Recupere o amor próprio e a auto-confiança

    Hoje vou apresentar uma forma de como começar a restaurar a auto-confiança e o amor próprio.  

    É um exercício mental utilizado por hipnoterapeutas mas que vou explicar na variante de auto-sugestão e que como é óbvio, só resulta se quem o praticar o fizer mesmo com vontade de melhorar a forma como vive e vê a própria vida.

    É um exercício que tem uma série de instruções que não lhe são dirigidas a si que está a ler, mas ao seu subconsciente, que as assimila conforme a veracidade que você lhes atribui e a vontade com que as quer ver a serem concretizadas na sua pessoa. Adapte o género feminino ou masculino consoante o seu caso.

     Se estiver interessado, leia com atenção e com calma. Medite no que vai lendo e pense no que lhe é proposto. Não precisa de decorar o texto para depois fazer o exercício. Se verdadeiramente achar que ele vai resultar consigo, o seu subconsciente se encarregará de o lembrar dos passos a seguir enquanto o executa. Leia, pense bem, releia e execute, tudo com calma e confiança.

    As coisas que mais facilmente nos ficam gravadas no subconscientes são aquelas que nos acontecem em situações associadas ao medo, ao ódio e à extrema felicidade. O subconsciente trá-las de novo à mente quando situações idênticas se divisam. Como o que procuramos é a paz e o bem estar, vamos precisar de um ambiente de felicidade para executar este trabalho.

    Escolha um aposento ou local onde possa estar recolhida e onde saiba que não vai ser incomodada durante cerca de 20 minutos. Para a ajudar a relaxar pode pôr uma musica calma mas com o volume muito baixo. Sente-se ou deite-se de forma a ficar confortável.

    Diga a si mesma que ficará assim durante 20 minutos e que depois a calma e bem estar farão parte de si e do seu conforto.

    Feche os olhos e deixe-se respirar calmamente. Sinta o ar a entrar pelo nariz e boca. Sinta-o a entrar nos pulmões. Sinta a calma que lhe proporciona este respirar. Faça-o algumas vezes, sem pressa, com tranquilidade. Comece a criar na sua mente a imagem de uma porta a 5 passos de distância de si. Veja uma porta mal fechada de onde, pelas frinchas, sai uma luz agradável de se ver.

    Quando conseguir visualizar a porta imagine-se de pé e vêja-se a dar um passo em direção à porta. Conte o passo que dá: 1. Diga-o mentalmente e veja a porta mais perto de si. Sinta como se uma aragem agradável viesse pela frincha da porta. Sinta a aragem nos seus braços e sinta-se calma e tranquila. Veja o espaço que a separa da porta (mentalmente) e dê o segundo passo. Diga 2. Sinta como se tivesse o chão debaixo dos pés, como se o passo fosse real. Depois e lentamente o terceiro passo. Diga 3. Olhe para a frincha da porta e veja uma falha na luz, como quando está alguém entra a luz e a porta. Diga a si mesma com confiança e pausadamente: -"Eu estou calma , tranquila e segura".

     Dê mais um passo e diga "4". Veja a porta ali tão perto e repare que é só a porta que está na sua imaginação. A porta e a luz. Dê mais um passo e diga "5". Veja a porta mesmo ai à sua frente e estenda a mão na direção dela. Com calma e confiança empurre a porta para que ela se abra na totalidade. Vê finalmente a luz que a porta escondia. Olhe bem para o meio dessa luz e veja-se a si mesma lá no meio. Mas veja-se como uma criança ainda. Diga a si mesma eu sou aquela criança. Ela é linda e saudável. Sinta-se feliz por se rever naquela criança.

     Abra os braços e veja e sinta a criança a refugiar-se nos seus braços. Sinta amor por essa criança que é você, amor carinho e ternura. Você quer protegê-la e o seu desejo de a proteger faz com que a veja a diminuir de tamanho e quando ela lhe cabe na mão mão, e veja-se a colocá-la no seu coração. Você agora ama-se e tem-se em si mesma protegida. Concentre-se no seu coração e sinta-o bater de amor por si mesma.

    Veja-se depois a abrir os olhos (imagine) e veja que tem outra criança naquela luz. Olhe bem para ela e veja que essa criança é a sua mãe. Ela está só e chora, sente-se perdida. Estenda os braços para ela, veja-a a ir na sua direção e abrace-a. Sinta o abraço dela em si mesma. Sinta-se feliz porque agora a sua mãe-criança está feliz nos seus braços. Diga-lhe: -"comigo tens amor, carinho e compreensão". Veja-a a ficar pequenina e quando também lhe couber na mão, guarde-a no seu coração. E sinta-se feliz.

    Olhe de novo para a luz. De novo outra criança. Repara que é o seu pai em criança. Tem uma expressão de medo e as lágrimas correm-lhe na face triste. Emociona-se e estende-lhe os braços. Ele hesita mas depois corre para os seus braços e pára num abraço apertado. Você passa-lhe a mão no cabelo e ele acalma e suspira. Diga-lhe: -"amo-te e estarás sempre no meu coração". Veja a cara dele de felicidade enquanto fica cada vez mais pequenino e veja-se a colocá-lo no seu coração.

    Olhe em frente e veja que agora a luz incide toda sobre si. Veja aquele clarão a penetrar no seu corpo e você abre os braços para sentir toda essa luz. Caminha agora através dela e vê-se segura e confiante. Você está sorridente e caminha de cabeça levantada para a vida. Você diz: "esta sou eu agora, dona e senhora de mim. Eu amo-me e nada me pode tirar a confiança em mim mesma". Diga-o com confiança e determinação.

     Repare que aos poucos a luz fica toda dentro de si e você, sorridente, calma e tranquila olha para a cadeira (sempre mentalmente) ou cama onde está e dá um passo na sua direção. Diga: 5. Mentalmente diz: "- quando contar até 1 estarei apta a enfrentar o mundo sem medos e sem anseios, porque eu amo-me e só quero conquistar o melhor e bom para mim".

    Dê outro passo com confiança e diga: "4, agora estou mais segura e confiante". Veja a cadeira mais próxima de si e diga : "3". Dê mais outro passo e diga: "2 e o bem estar invade-me o corpo todo". Sinta esse bem estar no corpo e na mente. Sinta-se calma e veja-se a dar o último passo e a sentar-se na posição em que está. Diga "1" e lentamente abra os olhos, com calma e deixe-se ficar nesse relaxamento por algum tempo.

    Vai-se sentir leve e talvez um pouco confusa. O seu subconsciente estará a assimilar o que presenciou. Diga para si mesma: " o passado já de nada serve, é no presente e no futuro que está a minha felicidade."

    Verá como a vida aos poucos se vai começar a transformar num caminho mais feliz e confiante.



     

Permita me perguntar mas como algo tão simples pode realmente ajudar alguém a mudar?

Permita me perguntar mas como algo tão simples pode realmente ajudar alguém a mudar?

    Talvez porque foi também de uma forma simples que ficamos marcados na personalidade.

    Porque tudo o que o subconsciente guarda é fruto das experiências da vida que mais marcaram. Tudo o que nos aconteceu ao longo dos anos deixou memórias nas quais o subconsciente se baseia para criar a nossa personalidade. A nossa forma de agir não a temos por acaso, tudo está de acordo como o nosso subconsciente interpretou os acontecimentos que a consciência viveu.

    Muitas vezes até queremos mudar, mas na hora de agir é o subconsciente que comanda e então a vontade falha e tudo é feito como antes.

    Para que a mudança existe é necessário substituir as memórias. É necessário dar um novo argumento ao acontecimento, sendo que algumas vezes basta reconhecer que o erro de avaliação da situação existia.

    Adquirir auto-confiança, implica reconhecer as causas de se sentir inferior e isso normalmente tem origem na infância. Acontece que na infância quase todos de alguma forma fomos sujeitos a reprimendas ou até castigos em que fomos confrontados com erros que cometemos. Por certo nos sentimos amuados ou incompreendidos por esse facto e isso não deixou de ficar guardado no nosso subconsciente. Se se tentar lembrar talvez se recorde de alguma vez em que isso lhe aconteceu.

    Em alguns casos por desconhecimento das consequências, os nossos pais denegriram as nossas capacidades ou compararam-nos com outros que disserem ser melhores que nós. Ou simplesmente ouvimo-los elogiar os outros e sentimo-nos humilhados ou invejosos com o elogio. Isso também deixa marcas. São pequenas coisa que todas juntas criaram grandes obstáculos à liberdade de sermos confiantes e felizes.

    É necessário dizer ao subconsciente que queremos esse obstáculo (porta) escancarado e que é com amor que compreendemos que os pais também foram crianças e que também tiveram os seus momentos de sofrimento e de dor. Dessa forma, o subconsciente vai dissolver o rancor que na altura fez com que o momento de dor ou de humilhação lhe deixasse gravadas essas memórias.

    Você até pode dizer que ama os seus pais e que eles são os melhores pais do mundo, mas reflita sobre as suas memórias mais antigas e verá que há sempre uma asneira com reprimenda deles que continua a pairar na sua vida. Não põe em causa o seu amor por eles, mas o seu subconsciente não esqueceu.

    Ouvirmos em criança dizer que só fazemos asneiras ou que não fazemos nada em condições, é suficiente para nos quebrar a auto-confiança ou estima em nós mesmos.

     Eu pratico estes exercícios mentais e sei que resultam.