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  • Estamos a viver uma epidemia da infelicidade e a culpa é da tecnologia
    Iniciado por Paraphenomenal
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As redes sociais enchem-se de imagens que espelham uma felicidade quase máxima, um cenário perfeito, uma alimentação cuidada, um corpo esbelto, uma roupa caríssima, um objeto de desejo. As redes sociais mostram-nos o melhor, mas o melhor nem sempre corresponde ao real.

As pessoas vivem 'agarradas' aos dispositivos móveis e à vida de terceiros que é constantemente partilhada e replicada nas redes sociais e isso traz tristeza. Traz tristeza porque não se tem aquela felicidade quase máxima, aquele cenário perfeito, aquela alimentação cuidada, aquele corpo esbelto, aquela roupa caríssima, aquele objeto de desejo. Não se tem nada disso nem a capacidade de perceber que tudo aquilo é uma mera encenação do belo, um mero enquadramento para a beleza digital.

O psicoterapeuta Jodi Aman já abordou esta questão e, como lhe contámos aqui, revela que as redes sociais impulsionam os sentimentos negativos em determinadas pessoas, especialmente naquelas que são mais ansiosas, inseguras e isoladas.

Mas não é só por esta ansiedade e até mesmo 'inveja digital' (de não conseguir ter o que os outros mostram, mesmo que isso seja tudo encenado) que os dispositivos móveis e as redes sociais causam infelicidade. A falta de contacto com pessoas reais também.

Diz um artigo científico publicado no site The Conversation que os mais recentes estudos sobre o impacto destas plataformas conseguiram unanimidade numa conclusão: as pessoas (especialmente as crianças e os jovens) que passam mais tempo em amizades digitais do que em amizades reais tendem a ter maiores níveis de infelicidade, uma epidemia globalizada e que poderá servir de trampolim para o aumento de estados depressivos num futuro próximo.

Na prática, e olhando para o impacto da tecnologia nos mais novos, aqueles que passam mais tempo em atividade dentro de quatro paredes e de algum modo digitais (seja ao computador, numa consola, etc.) são menos felizes do que aquelas que brincam na rua, em espaços livres e isentos de tecnologias. E tudo isto começa, muitas vezes, com maus hábitos dentro de casa. Como lhe contámos aqui, é importante que a vida familiar seja protegida de 'intrusões dos ecrãs lúdicos' e que os pais devem agir como modelos a seguir promovendo, por exemplo, os 'jantares sem tecnologias' para garantir as conversas familiares.

Para Jean Twenge, professora de Psicologia da Universidade do Estado de San Diego, e autora da publicação, esta epidemia da infelicidade é mesmo transversal às mais variadas idades, apresentando um impacto cada vez maior nos adultos.

Apesar da azáfama do dia a dia e do aumento da carga de trabalho, o pouco tempo livre que se tem é passado ao telemóvel ou ao computador e sempre 'online' nas redes sociais. Estar sempre 'disponível' rouba tempo de 'verdade' e aumenta os níveis de ansiedade, visto que as pessoas ficam sempre à espera de algum tipo de interação e reação por parte dos amigos digitais.

Desligar é mesmo a palavra de ordem, até porque basta uma semana sem ir ao Facebook para que as pessoas se classifiquem como mais felizes, destaca a especialista.

fonte: http://www.msn.com/pt-pt/noticias/tecnologia/estamos-a-viver-uma-epidemia-da-infelicidade-e-a-culpa-%c3%a9-da-tecnologia/ar-AAv9ImG?ocid=iehp
ILYM

Já lá vão dois anos que desactivei a minha conta Facebook. Não me classificaria de mais feliz por isso, mas o tempo que dispendia a ler futilidades, uso-o de forma bem mais real e compensadora. E não, o mundo não acaba se deixarmos de ter Facebook.
DeepGirl

Citação de: DeepGirl em 25 janeiro, 2018, 16:27
Já lá vão dois anos que desactivei a minha conta Facebook. Não me classificaria de mais feliz por isso, mas o tempo que dispendia a ler futilidades, uso-o de forma bem mais real e compensadora. E não, o mundo não acaba se deixarmos de ter Facebook.

O Facebook é muito bom para publicidade empresarial e dá jeito para algumas pessoas que estão fora e não as vês à algum tempo...  fora isso é para distrair, mais nada. Até porque a pessoa pode ver o que quiser no Facebook e pode mostrar o que quiser também, tem funcionalidades na privacidade que dão essas opções. :)
ILYM

Muitos pais publicam fotos dos seus filhos em diversas situações familiares, provocando assim os olhares gulosos dos predadores. Isto, junto com algumas fotos que identificam  as suas viaturas e até os locais onde vivem, é meio caminho andado para possíveis desgostos.

Citação de: oculto em 26 janeiro, 2018, 13:10
Muitos pais publicam fotos dos seus filhos em diversas situações familiares, provocando assim os olhares gulosos dos predadores. Isto, junto com algumas fotos que identificam  as suas viaturas e até os locais onde vivem, é meio caminho andado para possíveis desgostos.

Sim, nisso é necessário ter algum cuidado e saber a informação que deve ou não ser divulgada nesse meio. :/
ILYM

Acho que há potencial assim como a falta dele nas redes sociais.

Como em qualquer coisa, requer a sua dose de moderação e de calma. Mas formos a ver bem o problema, está mais na nossa génese enquanto seres que buscam gratificação imediata do que propriamente nas redes sociais. Ora vejamos: E o problema das drogas quando não havia redes sociais? Ou o problema do alcoolismo? Ou outros tantos vícios que existem e existiam antes das redes sociais?

Em certa medida as redes sociais continuam apenas a ser um instrumento. E como qualquer instrumento, requerem cuidado e moderação.

E melhor, podemos moldar a ferramenta para servir interesses de crescimento pessoal e não as futilidades que vemos na maioria dos casos. Podemos moldar as preferências do nosso feed de notícias para aparecerem ou notícias, ou dicas de motivação, ou música, ou até locais a explorar numa futura viagem, etc...

Para além do que, é também uma forma de fazer parte de comunidades internacionais com o mesmo objetivo. Ás vezes não as encontramos em Portugal e através do facebook ou outra rede social podemos encontrar. E estas comunidades podem muito bem, pela ironia, servir para não nos tornar viciados em redes sociais ;)

Nessa medida, não concordo de todo que a causa em si da infelicidade seja da tecnologia. O ser humano sempre quis gratificação imediata e sempre procurou responder a todas as questões existenciais e justificar a sua existência como mais que um erro de programação no tecido do universo. Esta epidemia de infelicidade é só mais um capítulo na velha história das crises existenciais que sempre nos afligiram.

Mas concordo com o tirar férias do facebook durante uma semana de vez em quando ;) Estou nesse processo neste exato momento, mas sobretudo para me focar noutros objetivos pessoais que precisam de mais concentração.
"To have faith is to trust yourself to the water. When you swim you don't grab hold of the water, because if you do you will sink and drown. Instead you relax, and float." - Alan Watts