Bem-vindo ao Portugal Paranormal. Por favor, faça o login ou registe-se.
Total de membros
19.518
Total de mensagens
369.631
Total de tópicos
26.969
  • [Objectos Amaldicoados] O Terço Maldito
    Iniciado por sniperDemon
    Lido 2.612 vezes
0 Membros e 1 Visitante estão a ver este tópico.
Olá a todos/as.

Esta história é parte relato, parte desabafo, mas infelizmente totalmente verdade. Fiquem comigo um pouco e já perceberão.

É uma superstição comum aquela de que os espíritos e as energias negativas podem prender-se a objetos e transtornar a vida de quem os possui ou entra em contacto com eles. O mais famoso será provavelmente a boneca Annabelle (a verdadeira pode ser vista aqui: http://www.youtube.com/watch?v=6jLFmb-gWxY) mas está longe de ser o único e é possível que a minha família esteja a sofrer na pele por causa de um desses objetos.

Eu e os meus pais moramos em Lisboa mas a família da minha mãe é da zona da Lourinhã e quando era pequeno costumávamos passar lá o verão. Aliás, ainda lá temos uma velha casa de família. E foi precisamente num desses passeios de férias que tudo começou. Eu era demasiado novo para me lembrar mas segundo a minha mãe foi no ano de 1997 que parámos, como habitualmente, num café da Praia da Consolação, perto de Peniche, para comprar um delicioso pão com chouriço caseiro que lá faziam. Nesse dia a minha mãe encontrou um terço no chão. Nada de extraordinário. Não era nenhuma relíquia perdida, nenhum artefacto saído do Senhor dos Anéis. Apenas um terço de metal cinzento, barato e envelhecido, com contas de plástico transparente gastas e riscadas. Segundo a minha mãe o café estava cheio e o terço estava simplesmente ali no meio do chão, todo aberto, e ignorado por toda a gente. A minha mãe, sendo uma católica devota, encarou-o como um sinal divino e apanhou-o. Mas talvez esse tenha sido o seu derradeiro erro.

Desde então a nossa vida deu uma volta para pior. Nunca fomos particularmente bafejados pela sorte mas a verdade é que há gente a sofrer bem mais do que nós. Basta pensar nas famílias destruídas pela tragédia de Pedrogão Grande. Somos, para todos os efeitos, de "classe média", sem golpes de sorte mas sem tragédias gregas. Mas desde que a minha mãe apanhou aquele terço as contrariedades têm-se sucedido. Logo poucos meses depois a minha mãe foi diagnosticada com um tumor maligno num rim. Felizmente foi detetado a tempo, removeram-lhe a parte do rim afetada ainda antes que se espalhasse e não houve consequências de maior. Pouco depois a minha mãe ficou desempregada. Passado algum tempo voltou a encontrar trabalho e então foi a fábrica onde o meu pai trabalhou durante mais de 20 anos que decidiu deslocalizar a produção para um país de leste onde a mão-de-obra é mais barata. Passado algum tempo o meu pai encontrou outro trabalho, mas um de que não gosta e onde ganha substancialmente menos. E foi então que a minha mãe voltou a ficar desempregada tendo nos anos mais recentes conseguido ingressar na função pública a fazer algo que adora (trabalhar com crianças), facto de que muito se orgulha. Já eu, terminei uma licenciatura e um mestrado mas ainda não consegui nada melhor do que estágios e trabalhos mal remunerados e muito abaixo das minhas qualificações, para além de ter uma incapacidade quase patológica em encontrar um relacionamento duradouro. Parece que por cada passo em frente a vida obriga-nos a dar dois passos atrás.

No campo da saúde, depois do tumor a minha mãe já desenvolveu 3 hérnias discais, passou por uma depressão e foi-lhe diagnosticada fibromialgia. O meu pai teve de remover a tiroide devido á presença de nódulos que se suspeitou serem malignos, desenvolveu diabetes e sofre de hipertensão. Já o meu avô sofreu um enfizema e faleceu de cancro, o que na verdade não surpreende dado que quase toda a vida fumou dois maços de tabaco por dia e nunca seguiu os conselhos médicos.

Certa vez, quando estávamos de férias na Lourinhã, a nossa casa de Lisboa foi assaltada. Entre o sentimento de insegurança e a dificuldade em conciliar períodos de férias dos meus pais a casa da Lourinhã nunca mais teve a mesma ocupação frequente e acabou por se degradar. Algures pelo caminho a minha mãe começou a associar as coisas más que aconteceram depois de ter encontrado o terço a esse facto mas sendo bastante devota não o quis deitar fora, portanto "escondeu-o" nessa casa. Nos últimos anos, perante o estado de degradação da nossa casa da terra, começámos a pensar em fazer obras de renovação mas, como seria de esperar, os projetos nunca se encaminham a bom porto. Não chegamos a acordo sobre o que fazer, os orçamentos são demasiado elevados, as situações de desemprego impedem a obtenção de financiamento, há sempre qualquer coisa. Até que num fatídico dia, não sei exatamente quando mas recentemente, a minha mãe pensou que talvez aquela casa estivesse estagnada devido á influência negativa do terço, e teve a triste ideia de o trazer com ela.

Hoje a minha mãe luta contra um cancro da mama. Muito pequeno mas muito agressivo. Já metastizou e está a espalhar-se pelo corpo. Já tem metasteses na axila e não sabemos se já foi para além disso. Recebeu a notícia na quinta-feira passada. Amanhã vai fazer uma ressonância magnética, depois uma biopsia e depois quimioterapia. Terá de ser tudo muito rápido pois a cada dia perdido aquela doença maldita ganha terreno. Literalmente apareceu do nada. A minha mãe faz mamografias anualmente, a última foi há poucos meses e não havia vestígios de nada. Há menos de três meses fez análises ao sangue e todos os valores estavam perfeitamente normais.

Ontem, sábado, a minha mãe pediu para ir a Fátima rezar. Durante a viagem contou-nos finalmente esta história e que tinha decidido doar o terço ao santuário. E assim foi. No final da visita, antes de fazer as suas orações, a minha mãe deixou o terço numa das caixas de oferendas da capelinha das aparições. Talvez naquele lugar santo a sua influência maligna desapareça de vez. Talvez tudo isto seja apenas uma série de infelizes coincidências e o terço não tenha nada de negativo ou maléfico. Talvez com a crescente crença da minha mãe nesse facto ele tenha ganho esse poder.

Fui educado como católico mas tornei-me agnóstico desde que pude formar a minha própria opinião. Muitas coisas na religião não faziam para mim sentido na altura, e ainda hoje não fazem. Mas ontem algo mudou. Como se costuma dizer, "toda a gente é comunista até enriquecer e toda a gente é ateia até precisar de Deus" e ontem, pela primeira vez desde que me lembro, rezei com verdadeira fé e devoção. Ao longo do tempo e embora não acredite no conceito clássico do Deus de barbas brancas que criou o mundo em 7 dias, desenvolvi uma crença na força do universo e no poder do pensamento, portanto já houve ocasiões em que pratiquei pequenos rituais de feitiçaria (simpatias e pequenos feitiços) com o intuito de obter o que desejava sem pensar nas consequências. Talvez os meus pecados me tenham finalmente alcançado e por esse prisma esta também é a minha história de redenção. Ontem prometi a minha alma a Cristo. Prometi a minha conversão a troco da vida da minha mãe. E prometi renunciar para sempre á feitiçaria. Como prova do meu compromisso apaguei logo ali o grimório que durante anos fui colecionando no meu telemóvel. E pela primeira vez desde há muito tempo senti verdadeira paz. Calma e a certeza de que tudo correrá bem.

Posto isto, a minha mãe ainda tem cancro e eu estou desesperado por encontrar uma cura. Mezinhas, rezas, qualquer fontanário de aldeia com águas milagrosas. Neste ponto aceito qualquer sugestão que me possam fazer.

E quanto ao terço? Alguém sabe para que poderá ter sido utilizado? Como poderá ter surgido a sua influencia negativa, caso realmente tivesse alguma? Terá sido esta a melhor solução ou haverá outra forma de lidar com objetos amaldiçoados?

Espero que este relato tenha servido de alguma coisa e caso alguém esteja disposto a fazê-lo peço que rezem pela cura da minha mãe.

Com um obrigado e desejos de felicidades,
DC

Clodagh
Antes de mais desejo as melhoras da tua mãe, não há nada pior que lutar contra a inevitabilidade de uma morte anunciada. Ter fé, orar, principalmente, mesmo que difícil, acreditar que as coisas podem mudar e ela poderá sobreviver, vai ajudar-te a ter forças.

Fizeste bem em tomar cautela com feitiços, eu também fazia pequenos rituais e trabalhos, nada de mal ou que prejudicasse alguém, mas pareceu-me egoísta da minha parte alterar os acontecimentos em meu proveito, por isso parei. Acredito que essas coisas têm um preço e que deixam marcas físicas.

Li em algum lado que os objetos retêm uma certa vibração/energia de quem os tinha anteriormente, por isso é possível que esse terço tenha pertencido a alguém mais negativo. Objetos amaldiçoados não sei se existem, mas que há histórias verídicas sobre alguns há, um exemplo é o diamante Hope.Como te livrares deles? Regresso à origem...que neste caso é difícil, visto que nada sabem sobre o dono original. Sendo assim, deixar em Fátima terá sido uma boa ideia.

Boa noite a todos/as

Caro sniperDemon, como a Clodagh disse, é preciso ter fé.
Para tudo nada vida é preciso ter fé, porque há muita coisa que não depende apenas de nós (humanos).
É sempre complicado viver estas experiências, eu próprio passei por algo parecido...
Não aconselho recorrer a feitiçarias... São como doces envenenados. Poderás ter a sensação que as coisas melhoraram um pouco, depois acabam por piorar.
Fizeste bem em devolver o Terço. Pessoalmente, nunca apanho nada do chão que não é meu... seja dinheiro ou outros bens... as "ratoeiras" muitas das vezes residem aí.
É certo que há objectos que podem ser amaldiçoados e são oferecidos a outras pessoas. É preciso cuidado com aquilo que aceitamos de estranhos ou até mesmo familiares que desconfiamos...

Abre o teu coração a Deus (Entidade Universal), ele ouve e vê tudo na tua vida. Por vezes podemos desejar tudo de forma instantânea, mas as respostas exigem tempo e compreensão.

Da minha parte disponibilizo a minha amizade e força para as tuas adversidades.

Não desistas.
"Tudo aquilo que o homem ignora não existe para ele. Por isso o universo de cada um se resume ao tamanho de seu saber." - Albert Einstein

Os meus mais sinceros votos de cura para a sua mãe, DC.

Os objetos ficam impregnados com as energias que recebem. Se recebem energias negativas, transformam-se em bagulhos energéticos nocivos aos ambientes desadequados a eles. Não sei se a energia do terço teve alguma influência nos acontecimentos que relata mas fizeram bem em depositá-lo num ambiente bem adequado a ele.

Num momento de tanta angústia para si perante a doença da sua mãe, eu não queria deixá-lo ainda mais angustiado mas perdoe-me... para tentar ajudá-lo a orientar-se na situação desiquilibrada em que vive, tenho que dizer o que penso. Então aqui vai: entendo que o grimório pode ter sido o verdadeiro bagulho energético. Através dele foram evocadas entidades e energias que você desconhece e que certamente têm tido um efeito nefasto no seu ambiente.

Perante uma situação completamente fora do seu controlo, você decidiu rezar com "verdadeira" fé e devoção que lhe surgiu ontem e fazer um "acordo" com o cristo: conversão em troca de cura. Tenho a plena noção de que estou a ser dura consigo numa altura em que você está frágil, mas não posso "passar-lhe a mão na cabeça" para o consolar, porque você não precisa consolação, o que precisa é discernimento.

Não se submeta a esses ataques de peudo-religiosidade. Pelo seu relato, você nunca foi disso, porque seria agora? Porque precisa ajuda e não conhece outra entidade com poderes para fazer o milagre da cura? Lamento informá-lo mas os milagres não existem. Existe inter-ajuda entre todos os seres em evolução, desde o microrganismo da dimensão física à consciência livre da dimensão extrafísica que já não precisa de corpo algum para se manifestar porque é apenas mente.

A dimensão extrafísica é povoada de homens e mulheres que já desactivaram o corpo físico, muitos dos quais mais evoluídos e mais lúcidos, com uma visão mais abrangente de todos os nossos problemas e necessidades, prontos a ajudar, no anonimato. Eles ficam mais acessíveis a nós para nos ajudar quando de alguma forma ajudamos os outros ou resolvemos com a força inquebrantável da nossa vontade terminar definitivamente com maus hábitos e maus procedimentos. Você sentiu paz quando apagou os seus bagulhos energéticos porque nesse momento "deu acesso" à aproximação de consciências bem intencionadas. Você chamou-lhe o nome que sabia. Não sabe nem saberá a identidade de quem se aproximou de si transmitindo-lhe paz e calma. São amparadores extrafísicos. Dirija-se a eles mentalmente, transmita-lhes simplesmente que precisa ajuda e agradeça.

Não peça o que quer, peça e aceite o que for melhor para todos os envolvidos e dê o melhor de si como amparador intrafísico à sua mãe e a todos os que puder beneficiar com a sua boa vontade. Esta troca de assistência em que cada um de nós ajuda os que lhe estão próximos e acessíveis em qualquer dimensão é o único acordo racional que podemos estabelecer com o universo multidimensional.