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  • Um Conto de Natal - Reencontro entre mãe e filho
    Iniciado por Templa
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Deus, nos últimos tempos, andava demasiado ocupado com o clima do Planeta Terra para se lembrar dos filhos transviados, que um dia tinham vivido e partido dela,  com algumas amassadelas no corpo e na alma, sem saberem onde estavam e que vida viviam então.
Depois de um intervalo de meia hora,  na cimeira onde estivera, lá no alto da sala de conferências, a contemplar o ambiente e a ouvir as intenções dos governantes do mundo inteiro, Deus decidiu interessar-se por três ou quatro dos seus filhos,  que tinham morrido revoltados e se recusavam a fazer a passagem para o outro lado. Precisava de colocar no sítio o que estava fora do lugar e dar assim uma pequena arrumadela no astral, onde lhe faltavam algumas pequenas pedras.
Era o caso do menino fantasma que, quando lhe apetecia, a qualquer hora do dia ou da noite, desatava a mover os carrinhos a pilhas que lhe aparecessem pela frente, na casa da moça a quem os médicos estavam prestes a dar uma boa notícia. Ela não tinha cancro não senhora, e o Samuel, o fantasminha,  que lhe punha a casa em pantanas, iria entrar no túnel de luz, dizendo adeus para sempre ao amiguinho que nunca lhe quis roubar o correio e, muito menos, as prendas do Pai Natal. O Samuel andava há mais de 80 anos perdido da mãe e era tempo de a encontrar, lá no outro lado,  para onde ela também já partira e estava, até, farta de o procurar. Deus queria aproveitar a quadra natalícia para promover o encontro entre os dois, com o engodo de uma prendinha que agradasse ao pequenito. Talvez um carrinho como aquele com que ele gostava de brincar em casa do pequeno Nuno. O garoto já merecia paz, e a mãe também tinha o direito de saber onde o seu menino tinha andado durante décadas, a maior parte das vezes a assustar os vivos, embora sem querer. Samuel não tinha consciência disso. Era como se estivesse a prolongar indefinidamente o jogo das escondidas que, enquanto foi vivo, jogava com os primos,  na quinta, agora transformada numa bonita urbanização,  onde fora encontrar a rapariga a quem apareciam cabelos na varanda com aspecto de bruxedo.
Foi o que Deus fez.
Numa penada, disfarçado de Pai Natal, deu um salto a Centro Comercial Colombo e comprou um belo presente. Pediu à menina dos embrulhos que usasse papel vermelho e uma bonita fita dourada, com um grande laço arrematar e, depois de pagar com o Multibanco, dirigiu-se sem demora a casa da Lindsey, a quem entregou o presente. Recomendou-lhe que, na noite de Natal, o colocasse à lareira, como os meninos de antigamente gostavam, para os abrirem mal acordassem, ainda sem lavaram a cara e com as remelas nos olhos. Ele, disse Deus à Lindsey, não podia ficar para cumprir essa missão. Tinha ainda de falar com a Dona Iracema, a mãe de Samuel, para ela, logo de manhãzinha, no dia 25 de Dezembro, estar à entrada daquela espiral de Luz avistada recentemente nos céus da Noruega, que outra coisa não era senão a porta para o paraíso, por onde o pequenito teria de entrar, a fim de ir mostrar à mãe o presente e ir, definitivamente, para outra dimensão. De uma vez por todas, os vivos e os mortos tinham de alcançar a paz, uma paz duradoura e impossível de romper daí para o futuro.  
Lindsey, nos primeiros instantes, ficou um bocado atarantada, mas logo recuperou a serenidade. Afinal, iria ser protagonista do reencontro de mãe e filho, há muito esperado por eles, sem nenhum dos dois saber como fazer. Todo aquele turbilhão de coisas esquisitas lá em casa estava prestes a acabar, uma vez que Deus, num intervalo da Cimeira do Clima, decidira fazer alguma coisa por um fantasma perdido e às vezes barulhento. Sobretudo quando decidia arrastar móveis a toda a hora, assustando pessoas e amimais. Até nem o cão e o gato da família escaparam às investidas de Samuel.
Deus ainda tinha milhares de fantasmas a quem acudir, mas, como a meia hora de intervalo da cimeira estava quase a esgotar-se, os outros fantasmas tinham de esperar a oportunidade de serem resgatados à escuridão em que se viram lançados ao darem o último suspiro pelo seu poder e amor à Deus

- Olá, mamã?
- Ó Samuel, meu querido filho, Onde andaste tu este tempo todo?!...
- Estive em casa do Guilherme e, como não sabia de ti, a Lindsey, a mãe dele, tomou conta de mim. Olha o presente que ela me deu!... – disse, deixando um rasto  de papéis,  vermelhos, coloridos e brilhantes no túnel de luz.
- Que lindo, Samuel! É um carro telecomandado! ... E soprou com força para dentro do túnel,  até o vento chegar à  varanda da Lindsey,  de onde varreu os cabelos embruxados,  em sinal de obrigado.

Templa
Templa - Membro nº 708

muito lindo!
uma imaginação sem limites....

Nem por isso, Lena. Já disse que eu não me acho com grande imaginação. Capto é bastante bem a realidade que me rodeia e aprendi a encaixá-la com algum sentido estético.

Beijo e obrigada.

Templa.
Templa - Membro nº 708


Olá Templa deixa que te diga que para mim

tens veia de escritora! Continua ;D :-* :-* :-* :-*

E o diabinho da lindsey que não me passou cartão nenhum!... Espera lá que nunca mais te tomo como musa!!! Sua ingrata distraída. >:D
Templa - Membro nº 708


#6
Mas isto é  para a lindsey, tadinha, que está doentinha.
Templa - Membro nº 708


Julgava os teus contos uma coisa muito diferente... Mas prontes, sou só eu ;)

Os outros adoraram, quem sou eu para dizer o contrário ;)

Beijão linda ;)
लोखा समस्ता सुखिनो भवन्तु
LOKHAA SAMASTAA SUKHINO BHAVANTU
Que todos os Seres de todos os mundos sejam Felizes!

Citação de: Morgriff em 18 dezembro, 2009, 21:47
Julgava os teus contos uma coisa muito diferente... Mas prontes, sou só eu ;)

Os outros adoraram, quem sou eu para dizer o contrário ;)

Beijão linda ;)

Tens todo o direito de não gostar, Morgriff. Se todos gostassem do mesmo era uma monotonia. De qualquer modo, não cultivo só um estilo, sou muito eclética. Mas diz por que não gostas?!...

Beijinho e amigos como sempre!
Templa - Membro nº 708

Este conto soou-me muito a livro tipo aquele jornalista que agarra em cenas de vários livros, lhes dá umas virgulas novas e as publica...

Desculpa, mas como escritor e como pessoa sincera que sou, posso dizer-te que ESTE conto não gostei nem um bocadinho...
लोखा समस्ता सुखिनो भवन्तु
LOKHAA SAMASTAA SUKHINO BHAVANTU
Que todos os Seres de todos os mundos sejam Felizes!

Este "conto" não passou de um "mimo" que eu fiz à lindsey, ela que anda cheia de problemas graves, de saúde, inclusivé. Completamente despretencioso o meu "conto"!...
Templa - Membro nº 708

Templa querida obrigado pelo o conto está fantastico a historia é fenomenal ;)


Este poema agora que vou escrever dedico a ti ;):


Tinha um amigo
com quem brincava
contava meus segredos
e desabafava
mas com os seus pais
de casa mudou
e cá no meu lugar
sozinha me deixou
chorei,chorei,chorei
tinha perdido um amigo
agora não tinha mais ninguem
que falasse comigo
passado alguns tempos
uma carta recebi
mais alegre fiquei
logo que a li
era o meu amigo
que estava a voltar
agora tinha de novo
alguem com quem falar
Isto tudo podia
passar-se contigo
por isso nunca te esqueças
o que é um amigo... ;)


Obrigado pelo conto não sabia que era dedicado a mim, nunca vou esquecer esta dedicaçao ;) e nunca vou esquecer a nossa amizade, nem do que é um amigo :)
A vida é um mar de rosas apenas temos de nadar por entre os espinhos.

O que será feito da Lindsey??? Há pessoas que nos tocam, mesmo sem as conhecermos e ficamos com pena que elas não andem por aqui. Sobretudo por temer que razões de saúde possam estar na origem da sua ausência.

Beijinho

Templa
Templa - Membro nº 708