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  • Viver ou morrer, eis a questão!
    Iniciado por F.Leite
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     Permitir ou não a eutanásia é um assunto que está a ser ponderado pelos nossos governantes. As opiniões dividem-se entre apoiantes ou não e sempre de acordo com as convicções religiosas de cada um. Quem vive na esperança da continuação da vida para além da morte é na generalidade contra mas quem vê na morte o fim de tudo é a favor ou abstêm-se.

     Temos portanto a religião como fator de opinião. Os mesmos deuses que outrora  conduziram os seus crentes para guerras em que dizimaram cruelmente os seus opositores sem olharem às dores e sofrimento que provocaram nas vitimas, continuam a impôr a dor e sofrimento naqueles que anseiam a morte impedindo-os de ter uma morte digna.

     Eu sou a favor da eutanásia porque a dor e o sofrimento em vida são reais e comprovados e pelo contrário nada há que prove sem a mínima dúvida que a vida continua depois da morte. Para quê viver anos em sofrimento se isso já não é viver? Se foi o satisfazer de prazeres carnais e desejos dos meus pais que me obrigaram a nascer, tornando-me vitima indefesa dos seus atos, porque não ter eu a autonomia necessária para que o meu desejo de morrer dignamente seja realizado?

     Porque raio é que aqueles que se acreditam em coisas em que eu não me acredito hão de ter o direito de decidir sobre se eu devo ser ou não sofrer antes que a morte me leve? Não deverá ser o direito de cada um o decidir sobre o fim da sua vida já que não teve palavra para o inicio da mesma?

  Um tiro na cabeça, o salto da ponte, atirar-se para o fundo do poço, ingerir veneno e tantos outros métodos são praticados por quem põe termo à vida e são muitos os que o fazem diariamente. Não é o proibir a eutanásia que vai acabar com estas mortes impostas pelo sofrimento pois elas continuarão a acontecer. Seria muito mais honrado permitir que tais actos acontecessem com a dignidade que merece aquele que teve a força de decidir que não quer mais viver. Dar-lhe essa liberdade de escolha, isso sim seria verdadeiro amor ao próximo.

     Mas não é dessa forma que as pessoas agem. As pessoas procuram sempre impôr aos outros as suas crenças e as suas ideias em tudo o que os outros fazem e criticam a decisão mais importante que cada um deve tomar para a sua vida ou morte com a mesma leviandade com que criticam a roupa que os outros vestem ou o namorado com que a vizinha anda. Será que o facto de eu ter uma determinada crença deve ser imperativo para obrigar os outros a regerem a sua vida por ela?

     Eu sou ateu pois não me acredito nas boas intenções desse deus bíblico, porém não critico aqueles que o fazem pois cada um sabe dos seus motivos. Seria justo que os ateus, só porque não se acreditam em deus proibissem os restantes de lhe rezar ou de se acreditarem nele? Por certo não seria justo. O problema é que justiça e religião são duas coisas completamente distintas e religião tem mais a ver com castigo do que com justiça.

É um tema muito controverso, F. Leite. Eu acredito na reencarnação mas sou apologista da eutanásia! Pode parecer um contra senso mas, na minha cabeça faz todo o sentido.
Não consigo conceber o sofrimento atroz que muitos seres passam, desejam partir com dignidade e não podem porque a lei não permite...

Honestamente, acho que só quem passa por elas saberá dar o real valor ao assunto.

Eu sou a favor.

Até porque, segundo se diz "religiosamente", temos o livre arbítrio. Assim sendo, se eu sou o dono da minha vida e posso decidir, bem ou mal, o meu caminho, nesse aspecto também quero ter uma ultima palavra a dar.

     Eu trouxe este tema para aqui porque ainda ontem, oito líderes de movimentos religiosos apresentaram a Marcelo um manifesto contra a eutanásia. Acusam de ser um "retrocesso civilizacional". É uma atitude típica de quem exige que os outros façam somente aquilo em que eles mesmos se acreditam.

     Mas não admira que assim seja, pois todas as religiões se baseiam no principio de que é com o sofrimento que se alcança o dito céu e a eternidade. Que pensem o que quiserem e que rezem a quem quiserem, mas que não tentem impôr aos outros o sofrimento como sendo a forma de alcançar aquilo que afinal pode ser somente uma utopia. As religiões são as primeiras a castrar os homens da liberdade e do livre arbitro.

     Nas minhas andanças pela vida, já vi doentes bem graves a implorar a morte e outros, piores ainda, a implorar pela vida. Pois que cada um possa decidir por si mesmo e que quem pretenda partir o possa fazer condignamente.

Olhando bem, acho que a religião em nada deveria meter o nariz neste sentido.

Como bem disseste, a história universal se encarrega de contar quantas mortes existiram em nome de uma suposta religião ou de outra.

Mortes estas através de guerras "santas", execuções, etc. e tudo isto em nome de um suposto deus.

Bem, meu caro, tal coisa tambem não seria de admirar, basta olhar para as testemunhas de joevá que preferem morrer ou deixar morrer ao invés de permitirem uma simples transfusão de sangue.

Mas como cada um é livre e senhor dos seus actos eu sou a favor.