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  • Peste Negra: afinal as ratazanas estavam inocentes
    Iniciado por karoxa
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Serão os humanos, e não as ratazanas, os culpados da peste negra?

Estudo da Universidade de Oslo revoluciona tudo o que sabíamos sobre a pandemia. Peste bubónica matou, no século XIV, um terço da população europeia. Últimos casos do continente registados no século XX em Portugal.

Uma ilustração de 1551 mostra um rato preto; a autoria é de Conrad Gesner,
naturalista que morreu pela peste bubônica em 1565

Um estudo que vai ser divulgado na próxima semana pela Universidade de Oslo está a por em causa uma boa parte daquilo que a comunidade científica dava como estabelecido em relação à Peste Negra.

«Testámos vários modelos para perceber como a doença se tinha espalhado pela Europa no século XIV. E houve um que nos impressionou com os resultados absolutamente avassaladores», diz à Notícias Magazine Katie Dean, a bióloga norte-americana que desenvolveu esta investigação a partir da academia norueguesa.

«Afinal não foram as ratazanas que espalharam a peste bubónica. Foram os piolhos e as pulgas que as pessoas traziam consigo.»

A desconfiança da universidade norueguesa partiu de um dos grandes mistérios que existiam em relação à doença.

«É que, apesar de existir um relativo consenso de que foram as ratazanas a proliferá-la, o facto é que elas não se conseguem adaptar ao clima escandinavo, onde a peste bubónica foi igualmente devastadora.»



A Peste Negra chegou à Europa em 1346 através dos mercadores da Rota da Seda, tendo-se rapidamente espalhado por todo o continente.

A Portugal chegou no outono de 1348 e matou entre um terço e metade da população, levando o país ao caos.

Mundialmente estima-se que os números de mortes variem entre 75 e 200 milhões. Um terço da população europeia morreu desta doença na segunda metade do século XIV.

Uma das evidências que ajuda a dar credibilidade ao estudo de Katie Dean é que, se fosse espalhada pelos ratos, ter-se-ia assistido a uma enorme mortalidade de roedores, algo que não se verifica.

O contágio através de piolhos e pulgas, pelo contrário, é o modelo mais credível para a velocidade de transmissão da pandemia.

Estavam presentes na roupa, nas casas, em todos os elementos da vida medieval.

A Peste Negra foi a segunda grande pandemia de peste bubónica a rebentar no mundo. A primeira, conhecida como Praga de Justiniano, eclodiu na China no século VI e espalhou-se através do Egipto pelo Mediterrâneo, estimando-se que tenha matado 100 milhões de pessoas.

A segunda foi a mais letal. Os efeitos da Peste Negra, intensos durante o século XIV, prolongar-se-iam até ao século XVIII. E, na segunda metade do século XIX, eclodiria a terceira pandemia na Ásia, que teve poucas manifestações na Europa.

Portugal foi, no entanto, a excepção à regra do Velho Continente. Em 1899 a peste voltaria ao território, sendo diagnosticada no Porto – agora sim, por contágio através de ratazanas que viajavam nos barcos vindos de Macau.

O médico Ricardo Jorge conseguiu investigar e conter a pandemia no país no início do século XX, impedindo-a de avançar pela Europa. Mas continuaria a haver registos de casos até à década de 1950, quando a descoberta de uma vacina a conteria em definitivo.

«Continuam a existir bolsas de reserva da peste bubónica no mundo», diz Katie Dean. A prová-lo está aliás o surto que eclodiu em 2017 em Madagáscar.

«Sabemos que há presença na fauna asiática, africana e americana.» É portanto através dos animais que a doença chega às populações humanas. Ratos e piolhos, morcegos e pulgas são normalmente transmissores da doença. Mas, pelo menos no século XIV, o que toda a gente achava – que tinham sido as ratazanas – não foi exactamente o que aconteceu.

Christopher Duncan, professor jubilado da Universidade de Liverpool, já tinha defendido em 2004 a impossibilidade de serem as ratazanas a transportarem a peste, numa conferência no Museu da Farmácia. Acreditava antes na possibilidade de um virús hemorrágico. Katie Dean, 14 anos depois, replicou modelos e considera este mais provável: foram pulgas e piolhos. Mas concorda nisto com Duncan: os ratos estão inocentes.

Fonte:NoticiasMagazine
Quando sou boa, sou boa, mas quando sou má, sou melhor ainda.

Os ratos também transportavam pulgas daí se dizer que eram as ratazanas....a noticia para mim já não é nova  ;D ;D