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  • A droga do espírito e a mediunidade
    Iniciado por F.Leite
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    Aparentemente através da glândula pineal, o cérebro humano sintetiza uma droga, o DMT. Aparentemente o cérebro usa esta droga para criar os sonhos.

    O DMT também é produzido para consumo a partir de plantas e é chamado de droga do espírito porque os efeitos que produz são exactamente iguais aos relatados por alguns tipos de médiuns. Algumas pessoas que a consomem relatam contactos com pessoas já mortas, viagens fora do corpo, travessia de portais e também contacto com extraterrestres, saindo portanto da realidade física.

    Mais pormenores em; https://www.sabado.pt/vida/detalhe/a-nova-droga-das-psicoses    

    O interessante é que se o cérebro produz esta droga e os efeitos são os descritos, até que ponto os médiuns que vêem mesmo espíritos e falam com eles, ou será devido a uma produção mais elevada dessa droga pelo seu cérebro, que os faz ver, adaptando as visões e alucinações que proporciona, às crenças de cada um?

#1
Nunca percebi o conceito de tomar drogas para se ter uma experiência "espiritual", e bem sei que tirando as festas pseudo-espirituais onde estas coisas circulam, o uso de plantas que contém substâncias alucinogénicas em cerimónias espirituais é coisa muito, muito antiga.

E na frase que escrevi está aquilo que me incomoda, que é a adjectivação "alucinogénica". Ciência à parte, diz o bom senso que uma alucinação não é uma experiência real. Tal como uma ilusão, a alucinação pode ser sentida como real, mas não é real.

E se não é real... que espécie de "espiritualidade" é essa? Fumo umas coisas maradas, vejo o próprio Cristo que me dá uma mensagem qualquer, e quando me passa o efeito tiro dali um profundo significado das palavras que ouvi. Mas se tudo isto é uma alucinação, então o Cristo sou eu e as palavras são minhas, certo? Quem diz Cristo diz o Buda, Shiva, extraterrestres, anjos, seres de luz ou o Yoda, não interessa, se estamos a alucinar, o que vemos é uma imagem nossa vestida com outra roupa qualquer.

Do artigo citado da Sábado, pode ler-se a certa altura que "James Kent, 45 anos, autor e conferencista, foi um dos intervenientes. Começa por dizer à SÁBADO que não considera a DMT uma droga espiritual. Fumou-a cerca de 20 vezes. A estreia foi "assustadora", mas à medida que repetiu tornou-se aborrecida. "Quaisquer espíritos que tenha visto não tinham nada de novo ou interessante para dizer.""

E é aqui que quero chegar, quando estamos a falar connosco, a quantidade de "sabedoria" interior que temos há-de se esgotar rapidamente, daí a experiência se tornar monótona quando no início era muito estimulante.

Por oposição, se este tipo de drogas proporcionasse, de facto e realmente, uma experiência espiritual de contacto com outros seres de outros planos, tenho francas dúvidas que a experiência alguma vez se tornaria aborrecida!

A verdade é que a ciência ainda não sabe muito bem onde é que esta substância se forma no corpo humano e o que é que faz ao certo. A ciência faz suposições com base naquilo que são os efeitos da droga sintética consumida.
Consideremos que há outras substâncias sintéticas consumidas que falham em mimetizar os efeitos das substâncias produzidas no corpo humano, porque uma coisa é injectar, fumar ou beber uma dose cavalar de qualquer coisa, outra é a produção endógena de uma substância enquadrada num processo orgânico despoletado pelo próprio organismo em que geralmente estão incluídas diversas outras substâncias que actuam em conjunto com a primeira, às vezes controlando-se e modulando-se mutuamente, outras vezes potenciando-se mutuamente.


Estou com esta conversa toda para chegar aquilo que é a minha opinião: uma coisa é falar comigo mesma, que pode ser interessante sim senhor. Outra coisa é chegar informação de fontes externas, porque há diferenças subtis na forma e no conteúdo (e também naquilo que se sente e na força que a informação parece ter) entre aquilo que é uma produção da minha mente e aquilo que eu consigo aprender ou apreender dessas fontes externas.

O que o uso destas drogas demonstra é que forçando esta "porta" para outras paragens não se chega a essas paragens, mas pode-se entrar num outro mundo que na verdade é o nosso mundo interior.
Então, se acho que outros planos existem e sim, acho que o ser humano tem capacidade de chegar a eles, também penso que talvez isso não aconteça por causa de químicas cerebrais mas sim por causa de capacidades mentais/espirituais.

Mas, o facto de saber que se pode chegar a outros planos pode levar uma pessoa a querer forçar essa porta. A vontade de forçar a porta acabaria por produzir alterações na química cerebral e portanto à segregação de um certo tipo de substâncias, o que levaria a que esta pessoa tivesse não uma experiência real mas uma alucinação. Mas porque este processo seria feito por estimulação interna, os seus efeitos não seriam tão poderosos ou loucos como os efeitos de tomar drogas, levando a uma alucinação mais "calma e normalizada" e passível de ser confundida com algo real.

Resumindo e baralhando, quando perguntas "até que ponto os médiuns que vêem mesmo espíritos e falam com eles, ou será devido a uma produção mais elevada dessa droga pelo seu cérebro, que os faz ver, adaptando as visões e alucinações que proporciona, às crenças de cada um?", a resposta que agora me ocorre é que se não houver vontade e disciplina por parte do médium para olhar para aquilo que lhe acontece para tentar compreender a natureza da experiência que teve e aperceber-se das tais subtilezas que diferenciam as experiências reais das fabricadas, se não houver um entendimento dos estragos que o ego, as crenças e preconceitos pessoais podem fazer na mediunidade, então sim, é provável que esta pessoa se possa "perder" nas suas experiências e não consiga distinguir uma visão de uma alucinação.
"Cedo ou tarde você vai perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho". 
(Morpheus, The Matrix)