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  • A importância da doutrinação
    Iniciado por F.Leite
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     Há pessoas, entre membros e visitantes, que se incomodam bastante com algumas coisas que eu por aqui escrevo. Pena é que em lugar de responderem com criticas justificáveis e compreensíveis em relação ao que escrevo, o façam em relação a mim e às intenções que imaginam nos meus escritos.

    Hoje também eu vou falar de intenções, as intenções que "poderão" (tenho que ter cuidado com as palavras que uso) estar por traz da doutrinação dos médiuns.

    A doutrinação de um médium abarca todo o conhecimento que este tem sobre os espíritos. Como vivem do outro lado, como agem, como podem ser levados a assumir atitudes, quais os métodos para os fazerem "partir", etc. Quais as intenções que estão por traz desta doutrinação, deste conhecimento?

    Um facto a que se assiste é que é muito mais fácil convencer um espírito a "seguir para a luz" quando se comunica com ele através de um médium doutrinado, do que quando por outro que desconhece as leis do espiritismo. Nos centros muitas vezes é feita em primeiro lugar a doutrinação da vitima e só depois libertada do obsessor.

    Sendo que isto é um facto a que se assiste diariamente, interessa saber porque é que é assim, pois se as conversas com os espíritos são feitas com os médiuns incorporados, de nada deveria servir o conhecimento destes para facilitar a partida do espírito, pois a maioria dos médiuns de incorporação não tem a noção do que se passa durante o transe mediúnico.

    Vemos também que espírito que aceita seguir para a luz através de um médium doutrinado, não volta cá, ao contrário do que acontece se o médium não conhece nada sobre a dita "luz". Nestes casos eles quase sempre voltam e sempre com os mesmos motivos a norteá-los.

    O que será que motiva esta diferença de comportamento do espírito face aos conhecimentos do médium sobre os espíritos?

#1
Citação de: F.Leite em 14 outubro, 2017, 11:44
    O que será que motiva esta diferença de comportamento do espírito face aos conhecimentos do médium sobre os espíritos?
Acabei de apagar um texto todo bonito que tinha escrito. Acho que antes de passarmos ao motivo da diferença de comportamento devemos questionar se o comportamento é real ou não.

Muitas vezes penso que as coisas que se passam por aí, as regras e rituais que se aplicam (neste aspecto do ajudar a fazer a passagem e noutros aspectos) tem tanto de verdadeiro e lícito como as demonstrações da IURD durante o culto. A diferença é que ninguém leva a sério o que acontece na IURD e dizem que é tudo encenado.

E o que fazem os outros? Não será encenação também?

Os espíritos precisam mesmo do folclore ou isso é só mais uma forma de prender o médium a uma doutrina, convencendo-o que se não tiver um ritual folclórico a acompanhar, o espírito não lhe liga nenhuma e fica cá?
"Cedo ou tarde você vai perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho". 
(Morpheus, The Matrix)

F.Leite,

Leio tudo o que você escreve aqui no fórum, desde o dia em que me inscrevi.
Leio-o porque o considero uma pessoa inteligente e estudiosa, a avaliar pelos seus textos.
Por vezes não concordo com o seu ponto de vista, razão porque não coloco um "gosto".
Outras vezes coloco o meu "gosto" nos seus textos, manifestando a minha concordância.
Contra si ou a favor da sua pessoa, nada tenho - nem sequer o conheço.

O fórum é um local de discussão de ideias, não é um local de avaliação de personalidades.
Na conscienciologia, aborda-se muitas vezes o binómio "admiração-discordância" que significa mais ou menos isto:
- Eu admiro-te por aquilo que és ou por aquilo que fazes, no entanto não concordo com esta ou aquela ideia que emitiste sobre determinado assunto, porque... (justificação).
- Eu admiro a tua capacidade de argumentação e justificação das tuas ideias, no entanto discordo disto ou daquilo que tu fizeste ou disseste, porque... (justificação).
Eu admiro-o mesmo sem o conhecer, pela sua capacidade de argumentação e pelo seu interesse no estudo.
Discordo de si quando nos seus textos antevejo "amarras" a uma doutrina que nunca lhe dará suporte a qualquer estudo ou pesquisa fora do contexto da sua própria codificação.

O que caracterizo como "amarras", são as premissas que utiliza como base das suas divagações (no bom sentido) sobre os diversos assuntos. Exemplo (retirado do próprio texto a que esta resposta se refere): os médiuns não têm a noção do que se passa durante o transe mediúnico.

Eu pergunto-lhe: não ganharíamos todos em discernimento e conhecimento se os médiuns agissem de modo consciente?

Eu sei que no espiritismo isso é impossível.

De qualquer modo, aqui ficam as minhas considerações sobre a introdução que fez no tópico a que respondo, as quais resumo do seguinte modo: admiro-o e por vezes discordo de si.

Quanto à sua questão de fundo, também tenho uma opinião: a doutrinação não é útil à evolução de ninguém. A minha posição relativamente a este assunto é:
- NÃO à doutrinação;
- SIM ao esclarecimento.
O cosmos não é a igreja de ninguém.