deixa a outra pessoa livre.

Amarração é egoísmo, desespero, desrespeito e falta de amor próprio e ao próximo.

O que pretende alguém que faz uma amarração? Verdadeiro amor? Felicidade eterna? Uma relação equilibrada, harmoniosa que dure a vida toda?

Já de há uns anos para cá surgiu uma prática infeliz chamada "os cadeados do amor", que consiste em cadeados colocados em pontes por casais, com os seus nomes e juras de "amor" eterno.
Dir-me-ão que isto não é mesmo uma amarração. Por outro lado, andamos aqui a dizer que os rituais resultam consoante a intenção com que se faz algo, que as palavras e pensamentos têm muita força etc, etc...
Chamem o que quiserem aos cadeados do"amor": amarração, simpatia, declaração de interesses! Se isto não é uma forma clara de dizer "desejo que fiques preso a mim o tempo que este cadeado de aço durar", não sei o que será!

Intrigada com o como é que isto teria surgido, fui à procura da origem. A tal história deprimente que encontrei é a que se segue:

CitaçãoSe há cidade que é conhecida pela ponte do amor é Paris. E se lhe disséssemos que esta tradição começou numa pequena cidade sérvia, entre as cinzas de um amor negado?

Por todo o mundo, existem pontes que 'lutam' para suportar o peso de centenas, por vezes milhares, de cadeados. Não há certezas se é o aço ou o próprio romance que causa todo este peso, mas o fenómeno dos cadeados do amor já faz parte dos rituais dos casais apaixonados que gostam de viajar.

É inegável dizer que se há cidade que é conhecida pela ponte do amor é Paris, mas e se lhe disséssemos que esta tradição começou numa pequena cidade sérvia, entre as cinzas de um amor negado?

A cidade chama-se Vrnjacka Banja e o ano era 1914. A Europa estava à beira de um conflito e os jovens homens de todos os Balcãs enfrentavam a perspetiva de lutarem numa guerra cujo caminho poderia ser apenas de ida. Um desses jovens soldados, com o nome de Relja, tinha outro motivo de força maior para não partir para a guerra. Essa razão era um amor, um amor chamado Nada.
Nada e Relja eram inseparáveis, afinal eram jovens e apaixonados. Ninguém duvidava da sinceridade do amor deles e, por isso, juraram paixão eterna e ficaram noivos. Porém, a vida pode ser uma amante cruel (...) algumas semanas depois eclode a Primeira Guerra Mundial (...). A Áustria declarou guerra à Sérvia e Relja não teve escolha senão vestir o uniforme e defender o país.

Nada viu o seu amado partir, ficando com o 'coração na mão', mas na esperança de que Relja sobrevivesse à guerra e voltasse para os braços dela. Ele nunca voltou...

Relja não morreu, apaixonou-se por outra rapariga em Corfu, Grécia, ao mesmo tempo lutava pela vida na guerra. Nada ficou de coração partido e caiu num sofrimento irreparável. Ela morreu jovem e sozinha.

As raparigas da cidade ficaram perturbadas com esta história de final trágico e apressaram-se por encontrar, elas próprias, o amor. As mulheres de Vrnjacka Banja compraram cadeados em massa, escrevendo rapidamente os seus nomes e dos namorados (alguns escolhidos à força) nas fechaduras, antes de anexá-los à ponte onde Nada e Rejla costumavam encontrar-se. As chaves foram lançadas ao rio, garantindo assim uma vida de fidelidade.


Fidelidade...? não quereriam dizer felicidade?... Não? Não, é mesmo a fidelidade, isto é, o querer ter e manter um relacionamento a qualquer preço. Daqui resulta tanto as práticas duvidosas e reprováveis das amarrações como as aparentemente inócuas e pseudo românticas dos cadeados - o que subjaz é este mesmo impulso.

Seria interessante questionarmo-nos sobre o porquê de haver tanta pressão sobre aspecto da vida.
Sobretudo para as mulheres.
"Cedo ou tarde você vai perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho". 
(Morpheus, The Matrix)

#1
Citação de: Cassandra em 01 dezembro, 2018, 14:03
Ando há muito tempo para deixar aqui esta história deprimente, mas faltava-me um clique qualquer para o fazer. Hoje li uma resposta da Raven num dos (milhentos!!!) tópicos sobre amarrações e lá senti o clique:

O que pretende alguém que faz uma amarração? Verdadeiro amor? Felicidade eterna? Uma relação equilibrada, harmoniosa que dure a vida toda?

Já de há uns anos para cá surgiu uma prática infeliz chamada "os cadeados do amor", que consiste em cadeados colocados em pontes por casais, com os seus nomes e juras de "amor" eterno.
Dir-me-ão que isto não é mesmo uma amarração. Por outro lado, andamos aqui a dizer que os rituais resultam consoante a intenção com que se faz algo, que as palavras e pensamentos têm muita força etc, etc...
Chamem o que quiserem aos cadeados do"amor": amarração, simpatia, declaração de interesses! Se isto não é uma forma clara de dizer "desejo que fiques preso a mim o tempo que este cadeado de aço durar", não sei o que será!

Intrigada com o como é que isto teria surgido, fui à procura da origem. A tal história deprimente que encontrei é a que se segue:

Fidelidade...? não quereriam dizer felicidade?... Não? Não, é mesmo a fidelidade, isto é, o querer ter e manter um relacionamento a qualquer preço. Daqui resulta tanto as práticas duvidosas e reprováveis das amarrações como as aparentemente inócuas e pseudo românticas dos cadeados - o que subjaz é este mesmo impulso.

Seria interessante questionarmo-nos sobre o porquê de haver tanta pressão sobre aspecto da vida.
Sobretudo para as mulheres.

É um bom tema, e partilho da tua opinião, o que difere estes "rituais" aparentemente inocentes, das amarrações? Nada, porque a intenção é a mesma, prender a pessoa a sí, e mais, aquelas raparigas/mulheres que para prenderem o namorado engravidam,muitas vezes nem importa o caracter do namorado nem se eles realmente querem ter filhos, sim, isto ainda é feito nos dias de hoje, e o pior é que funcionam... é aquela frase do género "antes mal casada do que solteira." É triste, é muito triste ver o papel que as pessoas prestam para suprimir a carência e o medo da solidão.
"Um dia eu lhe disse para esconder o seu coração... Você deveria ter escutado"

Egoísmo e falta de amor próprio...

Nada mas nada justifica quem recorre a este tipo de trabalhos.

Esta é a minha opinião.

#3
 ;D ;D >:D >:D

Ha pior e menos visivel.

O plástico é o material menos condutor de magia, pelo menos para mim, mas já realmente pensaram nas joias? pulseiras, brincos, aneis, comida e por aí fora?

Penso que podem refletir nisso agora...

Moonchild , espera para o ano que haverá bem mais assim..
Como uma pedra na água, como um pássaro no céu, Como uma criança para o seu pai, tu nunca perguntas "porquê", apenas segues a corrente até morreres.

Citação de: darksmile em 01 dezembro, 2018, 19:31

Moonchild , espera para o ano que haverá bem mais assim..

Isso não quer dizer que eu fique mais feliz por isso, bem pelo contrário... Embora seja uma realidade que vou conhecendo cada vez mais
"Um dia eu lhe disse para esconder o seu coração... Você deveria ter escutado"

Não sei o motivo pelo qual a maioria das amarrações que li aqui no fórum, serem feitas por mulheres. No entanto e falando por experiência própria, continua a existir uma enorme pressão externa e que aumenta com os anos.

Sempre que digo que sou solteira e que não pretendo casar, as pessoas olham-me como se eu tivesse cuspido a hóstia. Os temas de conversa no geral são sempre voltados para casamento e família. Ainda há aquela pressão de que a mulher precisa ser uma boa esposa e dona de casa. Que precisa ser dependente do homem para ser alguém. Que se não casar e ter filhos, é uma pária. Que se tiver filhos, mas não marido, é uma "vulgar". Ah, e para não falar que existem muito mais mulheres que homens.

Já os homens até onde sei, não sofrem tanto essa pressão ou não esperam que eles formem uma família logo depois do secundário  (uma pitada de exagero aqui.).

Esta pressão que continua, independentemente do que é apregoado a sete ventos sobre a liberdade e igualdade de género, cria/educa mulheres dependentes emocionalmente. Consequentemente, existe um desespero para conseguir o que se acha que é o principe encantado. 

Esta é uma hipótese que me ocorreu agora a ler a introdução do tópico. E nota que não estou a passar a mão pela cabeça de ninguém, do tipo: "tadinha, foi pressionada e não teve culpa".

Cada um é responsável pelos seus actos. Pena é que muitos não pensam fora da caixa e seguem o rebanho.

"Antes mal casada que solteira" - cruzes!! O que é feito do "antes só que mal acompanhada"?   ::)

Citação de: Raven em 09 dezembro, 2018, 00:15
Esta pressão que continua, independentemente do que é apregoado a sete ventos sobre a liberdade e igualdade de género, cria/educa mulheres dependentes emocionalmente. Consequentemente, existe um desespero para conseguir o que se acha que é o principe encantado. 

Esta é uma hipótese que me ocorreu agora a ler a introdução do tópico. E nota que não estou a passar a mão pela cabeça de ninguém, do tipo: "tadinha, foi pressionada e não teve culpa".
Era precisamente aí que queria chegar, à questão da liberdade e igualdade de género.

Este tipo de actos que nos parecem desesperados e vindos de pessoas com pouca confiança ou auto-estima têm uma causa mais profunda e mais negra. Tendemos a olhar para questões de auto-estima como questões pessoais, isoladas, que dizem respeito àquela pessoa e ao seu contexto. Na verdade, quando vejo coisas como amarrações, o que eu penso é que estamos perante uma consequência de algo que é geral, dirigido e com objectivo. As forças invisiveis que moldam pensamentos são as mais dificeis de perceber e contrariar. E fazem um excelente trabalho, anda tudo convencido que vive numa época dourada de liberdade total e absoluta.
"Cedo ou tarde você vai perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho". 
(Morpheus, The Matrix)

Sempre houve essa pressão e sempre haverá, porém penso que acontece haver motivos mais obscuro que apenas a pressão...